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UFC 173: Barão assume pressão por manter Brasil no topo; confira entrevista com a Veja

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Campeão do UFC na categoria peso-galo – e terceiro melhor lutador da companhia na atualidade –, o potiguar Renan Barão vai defender seu cinturão pela segunda vez bastante consciente de suas responsabilidades. Dias antes de iniciar a preparação final para o embate contra o americano TJ Dillashaw – a luta acontece em 24 de maio, no MGM Grand, em Las Vegas, nos Estados Unidos –, Barão comentou a pressão de ser um dos dois brasileiros a permanecer no topo do principal torneio do MMA do mundo (o outro brasileiro campeão, José Aldo, detém o título peso-pena desde 2009). Sem perder seu jeito tímido, o lutador de 27 anos admite o desejo de se tornar um astro do esporte e chegar perto do patamar alcançado por Anderson Silva, o grande embaixador do UFC no país.

Em evento promocional do UFC 173 em São Paulo, nesta quarta-feira, Barão falou sobre a rivalidade entre brasileiros e americanos, mas preferiu minimizar a rixa entre sua academia, Nova União, e a Alpha Male, da qual fazem parte Urijah Faber (batido por ele no UFC 169, em fevereiro) e TJ Dillashaw – apesar do ótimo retrospecto da equipe brasileira, que venceu as quatro lutas disputadas contra o time americano. O campeão não se intimidou com as provocações do oponente às vésperas da luta e confessou que prefere “sair na porrada” com atletas estrangeiros a lutar com compatriotas.

O fato de o Júnior Cigano e o Anderson Silva terem perdido seus cinturões no ano passado aumenta a responsabilidade sua e do José Aldo de manter os títulos que restaram no nosso país? Sim, totalmente. A gente sempre tenta assumir essa responsabilidade. Não que isso mexa com nosso psicológico, mas a gente sempre pensa nisso, não só em nome do Brasil, mas da nossa equipe, nossa cidade, nossos amigos, as pessoas que sempre nos apoiam.

Os outros recentes campeões do país – Aldo, Cigano e especialmente Anderson Silva –, tornaram-se grandes astros do esporte e levam uma vida de celebridade. Você parece ser um cara mais tímido. Você tem o objetivo de se tornar um grande ídolo nacional? Com certeza. É o nosso trabalho, a gente lutou muito para conseguir isso, então é sempre bom estar na mídia e receber a atenção dos fãs. Aumentou muito o assédio depois do cinturão, as pessoas pedem para tirar foto. Eu gosto. A gente sempre trabalhou para isso.

Sua academia, a Nova União, venceu os quatro confrontos que fez contra a Alpha Male, equipe do Urijah Faber, da qual o TJ Dillashaw faz parte. É verdade que existe uma certa rivalidade entre as duas equipes? Não. Por mim, não existe rivalidade nenhuma.  Mas a equipe do Faber é uma das melhores do mundo, estão se credenciando cada vez mais a disputar o cinturão, e é por isso que a Nova União e Alpha Male estão se batendo várias vezes. Mas nenhuma academia tem dois cinturões como a nossa.

Se não existe uma rivalidade entre as academias, pode-se dizer que exista uma rixa entre brasileiros e americanos? Como você vê as constantes polêmicas envolvendo o Chael Sonnen e os atletas daqui? Realmente, tem alguns americanos que falam demais, principalmente o Sonnen, que vive tentando se promover em cima disso. Mas a relação é totalmente profissional. Eles me respeitam e eu respeito eles. E lá em cima a gente sai na porrada, sem problemas.

Seu adversário seria o brasileiro Raphael Assunção, mas por um problema na costela, ele teve de desistir da luta. Você prefere lutar com um estrangeiro ou é indiferente? Acho que sim, melhor lutar com caras de outra nacionalidade. Não é por nada, é que a gente prefere não ter que bater em um compatriota, um parceiro. Mas se tiver que lutar, eu entendo, todos querem ter a chance de realizar seus sonhos. O Raphael estava merecendo, porque ganhou várias lutas consecutivas e vinha pedindo essa luta há bastante tempo. Mas se fosse para escolher, preferia sair na porrada com um estrangeiro (risos).

Mas existe algum brasileiro contra quem você jamais lutaria? Com certeza, eu não lutaria com ninguém da minha equipe.

Falando especificamente sobre seu adversário, TJ Dillashaw: você já definiu uma estratégia para vencê-lo? Quais são os pontos fortes dele? Assisti às lutas dele, sei que é um cara duro, que conquistou grandes vitórias. Ele tem um bom wrestling, é o seu ponto forte, mas também está melhorando cada vez mais na luta em pé. Estamos montando uma estratégia, e vamos ver na hora o que vai acontecer.

As declarações dele, de que seria melhor lutador que você e que uma luta de cinco rounds te prejudicaria, te incomodaram? Não, tranquilo. Quem tem boca fala o que quer e na hora da luta, quando trancarem a gente, vai ser só eu e ele. Quem fala demais, tem que fazer demais.

Hoje você é o terceiro colocado no ranking peso-por-peso do UFC. Você tem o sonho de, um dia, ultrapassar o Aldo? Não, não tenho esse objetivo. O Aldo é meu parceiro, meu irmaozão. Se eu ficar em segundo atrás dele já está bom (risos).

Veja

 

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