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Vibrador é barrado em feira de tecnologia e empresa acusa o evento de machismo

Entenda por que a fabricante de sex toys está acusando uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, a CES, de machismo e conheça o vibrador

Vibrador criado por engenheiras promete imitar as sensações da boca, língua e dedos humanos. Foto: Divulgação/Lora DiCarlo

Na terça-feira (8) a Lora DiCarlo, uma empresa norte-americana especializada em produtos sexuais tecnológicos publicou em seu site oficial uma nota apontando que foi vítima de machismo após ter recebido de uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo, a Consumer Electronics Show (CES), o prêmio pela criação de um vibrador de massagem pessoal e depois ter tido a condecoração retirada a pedido da organizadora do evento, a Consumer Technology Association (CTA).

No texto, a CEO da empresa, Lora Haddock, começa contando que inscreveu o vibrador Osé, criado por uma equipe de engenheiras, na CES e que ela e sua equipe estavam muito animadas por terem recebido o Prêmio Honorário para Produtos de Robótica ou Drones, mas que agora não poderia nem expor o aparelho na feira, que ocorre até sexta-feira (11) em Las Vegas, nos Estados Unidos.

“Um mês depois [da comunicação do prêmio], nossa empolgação e preparativos foram interrompidos quando fomos inesperadamente informados de que os administradores do CES e do CTA estavam rescindindo nosso prêmio e, subsequentemente, que não seriamos permitidos mostrar Osé, ou mesmo expor na CES 2019”, escreveu.

Segundo a CTA, o produto foi vetado por ser considerado “imoral, obsceno, indecente ou profano”. “Serão desqualificadas as inscrições consideradas pela CTA, a seu exclusivo critério, como imorais, obscenas, indecentes, profanas ou não, de acordo com a imagem da CTA. A CTA reserva-se o direito, a seu exclusivo critério, de desqualificar qualquer inscrição a qualquer momento que, na opinião da CTA coloque em risco a segurança ou o bem-estar de qualquer pessoa, ou não cumpra estas regras oficiais”, justificou.

Questionada ainda sobre o fato de não poder ao menos apresentá-lo na feira deste ano, a CTA informou que o eletrônico “não se encaixa em nenhuma categoria de produto” e que havia sido “um erro” tê-lo aceito pela comissão julgadora.

Lora DiCarlo denuncia machismo

A Lora DiCarlo, empresa que criou o vibrador, é composta majoritariamente por mulheres. Foto: shutterstock

Para a CEO da marca, considerada uma startup movida por mulheres, a atitude foi machista porque em 2018, “uma boneca sexual literal para homens foi lançada no andar da CES”. Além disso, ela ressalta que uma empresa de pornografia de realidade virtual marca presença na feira em diversos anos, “permitindo que os homens assistam à pornografia em público enquanto os consumidores caminham”.

“Parece que a administração da CES/CTA aplica as regras para companhias e produtos com base no gênero de seus consumidores. A sexualidade de homens é permitida e pode ser explicitada com um robô sexual na forma de uma mulher com proporções não realistas e realidade virtual pornô. A sexualidade feminina, por outro lado, é pesadamente silenciada, quando não banida”, declarou Lora, acusando o evento de machismo .

No entanto, em edições passadas, como em 2016, a CES já havia permitido a participação de produtos como o OhMiBod, um vibrador que emitia vibrações no ritmo da música tocada no iPad da usuária. O item, inclusive, está presente no evento este ano, em um novo modelo com controle remoto.

Um dia após a postagem da carta aberta publicada pela startup, a CTA anunciou um investimento de US$ 10 milhões para “empresas de capital de risco e fundos focados em mulheres, pessoas de cor e outras startups e empreendedores sub-representados”.

Conheça o vibrador

Denominado como “o primeiro dispositivo de mãos livres do mundo para o santo graal dos orgasmos”, Osé é o único produto projetado para orgasmos combinados sem que a pessoa precise utilizar as mãos – “porque há melhores usos para elas”.

“Nossa equipe, quase inteiramente feminina, de engenheiras, está desenvolvendo uma nova tecnologia microrobótica que imita todas as sensações de boca, língua e dedos humanos, para uma experiência que pareça com um parceiro real. (…) Estamos falando de robótica verdadeiramente inovadora”, afirma Lora.

Não há necessidade de vibrações e dessensibilizantes e a tecnologia garante que o sex toy se flexione e se adapte ao seu corpo para atingir todos os pontos certos.

Ao prometer um orgasmo combinado, que é um orgasmo clitoriano e g-spot (vaginal), o vibrador promete atingir esses dois pontos exatamente da maneira correta, “o que, muitas vezes, nem mesmo o seu parceiro consegue fazer”, ressalta a fabricante.

Ig

 

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