Prevista para o dia 8 de novembro, a eleição do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) reproduz a mesma animosidade das disputas que envolvem poder e influência.
São R$ 7 milhões anuais que o presidente do Crea administrará. Mas isso soa quase irrisório diante da magnitude das obras que a entidade de classe fiscalizará. É sob a batuta da próxima administração que serão regidas as obras da Copa do Mundo de Futebol – estádio e intervenções da mobilidade urbana – e do aeroporto internacional de São Gonçalo do Amarante.
Cinco chapas disputam o pleito. Quatro são da oposição; a outra é situacionista. Principal candidato oposicionistta, o engenheiro Wilson Cardoso viu sua postulação ameaçada, evento que classifica como perseguição.
Primeiramente, ele teve a candidatura impugnada pela Comissão Eleitoral Regional. Motivo: não se licenciou da presidência do Clube de Engenharia. Como súmula prevê que a licença não é obrigatória, a decisão foi revertida.
Posteriormente, a Comissão Eleitoral Federal (CEF), acolhendo denúncia de cinco conselheiros que ele diz serem ligados à situação, impugnou novamente seu registro de candidatura. De acordo com Wilson, sequer houve notificação a ele. O plenário do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) reverteu a decisão da CEF.
Aos 58 anos, Wilson Cardoso prefere bancar o modesto (nome, aliás, do engenheiro com o qual rivaliza. Ele diz que as pessoas o apontam como principal oposicionista. Há seis anos, ele perdeu por 48 votos para o atual presidente, Adalberto Pessoa.
O mandato de presidente é de três anos, renováveis por igual período. O Crea reúne aproximadamente 12 mil profissionais, entre geólogos, engenheiros, arquitetos, agrônomos, técnicos de nível médio e meteorologistas. Como o voto não é obrigatório, estima-se que 3,5 mil compareçam às urnas.
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