Política

1 ano de governo Bolsonaro: 6 momentos-chave que revelam guinada na política externa brasileira

Foto: Yukie Nishizawa/ Reuters/ BBC News Brasil

Em 2019, o Brasil estampou com frequência a capa de jornais e revistas internacionais, em parte pelas notícias sobre o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia, mas também pela forte guinada na política externa no primeiro ano de governo Bolsonaro.

O Brasil trocou seus principais aliados no cenário internacional, mudou o discurso sobre meio ambiente e entrou em atrito direto com líderes de países importantes, como França e Alemanha.

Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, os rumos tomados na área de relações exteriores do Brasil revelam uma ruptura com tradições diplomáticas do Itamaraty e com estratégias adotadas pelos governos anteriores, principalmente os do PT.

Além disso, as principais decisões de política externa tomadas em 2019 mostram uma disputa constante entre três grupos que integram o governo: militares, olavistas e a equipe econômica.

“É uma política externa marcada por uma tensão permanente entre ideologia e pragmatismo”, explica Fernanda Magnotta, professora de Relações Exteriores da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

“O Ministério de Relações Exteriores, comandado pelo chanceler Ernesto Araújo e o assessor especial da Presidência Felipe Martins seriam os representantes da ala ideológica ou olavista. Militares e a equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, representam a ala pragmática.”

“Dependendo de qual dos grupos conquista mais espaço e consegue mais sucesso e mais êxito na hora de barganhar a sua agenda, o Brasil vai para uma linha mais pragmática ou mais ideológica.”

Alguns episódios marcantes revelam claramente que o Brasil tem adotado novos rumos na sua estratégia de política externa.

A BBC News Brasil reúne aqui seis momentos de 2019 que reposicionam o país no xadrez internacional — bem como as oportunidades e riscos que cada um desses episódios trazem para o Brasil.

#1 Visita de Estado de Bolsonaro a Washington, em março

A primeira grande guinada na política externa brasileira foi a tentativa de forte aproximação do Brasil com os Estados Unidos. Em março de 2018, Bolsonaro visitou Washington para se reunir pessoalmente com o presidente americano, Donald Trump.

Nos encontros e coletivas de imprensa na capital americana, os dois líderes trocaram elogios e declararam que a relação entre Brasil e Estados Unidos nunca esteve melhor.

Desde então, sempre que se encontraram em eventos internacionais, eles trocaram elogios — com Bolsonaro deixando sempre muito clara a admiração que sente pelo americano.

No encontro do G20, no Japão, o próprio Trump disse que Bolsonaro tem orgulho de ser amigo dele, Trump.

“Estamos com um cavalheiro que teve uma das maiores vitórias eleitorais do mundo. E ele estava muito orgulhoso de sua relação com o presidente Trump. Ele é um homem especial, que está se saindo muito bem e que é muito amado pelo povo brasileiro. E podemos dizer que Brasil e Estados Unidos estão mais próximos do que nunca”, declarou Trump em reunião bilateral com o presidente brasileiro durante a cúpula em Osaka que reuniu líderes das 20 maiores economias do mundo.

Mas para além de troca de palavras generosas, o Brasil pôs em prática uma série de concessões para conquistar a confiança dos Estados Unidos.

Uma das principais delas foi abrir mão do tratamento diferenciado que o nosso país recebia na Organização Mundial do Comércio, a OMC. Essa foi uma exigência do governo americano para que apoiasse o pleito do Brasil de entrada na OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

O tratamento diferenciado na OMC prevê benefícios para países emergentes em negociações com nações ricas. O Brasil tinha, por exemplo, prazos mais longos para cumprir determinações e margem maior para proteger produtos nacionais.

Por pressão dos Estados Unidos, o governo brasileiro voluntariamente abriu mão desses benefícios que favoreciam nosso país em negociações comerciais.

Em mais um gesto de generosidade a Trump, o Brasil recentemente ampliou as cotas de importação e as isenções tributárias para importação de etanol e trigo americanos.

Essas duas decisões preocuparam produtores brasileiros e outros parceiros comerciais do nosso país, como a Argentina, que temem não conseguir competir com os produtos americanos.

A expectativa era que o governo dos EUA liberasse, em troca, o seu mercado de açúcar, um dos mais protegidos do mundo, mas, por enquanto, essa contrapartida não aconteceu.

Outros acenos do Brasil aos EUA incluem o fim da exigência de visto para os americanos, a permissão para que o país lance foguetes da base espacial em Alcântara, no Maranhão, e o voto nas Nações Unidas contra uma resolução que condena o embargo do governo americano a Cuba — só Brasil e Israel se aliaram aos EUA nessa votação da ONU.

Para o americano Christopher Sabatini, professor de Relações Públicas Internacionais da Universidade Columbia, em Nova York, o governo brasileiro acerta na intenção de aumentar as relações com os Estados Unidos, corrigindo o que ele chama de uma política antiamericana implementada pelos governos do PT.

Mas, segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro erra em focar na relação pessoal com Trump, não na relação entre governos, e em entregar demais aos Estados Unidos, sem exigir compensações.

“Eu acho que, de fato, havia uma necessidade de corrigir a política anti-Estados Unidos do governo do PT. Então, essa é uma mudança bem-vinda. O problema é que ela foi completamente para o extremo da outra direção. Abraçou-se não a agenda dos Estados Unidos, mas a agenda de um presidente. E um presidente que é muito inconstante e muito intempestiva”, avalia Sabatini, que também é consultor para América Latina da Chatham House, instituto de pesquisa mais prestigiado do Reino Unido.

“O que acontece é que, em vez de tentar se tornar um aliado dos EUA, Bolsonaro tentou se tornar um aliado de Trump. E Trump não é uma pessoa consistente. Nós vimos, na prática, Trump frustrar Bolsonaro repetidas vezes, em questões como a entrada do Brasil na OCDE e, mais recentemente, nas tarifas sobre aço e alumínio.”

Embora o presidente americano tenha anunciado apoio o pleito do Brasil de entrar na OCDE durante a visita de Bolsonaro a Washington, uma carta do secretário de Estado, Mike Pompeo, divulgada em outubro, deixou claro que o governo americano não está disposto a bancar, pelo menos agora, o ingresso do nosso país na organização.

No documento, ele defende abertamente apenas a entrada de Argentina e Romênia no grupo de 36 países que compõem a OCDE. O Brasil é um dos seis países na fila para entrar no organismo e o apoio expresso dos EUA à adesão poderia acelerar o processo, mas isso não ocorreu.

Além disso, mais recentemente, no início de dezembro, Trump acusou Brasil e Argentina de desvalorizarem suas moedas frente ao dólar e anunciou aumentos sobre as tarifas de aço e alumínio importados do nosso país.

#2 Visita de Bolsonaro a Israel, em abril

Depois da ida a Washington, Bolsonaro fez uma visita de Estado a Israel, em abril, que quebrou alguns protocolos e tradições da diplomacia brasileira. A viagem atendeu a dois grupos da base eleitoral do presidente — parte da comunidade evangélica e da comunidade judaica — e agradou aos Estados Unidos, principal aliado do governo israelense.

Havia a grande expectativa de que Bolsonaro cumprisse a promessa feita na campanha de transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Isso atenderia a uma pressão dos Estados Unidos e a uma reivindicação de evangélicos brasileiros que, com base em interpretações da Bíblia, acreditam que Jerusalém é uma terra prometida aos judeus.

A questão é polêmica, porque Israel reivindica Jerusalém como sua capital, enquanto palestinos querem que a parte oriental da cidade seja capital de um futuro Estado palestino. A ONU e a comunidade internacional como um todo, com exceção de Estados Unidos e Guatemala, mantêm suas embaixadas em Tel Aviv e defendem que a propriedade de Jerusalém seja decidida em negociações de paz.

Apesar de ter dito que reconhece Jerusalém como capital israelense, o governo Bolsonaro acabou recuando da promessa de transferir a embaixada brasileira, após forte pressão da área econômica e militar do governo.

Representantes de países árabes, que são importantes parceiros comerciais do nosso país, ameaçaram retaliar caso o presidente seguisse adiante com o plano original.

A ameaça assustou: os países islâmicos são destino de 6% das nossas exportações. Mas é quando se olha para o setor agrícola que a importância desses parceiros fica mais clara. Nações de maioria muçulmana recebem cerca de 70% de todo o açúcar exportado pelo Brasil, 37% do nosso frango, e 27% da carne de boi.

Ou seja, esses setores produtivos brasileiros ficariam numa situação difícil se as nações árabes decidissem comprar de outros países. No final das contas, Bolsonaro acabou abrindo um escritório comercial em Jerusalém, sem representação diplomática.

Por outro lado, rompendo uma tradição internacional, o presidente brasileiro visitou, acompanhado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Muro das Lamentações, um dos locais mais sagrados do judaísmo.

Como o muro fica em Jerusalém Oriental — ocupada por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias, e desde então reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado —, líderes internacionais preferem visitá-lo sem o acompanhamento de governantes israelenses, dando à visita um caráter mais pessoal do que de Estado.

Para muitos observadores, o fato de Bolsonaro ter ido ao local com Netanyahu sinaliza uma espécie de reconhecimento tácito da soberania de Israel sobre Jerusalém Oriental e, novamente, uma mudança na postura até agora equidistante no conflito entre israelenses e palestinos.

É, nesse sentido, uma guinada significativa na política externa brasileira.

#3 Anúncio do acordo de comércio do Mercosul com a União Europeia, em junho

Esse foi um momento de destaque para o governo brasileiro e visto por analistas como uma conquista importante. O acordo entre Mercosul e União Europeia derruba uma série de tarifas e barreiras comerciais entre o bloco sul-americano e o europeu.

Segundo estimativas do Ministério da Economia do Brasil, ele vai representar um aumento no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro equivalente a R$ 336 bilhões em 15 anos, com potencial de chegar a R$ 480 bilhões, se forem levados em conta aspectos como a redução de barreiras não tarifárias.

É um acordo que vinha sendo negociado havia 20 anos, sem ser assinado.

“A negociação do acordo entre Mercosul e a União Europeia, acho que isso é importante. A ratificação desse acordo está no limbo, mas essa negociação foi relevante e provavelmente (o acordo) não seria concretizado no governo do PT”, avalia Christopher Sabatini, Universidade de Columbia

“O governo interino (de Michel Temer) e o governo Bolsonaro se comprometeram com a abertura internacional e com reformas econômicas de maneiras que o PT nunca fez.”

Mas esse acordo ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos europeus e pelos Legislativos dos países que integram o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

E o próximo ponto que a BBC News Brasil aborda nesta reportagem pode representar um empecilho para essa aprovação — a mudança na política ambiental do governo brasileiro.

#4 Reação às queimadas na Amazônia

Desde que tomou posse, Bolsonaro deixou claro que a política ambiental do Brasil mudou e que a Amazônia não deve ser tratada como um “santuário”. Ele passou a defender mineração em terras indígenas, redução de multas ambientais e a expansão das atividades econômicas na maior floresta do mundo.

Essa mudança na política externa foi destaque na imprensa internacional e gerou reações de líderes internacionais. A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a dizer que considera “dramática” a atuação do governo brasileiro na área ambiental.

“Pode ter certeza de que eu, assim como você, vejo com preocupação muito grande a questão da atuação do novo presidente brasileiro. E, na medida do possível, vou usar a oportunidade durante a cúpula do G20 para falar diretamente sobre o tema, porque vejo como dramático o que está acontecendo no Brasil”, disse Merkel ao ser questionada durante sessão do Parlamento alemão sobre se seria oportuno levar adiante o acordo do Mercosul com a União Europeia num momento em que o comprometimento do governo brasileiro com o meio ambiente era questionado.

Mas foi a enorme repercussão do alto número de incêndios florestais no Brasil em agosto que colocou a política ambiental do governo no centro das atenções internacionais. Bolsonaro reagiu, inicialmente, minimizando as queimadas e sugerindo que ONGs internacionais estavam por traz do fogo. O governo só enviou tropas do Exército para combater as chamas na Amazônia depois que o caso gerou protestos em várias cidades do Brasil e críticas internacionais.

O assunto proteção da Amazônia foi levado pelo presidente Francês, Emmanuel Macron, para ser discutido na cúpula do G7 em Paris, sem a participação do Brasil. Naquele momento, o problema das queimadas ganhou outra dimensão.

Bolsonaro reagiu afirmando que isso representava um ataque à soberania brasileira sobre a floresta. E a situação escalou depois que o presidente brasileiro reforçou uma piada machista sobre a primeira-dama francesa.

“É triste, triste. Mas triste sobretudo para o povo brasileiro”, respondeu Macron, numa coletiva de imprensa.

Além do mal-estar internacional, houve repercussões nos setores produtivos do Brasil, que começaram a sofrer perdas comerciais por causa de um boicote a produtos brasileiros. Marcas como Timberland e a gigante de roupas H&M chegaram a suspender a compra de couro brasileiro.

Em setembro, na estreia de Bolsonaro na Assembleia-Geral das Nações Unidas, havia uma grande expectativa de que ele usasse aquele momento para apresentar dados que comprovassem que o Brasil estava comprometido com o combate aos incêndios. Em vez disso, o presidente adotou um tom belicoso e acusou a imprensa internacional e países europeus de “alimentarem o sensacionalismo”.

Mais recentemente, o presidente acusou o ator de Hollywood Leonardo Di Caprio de participação nos incêndios da Amazônia.

Segundo especialistas, tudo isso representa uma grande guinada da política externa brasileira, já que, desde 1992, quando sediou a primeira conferência da ONU sobre clima, o Brasil tem se posicionado como líder internacional em questões ambientais.

A preocupação agora é que a atual política sobre meio ambiente seja usada por países europeus que competem com o Brasil no setor agrícola, como França e Irlanda, para barrar o acordo do Mercosul com a União Europeia.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, disse à BBC News Brasil que a “comunicação falha” do governo quando surgiram as primeiras notícias sobre os incêndios na Amazônia serviu de combustível para que países concorrentes se utilizassem das queimadas para atacar as exportações brasileiras.

“A gente vê que a comunicação do governo brasileiro nesse caso não foi das melhores. Se tivesse tomado medidas anteriormente, não estaríamos na situação de hoje. A gente tem que admitir que a comunicação falhou”, disse Castro.

Procurado pela BBC News Brasil, o Ministério de Relações Exteriores disse que “versões” sobre a política ambiental do governo “que circularam por veículos da imprensa nacional e internacional desinformaram o público”.

“O Brasil manteve em 2019 todos os seus compromissos internacionais no campo ambiental, tendo sido um dos países que apresentou maior avanço no cumprimento de metas do Acordo de Paris e da Agenda 2030”.

Sobre as queimadas, o Itamaraty disse que “várias iniciativas do governo, como a Operação Verde Brasil, aumentaram o nível de combate a queimadas e a crimes ambientais no Brasil”.

Perguntado se as ameaças de boicote a produtos brasileiros preocupam, o ministério respondeu que “não houve, nem há, qualquer boicote a produtos brasileiros.”

#5 Visita de Bolsonaro a Pequim, em outubro

Em outubro, Bolsonaro fez uma viagem a Pequim, capital da China, onde manteve reuniões com empresários, com o presidente chinês, Xi Jinping, e outros políticos do Partido Comunista.

Dessa vez o governo demonstrou, segundo analistas internacionais, pragmatismo e colocou o interesse comercial brasileiro acima das posições ideológicas. Teria sido uma vitória da chamada ala pragmática do governo Bolsonaro, formada pelos militares e a área econômica.

Há 10 anos, a China é o principal parceiro comercial do Brasil no mundo. E mais: as trocas com os chineses é superavitária para o lado brasileiro. Isso significa que o Brasil tem exportado mais para a China do que importa de lá. Ou seja, mais dinheiro entra do que sai.

Mas, em outubro de 2018, um discurso de campanha de Bolsonaro virou manchete no mundo todo, quando ele disse que a “China está comprando o Brasil”. Houve uma preocupação de que o governo, com Bolsonaro presidente, fosse romper ou reduzir as relações com os chineses.

Esse temor se reforçou com a aproximação de Bolsonaro com Trump logo no início de 2019. Será que o Brasil tomaria partido na guerra comercial entre China e Estados Unidos?

Apesar da retórica inicial do presidente, o que se viu na prática foi diferente. O vice-presidente, Hamilton Mourão, visitou a China em maio para assegurar que o Brasil tem interesse em manter relações comerciais próximas com o país asiático. Em outubro, foi a vez de Bolsonaro, que foi recebido por Xi Jinping com honrarias máximas em Pequim.

No encontro, os dois líderes assinaram 11 acordos comerciais, entre eles, o que libera a carne processada brasileira para a China. E, em vez de declarações de desconfiança sobre a China, Bolsonaro defendeu uma presença maior de investimentos e empresas chinesas no Brasil.

“É do interesse da China e nosso também (aumentar investimentos). Faremos contatos necessários para que seja ampliado o nosso comércio. (A guerra comercial) não é briga nossa. Nós queremos nos inserir, sem qualquer viés ideológico, nas economias do mundo”, disse o presidente em coletiva, na capital chinesa.

Para o professor Marcus Vinicius de Freitas, da Universidade de Relações Exteriores da China, em Pequim, o governo deveria ter priorizado, desde o princípio, as relações com a China e não com os Estados Unidos. Na avaliação dele, o Brasil tem muito mais a ganhar com os chineses em termos de comércio e atração de investimentos do que com americanos e europeus.

Isso porque os produtos que o Brasil exporta, commodities em particular, encontram na China um mercado mais receptivo. Além disso, o gigante asiático continua em expansão e tem interesse em investir em infraestrutura e petróleo no mundo todo. Poderia ser, portanto, potencial fonte de investimentos diretos no Brasil.

“O governo brasileiro, ao concentrar sua política nessa aproximação de cunho ideológico com os EUA, abandonou o princípio fundamental das relações internacionais, que é a preservação do interesse nacional. Em matéria de política externa, você não tem amigo nem inimigo, somente interesses”, disse à BBC News Brasil.

“Nesse sentido, o governo brasileiro descobriu tardiamente que o parceiro que o Brasil deveria ter afagado desde o primeiro momento e que corresponde às suas necessidades é a China.”

Na mesma época da viagem à China, Bolsonaro passou pela Arábia Saudita, um dos países mais poderosos do Oriente Médio e grande aliado dos Estados Unidos. A viagem foi vista, também, como um sinal de pragmatismo, mas também foi alvo de críticas já que o país árabe está envolvido em uma série de polêmicas ligadas a violações aos direitos humanos, como perseguição a oponentes políticos e execuções.

Também chamou a atenção o fato de o Brasil ter votado junto com alguns países de maioria islâmica na ONU em questões relacionadas a família e sexo. O Brasil não tem aceitado mais, por exemplo, termos como “gênero” e “direito reprodutivo”, em resoluções das Nações Unidas.

#6 Ausência de Bolsonaro na posse de Alberto Fernández, em dezembro

Outro episódio que deu o que falar na política externa brasileira foi a ausência do presidente Jair Bolsonaro na posse do peronista Alberto Fernández como presidente da Argentina e de Cristina Kirchner como vice. Durante o processo eleitoral, Bolsonaro fez repetidas críticas públicas a Fernández, o que foge da tradição brasileira de se manter neutro nas disputas eleitorais dos países vizinhos.

Ele chegou a dizer que uma eventual vitória do candidato de esquerda colocaria a Argentina em risco de “virar Venezuela”.

“Povo gaúcho, se essa ‘esquerdalha’ voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo Estado de Roraima. E não queremos isso: irmãos argentinos fugindo pra cá”, disse.

O peronista foi eleito em primeiro turno, derrotando Mauricio Macri, aliado do presidente brasileiro. Bolsonaro inicialmente pretendia mandar somente o embaixador brasileiro em Buenos Aires para a cerimônia de posse. Após pressão do setor militar e econômico do governo, decidiu enviar o vice-presidente, Hamilton Mourão.

De qualquer fora, é a primeira vez em 17 anos que um presidente brasileiro não comparece à posse de um presidente argentino.

Mas será que isso vai afetar a nossa relação com a Argentina, que está entre os cinco maiores parceiros comerciais do Brasil e é o maior comprador das nossas commodities?

Para a professora Fernanda Magnotta, da FAAP, interesses econômicos devem prevalecer sobre a retórica.

“Muita gente aposta que, apesar dessa retórica contestatória, vai haver uma moderação desse discurso e um enquadramento do governo Bolsonaro pela dinâmica econômica que se impõe. A Argentina está no top 5 do comércio com o Brasil e tem papel importante no Mercosul”, diz.

“Com Fernández ou sem Fernández, a Argentina continua impactando muito nossa economia. Então, num momento em que a gente não está podendo se dar ao luxo de escolher parceiros, a gente vai ter que se adequar. Acho que deve acontecer um processo progressivo de normalização.”

BBC Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. Esperamos que o que está sendo anunciado seja revertido na melhor qualidade de vida do povo brasileiro. Boa sorte!

  2. O Brasil no rumo certo.
    Parceiros, feito Venezuela e Cuba, tem que ser expurgado.
    Tem que procurar um pau que faça sombra.
    Trabalhar pra pobre e pedir esmolas pra dois.
    Venezuela e Cuba, é igual a pé de xique xique, não faz sombra nem presta pra se escorar.
    Portanto!!
    O MITO Ta certíssimo.

  3. Passa ano, sai ano e ninguém quer ir viver bem em paises que servem de inspiração a esquerdalha, países como cuba, Nicarágua, Venezuela, ditaduras africanas, coreia do Norte, china, dá a bixiga lixa e ninguém quer ganhar a vida por lá. Porquê será? Agora, defender o modelo deles os artistas, intelectuais, cientista… Enfim a esquerdalha vivem a idolatrar. No entanto, até pra passear eles se refugiam na Europa, EUA. Só não sei com que recursos eles tão sobrevivendo por lá, talvez do propinoduto da era Petralha.

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Acidente

Estudante de 19 anos morre um dia após aniversário em decorrência de acidente de moto

Foto: Reprodução

Uma jovem de 19 anos morreu após se envolver em um acidente de trânsito entre duas motos na noite da última sexta-feira (6) em Caicó, na região Seridó potiguar. Ela foi socorrida, mas morreu no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, na madrugada deste domingo (8).

Letícia Teixeira Vale era estudante do curso de Tecnologia em Design de Moda do IFRN em Caicó. Ela completou 19 anos no sábado (7), quando já estava internada.

Segundo a polícia, o acidente aconteceu por volta das 19h15 no cruzamento da Avenida Seridó com a Rua Renato Dantas e deixou pelo menos outras duas pessoas feridas.

Letícia era passageira de um mototaxista, que também ficou ferido. O condutor teve lesão na tíbia da perna esquerda.

Já os ocupantes da outra também foram socorridos ao hospital, onde o condutor foi diagnosticado com fratura em duas costelas.

Após ser liberado, o homem foi submetido ao teste do etilômetro, com resultado negativo, porém foi autuado conduzir veículo sem carteira de habilitação.

Já o passageiro dele ficou apenas desorientado e não teve necessidade de atendimento médico.

Letícia era de João Câmara, no Agreste potiguar onde foi sepultada neste domingo (9).

O IFRN de Caicó lamentou a perda da estudante e cancelou as aulas nesta segunda-feira (9).

“Letícia era uma jovem dedicada, talentosa e cheia de sonhos, cuja presença marcava positivamente a vida acadêmica e o convívio com colegas, professores e servidores. Sua partida precoce deixa um vazio imenso em nossa comunidade”, disse a instituição em nota.

G1RN

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Saúde

Anvisa aprova Mounjaro para tratamento de obesidade e sobrepeso

Foto: Reprodução

A Anvisa aprovou o Mounjaro (tirzepatida), comercializado no Brasil pela farmacêutica Eli Lilly, para o tratamento de sobrepeso com comorbidades ou obesidade, nesta segunda-feira (9), conforme publicação no Diário Oficial da União. Anteriormente, em setembro de 2023, o medicamento já havia sido autorizado pela agência para o tratamento do diabetes tipo 2.

A decisão considerou os resultados de estudos clínicos que demonstraram a eficácia e segurança do medicamento no tratamento da obesidade.

O Mounjaro é um fármaco que atua nos receptores GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose), hormônios intestinais que auxiliam no controle do metabolismo energético —especialmente na regulação da glicose e do apetite.

Em estudos recentes, o medicamento se mostrou eficaz em pessoas com sobrepeso ou obesidade (sem diabetes), que perderam, em média, até 22,5% do peso corporal, quando combinado com dieta e exercícios.

A tirzepatida foi comparada com a semaglutida (substância usada em remédios como Ozempic e Wegovy) em outra pesquisa. Cerca de 65% dos pacientes perderam pelo menos 15% do peso, e 20% perderam 30% ou mais com o uso do medicamento.

Além da perda de peso, os participantes que usaram tirzepatida também apresentaram melhora na pressão arterial, colesterol e gordura abdominal —fatores importantes para a saúde cardiovascular.

A obesidade é uma doença crônica que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo — sendo 40 milhões no Brasil, o equivalente a um em cada quatro adultos.

A condição está ligada a mais de 200 complicações, incluindo aumento no risco de diabetes tipo 2 (243%), doenças cardíacas (69%) e hipertensão (113%). Segundo a World Obesity Federation, até 2045, 75% dos adultos brasileiros poderão ter obesidade ou sobrepeso.

Em nota oficial à Folha, o diretor sênior da área médica da Eli Lilly no Brasil, Luiz Magno, afirmou que “as novas opções de tratamento trazem mais oportunidades para quem vive com obesidade e está à procura de melhores alternativas para controle de peso”.

Ele também reforçou que “a obesidade é diferente de um desejo social de emagrecer. A Lilly não promove ou encoraja o uso de medicamentos para fins estéticos e entende que essa prática só estigmatiza ainda mais a medicação para os pacientes que realmente precisam dela para ter benefícios para a saúde.”

Folha de S. Paulo

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Judiciário

Defesa diz que Bolsonaro não ficará em silêncio durante depoimento ao STF

Foto: Reprodução 

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) disse à CNN que o ex-presidente não se manterá em silêncio durante interrogatório sobre o inquérito do plano golpista.

Segundo o advogado Celso Vilardi, Bolsonaro está disposto a se manifestar durante a sessão no plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das 14h.

No final de semana, o ex-presidente se reuniu com advogados e aliados, em São Paulo, para afinar os detalhes de sua participação na oitiva.

Bolsonaro já disse publicamente que não pretende “lacrar” durante o interogatório, mas que se defenderá da tese de que teria engendrado um plano golpista em 2022.

Os réus têm o direito de permanecer em silêncio durante o interrogatório, conforme garante a Constituição Federal.

Eles serão questionados pelo relator da ação do plano de golpe, o ministro Alexandre de Moraes; pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet; e pelos advogados de defesa dos próprios réus.

CNN

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Geral

São João de Natal reúne mais de 300 mil pessoas na Arena das Dunas no primeiro fim de semana

Fotos: Demis Roussos

O primeiro fim de semana do São João de Natal no Polo Arena das Dunas foi sucesso de público, estrutura e programação. Encerrado neste domingo (8), o evento reuniu mais de 300 mil pessoas em três dias de festa, consolidando-se como o maior São João já realizado na capital potiguar. Os shows de Léo Foguete, do grupo Menos é Mais, da cantora Mari Fernandez e de Roberto do Acordeon fecharam com chave de ouro a primeira etapa do evento no polo, animando a multidão e reforçando o espírito vibrante do São João.

Com programação pensada para todos os públicos, estrutura e segurança, o primeiro final de semana no Polo Arena das Dunas recebeu atrações como Luan Santana, Calcinha Preta, Marina Elali, Thiago Freitas, Pablo e À Vontade, além de artistas locais que também brilharam no palco. A diversidade musical foi um dos grandes destaques da noite: o pagode do Menos é Mais dividiu espaço com o forró e o piseiro, mostrando que o São João de Natal é uma festa que celebra tanto as raízes nordestinas quanto a pluralidade da música brasileira.

Antes de subir ao palco, o vocalista da banda Menos é Mais, Eduardo Caetano, elogiou a receptividade do público potiguar. “Natal é sempre muito calorosa, fomos abraçados de verdade. É uma alegria representar o pagode em um evento tão grandioso como o São João, que celebra a diversidade e a união de vários estilos musicais. Estamos muito felizes por fazer parte dessa festa linda e cheios de energia para entregar um grande show”, disse.

A força do São João de Natal se reflete na valorização dos artistas nordestinos, que encontram nos palcos da cidade uma vitrine importante para suas carreiras. Um exemplo é o cantor Léo Foguete, que celebrou sua participação com entusiasmo e gratidão. “Sempre sonhei em me apresentar nos grandes eventos de São João do Brasil, e estar aqui em Natal, pela segunda vez, é uma realização enorme. Estou vivendo a melhor fase da minha vida, cantando nos maiores palcos do Nordeste. Só tenho gratidão por tudo que está acontecendo”.

A cantora Mari Fernandez destacou sua relação especial com as festas juninas e falou da importância do evento para a cultura nordestina e para o cenário musical. “Tenho um carinho enorme pelo São João. Foi em 2022, durante essa temporada, que realmente me destaquei como artista. Essa festa tem um papel fundamental na valorização da nossa cultura e também é um momento muito importante para quem vive da música. Para este São João, preparei um espetáculo totalmente novo, que o público de Natal está vendo pela primeira vez, assim como em muitas outras cidades”.

Com expressiva presença de público, o evento evidenciou o potencial de Natal para se consolidar como um dos grandes centros de turismo de eventos no país. Para o secretário de Turismo, Sanclair Solon, o impacto positivo já começa a ser percebido. “Tivemos um recorde de público no São João deste ano, superando nossas expectativas e consolidando o evento como um grande atrativo turístico. Com a ampla divulgação na mídia local e nacional, estamos plantando uma semente importante. A expectativa é que, já no próximo ano, possamos perceber um impacto direto na taxa de ocupação da rede hoteleira, fruto do trabalho que estamos desenvolvendo agora”, avaliou.

O prefeito Paulinho Freire também destacou a grandiosidade do evento e seus reflexos para a cidade. “Estamos vivenciando um momento histórico. O São João de Natal já é reconhecido nacionalmente, movimentando nossa economia, fortalecendo o turismo e, acima de tudo, levando alegria para o nosso povo. Esse primeiro fim de semana superou todas as expectativas, tanto em público quanto em organização. A festa está linda e o melhor ainda está por vir”, declarou.

Tribuna do Norte 

 

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Geral

Quem é Léo, cantor sertanejo que foi atingido por fogo durante show

Foto: Reprodução

O cantor sertanejo Léo, da dupla com Raphael, foi assunto nas redes sociais após um acidente que ocorreu durante show do grupo no último sábado (7). Durante a apresentação, ele foi atingido no rosto pelos efeitos pirotécnicos do show e sofreu queimaduras.

Nas redes sociais, a dupla compartilhou que Léo teve queimaduras leves, mas que “está tudo bem e ele já está se cuidando”. No domingo (8), Léo apareceu nos stories do grupo para atualizar seu estado de saúde: “Deu uma queimadinha, mas não foi nada demais”. “Foi só um susto”, reforçou, ao dizer que o problema foi com equipamento da dupla e não da organização.

Léo e Raphael se apresentaram no domingo (8) no Paraná, mesmo após o acidente ocorrido na noite de sábado (7), durante o show em Pontal, no interior de São Paulo.

A dupla Léo e Raphael é natural do Paraná e existe desde 2014. Os dois gravam diversas faixas do gênero agronejo, misturando pop, ritmos latinos e outros gêneros em alta com o clássico sertanejo.

“As Menina da Pecuária”, em parceria com Ana Castela, é uma das músicas mais tocadas da dupla.

Os dois já fizeram parcerias com outros artistas sertanejos que viralizam nas redes sociais e que fazem sucesso no momento, como o cantor Luan Pereira na música “Tipo Yellowstone”, que possui mais de 22 milhões de reproduções no Youtube.

Léo e Raphael também cantam muitas faixas da Agroplay, gravadora que une artistas sertanejos e lança faixas do agronejo que repercutem nas plataformas de áudio.

CNN

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Economia

Tarifa de energia sobe 45% acima da inflação em 15 anos

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A tarifa de energia elétrica dos brasileiros atendidos pelas distribuidoras aumentou 177% em 15 anos, saltando de R$ 112 por megawatt hora (MWh), em 2010, para R$ 310 o MWh, em 2024. Nesse mesmo período, o índice de inflação avançou 122%. Ou seja, a tarifa teve um aumento real (acima da inflação) de 45% no período. Detalhe: o valor inclui o preço da energia, acrescidas das bandeiras tarifárias vigentes a cada ano, sem os encargos e o custo da distribuição e da transmissão, que encarecem ainda mais o preço final para o consumidor.

Esse quadro pode mudar depois da Medida Provisória nº 1.300, editada pelo governo federal, que reforma o setor elétrico brasileiro e estabelece a abertura do mercado livre para todos os consumidores a partir de dezembro de 2027. Isso significa que a partir desta data qualquer cidadão poderá escolher de onde comprar sua energia elétrica, a exemplo do que ocorre hoje com as grandes empresas.

Para esses clientes, a conta é bem mais baixa porque os contratos são de longo prazo e embutem o efeito da concorrência do mercado. Em comparação com o aumento de 177% da tarifa de energia para os consumidores do mercado cativo (das distribuidoras), o preço médio do mercado livre aumentou 44%, bem abaixo do índice de inflação. O valor subiu de R$ 102 o MWh, em 2010, para R$ 147, em 2024, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).

A explicação para a tarifa elétrica no mercado regulado ser mais cara se deve a vários motivos. Entre elas, a indexação de longo prazo, reservas de mercado que obrigam a contratação de energia de determinadas fontes, decisões políticas sobre o custo da energia ou expansão da geração, mas também riscos indevidamente alocados ao consumidor, como o risco hidrológico.

“Contratar energia elétrica indexada à inflação por 30 anos é um fardo para o consumidor, sobretudo num país que têm inflação nos patamares do Brasil”, explica o presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira. Um exemplo, segundo ele, está na energia contratada das hidrelétricas estruturantes do Rio Madeira, cujos valores resultantes dos leilões foram baixos, mas, com a atualização inflacionária no período, essas tarifas já custam mais que o preço praticado no mercado livre de energia.

“Esse modelo de contratação de longo prazo, suportado pelas distribuidoras em nome dos consumidores, foi importante em determinado momento do País, mas atualmente não é mais eficiente e muito menos necessário, e deixa uma herança maldita para os consumidores.”

Outro ponto importante é a energia de Itaipu, Angra 1 e 2 e energia de reserva, cujo preço é elevado. Todo esse montante de eletricidade é vendido para as distribuidoras e repassado para os consumidores cativos, diz o professor da UFRJ, Nivalde de Castro, coordenador geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel).

Se comparar com o preço final da conta de luz, que inclui encargos e o custo de transmissão e distribuição, o preço no mercado livre pode ser até 35% menor que o do mercado cativo, das distribuidoras. Basicamente essa diferença é decorrente de uma série de subsídios e outras contas que inflam as tarifas reguladas.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até este mês, os subsídios do setor elétrico somam mais de R$ 16 bilhões, que representam, em média, 14,88% da tarifa dos consumidores residenciais.

Desse valor, R$ 5,7 bilhões se referem ao incentivo dado à geração distribuída, aquela produzida pelos próprios consumidores, como a energia solar. Outros R$ 5,4 bilhões vão para fontes incentivadas (descontos concedidos para estimular projetos de energia renovável). O restante vai para subsídios à energia da Região Norte e para tarifa social, entre outros.

“Muitos subsídios e encargos são compulsoriamente imputados às tarifas do mercado regulado. Essa é a causa principal para a conta ser tão alta”, diz Nivalde de Castro. Com a abertura do mercado e migração de mais pessoas para o mercado livre, uma das preocupações que surge é como será rateada essa conta.

Esse é um dos alertas das empresas de distribuição, que temem os custos e ineficiências que ficam para trás a cada vez que um consumidor vai para o mercado livre ou para a geração distribuída (GD).

Estadão

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Geral

Anvisa aprova Mounjaro para tratamento de sobrepeso e obesidade

Foto: Getty Images

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, para o tratamento de sobrepeso e obesidade. A resolução foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (9).

De acordo com a publicação, a norma já está em vigor e engloba diferentes dosagens e aplicações da caneta.

O Mounjaro já era aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2, e estudos clínicos já haviam mostrado sua eficácia para a perda de peso. Agora, a caneta está aprovada para o tratamento de sobrepeso na presença de pelo menos uma comorbidade e de obesidade, acompanhada de atividade física e dieta de baixa caloria.

Nessa indicação, o tratamento é voltado para adultos com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 (obesidade), ou maior ou igual a 27 (sobrepeso) com pelo menos uma comorbidade associada ao peso, como hipertensão, colesterol alto ou pré-diabetes.

A aprovação da Anvisa foi baseada nos resultados do programa SURMOUNT, um conjunto de sete estudos clínicos de fase 3 que recrutou mais de 20 mil pacientes em todo o mundo.

Segundo o estudo, pessoas que utilizaram Mounjaro, associado à dieta e exercício, apresentaram uma perda de peso superior quando comparado ao placebo. Na dose mais alta do tratamento (15 mg), os indivíduos perderam, em média, 22,5%, enquanto na dose mais baixa (5 mg), perderam, em média, 16% (em comparação com 0,3% no placebo).

Além disso, cerca de 40% dos participantes que usaram Mounjaro perderam mais de 40% do peso corporal total, em comparação a 0,3% do grupo placebo. Os participantes do estudo que conciliaram o uso de Mounjaro à dieta e ao exercício observaram mudanças no colesterol e reduções na pressão arterial e na medida da cintura. As mudanças foram desfechos secundários a partir do uso do medicamento, e não faziam parte da indicação desse.

“Infelizmente, apesar das evidências científicas contrárias, a obesidade é frequentemente vista como uma escolha de estilo de vida – algo que as pessoas deveriam gerenciar por si mesmas. Durante décadas, dieta e exercício foram as únicas opções de tratamento, mas nem todos os pacientes conseguem perder peso apenas com essa abordagem”, avalia Luiz Magno, diretor sênior da Área Médica da Lilly do Brasil, em comunicado.

“Graças a todos os estudos recentes, agora sabemos que o próprio corpo pode responder a uma dieta de déficit calórico aumentando a fome e reduzindo a sensação de saciedade, ou seja, o próprio metabolismo do paciente dificulta a perda de peso e facilita o reganho”, explica Magno.

Para ele, a aprovação do Mounjaro para obesidade traz “mais oportunidades de tratamento para quem vive com obesidade e está à procura de melhores alternativas para controle de peso”.

CNN

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Geral

Lula cumpre últimos compromissos na França e retorna ao Brasil nesta segunda-feira

Foto: REUTERS/Adriano Machado

O último dia de viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à França tem dois compromissos públicos antes do retorno da comitiva ao Brasil. Às 8h45 no horário francês (3h45, em Brasília), o presidente participa da sessão de abertura da 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (Unoc 3), em Nice.

No fim da manhã, às 11h45 (6h45, em Brasília), Lula participa da sessão solene por ocasião da assinatura de Declaração de Intenções entre o Brasil e a Interpol, em Lyon.

Às 13h (8h, em Brasília), o presidente começa a viagem de volta ao Brasil, com uma parada na Ilha do Sal, Cabo Verde. A previsão é de que Lula chegue a Brasília às 20h30 desta segunda-feira, 9.

InfoMoney

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Mundo

VÍDEO: Manifestantes tomam ruas, danificam viaturas e causam fechamento de estradas nos EUA

Vídeo: Reprodução

Manifestantes tomaram ruas e bloquearam rodovias, perto de um local de protesto no Centro de Detenção Metropolitano, em Los Angeles. O registro aconteceu depois que a assembleia foi declarada “ilegal” pelo departamento de polícia.

Viaturas da polícia foram danificadas durante uma emboscada na tarde deste domingo (8). Segundo informações preliminares das autoridades locais, diversos veículos das forças de segurança foram alvos de ataques coordenados durante confrontos com manifestantes em diferentes pontos da cidade.

Imagens aéreas mostraram multidões de pessoas bloqueando ambas as direções na rodovia 101, causando uma interrupção significativa no trânsito onde as rodovias 101 e 110 convergem, marcando o terceiro dia de protestos após as operações do ICE em todo o estado.

As entradas da 101 começaram a reabrir aproximadamente 90 minutos após o fechamento total da rodovia, com a polícia trabalhando para expulsar os manifestantes. Vários outros fechamentos persistem.

Em uma entrevista coletiva na noite de domingo, a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, disse que centenas de manifestantes conseguiram chegar à rodovia, com milhares de outros ocupando ruas próximas.

Em vídeos do local, agentes podiam ser vistos andando pelos locais afetados e orientando o trânsito em meio aos protestos.

Com informações da CNN

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  1. O comportamento agressivo das pessoas em todo o mundo vem aumentando de forma assustadora. A falta de empatia pelo nossos irmãos em Cristo está cada vez maior. Os pesquisadores precisam encontrar onde está o gatilho dessa mutação comportamental.

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Geral

VÍDEO: Domingo de São João tem Polo Arena lotado com shows de Menos é Mais, Léo Foguete e Mari Fernandez

Vídeo: Todo Natalense

Nem mesmo o tradicional clima de descanso do domingo foi capaz de segurar o público natalense em casa. O São João de Natal segue fazendo história, e neste domingo (8), o Polo Arena das Dunas mais uma vez ficou lotado com uma verdadeira multidão celebrando o espírito junino.

As atrações da noite foram Menos é Mais, Léo Foguete e Mari Fernandez, que colocaram o público para cantar, dançar e curtir intensamente do início ao fim.

As imagens do evento mostram a arena completamente tomada por forrozeiros de todas as idades. Famílias inteiras, grupos de amigos e casais apaixonados fizeram do espaço um verdadeiro arraial, dançando coladinho e vibrando a cada música.

O sucesso de público é mais um reflexo do planejamento e da valorização da cultura nordestina. Com uma programação diversa, o São João de Natal tem atraído milhares de pessoas, reforçando o calendário cultural da capital potiguar.

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