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Número de empregados domésticos registra maior alta desde 2015

Babá com crianças na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Foto de Márcia Foletto / Agência O Globo

O número de empregados domésticos registrou em outubro a maior alta em quase dois anos. Segundo dados divulgados pelo IBGE, a categoria cresceu em 177 mil trabalhadores, acréscimo de 2,9% em relação ao trimestre encerrado em julho, o último comparável com o dado de outubro. O contingente de domésticos chegou a 6,3 milhões de brasileiros. Foi o maior avanço nesse tipo de comparação desde dezembro de 2015, quando o aumento foi de 4,4%.

Na avaliação do coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, o avanço do emprego doméstico é mais um traço do aumento da informalidade, uma característica da recuperação gradual do mercado de trabalho em 2017. Embora a lei exija o registro desses empregados, o setor ainda é marcado por forte informalidade. O trabalhador doméstico tem o menor rendimento entre todas as categorias pesquisadas pelo IBGE. Em outubro, estava em R$ 843, menos que o salário mínimo (R$ 937).

— O trabalho doméstico aumentou. Essa é outra forma de inserção no mercado informal (além do emprego sem carteira assinada e do trabalho por conta própria). Pode acontecer por falta de opção — avalia Azeredo.

Para se ter uma ideia, o rendimento médio do doméstico equivale a cerca de 42% dos ganhos do empregado com carteira, estimado em R$ 2.048 para outubro. A maior renda é a dos empregadores, que recebem em média R$ 5.492. Segundo o IBGE, o avanço do emprego doméstico se soma ao avanço de outras formas de inserção pela informalidade, como o trabalho por conta própria, que avançou 1,4% (326 mil pessoas) em outubro frente a julho, e o emprego sem carteira, cujo contingente de trabalhadores cresceu 2,4% (254 mil pessoas).

— É o primeiro momento da retomada. É aguardar para ver até quando essa expansão da informalidade vai se dar e quando o emprego com carteira vai começar a mostrar sinais de recuperação. Até o momento não temos nenhum sinal da recuperação de postos com carteira assinada no mercado de trabalho brasileiro. Para isso, é preciso movimentar construção, a grande indústria, que são os grandes portais para inserção desses trabalhadores.

O Globo

 

 

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