Finanças

Gastos de brasileiros no exterior sobem para US$ 1,3 bilhão, diz Banco Central

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Os gastos de brasileiros em viagem ao exterior chegaram a US$ 1,330 bilhão em setembro. Esse foi o maior valor para o mês desde setembro de 2017, quando ficou em US$ 1,716 bilhão. No mesmo mês de 2018, as despesas somaram US$ 1,189 bilhão. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (24), em Brasília, pelo Banco Central (BC).

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o resultado de setembro interrompe uma trajetória de redução das despesas em viagens registradas nos meses anteriores. “Mas isso não necessariamente indica uma tendência”, disse.

Neste mês, até o último dia 22, esses gastos chegaram a US$ 1,038 bilhão. Rocha ressaltou que, em nove meses do ano, esses gastos com viagens chegaram a US$ 13,344 bilhões, valor inferior aos US$ 13,875 bilhões, em igual período de 2018.

As receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil totalizaram US$ 391 milhões no mês passado e US$ 4,529 bilhões em nove meses, contra US$ 373 milhões e US$ 4,513 bilhões, respectivamente, nos mesmos períodos de 2018. Com isso, a conta de viagens, formada pelas despesas e as receitas, fechou setembro negativa em US$ 938 milhões e nos nove meses do ano com déficit de US$ 8,814 bilhões.

Contas externas

As viagens internacionais fazem parte da conta de serviços das transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países.

Em setembro, as transações correntes ficaram deficitárias em US$ 3,487 bilhões e acumularam US$ US$ 34,055 bilhões nos nove meses do ano, contra US$ 194 milhões e US$ 18,566 bilhões, respectivamente, em iguais períodos de 2018.

De acordo com Rocha, o aumento do déficit em transações correntes de US$ 3,3 bilhões, em setembro deste ano, contra igual mês de 2018, é explicado pelo menor superávit comercial, que também faz parte das transações correntes.

Nesse período, explicou Rocha, o superávit comercial se reduziu US$ 3 bilhões. “O restante [do aumento do déficit] é explicado por serviços e renda primária”, disse.

Em outubro, o Banco Central espera por continuidade do aumento do défícit em transações correntes, também por conta do menor superávit comercial. A previsão de resultado negativo do BC é US$ 5,8 bilhões, contra o déficit de US$ 540 milhões em outubro de 2018.

O BC também projeta que o investimento estrangeiro direto no país deve chegar a US$ 7,2 bilhões. Até o último dia 22, esses investimentos somaram US$ 5,727 bilhões.

Rocha disse ainda que a aprovação da reforma da Previdência e o leilão da cessão onerosa são favoráveis para a entrada de investimentos estrangeiros no país. Segundo ele, com a reforma, fica “mais perto do momento em que a dívida pública vai se estabilizar”, como resultado do crescimento em menor ritmo dos gastos do governo com a Previdência.

“A reforma da Previdência é entendida como uma mudança na trajetória fiscal do país prevista para os próximos anos. Com isso, vai ter uma perspectiva de situação fiscal mais sob controle, o que é favorável para investimentos estrangeiros”, explicou.

“No caso da cessão onerosa, temos uma perspectiva de ingressos de investimentos estrangeiros significativos”, afirmou.

Agência Brasil

 

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Diversos

Gastos de brasileiros no exterior registram menor nível em 28 meses

Pixabay

Os gastos de brasileiros no exterior recuaram 14% em setembro na comparação com agosto e atingiram o menor patamar desde maio de 2016: R$ 1,189 bilhão, de acordo com dados do Banco Central, divulgados nesta quinta-feira (25).

No acumulado de janeiro a setembro também houve queda. Foram gastos US$ 13,87 bilhões neste ano, contra US$ 14,14 bilhões no ano passado.

Por outro lado, os estrangeiros que visitaram o Brasil em setembro deixaram US$ 373 milhões em gastos no território nacional: o menor nível registrado desde junho de 2010.

O saldo da balança de turismo — diferença entre o que os brasileiros gastaram no exterior e o que os estrangeiros deixaram no Brasil — ficou negativo em US$ 9,36 bilhões, entre janeiro e setembro.

O real enfraquecido em relação a moedas como dólar, euro e libra prejudicou viajantes brasileiros que fizeram viagens internacionais desde o fim de abril, quando o cenário eleitoral começou a gerar incertezas no mercado financeiro.

O chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, explica que “as despesas com viagens são bastante sensíveis à taxa de câmbio”. “Os gastos em setembro deste ano foram os menores desde maio de 2016. O câmbio médio em setembro ficou em R$ 4,12, ante R$ 3,13 em setembro do ano passado”, explicou.

O dólar chegou a registrar o maior valor desde a criação do Plano Real (R$ 4,19), no dia 13 de setembro.

O balanço das contas externas — que inclui comércio exterior, investimentos, transportes e outras despesas — ficou positivo em US$ 32 milhões no mês passado.

No acumulado entre janeiro e setembro, o saldo está negativo em US$ 7,43 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit era de US$ 2,74 bilhões.

R7, com Estadão

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