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Pesquisa identifica perfil da mulher no mercado de trabalho de Natal; confira

21827Levantamento inédito realizado entre outubro de 2014 e abril de 2015 ouviu 2.279 mulheres em idade economicamente ativa nas quatro regiões da capital potiguar

A secretária municipal de políticas públicas para mulheres (Semul), Aparecida França, apresentou, na manhã desta terça-feira (07) no auditório do CREA, os resultados de um diagnóstico que aponta a situação da mulher no mercado de trabalho de Natal. Realizado em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, a pesquisa ouviu 2.279 mulheres economicamente ativas – até 65 anos de idade, nas quatro regiões administrativas da cidade do Natal, no período de outubro de 2014 a abril de 2015.

Com um questionário estruturado com 44 questões objetivas, foram levantadas informações socioeconômicas e da vida pessoal, familiar, a situação atual de trabalho, qualificação e capacitação, áreas de interesse para cursos, além do conhecimento que as mulheres detêm sobre a Semul.

A pesquisa, inédita no município, traça o seguinte perfil da mulher que já está inserida no mercado (1.257 entrevistadas – 51,3%): a maioria é solteira (44%), tem entre 26 e 35 anos (20%), tem filhos (72%), ultrapassou o Ensino Fundamental (69%), é proveniente de escolas públicas e tem renda familiar entre um e quatro salários mínimos (87,2%). A maior parte trabalha entre 30 e mais de 40 horas semanais (71,4%) e tem carteira assinada (36,2%). O grupo das autônomas vem em seguida, com 33,8%.

Com relação ao salário que recebem, 44% não se sentem recompensadas financeiramente diante de seu desempenho profissional, 40% consideram que não há diferença entre o salário que recebem em relação ao dos homens no mesmo cargo e 59% se consideram bastante preparadas para a função que exercem. Porém, entre as mulheres inseridas no mercado de trabalho, 57,82% informaram que nunca receberam qualificação para seu ingresso.

Entre as entrevistadas, 1.022 responderam que não trabalham (41,2%). Entre estas, o resultado da pesquisa apontou o seguinte perfil: a maioria (56,6%) tem entre 26 e 55 anos, 54% são solteiras, 42% não chegaram a concluir o Ensino Fundamental, 86% estudaram em escolas públicas, 47% têm filhos. A maioria (43,4%) se diz despreparada para o mercado de trabalho e 87% se dizem carentes de formação e qualificação.

As principais áreas de interesse para qualificação entre as mulheres desempregadas estão gestão/administrativo, alimentação/culinária, saúde, beleza, comércio e idiomas. Coincidentemente, estas também são as principais áreas de interesse de qualificação das mulheres já inseridas no mercado de trabalho. “Percebemos que tanto as mulheres que estão empregadas quanto as que estão desempregadas demonstram interesse em se preparar melhor para se colocar no mercado de trabalho, e a necessidade de se qualificar na área de gestão prova que elas têm um perfil empreendedor que precisa ser valorizado”, avalia Aparecida França.

A Semul pretende utilizar os dados da pesquisa para embasar as futuras ações e projetos que for desenvolver visando à qualificação e colocação das mulheres no mercado, uma das atribuições da Secretaria, cuja missão é “atuar para a conquista da equidade de gênero em todos os âmbitos da sociedade, promovendo a garantia e a ampliação dos direitos da mulher para uma vida de boa qualidade”. A intenção é que essas informações possam também ser utilizadas pelos órgãos públicos e entidades civis que têm a mulher como foco para suas ações.

“A autonomia financeira da mulher é um dos pontos mais importantes para que se quebre o ciclo da violência doméstica a que muitas mulheres são submetidas, o que explica, em parte, a permanência delas junto ao agressor, por serem dependente economicamente dele”, aponta Aparecida França.

A pesquisa também avaliou a percepção das mulheres em relação ao preconceito de gênero no mercado de trabalho. Mais da metade acredita que o tipo mais grave de preconceito existente é o contra a mulher, e que, por ser mulher é discriminada no mercado de trabalho.

Confira a pesquisa completa aqui

Opinião dos leitores

  1. Só para não cair no lugar comum de toda atividade de secretaria sem expressão ou utilidade: e agora vão fazer o que com os dados dessa pesquisa?

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