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“Às vezes, o cara não vê o vídeo pela música, mas pela menina rebolando. É difícil competir com a bunda”, diz Kiko Zambianchi, que celebra 35 anos de carreira

Kiko Zambianchi celebra 35 anos de carreira com show nesta terça (31), às 21h, no Teatro Porto Seguro, em São Paulo – Foto: Bob Sousa – Blog do Arcanjo – UOL

Por Miguel Arcanjo Prado

Fotos Bob Sousa

Compositor de sucessos como “Rolam as Pedras”, “Eu te Amo Você” e “Primeiros Erros”, Kiko Zambianchi é um dos grandes ídolos da geração Rock Brasil dos anos 1980. Ele celebra em São Paulo seus 35 anos de carreira com o show especial “Bem Bacana Demais” nesta terça (31), às 21h, no Teatro Porto Seguro (al. Barão de Piracicaba, 740) com ingressos entre R$ 20 (meia balcão) e R$ 60 (inteira plateia).

O músico de 57 anos nascido em Ribeirão Preto conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjo no UOL. Falou sobre sua chegada na efervescente capital paulista em 1983, de como foi se tornar uma estrela do rock e dá sua opinião sobre a música que faz sucesso atualmente no Brasil: “A gente ainda luta contra a sacanagem, a bunda. Às vezes o cara não vê o vídeo pela música, mas pela menina rebolando. É difícil competir com bunda”.

Miguel Arcanjo Prado – O que você prepara para este show de 35 anos de carreira?

Kiko Zambianchi — O público verá nossas músicas que fizeram sucesso comigo, outras que fizeram sucesso com outras pessoas e coisas novas também. Vamos ter participações especiais também, entre elas da minha filha Ana Julia Zambianchi. Vão ter vários estilos, porque nem tudo que faço é rock. Eu já compus pra Zizi Possi.

Miguel Arcanjo Prado – Você é de Ribeirão Preto e veio para São Paulo no auge do começo da cena do rock?

Eu vim para São Paulo em 1983, aos 23 anos. Fiquei sofrendo, porque eu era superpopular em Ribeirão Preto, conhecia todo mundo. Aqui, entrava nos lugares, e não conhecia ninguém. Foi um sofrimento! Aí eu fui morar em uma casa que tinham oito mulheres.

Miguel Arcanjo Prado – Era ‘A Casa das Oito Mulheres’ [risos]?

Kiko Zambianchi — Isso mesmo. Uma delas namorava o Rui Mendes, que virou o maior fotógrafo dos anos 1980 do rock’n’roll. E o Paulo Ricardo também ia muito lá. Ele nem era músico ainda. Ele era crítico da revista SomTrês. Comecei a conhecer o pessoal. Com oito mulheres na casa é claro que ia chover de homens, então, acabei conhecendo muita gente do rock’n’roll e conhecendo coisas novas. Passei a ir muito no Madame Satã, no Rose Bom Bom, no Radar Tantan.

Miguel Arcanjo Prado – Mas você já tinha a experiência de Ribeirão.

Kiko Zambianchi – Antes de eu vir para São Paulo, o primeiro show que toquei foi com o João Bosco, lá em Ribeirão. Teve uma festa da USP e o pessoal me falou que tinha o João Bosco. A gente ficou tocando até quatro e meia da manhã. Aí no outro dia ele me chamou para ir tocar com ele em Barretos. Eu fui e acabei tocando no meu primeiro show ao lado de uma grande figura, tocando percussão para o João Bosco.

Miguel Arcanjo Prado – O que você fazia lá em Ribeirão?

Kiko Zambianchi – Eu fazia som nas festas universitárias. Comecei a fazer festivais com 14, 15 anos. Eu ganhava vários festivais. Desde moleque o que eu gostava de fazer era música. Eu sempre fiz música.

Miguel Arcanjo Prado – Por que veio para São Paulo?

Kiko Zambianchi – Eu vim porque percebi que estava rolando uma cena do rock. Pensei: se essas pessoas estão acontecendo, eu posso acontecer também. Já estava com 23 anos e com quase dez anos de carreira [risos]. Então, eu vim. Em Ribeirão, com 17 anos era apresentado como o “veterano” em festivais.

Miguel Arcanjo Prado – Então você já veio confiante.

Kiko Zambianchi – Cheguei e fui contratado em um mês pela gravadora EMI. Mandei uma fita K7 C120, com os dois lados cheios de música inédita que eu tinha composto. Quando o cara da gravadora viu aquilo me contratou. Voltei para Ribeirão e contei para meu pai e ele não acreditava.

Miguel Arcanjo Prado – Como foi viver de música tão jovem?

Kiko Zambianchi – Quando me senti totalmente autônomo financeiramente foi antes de São Paulo, ainda em Ribeirão, com 16, 17 anos. Lembro que falei um dia: pai, estou indo para o Rio. Ele falou que não ia dar dinheiro, que eu não ia. Eu falei: não, pai, só estou avisando, vou com meu dinheiro. Eu tinha um primo no Rio e gostava muito de ir para lá, curtir a praia.

Miguel Arcanjo Prado – E em São Paulo logo você entrou na cena do rock?

Kiko Zambianchi – Foi rápido. Através dos amigos que fiz aqui que frequentavam a cena do rock’n’roll fui conhecendo todo mundo. Vi show do Ira, vi show do Titãs quando eles foram contratados, lembro do Paulo Ricardo parando no jornalismo e começando no RPM.

Miguel Arcanjo Prado – Quando você ficou famoso?

Kiko Zambianchi – Foi no final de 1984. Fiz “Rolam as Pedras” e não esperava tanto sucesso. Achei a música cabeça demais para o que estava rolando. Titãs era “Sonífera Ilha”, o Ultraje a Rigor era “Inútil”, o Paralamas era “Óculos e eu com “Rolam as Pedras”: “Vejo os sonhos livres, pais, irmãos e filhos, corpos tão estranhos aos meus…”. Na época até tive uma discussão com meu produtor, falando que a música era muito cabeça e não tinha a ver com o cenário. Mas, na verdade, a música refletia muito o que estava acontecendo no mundo em termos de rock’n’roll, porque o punk já estava caindo lá fora. O “Rolam as Pedras” tocou muito na rádio.

Miguel Arcanjo Prado – Como foi viver este momento de se tornar um ídolo do rock?

Kiko Zambianchi – Nunca me senti um rock star. Ainda hoje não tenho essa certeza que eu sou alguma coisa. Mas foi demais ouvir a primeira vez no rádio no final de 1984. Começou a tocar em Ribeirão Preto, todo mundo falando que viu minha música, aí começaram a rolar muitos shows . Até que eu fui para o Chacrinha, onde encontrei todos os caras que eu perturbava quando iam a Ribeirão.

Miguel Arcanjo Prado – Que encontro no Chacrinha foi marcante?

Kiko Zambianchi – Encontrei o Gilberto Gil no Chacrinha, e ele falou: Kiko, o que você está fazendo aqui? Eu falei, eu lancei uma música aí [risos]. O Gilberto Gil eu conhecia de Ribeirão. Quando ele tocou lá, fui no hotel dele e fiquei tocando com ele a tarde inteira. Ele depois falou no show dele de mim, que o povo devia me conhecer. Essas coisas que acabaram me dando, não a certeza, mas uma vontade de seguir na música.

Miguel Arcanjo Prado – Você falou do Chacrinha, que tinha essa característica genial de misturar tudo no programa dele. Você acha que falta esse espaço para a música hoje na TV, para deixar surgir coisas novas?

Kiko Zambianchi – Nos anos 1980, a TV brasileira tinha muita abertura para o rock e em um lugar muito popular, como o Chacrinha. Eu vejo que na época tinha uma cena de rock. Quase todas as novelas tinham rock’n’roll. A gente tinha o pai do Cazuza, o João Araújo, chefe da Som Livre. Isso foi primordial. O pai de um roqueiro estava na direção de uma empresa que era a única sócia da Rede Globo, o único sócio dos Marinho era o João Araújo. Ele começou a colocar o rock’n’roll nas novelas. As rádios passaram a tocar e se criou uma cena de rock no Brasil.

Miguel Arcanjo Prado – E as músicas do rock diziam coisas muito interessantes.

Kiko Zambianchi – A ditadura começou a deixar as pessoas falarem. A gente podia falar o que não estava gostando, era final da ditadura. Tivemos ainda discos censurados, como o da Blitz, que vinha riscado, uma coisa ridícula. Estava começando a abertura. Então, era um período de efervescência, de um novo rumo para a música, onde se procurava novos artistas para criar essa cena de rock. E essa era a diferença: a mídia apoiava. Estava tudo favorável. Lá fora teve o punk, depois o new wave. E foi a primeira vez que na história das rádios que se tocou mais música brasileira que estrangeira. Acho até que esse sucesso aqui preocupou lá fora.

Miguel Arcanjo Prado – Como você vê a atual cena musical?

Kiko Zambianchi – Os brasileiros colocaram as bananas de novo na cabeça, enquanto os gringos são os chiques. Voltou a ter o apelo folclórico, regional, na música brasileira. O rock brasileiro dos anos 1980 era uma música internacional. O Rock in Rio foi um exemplo disso, fazendo um intercâmbio entre o rock daqui e o de lá de fora. Muitos bons artistas estão aqui até hoje surgiu por essa busca por artistas de qualidade que houve nos anos 1980. Hoje está diferente, temos uma coisa mais imediatista.

Miguel Arcanjo Prado – Como você vê o domínio atual na música brasileira do sertanejo e do funk carioca?

Kiko Zambianchi – Se fosse sertanejo ainda estava bom. Mas são pessoas da capital e até cariocas que fazem sertanejo visando única e exclusivamente estourar e ganhar dinheiro. Tem gente que se propõe a fazer para sobreviver. Você vê muito sertanejo que gosta de rock’n’roll, está ali fazendo aquilo para sobreviver e ganhar dinheiro. Por outro lado vemos artistas que estão ali e de uma hora para outra podem desaparecer. Nos anos 1990 tivemos uma leva de artistas que tivemos de engolir todos os sábados e domingos, do mais baixo nível, que depois desapareceram e, junto deles, os fãs. O que não faltam são artistas bons de qualidade, compondo e fazendo coisas legais, não só no rock, como na MPB e em outros estilos, mas falta espaço, sobretudo na mídia.

Miguel Arcanjo Prado – Falta um João Araújo, um Boni, que banque novos artistas bons na TV e os transforme em ídolos da massa?

Kiko Zambianchi – Talvez. Uma coisa que nunca achei que fosse sentir falta é de um diretor artístico, que faça a seleção de quem é o quê. Nos anos 1980 a gente tinha a Gretchen e a Xuxa, mas não se esquecia de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil. Sempre tivemos esse lado popularesco, mas a gravadora tinha uma noção do que era um músico de carreira e o que era a música do momento. Tinha uma diferença grande neste sentido de perceber o que é uma coisa, o que é outra. Hoje em dia está tudo meio jogado. Você vê falar que alguns artistas são gênios e você vai ver o que são e acha meio estranho.

O músico Kiko Zambianchi conversa com o jornalista Miguel Arcanjo Prado – Foto: Bob Sousa – Blog do Arcanjo – UOL

Miguel Arcanjo Prado – O que acha do YouTube?

Kiko Zambianchi – O YouTube é muito legal para divulgar o trabalho, mas ao mesmo tempo, junto com o cara bom vem 400 mil ruins. Então, para você achar um cara legal vai ter de insistir e procurar muito. E geralmente o público procura o que é mais fácil, rápido e engraçado e aquilo ali toma espaço de muita gente boa, que poderia ser descoberta. A gente tinha de tomar cuidado porque hoje em dia qualquer um é repórter, qualquer um é artista, qualquer um é apresentador. E alguns levam a sério como se fossem famozaços. É uma faca de dois gumes, ajuda, mas também atrapalha. Tem de peneirar. É preciso procurar para achar artistas bons. E a gente ainda luta contra a sacanagem, a bunda. Às vezes o cara não vê o vídeo pela música, mas pela menina rebolando. É difícil competir com a bunda.

Miguel Arcanjo Prado – Qual sua visão das eleições neste ano? Quem você quer que ganhe e quem você quer que não ganhe?

Kiko Zambianchi – Antes eu até questionava bastante e achava isso, achava aquilo. Eu sinceramente agora acho que estamos ferrados. A solução seria não votar em nenhum político que está aí. É preciso procurar uma pessoa que nunca esteve na política. Mesmo se não for legal, pelo menos é novo, não já vai estar ainda fazendo parte daquela quadrilha. Eu acredito nisso: temos de tirar todo mundo que está lá e botar gente nova. Adoraria que o pais tivesse uma regra que, para ser político, você tivesse que ter pelo menos uma faculdade, uma especialização, porque é muita gente ignorante sendo colocada na política para depois virar manobra e moeda para pessoas de má índole e má intenção.

Miguel Arcanjo Prado – Qual a cara da sua música?

Kiko Zambianchi – Eu gosto de tudo. Eu não consigo me definir como isso ou aquilo. Gosto de compor principalmente, é o meu forte. Componho vários tipos de música e gosto disso. Você pode dizer que eu sou mais compositor do que cantor. Eu vou fluindo no que vem aparecendo. Eu tenho uma ideia e parto dela para fazer a música, não tenho preconceito nesse sentido. Eu tenho uma coisa meio espiritual, talvez, com a composição. Eu passo um pouco mal quando vou compor e não tenho uma composição igual. Componho reggae, rock, clássico, trilha. Eu gosto de várias coisas. Claro que tem gêneros que não são minha praia, não faço axé, sertanejo, pagode, mas faço MPB.

Miguel Arcanjo Prado — E funk?

Kiko Zambianchi – Esse funk que está aí para mim não é funk, é funk carioca. Não é minha praia também. O outro funk, tipos Motown, James Brown, eu gosto. Isso pra mim é funk.

https://blogdoarcanjo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/27/kiko-zambianchi-faz-35-anos-de-carreira-e-dificil-competir-com-a-bunda/

 

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Farra de viagens no governo Lula chega ao TCU

Foto: Evaristo Sá/AFP

Está no Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de auditoria nas viagens de pessoas sem cargo público no governo federal. O pente-fino, solicitado pelo deputado Rodrigo da Zaeli (PL-MT), destaca, por exemplo, a disparada de 213% na gastança com diárias e passagens de “colaboradores eventuais” nos dois primeiros anos da gestão Lula, chegando a R$392,6 milhões. Em 2021-2022, mesmo com o gasto já corrigido pela inflação, o valor fica bem abaixo, R$125,1 milhões.

Na representação, o Rodrigo da Zaeli cita passagens de R$237 mil pagas para a primeira-dama Janja, que não ocupa cargo público.

Se incluir servidores, a fatura fica ainda mais salgada. O primeiro biênio de Lula custou ao País R$4,5 bilhões só em viagens.

Entre 2021 e 2022, os gastos com passagens no governo federal foram de R$54,6 milhões. Em 2023 e 204, disparou para R$200,9 milhões.

Diário do Poder

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Braço-direito de senador deu poderes para “homem da mala” do Careca do INSS sacar dinheiro

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Homem de confiança do senador Weverton (PDT-MA), o empresário Gustavo Marques Gaspar assinou documento que dá poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela Polícia Federal (PF) como o “carregador de mala” do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS.

A procuração, obtida pela coluna do Tácio Lorran, permite que Rubens Oliveira, responsável por levar a propina a autoridades e políticos envolvidos na Farra do INSS, movimente e saque valores das contas de uma empresa de Gustavo Gaspar, a GM Gestão Ltda.

Gustavo Gaspar é considerado nos bastidores braço-direito do senador Weverton. O empresário trabalhou como assessor do político maranhense por quatro anos, de 2019 a 2023. Nesse período, o empresário esteve lotado no gabinete da liderança do PDT no Senado, com salário de R$ 17,2 mil. Gustavo Gaspar só foi exonerado pelo senador depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou que ele era um funcionário fantasma da Casa.

Já Rubens Oliveira é visto como uma figura central para o transporte de dinheiro do esquema bilionário de fraudes contra aposentados do INSS. Ele é descrito no inquérito da Polícia Federal como “facilitador” e “intermediador” do Careca do INSS, considerado um dos principais operadores da farra dos descontos indevidos do INSS, revelada pelo Metrópoles.

A procuração foi registrada no Cartório JK, em Brasília, no dia 12 de março deste ano. Pouco mais de um mês depois, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Sem Desconto, que investiga a Farra do INSS. O inquérito subiu para o Supremo Tribunal Federal (STF) após a PF identificar a atuação de políticos com foro privilegiado.

Procuração dá amplos poderes para “homem da mala” movimentar dinheiro de braço-direito de senador

No documento, Gustavo Gaspar confere “amplos poderes” a Rubens Oliveira para representar a GM Gestão Ltda em quaisquer estabelecimentos bancários, “com a finalidade de abrir, movimentar e encerrar contas”, “fazer depósitos, retiradas, transferências e aplicações” e “receber, emitir, assinar, endossar e descontar cheques”.

A procuração também permite que o “homem da mala” do Careca do INSS represente Gustavo Gaspar perante empresas públicas, privadas e órgãos governamentais, podendo até mesmo assinar contratos.

Em nota, o advogado Bernardo Simões Coelho, que faz a defesa de Rubens Oliveira, assegurou que seu cliente nunca participou de qualquer movimento ou pagamento de propina. A defesa explicou que o economista atua na área de consultoria empresarial e que foi contratado, por curto período, por Gustavo Gaspar, com quem manteve relacionamento exclusivamente profissional. Rubens Oliveira negou conhecer o senador Weverton.

Weverton é responsável pela indicação de diretor do INSS que facilitou fraudes

O senador Weverton já admitiu ter recebido o Careca do INSS em seu gabinete. Ele alega, no entanto, que o lobista foi conversar sobre o mercado de cannabis. Antonio Antunes tem uma empresa no ramo chamada World Cann.

Após pedido da coluna Tácio Lorran, do Metrópoles, o Senado Federal impôs sigilo nos registros de entrada do Careca do INSS na Casa.

O senador do PDT é responsável pela indicação de André Fidelis ao cargo de diretor de benefícios do INSS. A informação foi confirmada pelo ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que também investiga a farra dos descontos indevidos na aposentadoria de segurados do INSS.

André Fidelis assinou convênios com entidades que efetuaram descontos de ao menos R$ 142 milhões somente em 2024, conforme mostrou o colunista Fábio Serapião, do Metrópoles. Concomitantemente, o ex-diretor de Benefícios do INSS é suspeito de receber propinas de R$ 1,4 milhão por parte de Antonio Antunes.

Metrópoles – Tácio Lorran

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Julgamento dos atos do 8/1 deve ser finalizado com Dino na presidência da 1ª Turma

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O julgamento das ações que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 deve ser finalizado com o ministro Flávio Dino ocupando a presidência da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

A gestão de Cristiano Zanin se encerra em 1º de outubro. Uma eleição simbólica para o novo presidente da Turma deve ser realizada já na próxima terça-feira (23), na sessão do colegiado.

Essa troca no comando segue um rodízio previsto no Regimento Interno do STF. Cada Turma é presidida pelo ministro mais antigo no grupo dentre seus membros que ainda não tenham ocupado o posto. O mandato é de um ano.

A recondução ao cargo não é permitida até que todos os integrantes tenham exercido a presidência, por ordem decrescente de antiguidade (tempo no tribunal).

Com a saída de Zanin no início de outubro, portanto, deve ficar para Dino a função de conduzir e agendar os últimos julgamentos da suposta trama golpista.

O presidente da Turma é responsável por coordenar os julgamentos, elaborando a pauta e definindo datas de análise para cada processo.

Cabe a ele abrir e encerrar as sessões, conduzir os trabalhos e assegurar a disciplina nas falas, garantindo que advogados e partes respeitem o tempo previsto e que os ministros tenham espaço para se manifestar.

Em caso de empate, possível quando um dos ministros está ausente, o presidente também exerce o chamado voto de qualidade, que define o resultado.

Em agosto deste ano, durante sessão de retomada dos trabalhos da Corte, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o STF concluiria, ainda neste semestre, o julgamento dos quatro núcleos da tentativa de golpe. Como já mostrou a CNN, a Corte quer evitar que o caso seja arrastado para 2026 e continue em evidência no ano eleitoral.

Para garantir isso, o presidente da Turma precisa articular uma série de arranjos como sessões extraordinárias da Turma e possível cancelamento de sessões plenárias, como ocorreu no julgamento do núcleo 1.

O núcleo 4, que contém os réus acusados de disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral, é o com trâmite mais avançado e deve ser o próximo julgado.

Quase todas as defesas dos réus apresentaram seus argumentos pela absolvição na última quinta-feira (18).

O réu Ailton Barros foi o único a não cumprir o prazo. Ele é representado pela Defensoria Pública da União. Na sexta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes determinou a intimação da DPU para a “juntada imediata das alegações”.

A entrega das defesas é a última etapa do processo. Depois, cabe ao ministro relator, pedir que o julgamento seja marcado.

CNN

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ONU põe Lula e Trump no mesmo local pela 1ª vez

Foto: Michael M. Santiago/Getty Images via AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca neste domingo (21) em Nova York para participar da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em que discursará no debate anual de alto nível que reúne 193 membros do órgão.

Será a primeira vez em que Lula estará no mesmo local que o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, desde a eleição do americano e da aplicação pelos EUA de uma série de sanções ao Brasil. Não há, porém, expectativa de encontro entre os líderes.

O evento ocorrerá sob ameaça do anúncio de novas punições contra o Brasil, o que pode gerar constrangimentos à delegação brasileira. Para além do clima de tensão entre Lula e Trump, outros assuntos-chave devem permear a assembleia: a guerra entre Ucrânia e Rússia, o conflito entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza, além do combate às mudanças climáticas.

A presença militar americana no Caribe, próximo à Venezuela, também pode ser um dos assuntos ligados à América Latina.

Na segunda-feira (22), Lula participará de um evento que vai debater a solução para dois Estados na Palestina, defendida pelo Brasil e da qual os EUA se opõem.

Um integrante do governo petista estima que cerca de 150 países já expressaram a defesa por essa saída. Para que isso ocorra, porém, é preciso que o Conselho de Segurança da ONU aprove a solução, o que já foi barrado pelos EUA.

A tendência é que o tema seja inserido inclusive no discurso que o presidente fará no debate da assembleia, na terça-feira (23). O Brasil é sempre o primeiro a se manifestar.

Lula já chamou de genocídio por parte de Israel o que ocorre em Gaza e pode se manifestar dessa forma novamente. O presidente também deve reafirmar a importância da COP30, a assembleia climática da ONU, que será realizada no mês de novembro, em Belém.

O tema deve aparecer em menor ou maior grau a depender da aplicação de novas punições pelos EUA. Existe a possibilidade de o governo Trump divulgar punições como resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda (22), gerando um constrangimento ao presidente brasileiro.

Entre as punições em análise estão o aumento de tarifas, a ampliação de restrição de vistos e a inclusão da mulher de Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, criada para punir violadores de direitos humanos. Se isso ocorrer, um integrante do governo Lula diz que o presidente deverá responder em seu discurso na assembleia.

Os EUA falam logo na sequência do Brasil. Os oradores que se manifestam na assembleia geralmente ficam numa sala à espera do momento de irem ao púlpito, enquanto aqueles que terminam os discursos deixam o local por outra saída. Por isso, a presença dos dois no mesmo ambiente não é garantia de encontro.

Folha de S.Paulo

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Brasil barra EUA de reunião sobre democracia em Nova York, às margens da Assembleia da ONU

Foto:  Evaristo Sa/AFP

O Brasil vetou a participação dos Estados Unidos na reunião “Democracia Sempre”, marcada para terça-feira (23) em Nova York, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. A informação foi publicada neste sábado (20) primeiramente pelo jornal Folha de São Paulo.

O encontro é organizado por Brasil, Espanha, Uruguai, Colômbia e Chile, segundo o jornal, e ocorre pela segunda vez de forma paralela à assembleia da ONU. No ano passado, quando a reunião foi promovida apenas por Brasil e Espanha, cerca de 30 países estiveram presentes – entre eles, os EUA.

O objetivo da iniciativa é discutir formas de preservar e fortalecer o ambiente democrático. Segundo o jornal, uma fonte do governo brasileiro afirmou que apenas países considerados democráticos pelo Brasil foram convidados.

O Estadão/Broadcast também apurou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entende que a gestão de Donald Trump representa justamente o que esse grupo tenta combater.

O episódio ocorre em meio a um agravamento das tensões comerciais e diplomáticas entre os dois países. Em julho, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida com base no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e em uma suposta “relação comercial injusta” com o Brasil.

Na semana passada, o presidente Lula publicou um artigo no The New York Times criticando a decisão de Washington. Ele defendeu que tarifas não são a solução para disputas comerciais e reforçou o compromisso brasileiro com o multilateralismo.

Segundo apuração do Estadão/Broadcast, o governo brasileiro não deve tentar agora alguma reunião com representantes dos EUA para discutir o tarifaço ou mesmo a relação entre as duas nações.

InfoMoney com informações de Estadão Conteúdo e Folhapress

Opinião dos leitores

  1. Muito justo, e diga-se de passagem, corajoso! Marco Rúbio impediu o ministro Padilha de participar d eum evento paralelo a ONU, sobre saúde pública. E essa foi uma boa resposta.

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RN pode vender imóveis para diminuir déficit da Previdência dos servidores

Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN) determinou que o Governo do Estado e o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (IPERN) adotem medidas urgentes para recompor o fundo previdenciário estadual.

A decisão, publicada nesta semana, estabelece que não apenas recursos financeiros, mas também bens imóveis e outros ativos devem ser utilizados para garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário estadual.

O alerta é claro

Sem ações imediatas, o déficit da Previdência pode comprometer as finanças do Tesouro e afetar serviços essenciais, como saúde e educação. O Governo informou que não se manifestaria, por ainda não ter sido notificado pela corte de contas.

Segundo a Lei Complementar Estadual nº 526, de 18 de dezembro de 2014, bens imóveis dominicais do Estado, de autarquias e fundações públicas estaduais, participações societárias, créditos previdenciários e ativos imobiliários podem compor o patrimônio do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), desde que com regularização jurídica.

Atualmente, o Portal de Imóveis do Governo do RN (Sipat) registra 3.485 imóveis públicos estaduais, dos quais 400 estão sem utilização e cerca de 1.500 carecem de legalização. Muitos desses bens estão desocupados ou subutilizados, representando uma oportunidade de recomposição do fundo, caso regularizados e alocados corretamente. “É necessário buscar a regularização desses imóveis para que possam realmente recompor o fundo. Não se pode postergar mais essa solução, que já está gritando”, afirmou Allan Souza, auditor e diretor de Controle de Pessoal e Previdência do TCE-RN.

Governo deve apresentar plano de ação em 60 dias

A decisão do Tribunal estabelece prazo de 60 dias para a apresentação de um plano de ação que contemple medidas como estudo atuarial, equacionamento do déficit, eventual aumento da alíquota da contribuição patronal e a utilização legal de bens e imóveis do Estado ou de entidades vinculadas para reforçar o patrimônio do fundo previdenciário. O plano deve incluir ainda a efetiva destinação ao Fundo Previdenciário de todos os ativos e receitas a ele destinados legalmente, incluindo as parcelas relativas a distribuições de lucros e dividendos eventualmente indevidamente utilizadas para outros fins em exercícios anteriores, assim como outros imóveis que possam ser oportunamente alienados.

O TCE-RN também determinou que os rendimentos da carteira de investimentos do RPPS não sejam utilizados para pagar benefícios até que o ativo garantidor atinja, no mínimo, o valor da Provisão Matemática dos Benefícios Concedidos (PMBC), que em 2023 era de quase R$ 31 bilhões. Atualmente, os ativos garantidores somam apenas R$ 142 milhões, menos de 0,5% do necessário.

No processo do TCE, o presidente do IPERN, Nereu Linhares, argumentou que fundos de investimento em renda fixa, participações e imobiliários são recursos de livre movimentação, utilizados para o pagamento de benefícios e manutenção do instituto. Ressaltou que a Lei Complementar nº 526/2014 unificou os fundos previdenciários em regime de repartição simples, sem capitalização, e que a situação financeira estadual é agravada por perdas de arrecadação e aumento do déficit de outros Poderes.

O alerta do TCE-RN surge diante de dados preocupantes sobre a situação da previdência estadual. De acordo com o último Relatório Resumido de Execução Orçamentária em Foco (Estados + DF), publicado pelo Tesouro Nacional, o déficit do Regime Próprio da Previdência Social – RPPS potiguar alcançou R$ 1,104 bilhão até junho de 2025, representando 12% da Receita Corrente Líquida (RCL). O valor é superior ao registrado em 2024, quando o déficit já havia atingido R$ 873,4 milhões, equivalentes a 10% da RCL.

Reportagem completa na Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

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Eriko Jácome aparece mais uma vez entre os 15 mais citados na corrida para deputado estadual

O vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Natal, Eriko Jácome, voltou a se destacar no cenário político do Rio Grande do Norte. Em uma pesquisa do Instituto Media publicada na tarde de ontem, o parlamentar está entre os 15 nomes mais citados para deputado estadual.

Há pouco mais de um mês, Eriko anunciou sua pré-candidatura à Assembleia Legislativa do RN, colocando-se à disposição da população para representar o estado. Reconhecido pelo trabalho desempenhado no legislativo municipal, ele tem se destacado principalmente na área da saúde, com ações semanais em diversos bairros de Natal e a instalação de uma clínica na Zona Norte da capital. Além disso, sua atuação também contempla projetos importantes voltados à educação.

A presença do nome de Eriko Jácome nas pesquisas reflete o reconhecimento da população potiguar ao trabalho realizado em Natal e fortalece sua pré-candidatura à Assembleia Legislativa.

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VÍDEO: Homem em surto ateia fogo em comunidade na Cidade da Esperança; seis casas ficaram destruídas

Na tarde deste sábado 20, um incêndio atingiu uma comunidade carente localizada em frente ao Detran, no bairro Cidade da Esperança, em Natal. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu controlar as chamas.

De acordo com informações do Via Certa, testemunhas relataram que o fogo foi provocado por um homem em surto. Em vídeo gravado no local, a mãe do suspeito afirmou que a Justiça não manteve ele internado e que o homem seria esquizofrênico e estava em surto no momento em que ateou fogo.

Moradores entraram em desespero e tentaram retirar o que podiam antes que as chamas consumissem os imóveis. Outra mulher relatou que uma criança de 4 meses quase morreu durante o incêndio.

O tenente do Corpo de Bombeiros que atendeu a ocorrência disse: “Fomos acionados e a população já estava tentando controlar, minimizar os danos. Chegamos, mas o fogo já tava tomado, ninguém ficou ferido. Agora é a população conseguir se acalmar e manter a ordem”.

Segundo o tenente cerca de 6 casas foram destruídas e não houve feridos.

Agora RN

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VÍDEO: “Como é bom chegar em casa, chegar em Natal”, diz Rafael Motta ao postar vídeo de agradecimento por orações pela sua recuperação

O ex-deputado federal Rafael Motta retornou para Natal um mês após internação em razão do grave acidente sofrido enquanto praticava kitesurfe. Durante a internação Rafael ficou alguns dias em coma induzido. Em vídeo publicado nas redes sociais, Rafael aparece cantando em agradecimento pelos cuidados e orações.

“Como é bom chegar em casa, chegar em Natal. Obrigado a todos pelo carinho, pelo cuidado e pelas orações. Aos poucos vou retomando a rotina e, em breve, com recuperação plena. 🙏🏻💙 #SouumMilagreEestouAqui”, escreveu em seu perfil no Instagram.

No dia 22 de agosto, quando praticava kitesurf, na região da Praia do Forte, na zona Leste de Natal, Rafael sofreu um grave acidente, sendo socorrido e levado ao Hospital Walfredo Gurgel. Lá passou por uma cirurgia no tórax. Após três dias, foi transferido para São Paulo para continuar o tratamento de recuperação. Rafael recebeu alta no dia 12 de setembro do hospital em São Paulo.

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  1. Ainda bem q Rafael usou o SUS. Entrou na fila da cirurgia e deu tudo certo. Não faltou material e graças a Deus ta bem. Oramos por vc Rafael. Parabéns e sucesso!!

  2. Seja bem vindo.
    Deus te proteja, amem.
    Agora é melhor jair se endireitando viu rapaz.
    Esse negócio de virar dep e votar contra o Brasil não é legal.
    Esse partido de numero 40 é o que mais faz.
    Vc fazia parte, a onde mineiro e natalia votavam, lá estava o teu voto também.
    O resultado foi a sua derrota.

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Geral

20 dias da gestão Justiz das escalas médicas nas unidades de saúde, filas quase zeradas e atendimento de qualidade

Este sábado marca 20 dias de gestão da Justiz Terceirização nas escalas médicas da rede municipal de saúde. E o cenário se consolida dia-dia: em muitos casos sem fila e o atendimento de qualidade.

Hoje, na Unidade de Pronto Atendimento de Cidade da Esperança, por exemplo, não havia fila de espera.

Longe de ser uma excepcionalidade, essa tem sido a nova realidade das unidades de saúde e das unidades de pronto atendimento: qualidade na prestação de serviço e celeridade.

A Justiz Terceirização, com 21 anos de atuação no mercado nacional, já impõe sua marca no serviço assumido das unidades da capital potiguar.

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  1. Lá em Cuiabá esta assim também depois que o prefeito Abílio tomou conta da prefeitura.
    Tem mais, exister câmeras instaladas nas unidades para que possa ser feito o acompanhamento online.
    O cara lá no Cuiabá, chegou chegando.
    Um ótimo prefeito.

  2. A canhota pira com isso, eles só estão satisfeitos com o povo sofrendo e implorando pelo amor de Deus por uma simples consulta!

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