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MOVIMENTO ESTUDANTIL: Sobre o aparecimento da “UFRN Democrática” e o ato de limpeza das pichações na instituição

O movimento estudantil na UFRN tem demonstrado uma novidade interessante – um grupo organizado em torno da alcunha “Ufrn democrática”. Eles já têm página no facebook bem acessada e tentam construir uma agenda em contraposição ao que é praticado por parte dos estudantes que hoje produz o destino da categoria na instituição.

A perspectiva é de centro-direita, digamos assim. Eles deram seu cartão de visitas, se opondo a possível paralisação articulada entre os estudantes como forma de combate à pec 241. Agora, eles chamam para uma ação de limpeza das pichações feitas dentro dos muros da universidade.

Munidos por um certo espanto em decorrência da novidade, a perspectiva de resposta do grupo estabelecido tem sido a de reafirmar suas ações. No facebook, é possível ler diversas manifestações, alegando que a pichação é um direito de expressão e até que novas serão feitas, caso a limpeza ocorra.

É preciso entender o terreno no qual a disputa acontece e entrarei no âmbito das minhas impressões, que podem ser, obviamente, falsas e não apenas precárias. Penso existir um grande grupo de alunos que não se sentem representados pela forma com que o movimento estudantil e os chamados “atos políticos” se processam na UFRN. Porém, este grupo nada desprezível não se manifesta, por temer a resposta dos oponentes organizados. Alguns mais corajosos reclamam abertamente. Porém, a maioria comenta na conversa privada mesmo com quem sentem abertura para tanto.

Este grupo silencioso – é bom ser honesto: sigo no terreno das minhas impressões – se ressente pela ausência de uma pauta mais voltada para os problemas dos estudantes e reprovam ações como pichações, ocupações de áreas públicas da universidade, greves e condenam, sobretudo, a partidarização, nos sentido do “partidos políticos”, do movimento estudantil. Em decorrência disso, acabam ficando alheios a qualquer ação do grupo hoje hegemônico.

E é aí que a tal “Ufrn democrática” tem amplo espaço para crescimento, sobretudo, se estabelecer uma atuação política distante daquilo que disse acima como condutas reprováveis pelos que têm grande potencial para serem sua base de apoio.

Voltando ao caso das críticas ao denominado picho, o grupo hoje estabelecido está caindo na arapuca dos seus críticos, ao tentar reafirmar a ação. Ora, riscar os muros, paredes e salas da UFRN é, antes de qualquer coisa, ilegal e não tem a simpatia – acredito – da grande maioria dos estudantes. E, caso tentem endossar a conduta questionável, passarão um belo recibo para aos representantes da Ufrn democrática, que dirão – “tá vendo, a gente tenta limpar e eles sujam”. Não duvido que o debate seja levado à reitoria competente, que viverá um dilema – afiançar os críticos das pichações e perder o apoio do movimento estudantil hoje organizado ou amenizar o caso e ganhar o semblante de que “está institucionalizada o aparelhamento da UFRN por grupos de esquerda”, já que a grande maioria das pichações têm esse viés.

Com isso, agindo de forma pouco reflexiva, o movimento estudantil poderá entregar de bandeja a agenda do respeito a integridade física da instituição e, de quebra, criar elementos complicadores para os poderes instituídos da UFRN. É o que ocorrerá, caso um lado tente chancelar os riscos nos espaços da universidade.

Para quem gosta de pensamento único, o novo grupo é um problema. Mas, para além disto, o aparecimento da “nova galera” é legal porque, no mínimo, forçará o movimento estudantil a rever suas práticas e/ou fundamentá-las de uma maneira menos negativa. A competição gera elementos positivos.

Daniel Menezes, O Potiguar

http://linkis.com/www.opotiguar.com.br/oCjas

Opinião dos leitores

  1. Que bom!!!
    Pra mostrar que a UFRN não tem só vagabundo alienado, que não quer estudar e acha que o Estado é na base do "mamãe, eu quero".

  2. É a velha história do cabo de guerra!! Uns a favor e outros contras, enquanto isso o país vai navegando sem direção em aguas turvas e agitadas.

  3. Dou 4 anos de neoliberalismo e o jeito tucano/demo de governar para essa turma voltar pra realidade.
    Universidade sucateada, saúde aos frangalhos, direitos trabalhistas jogados no lixo, egoísmo como forma "social" de viver….
    Viva e verás!

  4. Sempre bem vindo os posicionamentos e movimentos para o BEM DO BRASIL. CHEGA de ruptura ideológica, direcionamento partidário, razões irracionais par justificar o injustificado.
    A UFRN se nega a ver a realidade do país, desvirtuada pela CORRUPÇÃO do PT e direcionamento de verbas para COMPRAR o silêncio de muitos e a adesão de alguns.
    Se aqui está RUIM com o CAPITALISMO, VÃO MORAR EM CUBA, VENEZUELA e demais paraíso apoiados pelo PT.

    1. Concordo. É isso mesmo, está insatisfeito vá morar em uma republiqueta dessas.

    2. Esses canalhas ptRALHADAS acostumados a não dar um prego numa barra de sabão, agora vão ter que trabalhar ou se mudem de malas e cuecas para a mui querida Venezuela com os BANDIDOS de lá matando o povo de fome ou então vão para Cuba ditadura sanguinária administrada por uns comunistas salafrários. XOU ptRALHADA nunca mais voltem para o Brasil.

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