Política

Grupos de muçulmanos e judeus se unem em nota de repúdio a Bolsonaro

Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Grupos de judeus e muçulmanos mostraram que é possível colocar as diferenças de lado por uma causa comum. Dez grupos das duas comunidades assinaram juntos uma nota em oposição ao candidato à presidência Jair Bolsonaro. “Nossa bandeira comum, como muçulmanos e judeus é barrar toda forma de violência, de preconceito e qualquer outro elemento que dê base ao projeto fascista desse homem e de seus seguidores”, afirmam as duas comunidades no texto assinado em conjunto. Os quatro coletivos de muçulmanos e seis coletivos de judeus que assinaram juntos o documento representam cerca de 15 mil pessoas.

A muçulmana Regina Márcia Oliveira de Faria, membro do grupo “Muçulmanas contra o fascismo”, comemora a união:

“Somos, na grande maioria, brasileiras e brasileiros revertidos ao Islã. Registrar a nossa indignação com a realidade política e social a que estamos ‘submetidos’, é vital. Tão contundente quanto, nesse momento e a partir dele, somar em força e fé com a Comunidade Judaica que, de igual forma, não pode tolerar intolerância, desrespeito, formas e movimentos de separatismo e desigualdade. Juntamos forças e vamos juntos, por dias melhores a todas as criaturas. Particularmente, confesso uma enorme alegria nessa união de forças e coragem, junto às mulheres e homens da fé judaica.”

O judeu Michel Gherman, historiador e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudo Judaicos e Árabes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também foi um dos signatários do documento:

“O documento que une muçulmanos e judeus contra a candidatura da extrema-direita no Brasil representa o vínculo que esses dois grupos têm com a tolerância religiosa e com a necessidade de manter o diálogo e não embarcarmos num caminho sem volta para a intolerância e o fascismo. Judeus e muçulmanos do Brasil estão comprometidos com uma sociedade plural, mais justa e democrática. Ambos os grupos, com todas as suas contradições e questões, estão comprometidos na luta contra a candidatura da extrema-direita apresentada neste ano.”

JUDEUS E MUÇULMANOS UNIDOS: FASCISMO NÃO!

A cultura de tolerância religiosa é recente no Brasil. Nas raízes de nossa formação, encontra-se o massacre cultural imposto aos povos indígenas e africanos, obrigados a renunciar a suas crenças originárias e aceitar o poder dos senhores, aliados à estrutura da Igreja Católica. Com a tolerância advinda em meados do século passado, a partir do Concílio Vaticano II, uma nova onda de intolerância religiosa ganha ímpeto com o fanatismo de parte dos evangélicos neopentecostais, tendo como principais alvos as religiões de matriz africana.

Mesmo com os avanços legais que tornaram o Brasil um dos países mais avançados na criminalização do racismo e da discriminação religiosa, permanece em boa parte da sociedade brasileira o sentimento abafado do segregacionismo excludente. Na onda de ódio fomentada no país, nos últimos anos, a resistência cultural-religiosa desses povos passou a incomodar os setores de extrema direita, que passaram a ameaçar novamente a imposição de restrições às religiões não-cristãs, e a disseminar o medo.

Esse comportamento de uma parte da sociedade abre caminho ao cenário da ameaça fascista, solo fértil às hostilidades de raça, gênero e todas as demais discriminações sociais, hoje personificadas na figura de Jair Bolsonaro. Seu discurso deixa claro o intento de subjugar as minorias.

Os discursos de ódio, ironicamente, têm se aproveitado da liberdade de expressão, que não tem proteção contra a livre circulação de ideários fascistas.

Nós, muçulmanos e judeus, que conhecemos os horrores da islamofobia e do antissemitismo, temos a sensibilidade aguçada para perceber que, entre todas as barbaridades proferidas por este candidato, a mais emblemática, por atingir vários segmentos, foi a de que as minorias devem se curvar à maioria. Essa frase ecoa fundo no coração daqueles que sofrem diariamente a brutalidade do preconceito e da não aceitação, contrariando a nossa Constituição, que nos garante o direito de vivermos em um Estado Laico. As minorias religiosas se sentem ameaçadas em seus direitos à prática de seus cultos, e até mesmo, nas suas existências.

O discurso de ódio fomentou a união de muitos subsetores existentes nas mesmas minorias, e nos une contra o inimigo comum. Manifestamos o nosso mais profundo repúdio a todas as formas de intolerância que possam comprometer o convívio salutar dos cidadãos com todas as suas diferenças, sejam religiosas, de gênero, de cor ou de ideologia política. Ressaltamos que nossa luta não se restringe apenas à figura pessoal do candidato, mas a tudo que ele representa e todos os que reproduzem o seu discurso.

Nossa bandeira comum, como muçulmanos e judeus é barrar toda forma de violência, de preconceito e qualquer outro elemento que dê base ao projeto fascista desse homem e de seus seguidores.

Muçulmanos e judeus vão permanecer unidos depois das eleições de 2018. Nossa luta é perene, enquanto existirem nesse país sementes de fascismo, lá estaremos para tornar esse solo cada vez mais impermeável a esta ideologia.

ASSINAM ESTA NOTA PÚBLICA:

MUÇULMANOS CONTRA BOLSONARO

COLETIVO MUÇULMANAS E MUÇULMANOS CONTRA O GOLPE

MESQUITA SUMAYYAH BINT KHAYYAT – COMUNIDADE MUÇULMANA DE EMBU DAS ARTES-SP

MUÇULMANAS EM MANIFESTO CONTRA O FASCISMO

JUDEUS CONTRA BOLSONARO

FRENTE JUDAICA PARA OS DIREITOS HUMANOS

ARTICULAÇÃO JUDAICA

MERETZ BRASIL

MOVIMENTO DEA MULHERES “ME DÊ A SUA MÃO”

FORUM DE JUDEUS SIONISTAS-SOCIALISTAS PRÓ-PALESTINA

Época – O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Ora veja… Judeus e muçulmanos, além de serem isso mesmo (judeus e muçulmanos), também são simpatizantes dos petralhas?
    Talvez isso explique por que o Jardim de Alah é apenas um parque situado na divisa entre os bairros de Ipanema e Leblon.

  2. Muçulmano contra a violência é mesmo, convido eles a falar dos atos terroristas e d ódio do ISIS, xiitas e sunitas. Não vi e nem ouvi eles falarem nada.

  3. Judeu falar de racismo, não olham para o próprio umbigo. Vejá o que vcs fazem com os palestinos em gaza, mantém quase 2 DOIS MILHOES DE PESSOAS DENTRO DE UM CAMPO DE CONCENTRAÇAO EM PLENO SECULO XXI. CERCADOS POR PAREDOES DUPLOS DE MAIS DE 6MT, FOSSO, CERCA DE ARAME E SOLDADOS ARMADOS ATE OS D3NTES. Agora vem falar de racismo, se enxerguem bando de animais.

  4. Vai abrir uma igreja cristã no Irã ou Arábia Saudita, para vc ver o mói de cacete q vc vai levar. Uma religião intolerante, que não respeita a diversidade e quer impor os seus valores a todo custo. Tem coisa mais rídicula do que ver aquelas mulheres oprimidas, andando nas ruas parecendo um saco de lixo preto.

  5. Vai abrir uma igreja cristã no Irã ou Arábia Saudita, para vc ver o mói de cacete q vc vai levar. Uma religião intolerante, que não respeita a diversidade e quer impor os seus valores a todo custo. Tem coisa mais rídicula do que ver aquelas mulheres oprimidas, andando nas ruas parecendo um saco de lixo preto.

  6. Eu prefiro o "fascismo" de Bolsonaro do que o Comunismo dos PTralhas Guiness World "Maior Rede de Corrupção da História"

  7. Esses não representam a comunidade judaica! Jamais a CONIB – Confederaçao Israelita do Brasil assinou tal nota! Notícias fakes devem ser banidas da mídia!

  8. Os dois candidatos ao governo de São Paulo, Skaff e Dória vão declarar adesão a Bolsonaro se houver segundo turno.

  9. Judeus da UFRJ??? Ah ta. Maluco foi Lula que dividiu o país e deixou o povo brigando. Fascismo é o discurso de odio e mentira da esquerda.

  10. Esse 2 lados que infernizam o mundo com suas insanidades, sendo contra alguém, é porque esse alguém vai ser bom pra humanidade. Agora decidi, meu voto é de Bolsonaro.

    1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
      Os petistas continuam vendo seus líderes e dizendo que os outros fazem os desmandos que eles cometem, eita povo perdido e adoradores de corruptos e ditadores…

    2. Transforma mais o que em Afeganistão só se for lá na sua casa porque o Brasil já virou isso, e o PT assumir então, pode blindar a casa ….

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