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Varejo potiguar vê vendas despencarem 5,4% em março, fazendo acumulado do ano cair para 3,8%‏

Depois de um primeiro bimestre pujante, com uma média acumulada de crescimento que bateu em 8,4%, o terceiro mês do ano foi de vendas ruins para o comércio potiguar. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 15.05, pelo IBGE, o Comércio Varejista Ampliado registrou queda de 5,4% nas vendas em março. Com isso, o primeiro trimestre do ano fecha com alta acumulada de 3,8%, muito abaixo dos 9% emplacados no mesmo período do ano passado.

A combinação de preços em alta; crédito mais caro; confiança do consumidor em baixa; aumento do endividamento e ainda o que os economistas chamam de “efeito-calendário”, foram determinantes para o resultado.

“Já fizemos alguns alertas para o momento de desaceleração que estamos vivendo no consumo. Estamos crescendo, mas em ritmo menor. E isto se deve a fatores como crédito mais caro, aumento do endividamento e preços em alta. Este resultado de março reflete este cenário. O número também foi fortemente influenciado pelo que chamamos de ‘efeito-calendário’. Alguns setores que têm grande peso na composição do varejo, como o de Supermercados e Hipermercados, sentiram a falta do movimento típico da Páscoa, que em 2013 aconteceu em março e este ano foi comemorada em abril. Além disso, em virtude do Carnaval, março de 2014 foi um mês com menos dias úteis”, explica o presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Fernandes de Queiroz.

Nos resultados de março sobre o mês anterior, três das dez atividades pesquisadas obtiveram resultados positivos para o volume de vendas com ajuste sazonal. Os resultados foram os seguintes: Móveis e eletrodomésticos (1,5%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,5%).

Já na relação março de 2014 versus março de 2013 (série sem ajuste), cinco das oito atividades do varejo apresentaram resultados negativos no volume de vendas. Por ordem de importância na formação do taxa global, as variações com impactos negativos foram as seguintes: -2,8% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -7,3% para Tecidos, vestuário e calçados; -3,8% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; -4,9% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; -8,2% em Livros, jornais, revistas e papelaria.

As variações positivas, também por ordem de importância, foram 9,6% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 4,0% para Combustíveis e lubrificantes; e 3,8% em Móveis e eletrodomésticos.

“Vamos aguardar os número de abril e verificar o impacto que a Páscoa teve sobre este segmento de Hipermercados e Supermercados. Ele será importante para o comportamento do varejo como um todo. Mas, de uma maneira geral, excetuando-se o esperado aumento de vendas com o fluxo turístico da Copa, este primeiro semestre tende a ser de vendas crescendo menos que no primeiro semestre de 2013”, ressalta Marcelo Queiroz.

INFORMAÇÃO ADICIONAL:

INDICADORES CRIAM AMBIENTE DESFAVORÁVEL AO CONSUMO

Nível de endividamento das Famílias cresce:

O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 62,3% em abril de 2014, aumento de 1,3 ponto percentual em relação aos números de março.

Além disso, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso apresentou pequena alta na comparação mensal, passando de 20,8% para 21,0% do total.  Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou em 6,9% em abril de 2014, ante 6,7% registrados em abril de 2013.

Preços também estão em alta:

O índice de inflação em março, medido pelo IPCA (oficial), ficou em 0,92%, o maior percentual para o mês desde 2003. No acumulado dos últimos doze meses, o índice fechou em 6,15%, acima da meta estipulada pelo governo, que é de 4,5% para doze meses.

Crédito mais caro

A taxa básica de juros está em 11% ao ano, ou 3,5 pontos percentuais maior que em abril de 2013. Claro que esta diferença impacta em todas as modalidades de crédito. A taxa de juros média para pessoa física, está hoje na casa dos 5,84% ao mês – ou 97,49% ao ano. Há um ano, esta mesma média estava na casa dos 5,43% ao mês (88,61% ao ano).

Opinião dos leitores

  1. Se as vendas já estão em baixa imagina na Copa do Mundo onde os lojistas na usura do lucro sequer vão permitir aos seus funcionários assistirem aos jogos que serão realizados em Natal. Em jogos do Brasil a liberação será apenas duas horas antes da realização do jogo. Vale lembrar que durante a Copa das Confederações no dia que houve jogo em Fortaleza o comércio fechou e foi decretado ponto facultativo.

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