Trânsito

Serviços como o UberPool estão piorando o trânsito, diz estudo

COM A EXPANSÃO DOS SERVIÇOS DE COMPARTILHAR VIAGENS, OS EFEITOS DE REDUÇÕES DE AUTOMÓVEIS E MOTORISTAS DIMINUEM (FOTO: FLICKR/ MARK WARNER/ CREATIVE COMMONS)

As opções de compartilhar corridas dos aplicativos de carona estão prejudicando o tráfego de cidades norte-americanas, apontou uma pesquisa. O relatório, feito pelo especialista em transportes, Bruce Schaller, ainda indicou que se a quantidade desses serviços não for reduzida, os municípios irão se tornais mais hostis para pedestres e ciclistas.

Schaller concluiu que apps como Uber e Lyft falharam na intenção de diminuir o número de carros e motoristas nas ruas. Na verdade, acabou atraindo um mercado diferente que compete com o transporte público, e o resultado é que há mais gente dirigindo do que nunca.

Para a análise, ele coletou dados de nove cidades dos Estados Unidos: Nova York, Los Angeles, Chicago, Boston, Washington, Miami, Filadélfia, São Francisco e Seattle.

O compartilhamento de viagens adicionou 5,7 bilhões de quilômetros de veículos em nove grandes áreas urbanas de Nova York ao longo de seis anos, registrou o estudo. E a tendência é que isso se intensifique à medida que a popularidade dos serviços aumenta. O relatório observou que as viagens totais na cidade aumentaram 72% de 2016 para 2017, e 47% em Seattle no mesmo período.

Schaller ainda sintetizou dados de oito cidades e no estado da Califórnia para concluir que 60% dos usuários teriam dirigido, andado ou pedalado, ou ficariam em casa se não fosse pela disponibilidade de serviços como Uber e Lyft. “São pessoas que saem do ônibus e do metrô para entrar em sedãs”, falou Schaller ao The Washington Post.

O especialista concluiu que, na medida em que os serviços de compartilhar viagens estão em expansão, os efeitos de reduções de automóveis e motoristas são insignificantes e o crescimento é insustentável.

Com base em um perfil médio do usuário desses serviços, o especialista também apontou que quanto mais os apps se assemelham ao trânsito, mais afastam os passageiros dos sistemas ferroviários e de ônibus urbanos. E isso resulta em um número crescente carros particulares para se locomover.

Jon Orcutt, porta-voz da Transit Center, organização de advocacia com sede em Nova York, disse que a culpa da piora do tráfego não recai sobre os usuários individuais por acharem os serviços mais atraentes, mas que o ônus recai sobre os governos locais e agências de trânsito. Para ele, não é coincidência que o crescimento explosivo das caronas tenha ocorrido em meio a colapsos do sistema de trânsito em várias grandes cidades.

Galileu

 

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