A Coreia do Sul elevou nesta quarta-feira seu nível de alerta para “ameaça vital” – último nível antes da situação de guerra – perante indícios que o governo norte-coreano estaria se preparando para o lançamento de mísseis de médio alcance. Em meio ao aumento de tensões na Península Coreana, Pyongyang ameaçou, também hoje, atacar cidades japonesas. Como medida de precaução, o Japão instalou na terça-feira baterias antimísseis no centro de Tóquio para proteger a capital.
O Ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Yun Byung-se, confirmou que o Norte deslocou um projétil balístico à sua costa leste e que está pronto para ser disparado a qualquer momento. Ele pediu à China e à Rússia para interceder com o Norte em um esforço para aliviar a crise na Península Coreana desde que o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções a Pyongyang depois de um novo teste de armas nucleares no mês passado.
– De acordo com os dados obtidos por nossos serviços de inteligência e dos Estados Unidos, a possibilidade de lançamento de um míssil pela Coreia do Norte é muito alta – disse Yun Byung-se, segundo a agência Yonhap.
Apesar das ameaças, a capital da Coreia do Sul, Seul, mantinha um clima de tranquilidade. Os escritórios funcionaram normalmente e a população lotou os cafés da cidade.
Já a Coreia do Norte entra em um clima de festas. O país celebra, nos próximos dias, o primeiro ano de ascenção do presidente Kim Jong-un ao poder, o 20º aniversário do regime de seu pai, Kim Jong-il, morto em 2011, e o aniversário de seu avô Kim Il-Sung, que fundou o Estado, na próxima segunda. O momento poderia ser um pretexto para demonstração de força.
Devido às festividades, as ameaças quase diárias contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos nas últimas semanas foram silenciados pela mídia estatal nesta quarta-feira. A agência de notícias KCNA informou que os norte-coreanos estavam “fazendo o seu melhor para decorar cidades”.
Em Washington, o almirante Samuel Locklear, comandante das forças dos EUA na região do Pacífico, disse que os militares dos EUA acreditavam que a Coreia do Norte tinha deslocado um número indeterminado de mísseis Musudan à sua costa leste.
O Musudan pode atingir alvos a uma distância de 3,500 quilômetros ou mais, de acordo com a Coreia do Sul, o que colocaria Japão dentro do alcance e pode até ameaçar Guam, base americana.
O GLOBO
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