Política

Conspirador, leal, bom negociador? Afinal, quem é Michel Temer?

em-1984-o-secretario-de-seguranca-publica-michel-temer-com-mario-covas-da-esq-para-dir-fernando-henrique-cardoso-o-entao-governador-de-sp-franco-montoro-e-o-comandante-da-pm-nilton-viana-1462792987986_615x300Temer (ao microfone) nos tempos do governo Montoro (ao centro), seu padrinho político

Considerado discreto e hábil negociador, o advogado e professor de direito Michel Miguel Elias Temer Lulia (PMDB), 75, chega à Presidência da República, o maior desafio de sua trajetória, de forma interina, com uma larga experiência política e algumas suspeitas. Em 2016, com a fama de gostar do que faz, ele completa 35 anos de política partidária –sua militância começou, porém, há mais de 50 anos.

O presidente interino, nascido em 1940 na cidade de Tietê (a 143 km a noroeste da capital paulista), filiou-se ao PMDB em 1981, época em que o partido liderava a oposição à ditadura e Franco Montoro era senador e o principal líder da legenda em São Paulo. Temer é o segundo pupilo de Montoro a chegar à Presidência da República –o primeiro foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Eleito governador de São Paulo em 1982, Montoro nomeou Temer como procurador-geral do Estado e depois como secretário da Segurança Pública. A atuação no governo do padrinho político serviu de trampolim para Temer arriscar-se em sua primeira candidatura. Lançou-se candidato a deputado federal em 1986 e conseguiu se eleger para participar da Assembleia Constituinte.

Democracia cristã

A ligação com Montoro remontava à década de 1960, quando este era um dos líderes do PDC (Partido Democrata Cristão). “Ele [Montoro] fazia um grupo de estudos. E eu trabalhei muito nas teses da democracia cristã, liderado pelo Montoro”, afirmou Temer em entrevista publicada em seu canal no YouTube em 2014. Temer e Montoro, que era católico, também conviveram como professores na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Morto em 1999, Montoro era tido como político preocupado com o social, apesar de não ser socialista. Foi importante opositor da ditadura e artífice da campanha de redemocratização do país na década de 1980. Deixou o PMDB em 1988 para fundar o PSDB, partido com o qual Temer e os peemedebistas mantêm laços.

“A linha do Michel é a da Constituição. Nossa Constituição é neoliberal. Ela prestigia o capital, a liberdade de iniciativa, mas ao mesmo tempo tem um número grande de cláusulas de caráter social”, afirma o advogado e professor Adilson Dallari, amigo de longa data de Temer.

Amigos destacam lealdade

O peemedebista construiu uma carreira política procurando se afastar dos holofotes, das polêmicas e dos conflitos. “Ele é modesto e não é exibido. Um dia me disse a seguinte frase: não tenho a mínima vocação para carro alegórico. Ele é de grande sobriedade”, diz o também advogado e professor Celso Antônio Bandeira de Mello, outro antigo amigo do presidente interino.

Chamado de golpista por apoiadores da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), Temer goza de um conceito completamente diferente entre muitos que conviveram com ele ao longo de sua vida.

“A Dilma não poderia ter um vice mais leal do que ele, mas nem a pessoa mais leal do mundo resiste ao desaforo contínuo. Michel é um homem extremamente leal e posso garantir [isso] porque foi meu secretário. Ele foi obrigado a tomar as posições que tomou porque foi completamente hostilizado, desprezado e humilhado até. Ele é um homem que tem muita dignidade”, argumenta o ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB).

Fleury é especialmente grato a Temer por este ter assumido a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo logo após o massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 detentos foram assassinados pela Polícia Militar. Foi o pior momento do governo Fleury.

“Uma característica marcante no Michel é o equilíbrio que ele tem em momentos de crise. Tem uma capacidade de controle pessoal que é invejável. Quando ocorreu o episódio do Carandiru, ele não titubeou. Aceitou na mesma hora. Fiquei muito grato porque era um momento difícil.” De acordo com Fleury, o principal mérito de Temer na ocasião foi pacificar o ambiente dentro das polícias Militar e Civil de São Paulo.

Mesmo divergindo politicamente de Temer e se opondo ao impeachment, Bandeira de Mello também aponta a lealdade com uma das qualidades do amigo. “É uma pessoa extremante digna e leal, um homem muito equilibrado, muito sereno.”

Advogado conciliador

Filho de imigrantes libaneses, Temer seguiu os passos de três de seus sete irmãos e se mudou para São Paulo aos 16 anos para estudar e entrar na carreira de Direito. Na Faculdade de Direito do largo São Francisco, vinculada à USP (Universidade de São Paulo), envolveu-se com a política estudantil.

Pertencia, na instituição, ao Partido Independente. Tratava-se, segundo Adilson Dallari, de um grupo de centro-esquerda que se opôs à ditadura implantada em 1964.

Depois de concluir o curso, Temer foi oficial de gabinete de Ataliba Nogueira, então secretário estadual de Educação no governo Adhemar de Barros.

Entre o fim da década de 1960 e os anos 1970, o presidente interino montou um escritório de advocacia com Geraldo Ataliba, Celso Antônio Bandeira de Mello e Celso Bastos.

Celso Bandeira de Mello e Adilson Dallari, que também trabalhou no escritório, dizem que Temer era o melhor advogado do grupo. Para Bandeira Mello, Temer levava vantagem por escrever bem e fazer petições objetivas. “Ele sempre ganhava [as causas].”

Temer trabalhava mais com questões cíveis, especialmente com litígios sobre contratos. Segundo Dallari, as qualidades de hábil negociador já apareceram neste momento.

“O Michel tem uma vocação para conciliar interesses. Ele nunca diz “não”. Mesmo que você tenha uma opinião contrária à dele, ele vai dizer “bom, olha, seu argumento é ponderável, mas quem sabe você não acha isso”. Enfim, o cara é genial para fazer acordo. No escritório, isso funcionou que era uma beleza. Todo mundo saía satisfeito”.

Presidente da Câmara e do PMDB

Além do apoio de Montoro na década de 1980, o reconhecimento como constitucionalista e a capacidade para negociar impulsionaram sua carreira política. Depois de participar da Assembleia Constituinte, emendou cinco mandatos como deputado federal.

No começo da década de 1990, voltou por alguns anos a São Paulo para ser novamente procurador-geral do Estado e secretário da Segurança durante o mandato de Luiz Antônio Fleury.

O bom trânsito nos bastidores da política levou-o a se eleger presidente da Câmara. Ao longo dos dois primeiros mandatos, de 1997 a 2001, chegou a assumir a Presidência do país interinamente por seis dias. Na época, o PMDB apoiava o governo Fernando Henrique Cardoso.

Temer assumiu a presidência nacional do partido em 2001, consolidando sua projeção no país, sua fama de negociador e deixando para trás o ex-governador Orestes Quércia, antigo líder da legenda em São Paulo.

Ao longo do primeiro do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o PMDB voltou ao governo. Em 2009, Temer foi novamente eleito presidente da Câmara. Como deputado, conseguiu aprovar projetos de lei como o de combate ao crime organizado, o de criação de juizados especiais e os que ajudaram a formar o Código de Defesa do Consumidor.

Se Dilma carrega a fama de ter aversão a políticos, Temer é o oposto. “Algumas vezes eu estive lá na Câmara quando ele [Temer] era presidente da Casa. Eu ficava horrorizado. O ambiente político ali parecia um ninho de escorpião. Era uma coisa danada, aquela vida infernal, você tem que tomar cuidado o tempo todo, e ele tinha que consertar tudo. Perguntei a ele: como você aguenta isso? Ele dizia: eu gosto, eu gosto”, conta Adilson Dallari.

Aliança e crise com o PT

Em 2010, PT e PMDB fecharam acordo para a eleição presidencial e lançaram a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer. O peemedebista licenciou-se da presidência do partido e assumiu a vice-presidência do país.

Apesar da fria relação entre Dilma e Temer, PT e PMDB mantiveram a chapa e conseguiram a reeleição em 2014. Na crise política de 2015, a presidente recorreu ao vice no meio do ano e o alçou à condição de articulador político do governo. A experiência durou pouco tempo.

“Foi um período muito tenso porque ele exerceu plenamente a função de articulador do ponto de vista de acerto com as bases partidárias, em relação a posições, a cargos. Mas o que se acertava [com Temer] se desacertava no entorno da Dilma. Alguns acordos efetuados não foram cumpridos pelo PT. Michel Temer pediu para se afastar do cargo de articulador. Sentiu que estava sendo sabotado”, diz o marqueteiro e consultor político Gaudêncio Torquato, amigo do presidente interino.

“Michel foi muito paciente com a Dilma. Infelizmente para ela, ele foi extremamente sabotado pelo PT. Ela desperdiçou o melhor articulador político que ela tinha à mão e disposto a ajudá-la. E aí chegamos no ponto que nós chegamos”, diz Fleury, que aponta o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, como o principal obstáculo à relação PT-PMDB. “Ele [Mercadante] azedou tudo.”

Insatisfeito com o tratamento que recebia da presidente, Temer não evitou que o PMDB decidisse por sair do governo no começo de 2016 e por apoiar, na Câmara e no Senado, o impeachment de Dilma.

“Temer tem influência grande no partido, mas não liderou essa movimentação. Tem alguns líderes do partido que tomaram essa posição. Ele percebeu que a maioria era por esse afastamento. Então simplesmente endossou as posições encaminhadas por seus correligionários”, comenta Torquato sobre a saída do PMDB do governo.

Segundo Torquato, o episódio que selou o rompimento definitivo entre Temer e Dilma foi a divulgação da carta escrita pelo então vice à petista em 7 de dezembro, logo depois do acolhimento do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na carta, Temer reclamava de ser um vice decorativo e da tentativa de governo de dividir o PMDB. Também se queixava que a presidente e seu entorno desconfiavam dos peemedebistas, incluindo ele próprio.

“O Michel se colocou à disposição e engoliu muito sapo. Para fazer um desabafo daquele, mandar aquela carta que foi tão criticada, é que o sapo já não descia mais. Ele precisava achar espaço no estômago para mais sapo. Então teve que vomitar aquela carta”, diz Fleury.

Tornado público, o texto agravou a crise política no governo. O grupo de Temer alega que a carta tinha caráter pessoal e não deveria ser divulgada. Nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi capaz de reverter o quadro e atrair de volta o apoio do PMDB.

Suspeitas e condenação

Temer não chega à Presidência livre de suspeitas e ameaças. Delatores da operação Lava Jato apontaram supostas relações do peemedebista com envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras. Ele alega inocência e permanece fora da lista de investigados na operação.

Outra suspeita foi levantada em uma mensagem que indica que Temer teria recebido R$ 5 milhões da construtora OAS. Ele diz que o dinheiro foi uma doação legal de campanha.

Na operação Castelo de Areia, que investigou a Camargo Corrêa, a Polícia Federal encontrou documentos que citam 21 vezes o nome de Temer ao lado de quantias que somam US$ 345 mil. A operação foi anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e, na época, Temer negou irregularidades.

O peemedebista já foi citado em investigações sobre o porto de Santos, considerado sua área de influência, e também negou irregularidades à época.

Na semana passada, ele foi condenado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo por fazer doações de campanha acima do limite permitido por lei, o que deve torná-lo “ficha-suja” para a Justiça Eleitoral. Temer admite o fato, mas diz que foi apenas “erro de cálculo” –ele ainda pode recorrer da decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ele também é alvo de um pedido de impeachment por ter assinado decretos de verba suplementar em 2015, uma acusação também feita no processo contra Dilma.

Além disso, Dilma e Temer são alvos, no TSE, de processos que pedem a cassação da chapa de ambos, o que poderia levar a uma nova eleição. Ele informou que “todas as doações a sua campanha de 2014 estão de acordo com a legislação eleitoral e foram apresentadas ao TSE e aprovadas”.

UOL

Opinião dos leitores

  1. É um TRAIDOR, aliás é uma prática comum do seu partido PMDB, o mais fisiologista do Brasil, que o digam Micarla e Rosalba recentemente aqui no nosso pobre Estado. Não que eu as apoiasse, mais a covardia faz parte da história do PMDB. Além de TRAIDOR, entrará para a história como um GOLPISTA, além de ser FICHA SUJA.

    1. Na atual situação brasileira o discurso de buscar um santo puro e inquestionável para assumir o governo, beira a insanidade mental.
      Não passa de mero discurso oportunista de quem vai sair.
      Para ser político no Brasil tem que jogar fora a inocência, a retidão, a conduta 100% correta.
      Política no Brasil é feita de oportunistas e leva quem tem o maior jogo nas conversas. Isso é cultural, desde o ano de 1500.
      Porém o inverso é verdade, não podemos deixar o Brasil nas mãos das piores cobras que se tem notícia na história da política brasileira. Um grupo dominador, doutrinador, onde os meios justificam os fins para manter um projeto de poder.
      Um grupo corrupto que coloca um partido imoral acima dos interesses de uma nação, aparelhando de forma ilegal o Estado, para enriquecimento de uns. Um partido que tem toda sua cúpula investigadas e muitos já condenados.
      Estávamos entregue a pior espécie política já registrada na história brasileira, todos oriundos de movimentos comunistas e que durante 14 anos eram apoio incondicional a países dominados por ditadores. Nada no Brasil é pior do quê aqueles que até o da 12/05/2016 estavam no poder.
      Não escrevo meias verdades, falo apenas de fatos devidamente comprovados e de conhecimento público, embora o PT tente escondê-los.

    2. Colosso disse tudo, quanto ao Rica fico com pena porque foram isto que deram durante muitos anos, o Partido das Trevas só tinham coisas ruins para nos dar.
      Agora não, fomos salvos por alguém que tem sim biografia e não folha corrida.
      Toda boa sorte do mundo TEMER

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Política

Alcolumbre diz que “intransigência” tomou conta da política

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), fez um apelo por mais diálogo, equilíbrio e responsabilidade no cenário político e social do país. Ele lamentou que o país continue mergulhado em uma constante rivalidade eleitoral, mesmo após o fim das eleições.

“Tenho buscado, dentro da linha tênue do equilíbrio, garantir que todos possam se manifestar, divergir ou convergir dentro do espírito democrático. […] Que a gente possa deixar os embates do processo eleitoral para o ano da eleição e se debruçar sobre as agendas que são o princípio das nossas obrigações”, disse Alcolumbre.

A afirmação foi feita na abertura da sessão de votações desta terça-feira (19). Na última semana, Alcolumbre retomou os trabalhos do plenário do Senado após dois dias de obstrução feita pela oposição que se manifestava contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os oposicionistas também fazem pressão para que seja colocado em pauta o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O senador defendeu que os representantes políticos se concentrem nas pautas que interessam à sociedade e deixem os embates eleitorais para o período adequado.

Alcolumbre relatou que tem mantido diálogo com representantes das instituições democráticas, do Parlamento, de entidades da sociedade civil, de movimentos sociais e religiosos. Segundo ele, o sentimento predominante nesses encontros é de angústia diante do cenário político atual.

“Nessas conversas, eu percebo também um sentimento generalizado de angústia. Angústia diante do radicalismo, da intransigência e das ofensas que ultrapassam os limites do que é coerente. Não estou me referindo ao partido A, ao partido B, nem à ideologia A ou ideologia B. Faço essa ponderação para que todos nós possamos refletir sobre o que verdadeiramente interessa: interessa a alguém termos um país dividido?” questionou o presidente do Senado.

CNN

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Política

Relator apresenta pontos da reforma administrativa sobre jornada e salários

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) antecipou nesta terça-feira (19) trechos de seu relatório sobre a reforma administrativa. A proposta será oficialmente protocolada após a apresentação aos líderes partidários ainda nesta semana.

Segundo o relator, o texto reúne 70 medidas distribuídas em quatro eixos: estratégia, governança e gestão; transformação digital; profissionalização do serviço público; e combate a supersalários e privilégios.

As ações estarão distribuídas em uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), um PLC (Projeto de Lei Complementar) e um PL (Projeto de Lei Ordinária).

Entre os destaques está a criação de uma tabela única de remuneração para servidores de todas as esferas.

O relatório também prevê um planejamento estratégico com metas e indicadores para quatro anos, contados a partir do primeiro ano de mandato de cada gestor eleito.

A proposta prevê ainda a possibilidade de bônus, como 14º e 15º salários, condicionados ao cumprimento de metas e à saúde fiscal do ente federativo.

Outra mudança é o fim das férias de 60 dias para servidores, exceto professores e profissionais de saúde expostos a riscos, que poderão manter períodos maiores.

Supersalários e carreiras

O relatório estabelece limites para supersalários nos três poderes e define regras para diferenciar verbas indenizatórias das remuneratórias.

Além disso, torna obrigatório, para todos os poderes e esferas, o uso do Sidec (Sistema de Desenvolvimento na Carreira), criado pelo Ministério da Gestão e Inovação.

O texto ainda institui um cadastro nacional de contratos temporários e determina que as carreiras públicas tenham no mínimo 20 níveis de progressão, com salário inicial limitado a 50% do teto da carreira.

Regras para municípios e estatais

Nos municípios cuja arrecadação própria seja menor que as transferências da União, haverá limitação no número de secretarias, nos moldes da regra que define o número de vereadores.

Nessas localidades, os salários de vereadores e secretários também terão tetos proporcionais à remuneração de deputados estaduais e governadores.

Em estatais não dependentes do Tesouro e que não estejam listadas em bolsa, os salários abaixo de presidente e vice-presidentes deverão respeitar o teto do funcionalismo.

Tramitação

O texto da reforma administrativa deve ser analisado em comissão especial da Câmara antes de seguir para votação em plenário.

CNN

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Brasil

Bancos caem na Bolsa e perdem R$ 41 bi em valor de mercado após decisão de Dino sobre Lei Magnitsky

Foto: reprodução

As ações de bancos brasileiros registraram forte queda nesta terça (19) após o ministro Flávio Dino, do STF, sinalizar a possibilidade de punir instituições que aplicarem sanções financeiras contra Alexandre de Moraes, seu colega de corte.

A desvalorização puxou o desempenho da Bolsa brasileira, que fechou em queda de 2,10%, a 134.432 pontos.

No total, os bancos perderam R$ 41,3 bilhões em valor de mercado nesta terça.

FolhaSP

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Brasil

X denuncia “ordens secretas” de Moraes e alerta para ameaça ao comércio digital

Foto: Ton Molina/STF

A rede social X apresentou comentários ao Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) referente à investigação iniciada sobre o Brasil nos termos da Seção 301 na Lei de Comércio de 1974.

No documento, a plataforma critica as “recentes decisões judiciais” que enfraqueceram o Marco Civil da Internet, de 2014, como o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de responsabilizar as big techs por conteúdos publicados por usuários.

“Em junho de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Artigo 19 do MCI, a lei de governança da internet do país, é parcialmente inconstitucional, permitindo que plataformas de mídia social sejam responsabilizadas pelo conteúdo de usuários sem revisão judicial. Isso aumenta os custos de conformidade, incentiva a censura excessiva e coloca em risco a liberdade de expressão, inclusive para usuários dos EUA. Instamos o USTR a examinar essas barreiras comerciais”, diz trecho.

“Ordens secretas” e suspensão do X

A empresa também acusa os tribunais brasileiros de ignorar o Tratado de Assistência Jurídica Mútua (MLAT), exigindo diretamente das subsidiárias locais o fornecimento de dados de usuários, incluindo americanos, sem seguir os canais diplomáticos legais.

Segundo o X, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob comando do ministro Alexandre de Moraes, teriam emitido ordens secretas ordenando a remoção de perfis de “usuários, políticos, jornalistas e cidadãos americanos”.

A plataforma lembra que os recursos apresentados foram rejeitados pelo STF e que o descumprimento das ordens motivou a suspensão da rede social por dois meses em 2024.

“Os recursos de X foram rejeitados, e o descumprimento resultou em banimentos em todo o país, congelamento de contas e a apreensão de US$ 2 milhões da Starlink da SpaceX, apesar de não haver base legal ou conexão. O efeito cumulativo tem sido uma deterioração acentuada do ambiente regulatório e judicial para serviços digitais no Brasil, minando tanto o Estado de Direito quanto a estabilidade necessária para o comércio e o investimento transfronteiriços no setor de tecnologia.“

O antagonista 

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RN

Cadu Xavier, que agora é Cadu de Lula se solidariza com Brisa que doou dinheiro público para bancar festa política

Foto: redes sociais

O secretário estadual da Fazenda Cadu Xavier, usou as redes sociais para manifestar apoio à vereadora Brisa Bracchi, acusada de utilizar recursos públicos para financiar uma festa com fins políticos.

“Minha solidariedade à vereadora @brisabracchi13, que vem sendo alvo de perseguições políticas. O mandato de Brisa é fundamental para defender a cultura, a juventude, as mulheres e tantas outras lutas que transformam a vida do nosso povo. Toda minha admiração e apoio à sua coragem. Conte comigo, Brisa”, escreveu.

O gesto levanta questionamentos: estaria Cadu defendendo causas legítimas ou simplesmente blindando aliados políticos? Ao priorizar discursos de perseguição em vez de responder às acusações envolvendo dinheiro público, Cadu parece reforçar a velha prática da política brasileira de transformar suspeitas graves em narrativa de “vitimização”.

Blog do BG 

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Brasil

Adultização: Câmara aprova urgência para proteção de crianças na internet

Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19) o regime de urgência do projeto sobre a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais. Por acordo com líderes partidários, o mérito da proposta deve ser analisado na quarta-feira (20).

A aprovação ocurreu de maneira simbólica, quando não há registro dos votos. Parlamentares da oposição protestaram e Hugo Motta, entretanto, alegou não haver requerimento de votação nominal sobre a Mesa no momento que antecedeu a aprovação.

“A decisão está tomada, votação feita e proclamado o resultado. Amanhã votaremos o mérito da matéria”, afirmou Motta à oposição.

O projeto já foi aprovado no Senado e chegou à Câmara em dezembro de 2024. A urgência acelera a análise e permite a votação diretamente no plenário, sem passar pelas comissões da Casa.

De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o texto tem sido chamado de “ECA digital”, em referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente. A matéria estabelece uma série de regras para garantir os direitos e a proteção de menores de idade na internet.

O tema da “adultização” ganhou destaque no debate público após denúncias feitas pelo youtuber e influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca, sobre conteúdos nas redes sociais que expõe a sexualização de menores de idade.

A matéria estabelece ações em prol do controle parental, proteção de dados, publicidade digital, filtros de conteúdo e obrigações para provedores, aplicações e fornecedores de produtos na internet.

Relator na Comissão de Comunicação, o deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI) avalia que o texto está maduro. Ele nega que a proposta esbarrará em censura.

Na quarta-feira, o plenário da Câmara terá debate, em formato de comissão geral, para discutir o tema da “adultização” com especialistas. A Casa também deve continuar discutindo sobre o assunto em um grupo de trabalho.

CNN

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Geral

Conselho de Ética sorteia novos nomes para relatoria de ação contra Janones

Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara sorteou nesta terça-feira (19) três novos nomes para a escolha do relator de uma representação contra o deputado André Janones (Avante-MG).

Poderão ser indicados como relator os deputados Delegado Fabio Costa (PP-AL), Acácio Favacho (MDB-AP) e Gustinho Ribeiro. A escolha de um dos nomes da lista tríplice será feita pelo presidente do Conselho, deputado Fabio Schiochet (União-SC).

A representação contra Janones foi apresentada pela Mesa da Câmara após o deputado ter se envolvido em bate-boca no plenário e ter proferido ofensas contra Nikolas Ferreira (PL-MG), que discursava na tribuna na ocasião.

Depois do ocorrido, o Conselho aprovou a suspensão cautelar do mandato de Janones por três meses e ele ficará afastado até 12 de outubro.

A ação foi apresentada pela Mesa depois de receber um ofício do corregedor parlamentar, deputado Diego Coronel (PSD-BA). Antes, o Partido Liberal havia enviado pedido à Corregedoria solicitando a suspensão de Janones.

Por regra, o sorteio da lista tríplice não pode incluir deputados do mesmo partido, estado ou bloco parlamentar que Janones.

O novo sorteio foi necessário após os congressistas sorteados anteriormente pedirem a retirada de seus nomes. Foi o caso de Júlio Arcoverde (PP-PI), AJ Albuquerque (PP-CE) e Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), que recusaram compor a lista.

Na última sexta-feira (15), o Conselho de Ética recebeu outras cinco representações contra Janones, todas apresentadas pelo Partido Liberal.

Próximos passos

A partir da lista tríplice sorteada nesta terça, o presidente do Conselho define a relatoria e o deputado representado tem prazo de dez dias úteis para apresentar sua defesa escrita, após ser notificado.

No parecer preliminar, o relator deverá recomendar o arquivamento ou a continuidade do processo disciplinar. O relatório deverá ir à votação no Conselho, podendo ser alvo de pedido de vista (mais tempo para análise).

CNN

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Política

VÍDEO: Brisa defende mandato após pedido de cassação na Câmara de Natal: “Isso fragiliza o nosso poder”

Durante a sessão plenária desta terça-feira (19), na Câmara Municipal de Natal, a vereadora Brisa Bracchi (PT) saiu em defesa de seu mandato após a apresentação de um pedido de cassação protocolado pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil). A acusação aponta o uso indevido de recursos públicos em no evento político “Rolê Vermelho”, que fazia alusões a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em seu discurso, Brisa argumentou que o pedido não se sustenta e que a denúncia fragiliza o poder legislativo. Ela destacou o esforço de sua trajetória política e disse que não se pode reduzir o debate a questões pontuais.

“O nosso mandato não é um estalar de dedos. Todo mundo aqui suou muito, andou muito à rua, entregou muito panfleto, fez muita reunião para estar aqui dentro hoje. Cada um sabe a trajetória que teve para chegar até aqui”, afirmou.

A parlamentar também se posicionou contra o uso do episódio como justificativa para cassação, citando o valor de R$ 18 mil em cachês destinados a artistas, que, segundo ela, não foram adiante após desistência dos contratados. O evento em questão ocorreu no dia 9 de agosto, semana em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar.

“Vossas excelências acham mesmo que a destinação que não vai continuar, porque os artistas declinaram, é justificativa para um pedido de cassação de mandato? Três cachês que somados dão 18 mil, que não vão adiante”, declarou.

Brisa alertou ainda para o risco de banalização dos processos de denúncia dentro da Câmara: “O que nós não podemos, excelências, é que isso vire uma festa, senão cada semana nós vamos avaliar aqui um pedido de denúncia. Na próxima semana vai ser outro vereador, na outra vai ser outro vereador. Isso fragiliza o nosso poder”.

98FM

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Geral

Cirurgias ortopédicas no Hospital Deoclécio Marques são canceladas por falta de material


Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

No Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, cirurgias ortopédicas marcadas para esta terça-feira (19) foram suspensas sem aviso prévio. Os acompanhantes dos pacientes que seriam operados foram informados que o cancelamento ocorreu por falta de material fornecido pela empresa prestadora de serviços à Secretaria Estadual de Saúde.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que realizou uma reunião com a empresa prestadora para retomar o fornecimento dos insumos necessários às cirurgias.

Sobre a paralisação dos terceirizados, a Secretaria disse que a transferência dos valores foi realizada na segunda-feira (18) e que os funcionários devem receber os salários ainda nesta terça-feira, o que deve permitir a retomada dos serviços de limpeza e outros setores do hospital.

Pacientes relatam espera

Milena Medeiros, que acompanha o marido internado há oito dias após um acidente de moto, contou que foi informada do cancelamento somente na hora do procedimento. Ela mora em Carnaúba dos Dantas.

“Ele já estava todo pronto para ir para a sala de cirurgia. Chegou a hora e disseram que a cirurgia foi cancelada porque não tem material para o procedimento e nem para limpeza. A gente está aqui sem material de limpeza e também sem alimentação”, relatou Milena.

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Geral

Governo Trump diz que vai usar ‘toda a força’ contra Maduro na Venezuela; EUA deslocam navios de guerra para a costa do país

Foto: Federico PARRA, KAMIL KRZACZYNSKI/AFP

A porta-voz do governo Trump, dos EUA, Karoline Leavitt, disse nesta terça-feira (19) que vai usar “toda a força” contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.

“Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”, disse Leavitt, a jornalistas, na Casa Branca.

O termo em inglês usado por Leavitt, “power”, pode ser traduzido como “força” ou “poder”.

Nesta semana, os EUA deslocaram três navios de guerra para o sul do Caribe, perto da costa da Venezuela, sob a alegação de conter ameaças de cartéis de tráfico de drogas. O presidente Trump afirmou que iria usar forças militares para perseguir o tráfico organizado, cujos grupos foram designados como organizações terroristas globais por Washington.

De acordo com a Reuters, os navios deslocados são destróiers com sistemas de mísseis guiados Aegis: USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson. A agência diz que mais de 4.000 militares serão posicionados na região.

O Ministério das Comunicações da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. Sem se referir aos navios de guerra, o presidente venezuelano disse na segunda-feira (18), em um discurso, que a Venezuela “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras”. Ele aludiu ao que chamou de “a ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”.

Recompensa

No último dia 7, os EUA anunciaram que irão pagar até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro. O valor é maior do que o oferecido por detalhes do paradeiro de Osama Bin Laden após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Segundo a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, Maduro é um dos “maiores narcotraficantes do mundo” e representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.

Acusação formal sob Trump

Os EUA acusam formalmente Maduro de narcoterrorismo desde março de 2020, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Na época, o governo passou a oferecer uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 75 milhões).

Esse valor foi aumentado para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, já sob o governo de Joe Biden, como retaliação à posse de Maduro para um novo mandato como presidente. Agora, a recompensa foi dobrada e chegou a US$ 50 milhões.

O novo montante ultrapassa o valor oferecido pelos EUA por Osama Bin Laden logo após os atentados de 11 de setembro. À época, o governo americano anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões pelo líder da Al-Qaeda, e ele passou a ser o homem mais procurado do planeta.

O Senado dos EUA chegou a aprovar a elevação desse valor para US$ 50 milhões, em 2007, mas não há registros de que a mudança tenha sido oficializada. Registros do Departamento de Estado indicam que a recompensa ficou em US$ 25 milhões.

Bin Laden foi morto em maio de 2011, durante uma operação da Marinha dos EUA no Paquistão. Segundo a imprensa americana, nenhuma recompensa foi paga, já que o líder da Al-Qaeda foi localizado por meio de dados da inteligência norte-americana.

Antes mesmo da morte de Bin Laden, em 2003, os Estados Unidos já haviam pagado uma recompensa superior — mas referente a dois alvos. Na ocasião, um homem recebeu US$ 30 milhões por fornecer informações sobre o paradeiro de Uday e Qusay Hussein, filhos do então ditador iraquiano Saddam Hussein.

Buscas por Maduro

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Nicolás Maduro é acusado de envolvimento em conspiração com o narcoterrorismo, tráfico de drogas, importação de cocaína e uso de armas em apoio a crimes relacionados ao tráfico.

Maduro também é apontado pelo governo americano como líder do suposto Cartel de los Soles, grupo classificado recentemente pelos EUA como organização terrorista internacional.

Ao anunciar a recompensa de US$ 50 milhões, o governo americano afirmou que já apreendeu mais de US$ 700 milhões em bens ligados ao venezuelano, incluindo dois jatos particulares e nove veículos.

Ainda de acordo com o governo, as autoridades interceptaram 30 toneladas de cocaína ligadas a Maduro e seus aliados — quase 7 toneladas diretamente relacionadas ao presidente.

Apesar disso, a recompensa oferecida pelos EUA tem efeito prático limitado e é vista como gesto político. Maduro segue no comando da Venezuela, e a medida não equivale a um pedido internacional de prisão.

Como estratégia, para se blindar, Maduro continua mantendo relações diplomáticas com aliados estratégicos como Rússia, China e Irã.

g1

Opinião dos leitores

  1. Traficantes, terroristas, socialistas, comunistas, petistas, só conhece a linguagem da força, da violência.
    Bota prá torar Galeguinho dos olhos azuis.

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