Política

Aécio rebate Dilma: ‘Tudo que contraria o PT é golpe’; Agripino fala em “vitimologia”

2015-829720243-2015070155544.jpg_20150701Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves – Givaldo Barbosa / Agência O Globo

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), rebateu nesta terça-feira as declarações da presidente Dilma Rousseff de que os setores da oposição que defendem o seu impeachment são “golpistas”. Para o tucano, quem recorre a um discurso golpista é o PT, com o objetivo de “constranger e inibir instituições legítimas”.

Aécio ironizou a fala da presidente: “Para o PT, se o TCU identifica ilegalidades e crime de responsabilidade nas manobras fiscais autorizadas pela presidente da República, trata-se de golpe. Para o PT, se o TSE investiga ilegalidades na prestação de contas das campanhas eleitorais da presidente da República, trata-se de golpe. Se a Polícia Federal e o Ministério Público investigam crimes de corrupção praticados por petistas, para o PT, trata-se de golpe. Tudo que contraria o PT, e os interesses do PT é golpe”.

No centro da pior crise de seu governo, Dilma concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em que afirma que “não vai cair” e rechaça a possibilidade de renunciar. “Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma”, disse.

Na avaliação do líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), a presidente “segue o script” daqueles que estiveram nos seus últimos dias de mandato e não tiveram a habilidade de construir uma transição. “Em vez de ter a estatura de estadista nesse momento de crise, ela se coloca em uma posição de desafio, como se fosse culpa da oposição o momento por que passa o país. Dilma adota uma postura imperial. Crime de responsabilidade fiscal? Golpe. Crime eleitoral? Golpe. Omissão como presidente do Conselho da Petrobras? Golpe. Então ela é imune a tudo?”, disse Caiado.

A postura da petista ainda foi classificada como “arrogante” pelo líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR). “A arrogância de Dilma, o apego ao poder, o desafio que faz à oposição e a afirmativa que não cai de jeito nenhum nos fazem voltar ao passado, quando Collor, o falso ‘caçador de marajás’, insistia em afrontar o Congresso e a sociedade diante o escândalo de corrupção que o atingia. E olha que agora a corrupção é infinitamente maior e está aliada ao caos administrativo que empurrou o país para uma grave crise econômica”, afirmou o deputado.

Para o presidente do DEM, senador José Agripino, Dilma fez declarações movidas a emoção.

— Foi uma entrevista movida a pura emoção. A presidente parece achar que a vitimologia será mais forte do que os argumentos jurídicos contidos nas ações que ela terá que enfrentar no Tribunal de Contas da União (TCU), na Procuradoria Geral da República (PGR) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — , disse ele, referindo-se a processos que investigam se a campanha dela à reeleição recebeu recursos do esquema de corrupção na Petrobras; no TCU ela pode ter as contas rejeitadas por conta das pedaladas fiscais do ano passado.

Candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, o senador disse que os partidos de oposição continuarão trabalhando para garantir a atuação das instituições, numa referência indireta ao TCU e apoio.

“Os partidos de oposição continuarão atentos e trabalhando para impedir as reiteradas tentativas do PT para constranger e inibir a autonomia e independência das instituições brasileiras”, diz o senador.

Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), acusou Dilma de não se comportar com a estatura que o cargo de presidente exige e de adotar uma “posição de desafio”.

— Dilma adota uma postura imperial. Crime de responsabilidade fiscal? Golpe. Crime eleitoral? Golpe. Omissão como presidente do Conselho da Petrobras? Golpe. Então ela é imune a tudo? Caso essa tese prevaleça, todo cidadão amanhã vai se embasar no cargo que ocupa para dizer que qualquer tentativa de buscar aquilo que a legislação determina, seja eleitoral ou fiscal, é golpe — disse Caiado.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), afirmou que não é oposição, mas o próprio PT, quem tem criticado o governo da presidente.

— A principal reclamação que ela tem que fazer é contra o partido dela mesmo, porque as piores derrotas no congresso têm sido provocadas pelo PT. Quem tem mais vocalizado a respeito do desempenho dela na Presidência não é a oposição. O ex-presidente Lula tem dado carga muito forte, criticando a conduta dela — afirmou.

— Os aspecto relativos à sua reeleição são de ordem legais. Quem questiona é o TCU, que tem uma composição não partidária. Não há o que questionar na posição do TCU porque ele está cumprindo com suas atribuições. Corre um processo no TSE sobre o que foi praticado de forma inadequada durante a eleição do ano passado — observou o líder.

2012-506064550-2012032740572.jpg_20120328O Senador José Agripino (DEM-RN) – Ailton de Freitas / Arquivo O Globo

— Antes de fazer um discurso público na linha da bravata, acho que a presidente deveria tentar serenar os ânimos do país, mostrar uma direção, porque, infelizmente, o quadro atual é de muita contestação do processo de reeleição dela e do desempenho dela como presidente, que não oferece perspectivas de longo prazo — concluiu.

Para o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), acredita que a Câmara precisa ter equilíbrio.

— A Câmara precisa exercer um papel de bombeiro e não de incendiário— disse.

Ele avaliou que o clima político está vinculado ao quadro econômico e, nesse sentido, é bom o governo apresentar medidas para melhorar a economia. Ele elogiou a Medida Provisória que será encaminhada ao Congresso e que permite a redução da jornada de trabalho e de salários.

Rosso elogiou a entrevista de Dilma e apontou uma mudança de espírito por parte da presidente.

— Quando ela diz que não vai cair, ela está convicta e tranquila sobre qualquer responsabilidade.

Para ele, a convenção do PSDB no fim de semana e declarações dos tucanos de que estariam prontos para assumir o poder fez com que Dilma reagisse.

O Globo e Veja

Opinião dos leitores

  1. Honoráveis integrantes nomes como Agripino Maia (DEM-RN), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Roberto Freire (PPS-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)?
    Não se vê a mesma divulgação, empenho e nenhuma prisão nos casos semelhantes de corrupção dos trens de São Paulo, por exemplo, ou no caso do chamado mensalão mineiro, ou mesmo das falcatruas praticadas pelo governo Aécio/Anastasia nas empresas estatais de Furnas e Cemig.
    Ressaltando que o que o PSDB chama de 'pedaladas' é um prática comum no setor público já tendo sido feito pelo ex presidente FHC; Em segundo que Aécio recebeu mais doações das empreiteiras do que Dilma e em terceiro que o parlamentar Tucano foi citado por Alberto Youssef como dono de uma diretoria em Furnas, durante o governo FHC, que pagava mesada de US$ 100 mil /mês a parlamentares.

  2. Agripino foi senador para ficar criticando ou trazer projetos em pro da população? Esse Agripino é cara de pau.

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