Diversos

Um em cada dez detentos trabalha nos presídios do Brasil, diz estudo

Apenas 15% de presos são envolvidos em algum tipo de atividade laboral. Foto: Márcio Neves/R7

Há quatro anos, o estudante de direito Emerson Ramayana, de 39 anos, conquistou sua liberdade. Nesse mesmo período, ele evita utilizar o nome completo quando sai em busca de oportunidades de trabalho.

Isso porque Emerson cumpriu nove anos de pena, passou por quatro penitenciárias diferentes no estado de São Paulo e tem de enfrentar o estigma que ainda recai sobre egressos do sistema prisional no momento de voltar ao mercado.

Apesar disso, hoje ele trabalha e estuda na área em que gostaria desde os tempos da prisão.

Emerson fez parte dos 15% de presos envolvidos em algum tipo de atividade laboral dentro dos presídios — o equivalente a 1 em cada 10 do sistema prisional. De acordo com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, apenas 95.919 presos trabalham durante o cumprimento da pena do total de 726.712 detentos em todo o país. “É um percentual baixíssimo, que revela a falência do sistema como um todo”, diz Marina Dias, diretora executiva do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa).

A falta de oportunidades de trabalho faz com que, segundo a especialista, as pessoas privadas de liberdade se sintam ociosas. “Isso faz com que o ciclo de violência se perpetue e a estrutura precária favorece a atuação das organizações criminosas, que se aproveitam da ausência de condições para ‘garantir direitos’”, diz Marina. A Lei de Execução Penal, o trabalho de pessoas condenadas deve ter finalidade educativa e produtiva. As atividades podem ser realizadas dentro da prisão, no caso de presos provisórios e condenados, ou fora, no caso de condenados que já tenham cumprido pelo menos um sexto da pena total.

Emerson foi condenado a nove anos de prisão por assalto a mão armada. Antes de cumprir sua pena, porém, ficou dois anos no CDP (Centro de Detenção Provisória). “Lá, não tem trabalho para ninguém”, afirma. Depois, transferido para a penitenciária de Reginópolis, no interior do estado, começou a trabalhar na cozinha e na faxina. “Em 2018, recebia R$ 0,14 por mês porque os presos eram pagos a partir do rateio feito sobre a venda de hortifrútis. Depois chegou a R$ 1,49 por mês”, lembra.

A Lei de Execuções Penais prevê que o trabalho da pessoa privada de liberdade deve ser remunerado e o valor não pode ser inferior a três quartos do salário mínimo. No entanto, 75% da população prisional que trabalha não recebe remuneração ou recebe menos do que o determinado em lei. Quando as oportunidades de trabalho são oferecidas, os presos podem alcançar diversos benefícios dentro e fora da cadeia.

Um dos maiores benefícios, segundo a pesquisadora do Instituto Igarapé, Dandara Tinoco, é a remição da pena e a autonomia financeira desses indivíduos. A cada três dias trabalhados, o detento consegue reduzir um dia de sua pena. “O trabalho cria habilidade, fortalece a autonomia e a autoestima”, afirma Dandara. “Muitas pessoas deixam a unidade prisional sem ter dinheiro nem mesmo para o transporte.”

Números no Brasil

Os dados do Depen mostram que o estado com menor percentual de presos trabalhando é o Rio Grande do Norte, com 89 presos em atividades laborais, o que corresponde a 1%. No Rio de Janeiro, segundo dados obtidos pelo Instituto Igarapé, em uma pesquisa recém-divulgada, mostra que somente 1,7%, o que equivale a 872, de quase 52 mil presos estão trabalhando com remuneração. “As estruturas das penitenciárias não foram preparadas para receber empresas”, diz Ramayana. “Por isso, uma parte dos presos trabalha com faxina, na cozinha ou na enfermaria. Mas 90% dos presos ficam ociosos e acabam sendo arregimentados.”

Segundo a pesquisa, parte das pessoas privadas de liberdade em regime fechado prestam serviço dentro das próprias unidades prisionais, são os chamados “faxinas”. Existem também autarquias que fazem a mediação entre a empresa e a diretoria da unidade prisional. A diretoria seleciona uma lista de pessoas aptas ao emprego com base em critérios como interesse, comportamento e habilidades técnicas dos presos. A empresa também pode realizar seu próprio processo de seleção.

Um dos problemas é que, no Rio de Janeiro, por exemplo, somente um entre oito empregadores oferece capacitação juntamente ao emprego. “Não há monitoramento das iniciativas. E o mais importante é que as atividades tenham um acompanhamento”, diz Dandara. “Algumas empresas relataram que é preciso mais transparência para a contratação dos presos, elas relatam que desconhecem o processo.”

Os trabalhos com maior exigência intelectual não chegam a 5% das vagas. Depois de trabalhar em serviços gerais mais de quatro anos, Emerson passou a atuar, em junho de 2012, como monitor de biblioteca e escolas da penitenciária de Presidente Bernardes, em São Paulo. Como monitor, ele passou a receber entre R$ 300 a R$ 400 por mês. “Passei dois anos juntando para começar a estudar. Como vi muita opressão decidi começar a estudar direito”, afirmou.

Obstáculos

Quando deixou o sistema prisional, Emerson enfrentou diversas dificuldades para se recolocar. “Passava nas entrevistas, mas se eu colocasse meu nome completo, ninguém chamava”, diz. “Já cheguei a abrir contas, fazer exame admissional, mas não tinha título de eleitor por conta da condenação e quando me expliquei disseram que iriam entrar em contato e nunca mais ligaram.”

Dados do Depen mostram que em junho de 2016 existiam 726.712 vagas. “O olhar da maioria dos presos para o trabalho é muito positivo. Se houvesse vaga para todos, a maioria não iria reincidir.” Em São Paulo, a Funap (Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel) é quem faz a mediação entre a administração prisional e empresas públicas e privadas para a contratação dos presos.

De acordo com o diretor comercial Giovani Hernandes, a grande maioria das empresas contratam pessoas privadas de liberdade em regime semi-aberto. Entre os setores que mais contratam presos, estão as categorias de montadores (de papel, prendedores e sacolas), com 15 mil contratados, têxtil com 4.030 empregados e manutenção de praças, com 3.933. “Eles não têm muita escolha, a capacidade de acolher a oferta de trabalhos dele é baixa. Eles agarram a primeira coisa que aparece com unhas e dentes.”

Segundo Hernandes, os presos são escolhidos por questões de disciplina. Ao mesmo tempo em que o preso, existem alguns empecilhos para a instalação das empresas nos presídios. “As prisões do interior têm mais condições de instalar os ‘barracões’, mas não tem tantas empresas nas proximidades para enviar os presos”, afirma Hernandes. Ele diz ainda que é preciso conscientizar as companhias. Quando uma empresa contrata um preso, ela não tem encargos trabalhistas porque passará a pagar uma pessoa privada de liberdade.

Em 2018, segundo a Fundação, foram fechados 380 novos contratos e oferecidas 33 mil novas vagas. São 870 contratos no total, sendo 794 com empresas privadas e 76 com públicas. “Eles têm no trabalho uma das coisas mais importantes da vida porque além de ocuparem a mente, conseguem vislumbrar novas possibilidades e sustentar suas famílias até mesmo de dentro da prisão”, diz Hernandes. “Muitos nunca chegaram a trabalhar na vida.”

R7

 

Opinião dos leitores

  1. Tem que botar esses vagabundos pra trabalhar, é o pior castigo para o presidiário brasileiro, que prefere roubar e matar do que trabalhar duro…

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Geral

Justiça determina remoção de perfil no Instagram da filha do humorista Ceará a pedido do MP por suspeita de trabalho infantil

Foto: Manuela Scarpa/Brazil News

O humorista Ceará e a influenciadora Mirella Santos afirmaram que o Instagram da filha, Valentina Muniz, foi removido por ordem da Justiça a pedido Ministério Público sob suspeita de trabalho infantil.

O casal nega a acusação e diz que a conta era sempre monitorada e usada apenas para diversão, e que nunca houve monetização através do perfil. Segundo Mirella, o perfil caía e voltava desde o início do ano, e a família só soube do motivo após nova queda em 7 de setembro.

O perfil permanece suspenso enquanto os pais planejam recorrer judicialmente para reverter a situação.

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Geral

Trump dobra a aposta e ameaça Maduro: “dias contados” e ataque “em terra muito em breve”

Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a mirar o ditador venezuelano Nicolás Maduro e deixou claro que a paciência acabou. Em entrevista ao site Politico, nesta terça-feira (8), Trump disse que Maduro “está com os dias contados” e não descartou operações em solo venezuelano. Questionado sobre uma possível invasão, ele não confirmou — mas avisou: “vamos atingir eles em terra muito em breve”.

Trump reforçou uma acusação que repete desde a campanha: segundo ele, o regime chavista teria enviado milhões de imigrantes para os EUA, incluindo criminosos, traficantes e até pacientes de hospitais psiquiátricos. A afirmação, embora contestada, alimenta o debate mais quente da política americana hoje — a crise migratória na fronteira.

O republicano também voltou a atacar o ex-presidente Joe Biden, dizendo que a antiga gestão “abriu as portas” para a entrada de criminosos.

Segundo Trump, há estrangeiros tão perigosos que os EUA evitam até deportar, porque “eles sempre dão um jeito de voltar”. Para ele, muitos são “assassinos de sangue frio” liberados graças à fragilidade das políticas democratas.

A tensão entre EUA e Venezuela cresce num momento em que a ditadura de Maduro segue isolada internacionalmente, e a oposição tenta sobreviver em meio à repressão.

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Economia

Indústria do RN despenca em outubro — e o vilão é o setor de combustíveis mais uma vez

Foto: Arquivo/Agência Brasil

A indústria potiguar voltou a tomar fôlego curto em outubro: depois de dois meses de crescimento, o RN registrou uma queda pesada de 9,5% na produção, segundo o IBGE. O principal responsável pelo tombo é o velho conhecido setor de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, que derreteu 27,6% e segue puxando para baixo o desempenho do estado ao longo de 2025.

Apesar da crise no segmento de combustíveis — que tem enorme peso no RN — todos os outros setores avançaram. A indústria extrativa cresceu 7,1%, alimentos subiram 6% e o destaque nacional ficou para a confecção, que explodiu 110,2% em outubro, o maior crescimento do Brasil. O salto, segundo o IBGE, ocorre por causa da base fraca de 2024 e do aumento na produção de bermudas, shorts, camisas e peças femininas.

Mesmo com alguns segmentos reagindo, o acumulado do ano continua no vermelho: de janeiro a outubro, a indústria do RN caiu 12,7%. O setor de combustíveis sozinho amarga retração de 23,8%, enquanto extrativas (+13,3%), vestuário (+37,9%) e alimentos (+5,6%) tentam segurar a barra.

No recorte de 12 meses, o cenário se repete: crescimento em quase tudo, menos no setor que mais pesa. Combustíveis seguem afundando — queda de 21,3% — e arrastam o resultado geral da indústria, que recua 11,9%. Mais um mês em que o RN mostra força no que cresce, mas sente o baque no setor que deveria ser motor econômico.

 

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Política

Flávio crava 2026: “Candidatura é irreversível” — e Bolsonaro manda recado a Tarcísio

Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro confirmou, nesta terça-feira (9), que sua candidatura à Presidência em 2026 está decidida e não tem volta. Depois de visitar o pai, Jair Bolsonaro, ele afirmou que a escolha é “irreversível” e que o momento agora é de construir alianças para disputar o Planalto no próximo ano.

A fala acontece após dias de tensão dentro da direita, quando Flávio disse que havia um “preço” para sua candidatura não ir até o fim. Hoje, recuou do tom e declarou que seu único “preço” é “Bolsonaro livre”, reforçando que não há negociação sobre sua permanência na disputa.

Flávio também revelou que o ex-presidente pediu para agradecer publicamente o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que era cotado para assumir o lugar de Bolsonaro nas eleições. Tarcísio já disse que estará ao lado do senador na corrida presidencial, assumindo um papel de peso dentro da oposição.

Para Flávio, a força política de Tarcísio em São Paulo será decisiva para impulsionar seu nome nacionalmente. “É isso que vai tracionar e fortalecer nosso projeto”, afirmou o senador, mostrando que a direita entra em 2026 com alinhamento, discurso e estratégia afinados.

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Economia

Fim de ano vai injetar quase R$ 2 bilhões no RN — Natal dispara, Mossoró corre atrás e dívidas ainda pesam no bolso

Foto: Reprodução

As compras de fim de ano devem movimentar R$ 1,95 bilhão no RN, segundo o Instituto Fecomércio RN. O aumento de 8,1% em relação a 2024 mostra fôlego do comércio potiguar, impulsionado pelo 13º salário, renda em recuperação e mais gente trabalhando. É o tipo de notícia que anima lojista e consumidor — apesar dos pesares da economia nacional.

Em Mossoró, a previsão é de R$ 163,74 milhões circulando no comércio, uma alta de 9,3%. A cidade segue forte como polo regional, mas o endividamento ainda pesa: 56,9% dos consumidores querem usar o 13º para pagar dívidas.

Mesmo assim, 61,6% afirmam que vão às compras, com gasto médio de R$ 372,19 em presentes. E mais da metade pretende parcelar — sinal de que o crédito ainda é muleta para muita gente.

Já em Natal, o clima é bem mais otimista: 76,9% dos natalenses vão comprar presentes, o maior índice em seis anos. Aqui, o planejamento pesa mais: 54% devem pagar à vista, e quase um quarto guardará parte do 13º para despesas de janeiro.

O gasto médio deve subir para R$ 374,25, e a capital deve movimentar R$ 649,91 milhões, consolidando seu papel de motor econômico do estado.

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Geral

VÍDEO: PF desmantela quadrilha que drenava milhões com “empresas de fachada” em Natal

Imagens: Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (9), a Operação CA/CL para desmontar uma organização criminosa que agia como uma verdadeira máquina de fraudes bancárias no país. A ação ocorreu em Natal também. O grupo usava empresas de fachada e documentos falsos para conseguir empréstimos milionários sem qualquer intenção de pagar, causando prejuízo que a PF estima em milhões de reais.

O esquema era profissional: empresas inativas viravam “negócios milionários” da noite para o dia, laranjas eram colocados como sócios, documentos fiscais falsos eram apresentados e até máquinas pesadas “fantasmas” eram usadas como garantia.

Para piorar, um funcionário de uma instituição financeira federal ajudava a quadrilha ao inserir informações falsas nos sistemas internos de risco, aprovando créditos que jamais passariam por uma análise séria.

Depois de liberar os valores, o dinheiro era espalhado entre contas de laranjas, empresas de fachada e usado na compra de carros de luxo e imóveis para esconder o rastro — muitos registrados em nomes de terceiros e até enviados para outros estados, numa tentativa de driblar a fiscalização.

A PF já identificou ao menos 20 empresas usadas entre 2022 e 2025, mas acredita que o rombo pode ser bem maior.

Balanço 

Ao todo, oito equipes cumpriram prisões e mandados de busca, com bloqueio de contas, apreensão de documentos, veículos e registros contábeis. Os envolvidos devem responder por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa — mais um capítulo do velho Brasil onde a corrupção corre solta, mas desta vez com a PF no encalço.

Opinião dos leitores

  1. Caso um assalariado for atrás de um empréstimo pra comprar um carro véio é mil e uma dificuldade, já para os estelionatarios, é uma facilidade incrível.

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Judiciário

Moraes reage e chama de “absurdos” pedidos para que Fux volte a julgar casos da trama golpista

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes rebateu com irritação os pedidos de defesa para que Luiz Fux participe do julgamento do chamado núcleo 2 da trama golpista. Segundo Moraes, a solicitação é “absurda”, “protelatória” e “causa espanto”, já que o regimento do STF é claro: nenhum ministro pode atuar em duas turmas ao mesmo tempo.

A defesa do general Mário Fernandes argumentou que, por ser uma continuidade de um mesmo contexto, todos os núcleos deveriam manter a mesma composição, incluindo Fux — que integrou os julgamentos dos núcleos 1 e 4.

Os advogados alegaram “igualdade entre os réus”, mas Moraes cortou de imediato, dizendo que o pedido “não tem a mínima pertinência” e que talvez exista “desconhecimento sobre como funciona o Supremo”.

Na segunda-feira, os advogados de Filipe Martins já haviam apresentado a mesma solicitação, também negada. A confusão começou após o pedido de Fux para mudar de turma, aceito em outubro por Edson Fachin.

Embora o ministro tenha se colocado à disposição para seguir em julgamentos antigos, essa possibilidade não existe no regimento.

Com a saída de Fux, a Primeira Turma tem julgado com apenas quatro ministros — Moraes, Cármen Lúcia, Zanin e Dino — e tem mantido decisões unânimes em casos sensíveis da direita, como recursos de Jair Bolsonaro, denúncias contra Eduardo Bolsonaro e etapas do processo da tentativa de golpe.

A ausência da voz divergente de Fux virou peça central dessa nova dinâmica no STF, agora questionada, sem sucesso, pelas defesas.

Opinião dos leitores

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Política

Dirceu dispara: Brasil pode ter ruptura e pressão dos EUA se direita vencer

Foto: Reprodução

O ex-ministro José Dirceu ressurgiu no 8º Congresso Nacional do PT, em Brasília, com um discurso que acendeu o alerta na política nacional. Aos 79 anos e condenado no Mensalão, Dirceu disse ter “intuição” de que o Brasil vive à beira de um “momento revolucionário”, que só seria controlado com a reeleição de Lula e a derrota da direita em 2026.

Segundo ele, o país estaria ameaçado até por uma possível “intervenção dos Estados Unidos”, caso a direita volte ao poder. Ele afirmou que o PT precisa se “reformular” — mudar estatuto, programa e estrutura — para liderar o que chama de “revolução social”.

Dirceu ainda acusou o Congresso de “degradação” e disse que só Lula teria condições de “defender soberania e democracia”.

No embalo do discurso radical, Dirceu ainda atacou o governador Tarcísio de Freitas, acusando-o de adotar “machismo bolsonarista” por supostamente negar segurança às manifestações.

 

Opinião dos leitores

  1. Alta periculosidade plantando mentiras e conspirações . Esse crápula junto com os comparsas canhotos é o cancro terrebrante brutalmente maligno do Brasil. Extirpa-lo pela raiz é essencial !

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Política

Datafolha revela: 91% mantêm voto de 2022 — e Lula surfa na divisão da direita

Foto: Reprodução/BandTV

Pesquisa Datafolha mostrou que 91% dos eleitores não se arrependem do voto dado em 2022. Apenas 8% admitem arrependimento, enquanto 1% não soube responder. O número é praticamente idêntico entre os dois lados: 91% dos que votaram em Lula manteriam a escolha, e 92% dos que votaram em Jair Bolsonaro repetiriam o voto.

O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 113 cidades entre 2 e 4 de dezembro e traz outro dado importante: Lula hoje venceria todos os adversários testados para 2026, inclusive nomes fortes da direita.

Contra Tarcísio de Freitas, o petista aparece com 47% contra 42%. O cenário contra Flávio Bolsonaro — pesquisado antes do anúncio oficial da candidatura do senador — é ainda pior para a direita: Lula 51% x 36% Flávio.

O Datafolha também simulou disputas entre Lula e outros nomes do campo conservador, como Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Zema, Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado.

Em todos os cenários, Lula aparece à frente, o que reforça o impacto da divisão da direita após a prisão de Jair Bolsonaro e a indefinição sobre uma candidatura unificada.

 

Opinião dos leitores

  1. Gravíssimo, depois de todos os crimes cometidos pela extrema direita os quais, graças a Deus, a justiça está sendo feita quanto escândalos de envolvimento de financiadores de candidatos e parlamentares de direita as principais facções brasileiras e manter votos é muito grave… gravíssimo…

  2. Mentira, os bandidos estão desesperado com a candidatura do Flávio Bolsonaro. Que Deus proteja o Flávio, existe muitos Adelio

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Política

Michelle deixa comando do PL Mulher por orientação médica após prisão de Bolsonaro e racha eleitoral

Foto: Reprodução

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se afastou da liderança do PL Mulher por recomendação médica, segundo informou o partido. A sigla explicou que Michelle já enfrentava problemas de saúde que pioraram após a prisão de Jair Bolsonaro e as “injustiças” contra a família, afetando sua imunidade e levando médicos a determinarem pausa imediata nas atividades partidárias.

Com o afastamento, o encontro nacional do PL Mulher, que aconteceria no próximo dia 13 no Rio de Janeiro, foi empurrado para abril de 2026. O partido informou que Michelle cumprirá o período inicial de licença e passará por nova avaliação antes de voltar às agendas políticas.

O afastamento veio também dias após Flávio Bolsonaro anunciar sua pré-candidatura à Presidência em 2026, escolhida pelo pai sem aviso prévio à própria Michelle — que chegou a ser cotada para disputar o Planalto, mas agora deve focar numa possível candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. A declaração de Flávio reorganizou o tabuleiro da direita e aumentou a pressão sobre o núcleo familiar.

 

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