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Oumuamua: cientistas têm nova teoria sobre objeto interestelar misterioso antes visto como cometa

Foto: William Hartmann/Reprodução

Um mensageiro vindo de um planeta de outro sistema solar. É isso o que pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, concluíram sobre o misterioso objeto interestelar Oumuamua — que significa “mensageiro” em havaiano.

O que antes acreditavam ser originário de um cometa, agora é provavelmente um pedaço de um planeta semelhante a Plutão. “Em muitos aspectos, Oumuamua lembrava um cometa, mas era peculiar o suficiente de modo que o mistério continuava e a especulação rolava solta”, diz o astrofísico Steven Desch, professor na Escola de Exploração Da Terra e do Espaço da universidade, em comunicado.

Desch e seu colega Alan Jackson, também astrofísico, descobriram vários elementos do misterioso objeto que diferem de características típicas de um cometa, como sua velocidade e tamanho. O objeto entrou mais lentamente no nosso Sistema Solar do que o esperado para um cometa, além de sua forma — parecida com uma panqueca — ter se mostrado mais achatada do que qualquer objeto que já entrou no nosso “território”

Os pesquisadores também constataram que o empurrão que Oumuamua sofreu para longe do Sol — um “efeito foguete” que ocorre quando a luz solar vaporiza os gelos que compõem um cometa — foi mais forte do que o comum. Ele também não tem em sua composição o gás visivelmente representado pela cauda de um cometa.

As descobertas, publicadas nesta terça-feira (16) no Journal of Geophysical Research: Planets, levaram os astrofísicos à conclusão de que o objeto, embora muito similar a um cometa, não se aproximava de qualquer corpo deste tipo já observado no Sistema Solar.

Verdadeira origem

A associação a Plutão deve-se a um gelo identificado na formação do Oumuamua: o nitrogênio sólido, encontrado na superfície do planeta-anão. “Concluímos que era possível existirem outros Plutões em outros sistemas com gelo de nitrogênio em suas superfícies, e um pedaço dele poderia ter entrado em nosso Sistema Solar”, explica Desch.

O nitrogênio congelado também pode explicar a forma incomum do objeto, segundo Jackson. “À medida que as camadas externas de gelo de nitrogênio evaporaram, a forma do corpo teria se tornado progressivamente mais achatada, assim como uma barra de sabão conforme as camadas externas são esfregadas durante o uso”, compara o pesquisador.

A estimativa é de que Oumuamua tenha perdido cerca de 95% de sua massa — ou seja, só restou uma lasca do objeto quando ele foi avistado no Havaí, em 2017.

Galileu

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Oumuamua: pesquisador de Harvard insiste que objeto interestelar é alienígena

REPRODUÇÃO DO OUMUAMUA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Em uma nova entrevista com o jornal israelense Haaretz, Avi Loeb, chefe do Departamento de Astronomia da Universidade de Harvard, defendeu sua hipótese de que o objeto interestelar conhecido como Oumuamua poderia ser uma sonda alienígena.

“Assim que sairmos do Sistema Solar, acredito que veremos muito tráfego”, ele disse. “Possivelmente nós receberemos uma mensagem dizendo: ‘bem-vindo ao clube interestelar.’ Ou descobriremos várias civilizações mortas, isto é, encontraremos seus restos mortais.”

Depois que os astrônomos encontraram Oumuamua, Loeb e um colega especularam que ele seria um mecanismo de propulsão chamado vela solar, o que poderia explicar sua estranha trajetória.

Outra descoberta foi que o brilho do objeto mudou quando ele girou, indicando que ele teria uma forma achatada parecida com um charuto ou até uma panqueca – geometria incomum para asteroides.

Uma tentativa de escutar sinais de rádio do misterioso corpo celeste veio à tona, mas Loeb insiste na possibilidade de que ele seja de origem inteligente. “Não temos como saber se é uma tecnologia ativa ou uma nave espacial que não funciona mais e continua a flutuar no espaço”, afirmou. “Mas se Oumuamua foi criado junto com uma população inteira de objetos similares que foram lançados aleatoriamente, o fato de descobrirmos isso significa que seus criadores lançaram um quatrilhão de sondas como esta para todas as estrelas da Via Láctea.”

Na entrevista, Loeb ainda sugeriu que o universo poderia estar repleto de sociedades alienígenas e que os cientistas deveriam se concentrar em encontrar evidências sobre elas.

“Nossa abordagem deve ser arqueológica. Da mesma forma que escavamos no solo para encontrar culturas que não existem mais, precisamos cavar no espaço para descobrir civilizações que existem fora da Terra”, ele declarou. “A busca por vida extraterrestre não é especulação. É muito menos especulativo do que a suposição de que há matéria escura no universo.”

Galileu

 

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