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Caern executa ações para garantir água a todo o Estado; casos mais severos estão na região do Alto Oeste

A perspectiva para 2019 é de boas chuvas. Diante das previsões otimistas, a população potiguar comemora os prognósticos que podem representar boa carga nos mananciais, fazendo com que algumas cidades passem a contar com abastecimento de água mais regular, diminuindo os efeitos de um quadro de seca que há muito castiga a região Nordeste. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) já são 88 municípios com volume de chuvas na média ou acima da média no mês de fevereiro.

Mesmo com a possibilidade de um bom inverno, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) tem sempre buscado viabilizar medidas que garantam a água para os municípios que atende. Afinal, são sete anos consecutivos de seca. Atualmente, cinco municípios do Estado (quatro no Alto Oeste e um no Seridó) ainda estão em situação de colapso no abastecimento. Outras 92 cidades são atendidas em sistema de rodízio, diante da escassez de água.

A oferta de água é regular na capital e região litorânea do Estado, embora até mesmo Natal tenha passado recentemente por um período de racionamento, na zona Norte da cidade. No interior, a Companhia tem executado obras e outras alternativas para levar água às populações que sofrem com a seca.

Os casos mais severos de falta de água estão na região do Alto Oeste.

PAU DOS FERROS

A barragem da cidade de Pau dos Ferros está com 2,5% de acordo com a última medição do Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn). Com as chuvas do ano passado, a barragem atingiu 11% e a Caern voltou a captar água do manancial em maio de 2018. Desde a quarta-feira (6), em função do considerável rebaixamento do volume de água, a Companhia reduziu a vazão enviada para Pau dos Ferros.

Apesar das chuvas na região, o manancial não saiu do baixo nível de água. Por este motivo, a cidade está dividida em três partes com rodízio de abastecimento. Cada região da cidade é abastecida pelo período de cerca de 7 dias e a redução do envio de água favorecerá o melhor aproveitamento da água. Caso não chova, será possível abastecer a cidade por mais dois meses. Em caso de colapso, Pau dos Ferros voltará a ser atendida pela Barragem de Santa Cruz através da adutora emergencial. A Caern está concluindo os preparativos para manutenção da adutora dada a possibilidade de reativação.

Outra cidade que também depende da barragem de Pau dos Ferros para ser abastecida é Rafael Fernandes. Por este motivo, se nos próximos dois meses a barragem não aumentar o volume a cidade pode ter decretada a situação de colapso. No Alto Oeste, a cidades que estão com as contas de água suspensas por colapso são Pilões, São Miguel, Paraná e João Dias.

A boa notícia é que o açude da cidade de Venha Ver, que estava com pouco volume de água, após boa chuva acumulou água suficiente para abastecer a cidade até o final do ano.

ADUTORA MÉDIO OESTE

As cidades atendidas pela adutora Médio Oeste, Triunfo Potiguar, Paraú, Campo Grande, Messias Targino, Janduís e Patu continuam em rodízio porque a captação na barragem Armando Ribeiro ainda não atingiu nível suficiente para o abastecimento ser regular. Em função do baixo volume da Armando Ribeiro a cidade de Patu vem apresentando irregularidade no abastecimento. A Armando Ribeiro está com 20% de sua capacidade e no ano passado chegou a entrar no volume morto.

ADUTORA SERTÃO CENTRAL

A redução no nível da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves vem trazendo dificuldades para o abastecimento das cidades atendidas pela Adutora Sertão Central, a partir do Canal do Pataxó. As cidades de Angicos, Fernando Pedrosa, Lajes, Caiçara, Pedra Preta, Cachoeira do Sapo, Jardins de Angicos, Riachuelo e a comunidade de Mulugum são os locais afetados pelo abastecimento irregular.

Com a situação de escassez hídrica, a Caern providenciou o bombeamento da água do rio Piranhas-Açu para o Canal do Pataxó, porque a redução do nível na barragem não permitia mais que a água chegasse naturalmente, por gravidade. Atualmente a situação está controlada, mas a redução no nível da barragem pode impactar o abastecimento no futuro.

Cidades que ainda não tiveram problemas, mas em caso de redução considerável do volume de água da barragem terão que ter avanço nas bombas que captam água são Carnaubais, Pendências e Alto do Rodrigues. Estas três cidades captam diretamente do Rio Piranhas/Açu. O mesmo ocorre com a cidade de São Rafael, que poderá ter sua captação mudada dentro da barragem Armando Ribeiro caso não haja mudança no volume de água.

ADUTORA MONSENHOR EXPEDITO

Responsável pelo abastecimento de 30 cidades, a Adutora Monsenhor Expedito capta água na Lagoa do Bonfim, que atualmente está com 51% de seu volume. Todas as cidades estão sendo abastecidas em sistema de rodízio, dado o quadro de seca no Estado.

As cidades abastecidas são Rui Barbosa, São Pedro, São Tomé, São Paulo do Potengi, Japi, Coronel Ezequiel, Jaçanã, São Bento do Trairi, Lajes Pintadas, São José de Campestre, Serrinha, Sítio Novo, Boa Saúde, Serra Caiada, Lagoa de Velhos, Barcelona, Bom Jesus, Lagoa Salgada, Lagoa de Pedras, Tangará, Santa Cruz, Monte das Gameleiras, Serra de São Bento, Passa e Fica, Lagoa D`anta, Monte Alegre, Ielmo Marinho, Santa Maria, Senador Eloi de Souza e Campo Redondo.

Atualmente, a Caern trabalha para viabilizar um reforço no abastecimento da cidade de Santa Maria, que recebe água da Adutora Monsenhor Expedito mas necessita de maior oferta para atender a população. A alternativa mais provável é uma interligação na Adutora Sertão Central Cabugi, com derivação até Riachuelo, e de lá para Santa Maria.

JOÃO CÂMARA

Junto com outras quatro cidades (Taipu, Bento Fernandes, Poço Branco e Pureza), João Câmara é abastecida pelo Sistema Integrado de Pureza, onde a Caern capta água. A Caern faz a captação no limite da outorga emitida pelo Instituto de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), e para melhorar o abastecimento de João Câmara será necessária a perfuração de novos poços.

Os novos poços para atender João Câmara devem ser instalados na região da Lagoa do Boqueirão, no município de Touros, região Mato Grande do Estado.

SERIDÓ

A Regional Seridó da Caern abrange 23 cidades da região. Uma delas, Cruzeta, encontra-se em situação de colapso no abastecimento, depois que o açude público da cidade baixou o nível, inviabilizando a captação.

Jardim do Seridó pode entrar em colapso, pois com o atual volume de água disponível, o abastecimento dura três meses. Assim, Jardim do Seridó pode ter a situação agravada, caso não haja recarga dos mananciais com a ocorrência de chuvas.

Diante desse quadro, a Caern está construindo uma adutora que vai levar água do açude Boqueirão, em Parelhas, para abastecer a cidade. A previsão é que a obra seja concluída nos próximos três meses.

As outras cidades da regional estão em situação regular, abastecidas em sistema de rodízio.

SANTO ANTÔNIO

Na Regional Agreste, a Caern busca viabilizar uma solução para melhorar o abastecimento em Santo Antônio. A cidade tem uma demanda de 250 metros cúbicos de água por hora, mas só recebe 150 metros cúbicos, do Sistema Integrado de Espírito Santo, que também abastece Passagem e Várzea. O sistema é alimentado por quatro mananciais: Riacho de Pedra, Riacho da Una, Riacho do Salto e Riacho do Timbó.

Atualmente, a Caern pleiteia recursos, no valor total de R$ 100 milhões, para executar um projeto que vai incluir Santo Antônio (e ainda a cidade de Serrinha) no Sistema Integrado de Pedro Velho. O sistema é responsável pelo abastecimento de Pedro Velho, mais os municípios de Montanhas e Nova Cruz. O projeto consta de uma nova adutora, de 30 km, que vai se juntar aos 30 km atuais do sistema, para alcançar Santo Antônio e Serrinha.

 

Opinião dos leitores

  1. O caso mais grave de falta d'água chama-se Guamaré, mas imprensa tem medo de divulgar qualquer coisa desta cidade. Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém viu.

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