Política

Com presença de Bolsonaro e Fux, Congresso abre os trabalhos de 2021

Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara

Em sessão solene do Congresso Nacional, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados se reúnem, na tarde desta quarta-feira (3), para a abertura dos trabalhos do ano, após o recesso parlamentar. A sessão acontece sempre em fevereiro e marca o início do ano legislativo, como também, é a ocasião do anúncio das metas do Executivo e do Judiciário.

Diferente do ano passado, o presidente da República, Jair Bolsonaro, comparece à solenidade. Está presente ainda o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Os trabalhos serão comandados pelo novo presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No Plenário da Câmara dos Deputados, onde a sessão solene acontece, está também o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Antes, a solenidade de abertura do ano legislativo teve uma cerimônia externa, na rampa do Congresso Nacional, com a presença de militares da Marinha, Exército e Aeronáutica. No local, o Hino Nacional foi executado pela Banda do Batalhão da Guarda Presidencial, ao mesmo tempo em que ocorreu o hasteamento das bandeiras e uma Salva de Gala, com 21 tiros de canhão.

A presença do presidente da República na entrega da mensagem do Executivo é opcional, tanto que Bolsonaro não compareceu à sessão nos últimos dois anos. Normalmente, o Palácio do Planalto envia o documento por meio do chefe da Casa Civil, cargo ocupado atualmente pelo ministro Walter Braga Netto.

Quando pegou o microfone, Bolsonaro foi vaiado pela oposição e aplaudido pelos parlamentares que o apoiam. Em resposta, disse ser “uma honra enorme voltar a Casa onde eu fiquei 28 anos” e, antes de ler a mensagem, completou: “Nos encontramos em 2022”, em uma alusão às próximas eleições presidenciais.

Na mensagem desse ano, o Planalto informa aos parlamentares as ações governamentais realizadas em 2020 e previstas para 2021 e “seus resultados na construção de um país mais próspero, justo e livre”. “Dentre os temas abordados, encontram-se os programas de governo nas áreas de política econômica, políticas sociais e de desenvolvimento e bem-estar; política externa e comércio exterior; defesa nacional e soberania; segurança institucional; relacionamento com Congresso Nacional, entes federados e sociedade civil; e gestão pública”, afirma o texto.

O documento enfatiza também “a importância do Parlamento para que as conquistas apresentadas fossem atingidas reforçando a necessidade de envolvimento e compromisso contínuo das duas Casas, Senado e Câmara, para dar seguimento em 2021 às ações de retomada econômica, além dos projetos de privatizações, concessões, maior liberdade de mercado e reforma tributária”.

“O ano de 2020 surpreendeu a todo mundo. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário foram fortemente impactados pela pandemia. O governo federal adotou duas premissas básicas — salvar vidas e a economia — e agiu com um único objetivo: atender às necessidades da população brasileira. Uma série de medidas adotadas. Auxílio emergencial, foram pagos mais de 160 bilhões para fazer frente à pandemia e atender ao SUS, auxílio e crédito a pequenas e micro empresas, preservação de empregos, recursos para cultura, isenção de impostos para insumos e medicamentos de combate à Covid-19”, disse Bolsonaro.

O presidente do Supremo, Luiz Fux iniciou seu discurso lembrando as vítimas do novo coronavírus. “Antes de tudo, este momento é de compadecimento pelas mais de 227.000 vidas tomadas pela pandemia do COVID-19, bem como de compaixão pela dor de seus familiares”, disse.

“Nessas e em outras iniciativas, o Poder Judiciário brasileiro atuará sempre em harmonia com os Poderes Executivo e Legislativo. É dizer: sem se olvidar do espaço de independência conferido a cada um dos braços do Estado, devemos construir soluções dialógicas para o fortalecimento da democracia constitucional e para o desenvolvimento nacional”, prosseguiu.

“Para concluir a minha fala como Mensagem do Poder Judiciário ao Congresso Nacional, destaco que nós, homens e mulheres públicos, somos passageiros nas funções que ocupamos; no entanto, os feitos em prol do fortalecimento das instituições, da democracia e das liberdades humanas e de imprensa não conhecem tempo nem espaço, porquanto atemporais e universais”, concluiu Fux.

Na sequência, falou o novo presidente da Câmara, Arthur Lira, que destacou a necessidade da vacinação da população diante da pandemia. “Nós podemos, sim, unir esforços com o Senado Federal, com o Executivo, com o Judiciário, com todas as instâncias que puderam ajudar e, de nossa parte, fazer o que estiver ao nosso alcance para facilitar a oferta de vacinas o amparo aos mais vulneráveis nesse momento mais dramático, sempre obedecendo os mais rigorosos padrões sanitários, sem colocar em risco a vida das pessoas, mas abrindo, quem sabe, novas opções de novas vacinas que já estão disponíveis no mundo”

“Não é pouco o trabalho que nos espera. Ainda aguardam para serem votados a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) e 24 vetos presidenciais sobre diversos temas, que estão prontos para deliberação. A votação destes vetos é necessária para destrancar a pauta do Plenário do Congresso Nacional, de modo que possamos apreciar e deliberar sobre outros temas urgentes para a sociedade.
O povo brasileiro tem justa expectativa neste sentido, e essa expectativa só será atendida quando houver uma efetiva harmonia entre os Poderes constituídos, resguardada a independência de cada um deles, princípios inscritos na nossa Carta Maior”, prosseguiu.

Presidente eleito do Senado, Rodrigo Pacheco destacou a necessidade de harmonia entre os poderes. “A política não deve ser movida por arroubos do momento ou por radicalismos. Devemos superar os extremismos, que vemos surgirem de tempos em tempos, de um ou de outro lado, como se a vida tivesse um sentido só, uma mão única, uma única vertente”, discursou.

“A defesa da independência não pode importar em sacrifício da harmonia. E a defesa da harmonia não pode comprometer a independência. É um engano pensar e defender a independência dos Poderes sem lutar pela preservação da harmonia entre eles. Refiro-me às reformas, especialmente a tributária e a administrativa. Não podemos relegá-las a um segundo plano, pois são prioridades das mais urgentes”, acrescentou o presidente do Senado.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Que danado esse hômi foi fazer em Brasília ?? O lugar dele é aqui no Rio Grande do Norte, BOLSONARO o melhor Governador do RN de todos os TEMPOS!

  2. Os tempos mudam… Pro MINTOmaníaco então! Lembrei hoje de um fato: “ O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, ironizou o Centrão, mais novo aliado do governo de Jair Bolsonaro, em convenção nacional do PSL no dia 22 de julho de 2018 no Rio de Janeiro. Ao parodiar um samba que fez sucesso na voz de Bezerra da Silva, Heleno cantou: "Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão", substituindo a palavra "ladrão", da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário”. E agora? O que houve: o centrão virou honesto ou o MINTOmaníaco assumiu o que sempre foi?

  3. Zezim do GARROTE, lambedor de leite moça, vc não tem classe, vive fazendo besteira, Deus fez o mundo redondo para não deixar canto para vc eliminar o produto da sua digestão.

    1. Eu me pergunto o que motiva tanto ódio. Teve mensalão? Teve petrolao? Teve propina da JBS? Teve desvio de dinheiro público? O quê pela caridade motiva esses acéfalos a não apoiarem o único governo da história recente que restringiu os lucros dos bancos e rentistas. Eu não consigo entender tanto poder de influência da mídia sobre essas massas.

  4. Esses parlamentares que vaiaram o melhor presidente que esse Brasil já teve, simplesmente vaiaram os milhares de brasileiros que elegeram Bolsonaro. Gesto grosseiro e sem respeito são originais dos socialistas comunistas. Mas não deixam o Brasil. Tenho asco dessa gente!

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Mundo

Senado dos EUA rejeita limitar ações militares de Trump contra a Venezuela

Foto: Truth Social/@realDonaldTrump

O Senado norte-americano rejeitou, por 51 votos a 49, uma resolução bipartidária que pretendia impedir o governo Donald Trump de realizar ações militares contra a Venezuela sem autorização do Congresso. A proposta foi apresentada pelos senadores Tim Kaine e Adam Schiff, do Partido Democrata, e pelo republicano Rand Paul. Apenas a senadora republicana Lisa Murkowski apoiou o texto junto aos democratas.

A iniciativa surgiu após Trump confirmar que havia autorizado a CIA a operar dentro da Venezuela para combater fluxos ilegais de drogas e imigração. Além disso, os Estados Unidos realizaram ataques a embarcações suspeitas de contrabando nas proximidades da costa venezuelana e intensificaram a presença militar no Caribe, o que aumentou a preocupação no Congresso.

O senador Adam Schiff afirmou que o aumento militar “tem muito mais a ver com uma possível mudança de regime do que com o combate ao tráfico de drogas” e defendeu que qualquer ação dessa natureza deve passar pelo Congresso. “Se acham que uma mudança de regime é necessária, então precisam vir ao Congresso e declarar isso”, disse.

Segundo a CNN, funcionários do governo afirmaram que não há planos de ataques terrestres na Venezuela e que, até o momento, não existe justificativa legal para tal medida. Apesar da derrota, o senador Tim Kaine indicou que novas resoluções sobre os poderes de guerra do Executivo poderão ser apresentadas, inclusive relacionadas à Nigéria.

Com informações da CNN Brasil

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Geral

Propostas para reagir a operação no Rio geram climão no governo Lula

Foto: Andreas Solaro/AFP

Duas propostas apresentadas recentemente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocaram desconforto dentro do governo e do PT. Ambas sugerem concentrar no Palácio do Planalto o comando da resposta ao crime organizado, após a operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro — o que, na prática, esvaziaria o papel do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

A informação é da coluna da Malu Gaspar, do jornal O Globo. Uma das ideias partiu do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Pereira, e propõe criar uma “Aliança Contra o Crime pela Paz”, que coordenaria ações de segurança pública em âmbito nacional. A sugestão foi levada diretamente a Lula em Belém, durante reunião que contou com a presença de Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos e do próprio Lewandowski — que, segundo relatos, reagiu mal, mas permaneceu em silêncio.

Outra proposta, defendida por um grupo de juristas liderado por Tarso Genro, sugere a criação de uma secretaria especial ligada à Presidência da República. A ideia também desagradou ministros e lideranças petistas, que veem risco político em colocar o tema nas mãos do Planalto e em reviver a promessa frustrada de criar o Ministério da Segurança Pública.

Nos bastidores, integrantes do governo afirmam que o ministro Rui Costa seria o mais cotado para coordenar a nova estrutura — o que amplia as resistências internas, devido ao histórico de aumento nas mortes em ações policiais durante sua gestão na Bahia. Enquanto isso, aliados de Lewandowski defendem que a segurança pública siga sob comando do Ministério da Justiça.

Com informações do O Globo

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Geral

[VÍDEO] VERGONHA MUNDIAL: “Está tudo muito desorganizado”, relata jornalista sobre o primeiro dia da COP30 em Belém

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram @canalmeio

Belém enfrenta o início da COP30 em meio a uma série de problemas estruturais e relatos de desorganização. O jornalista Yan Boechat, que está na capital paraense cobrindo o evento, descreveu um cenário de improviso que contrasta com a expectativa global em torno da conferência climática.

Segundo Boechat, o ambiente no centro de imprensa e nas áreas de acesso é marcado por falhas logísticas e falta de preparo. “Tá tudo muito desorganizado aqui. No setor de imprensa, ninguém sabe o que vai acontecer. As televisões não funcionam, os banheiros estão sujos e boa parte das coisas ainda está sendo construída”, relatou o jornalista.

Ele também destacou a dificuldade de comunicação com profissionais estrangeiros. “Os estrangeiros reclamam muito que ninguém fala inglês, nem o pessoal da produção que deveria ajudar os jornalistas internacionais. É impossível encontrar alguém que fale inglês”, afirmou.

Apesar das críticas, Boechat ponderou que a realidade da COP30 reflete desafios estruturais do país. “Aqui é a Amazônia, é o Brasil real, que não é São Paulo nem o Rio. Mas, mesmo assim, dá uma sensação de bagunça. Estive no G20 no Rio recentemente e a diferença é gritante”, concluiu.

Com informações do Canal Meio

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Geral

COP30: “É hora de transformar ambição em ação”, diz Lula em Belém

Foto: Mauro PIMENTEL / AFP

Durante a abertura da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “é hora de transformar ambição em ação”. Em discurso na noite dessa quinta-feira (6), Lula defendeu que o encontro na capital paraense marque o início de medidas concretas contra as mudanças climáticas, destacando a importância de equilibrar crescimento econômico e sustentabilidade.

O presidente citou a redução de mais de 50% no desmatamento da Amazônia como exemplo de compromisso ambiental de seu governo e anunciou que o Brasil deve ratificar até o fim de 2025 o Tratado do Alto Mar, que regula o uso sustentável dos recursos marinhos em áreas internacionais. Lula também reforçou a necessidade de cooperação global: “Nenhum país poderá enfrentar a crise climática sozinho. Os incêndios e o plástico não respeitam fronteiras”.

Entre os principais anúncios, o presidente lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que propõe um novo modelo de financiamento climático. O mecanismo recompensará financeiramente países que preservam florestas tropicais, enquanto garante retorno aos investidores com taxas compatíveis às do mercado. “Somente uma arquitetura financeira robusta e equitativa pode garantir que a conservação dos nossos ecossistemas tenha recursos”, afirmou.

A Cúpula de Líderes antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, também em Belém. O evento deve reunir chefes de Estado e delegações de mais de 190 países para discutir metas ambientais e o futuro das políticas globais de clima.

Com informações do Metrópoles

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Política

Haddad deve rodar o país para divulgar isenção do IR e reforçar projeto eleitoral de Lula

Foto: Evaristo Sa/AFP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve iniciar uma série de viagens pelo Brasil para divulgar a nova faixa de isenção do Imposto de Renda, que agora beneficia quem recebe até R$ 5 mil. A medida, aprovada recentemente, é vista como uma das principais bandeiras do governo Lula em seu discurso de justiça tributária e distribuição de renda.

Segundo aliados, Haddad pretende usar as viagens não apenas para explicar o impacto da isenção, mas também para aproximar o governo da população e fortalecer a imagem do presidente Lula, que já articula a candidatura à reeleição em 2026. O ministro deve destacar que a mudança no IR busca aliviar o peso dos tributos sobre os trabalhadores e tornar o sistema mais equilibrado.

A ofensiva de comunicação vem em um momento estratégico, quando o governo tenta recuperar popularidade e reafirmar sua agenda econômica de inclusão. O Planalto vê em Haddad uma figura capaz de traduzir temas técnicos em mensagens políticas claras, aproximando a política fiscal do cotidiano das famílias.

Com isso, o ministro assume papel central na estratégia de Lula para reforçar conquistas sociais e mostrar avanços econômicos. A expectativa é que os eventos de Haddad funcionem também como vitrine para o projeto de continuidade do governo em 2026.

Com informações da Folha de S.Paulo

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Geral

STF inicia julgamento de recurso de Bolsonaro contra condenação por ‘trama golpista’

Foto: REUTERS/Mateus Bonomi

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta sexta-feira (7) o julgamento dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis condenados no caso da chamada suposta trama golpista. A análise ocorre em plenário virtual até o dia 14 e pode deixar Bolsonaro mais próximo de começar a cumprir pena.

As defesas apresentaram embargos de declaração, recurso usado para apontar omissões ou contradições no julgamento. O relator, ministro Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar, e a tendência é que rejeite os pedidos. Além de Bolsonaro, foram condenados os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Por quatro votos a um, a Primeira Turma entendeu que o grupo formou uma organização criminosa armada para tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. O único voto pela absolvição foi do ministro Luiz Fux, que não participará desta fase por ter migrado para a Segunda Turma.

Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar em outro processo, ligado à suposta tentativa de seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de pressionar a Justiça com apoio do governo Donald Trump. No caso da trama golpista, Moraes decidirá se o ex-presidente seguirá em casa ou será transferido para uma unidade militar ou da Polícia Federal.

Com informações do O Globo

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Economia

Boulos erra ao comparar risco-país e juros do México com os do Brasil

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, cometeu equívocos ao citar dados econômicos do México para defender a redução da taxa Selic no Brasil. Em discurso na segunda-feira (3), durante evento em Brasília, Boulos afirmou que o risco-país mexicano seria “dez vezes maior” que o brasileiro e que os juros no Brasil seriam “cinco vezes” superiores aos do México — o que não corresponde à realidade.

De acordo com os dados mais recentes do CDS (Credit Default Swap) de cinco anos, o risco-país do México é de 93,5 pontos, enquanto o do Brasil é 140,8 pontos — ou seja, o México tem menor risco aos olhos do mercado financeiro. As agências Moody’s e S&P também classificam o México com grau de investimento (Baa2 e BBB), enquanto o Brasil permanece em nível especulativo (Ba1 e BB).

Boulos também errou ao comparar as taxas de juros. A Selic brasileira está em 15% ao ano, enquanto o juro básico do México é de 7,5%. Mesmo ao considerar os juros reais — descontada a inflação —, o Brasil tem 9,51%, contra 3,77% do México. Ou seja, a diferença existe, mas está longe de ser cinco vezes maior, como disse o ministro.

Apesar da inconsistência nos dados, Boulos manteve o tom crítico à política monetária do Banco Central, afirmando que o patamar atual dos juros “impossibilita o crescimento da indústria nacional”. O BC, por sua vez, decidiu na quarta-feira (5) manter a Selic em 15%, justificando a medida pela persistência da inflação acima da meta.

Com informações do Poder 360

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Geral

VÍDEO: Dois salgados e uma Coca zero custam R$ 99 na COP30 e geram polêmica

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram @belemtoday

Durante a COP30, em Belém (PA), um detalhe chamou atenção e gerou revolta nas redes sociais: os preços praticados na Blue Zone, área restrita do evento. O repórter Márcio Gomes, da CNN Brasil, relatou que dois salgados e uma Coca-Cola Zero custaram R$ 99 — valor considerado abusivo até por quem está acostumado com os altos custos de grandes conferências internacionais.

Segundo o jornalista, uma vendedora justificou o preço afirmando que o queijo usado no enrolado era do Marajó, conhecido por sua qualidade artesanal. O argumento, no entanto, não convenceu boa parte do público, que criticou o contraste entre o discurso de inclusão e sustentabilidade do evento e a prática de preços inacessíveis.

O episódio expôs uma contradição incômoda: enquanto líderes mundiais e autoridades discutem justiça climática e responsabilidade social, o próprio espaço da conferência acaba reproduzindo desigualdades. Para muitos, o alto custo de alimentação dentro da COP30 simboliza um distanciamento da realidade da maioria da população.

Entre ironias e críticas nas redes, o caso ganhou o apelido de “lanche mais sustentável do mundo” — um lembrete de que, ao menos no cardápio da COP30, a sustentabilidade ainda não parece incluir a economia.

Com informações de Belém Today

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Política

VÍDEO: CPI do INSS vira pagode: deputado de Lula ironiza ex-ministro de Bolsonaro com “Todo mundo erra”

Imagens: Reprodução/G1

A sessão da CPI mista do INSS nesta quinta-feira (6) terminou em clima de deboche e pagode. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), vice-líder do governo Lula e ex-ministro da Secom, mandou tocar a música “Velocidade da Luz”, do grupo Revelação, para ironizar o ex-ministro de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL), durante seu depoimento.

A letra da música não podia ser mais provocativa: “Todo mundo erra sempre, todo mundo vai errar.” Pimenta usou a trilha sonora para cutucar o ex-colega, lembrando o episódio em que Onyx admitiu ter recebido R$ 100 mil em caixa dois da JBS durante a campanha de 2014.

Segundo o petista, as “regras afrouxadas” no governo Bolsonaro abriram brecha para o esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, alvo central da CPI. “O povo já entendeu por que esse monstro virou o que virou”, disse o deputado, antes de encerrar a sessão ao som do pagode.

Lorenzoni, por sua vez, evitou o bate-boca, mas a cena viralizou nas redes e acendeu o clima político dentro da comissão — que investiga supostos desvios e fraudes no sistema previdenciário. A CPI promete novos embates entre lulistas e bolsonaristas nos próximos depoimentos.

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Política

Governo Lula mira planos de saúde: projeto quer impedir reajuste para idosos

Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

O vice-líder do governo Lula na Câmara, deputado Rubens Pereira Júnior apresentou um projeto de lei que quer impedir reajustes em planos de saúde para idosos e pacientes com doenças já diagnosticadas, mesmo quando há mudança de faixa etária. A proposta altera a legislação que regula os planos e seguros de saúde privados no país.

Pelo texto, as operadoras ficariam proibidas de aumentar o valor das mensalidades por idade para esses grupos, mesmo que isso esteja previsto em contrato. Segundo o petista, a ideia é “garantir previsibilidade financeira e justiça nos reajustes”, evitando o que ele chama de “aumentos abusivos”.

“Quem contribuiu a vida inteira não pode ser penalizado justamente quando mais precisa de assistência médica”, declarou o deputado, defendendo que o envelhecimento “não seja tratado como fator de exclusão”. O projeto já foi protocolado na Câmara e aguarda análise nas comissões temáticas antes de seguir ao plenário.

O tema está em sintonia com o que o STF também discute: os limites da atuação das operadoras de planos de saúde. A Corte deve decidir em breve se as empresas serão obrigadas a custear todos os tratamentos prescritos por médicos, inclusive os fora da lista da ANS — julgamento que pode mexer com todo o setor e afetar milhões de brasileiros.

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