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Crise é pior que a de 2018 e não vamos recuar, diz líder de caminhoneiros sobre greve na próxima semana

 Foto: Twitter / Reprodução

Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes da greve de 2018 dos caminhoneiros e que segue como representante da categoria, afirma que não há chance de recuo em relação à paralisação marcada para segunda-feira (1º) se não houver sinalização do governo Jair Bolsonaro sobre mudança na política preços de combustíveis por parte da Petrobras.

Nesta segunda-feira (25), em movimentação contrária, a Petrobras anunciou novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A gasolina subirá 7% e o diesel, 9,1%. Segundo a estatal, os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio.

No domingo (24), Bolsonaro disse que não interferirá na tabela de preços.

“Isso mostra um andamento totalmente contrário àquele pelo qual estamos lutando. Estamos brigando por estabilidade no combustível, no gás de cozinha, para colocar em vigor leis já aprovadas, e é isso que a Petrobras faz”, diz Chorão à reportagem.

“A cada dia a paralisação ganha mais força. E esse aumento de agora afeta também com quem trabalha diretamente com combustível, como motoristas de aplicativos. Também estou conversando com eles para envolver os demais setores na mobilização”, acrescenta.

“O governo, principalmente o ministério da Economia, está trabalhando para os acionistas. Sem preocupação em criar um colchão, um fundo de estabilidade”, afirma Chorão.

A reunião que estava originalmente marcada para quinta-feira (28) foi desmarcada pelo governo federal. Os caminhoneiros dizem não ter nova previsão de encontro.

Chorão diz que a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), da qual é presidente, não recuará em relação à paralisação, e que tem certeza de que outras associações também não, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL).

“Se até o dia 31 o governo não sinalizar com alguma coisa concreta para a categoria, a paralisação está mantida. Quero ver o que o governo vai falar com esse novo aumento. É muito fácil o chefe da nação fazer uma live e dizer: ‘olha, estou conversando, acionando ministério da Economia, o presidente da Petrobras, vamos buscar uma solução’. Mas não, fala que vai ter mais aumento e não vai interferir”, acrescenta.

Chorão diz que Bolsonaro entra em contradição com essas falas, relembrando de quando o presidente decidiu demitir Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras, em fevereiro, após seguidos reajustes nos combustíveis e pressão dos caminhoneiros.
“Ele está sendo contraditório em relação ao que ele mesmo dizia. Tanto na campanha como na demissão do Castello Branco”, conclui.

O Tempo

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Economia

Líder de caminhoneiros cobra reajuste de 30% a 35% na tabela de frete

Governo federal decidiu suspender a tabela com o preço mínimo para os fretes publicada na semana passada Foto: Arquivo- Agência O Globo

A suspensão da nova tabela de valor mínimo do frete elaborada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres ( ANTT ) é positiva, mas não resolve a insatisfação dos caminhoneiros , segundo Wanderlei Alves, conhecido como “Dedeco”, uma das lideranças da categoria. Segundo ele, é preciso que os valores que constam da tabela, que foi suspensa nesta segunda-feira, sejam acrescidos de um percentual entre 30% e 35% para que os caminhoneiros sejam minimamente remunerados. No fim de semana, já circulava a informação de que o governo pretendia cancelar a nova tabela de frete , que entrou em vigor no sábado.

Essa questão será discutida na próxima quarta-feira com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Na sexta-feira, diante da possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros, Tarcísio de Freitas já havia informado que iria receber lideranças dos caminhoneiros nesta semana. Nesta segunda, foram registradas paralisações de caminhoneiros na rodovia BR-116, em Governador Valadares (MG), e em rodovias de estados do Nordeste, como Pernambuco, Ceará e Paraíba, de acordo com informações da liderança.

—Já sabíamos que a nova tabela seria suspensa. Agora, é preciso discutir os novos valores, já que os atuais só preveem o custo dos caminhoneiros. É preciso acrescentar percentuais entre 30% e 35% para que os caminhoneiros tenham uma remuneração mínima. Isso não foi levado em conta pela Esalq-Log, que elaborou os valores. A categoria está revoltada e nesta segunda houve paralisações em rodoviais. Meu medo é que, até quarta-feira, esse movimento cresça — explicou Dedeco ao GLOBO.

O representante da categoria afirmou que, embora tenha havido uma audiência pública para que os valores do frete mínimo fossem discutidos, ele pessoalmente não participou das conversas. Segundo ele, a Esalq já tinha os valores pré-estabelecidos e, na avaliação dos caminhoneiros, eles não iriam satisfazer os anseios da categoria.

—Recusei participar da audiência pública. A Esalq já tinha os valores definidos. A nossa remuneração não foi levada a sério na elaboração da tabela — diz Dedeco.

Ministro pego de surpresa

Ele afirma que o próprio ministro Tarcísio Freitas foi pego de surpresa pelos valores da resolução e, por isso, decidiu suspender a nova tabela e reabrir diálogo com a categoria. Dedeco afirmou que a linha do BNDES anunciada pelo governo no início do ano, e que prevê crédito aos caminhoneiros para manutenção dos veículos, ainda não entrou em vigor.

— Não saiu nada ainda. A linha prevê cobertura de custos de manutenção com os veículos. Mas os valores máximos oferecidos não são suficientes. A linha prevê no máximo R$ 30 mil. No mês passado, eu gastei R$ 56 mil para retificar o motor — diz Dedeco.

Outra reivindicação da categoria é a criação de um documento chamado de Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot). Uma parte dos caminhoneiros avalia que a emissão desse documento vai permitir que o governo fiscalize as transportadoras que estiveram pagando valores de frete abaixo do mínimo. Mas Dedeco discorda dessa medida.

— Não acho que a fiscalização deva ficar com o governo. Em nenhum lugar do mundo isso acontece. É o próprio caminhoneiro que deve denunciar a empresa que não estiver pagando o mínimo. É simples — diz ele.

Segundo ele, vários grupos de WhatssApp foram criados e neles é fácil perceber o descontentamento da categoria com os valores da tabela de frete publicada na semana passada. As poucas paralisações em rodovias nesta segunda-feira são um sinal de que a categoria está revoltada, avalia Dedeco.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. BG
    Publique o pronunciamento do ex-ministro Osmar Terra sobre o Corona virus. O homem é da área e entendo do assunto, inclusive foi ministro do pt na grave gripe H1N1.

  2. Passarinho me disse que o bozo quer acabar com os grupos de zap zap dos caminhoneiros pra eles perderem a capacidade de mobilização, é a cobra provando do seu próprio veneno.

  3. Só a categoria não aceitar fretes que não compense, determinei entre eles o preço mínimo do KM rodados e se arroxem dm não aceitarem menos. Nunca vi um padeiro vender pão com prejuízo deixando de repassar o aumento do trigo

  4. Tem q acabar com fgts, decimo terceiro, ferias, e o salario minimo. O deus mercado vai regulamentar tudo. Inclusive o frete. Livre mercado. Concorrência. Capitalismo. Chega de comunismo. Ne isso? Menos Estado.

  5. O Transporte Ferroviário é a solução pra essa bagunça,o brailsiero vai ficar dependendo de um transporte rodoviário caríssimo e ineficiente???….So no Brasil mesmo !!!!

  6. Frete tabelado? Viva o livre mercado, tão alardeado pelos minions! Livre mercado para os outros!

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