Judiciário

“Eu cuidava do caixa 2 da OAS e da UTC”, diz Youssef a Moro

325664646-yousseffO DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF, PRESO NA OPERAÇÃO LAVA JATO QUANDO PAGAVA PROPINA A UM FUNCIONÁRIO DE CONFIANÇA DO GOVERNO DE ROSEANA SARNEY (FOTO: RUY BARON/AGÊNCIA O GLOBO)

Figura emblemática da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef foi ouvido mais uma vez pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, na quarta-feira (04/05) em ação penal que investiga o uso de laranjas para manutenção de contas secretas na Suíça e em Hong Kong de sua lavanderia de dinheiro usada por empresas do cartel que fatiava obras na Petrobras.

O doleiro citou movimentação de valores de caixa 2 das empreiteiras OAS e UTC.”O primeiro propósito (das contas no exterior) na questão de investimentos. Depois num segundo propósito, quando nosso grupo entrou em declínio por conta do mercado, aí passei a utilizar essas contas para fazer alguns negócios”, afirmou Youssef, delator e já condenado em outros processos da Operação Lava Jato.”Negócios esses de intermediação de pagamentos?”, questionou Moro. “Sim”, respondeu o doleiro. “Intermediação de propinas, o senhor está dizendo?”, insistiu o juiz.”Na verdade, como eu tinha a questão do caixa 2 da OAS e do caixa 2 da UTC, eu acabei utilizando dessa empresa para receber alguns valores e transformá-los em reais e fazer alguns pagamentos aqui. E também alguns pagamentos no exterior”, afirmou Youssef.

Entrega

O doleiro explicou em seu depoimento que a OAS e a UTC pagavam valores para essas empresas com contas no exterior e ele ficava responsável por dispor de dinheiro para a entrega. Youssef citou entregas de valores a agentes públicos e explicou o papel de seus funcionários e parceiros, como João Procópio Junqueira Pacheco, também réu no mesmo processo. De família tradicional paulista, João Procópio teria começado a atuar com o doleiro entre 2008 e 2009. Ele teria passado a cuidar de contas no exterior usada por Youssef. O doleiro disse que as contas eram abertas em nome do parceiro, mas controladas e movimentadas por ele. Também foi ouvido Rafael Ângulo Lopez, que era uma espécie de carregador de dinheiro do doleiro.

Época, com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Opinião dos leitores

  1. Vê-se constantemente o nome da OAS, proprietária da Arena das Dunas, nas investigações da Operação Lava-Jato. Inclusive, já foram divulgadas citações envolvendo determinados políticos locais e a empresa, no que tange à facilitação e superfaturamento nas obras para construção do estádio potiguar.

    É cediço, também, que os sofridos contribuintes potiguares arcam e terão que arcar mensalmente por vários e vários anos com algo em torno de 10 milhões de reais por mês para pagar os custos da obra, que provavelmente saiu por valores bem acima do normal, e que a empresa se beneficiou disto.

    Nesta toada, será que não se deveria buscar os meios jurídicos (o que poderia ser feito até no seio do processo da Lava-jato, por meio de eventuais acordos de leniência realizados pela empresa), a diminuição do quantum mensal pago pelo nosso Estado à OAS?

    Ora, se há fortes indícios de que a empresa se beneficiou de contratos e interesses escusos para construir a Arena e aumentar o seu valor, e se é exatamente a população potiguar que teve/tem que pagar essa conta, por que não o Estado pleitear que novo acordo de leniência acordado com a empresa venha, pelo menos, a reduzir o valor da prestação paga pelo Governo mensalmente à OAS.

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