Por Breno Perruci / @eaiboracorrer
As duas fotos acima me mostram num intervalo de tempo de quase 3 anos apenas e uma coisa eu posso assegurar, o processo de mudanças veio de dentro pra fora de forma natural. Na de 2016 com 36 anos, 117 quilos, péssimos hábitos alimentares e de vida, mal conseguia correr 3 quilômetros ininterruptos, 3 remédios pra controlar hipertensão e idade metabólica de um senhor de 62 anos. Na outra, aos 39 anos, 90 quilos, hábitos saudáveis, acompanhamento nutricional, maratonista, pressão 12 x 8 sem remédio nenhum e idade metabólica de um jovem de 21 anos. Externamente, nem preciso comentar muito né! É visível a aparência bem mais jovial. Esse preâmbulo todo é pra mostrar na prática, que trilhando o caminho correto, correr não envelhece. Pelo contrário, rejuvenesce.
Tem muita gente que parou de correr ou nem sequer começa com medo desse antigo conceito. Eu repito, em via de regra, correr realmente até pode te envelhecer no visual, é verdade, mas se você seguir direitinho o script, vai correr a vida inteira e vai passar praticamente ileso sem sofrer com esses efeitos. O primeiro passo é o básico, mas que nem todos fazem. Ao iniciar no esporte, tenha acompanhamento de um professor de educação física, e na alimentação, a supervisão de um nutricionista é essencial. Eles saberão suas doses certas para tudo.
Pra ser o mais preciso possível, busquei informações com dois especialistas acostumados a trabalhar com corredores e desportistas em geral.
“A sobrecarga do exercício pode acelerar o envelhecimento, principalmente pela quantidade de radicais livres que o excesso produz. Outro ponto negativo importante é o aumento do volume de treino de forma indiscriminada, que pode gerar catabolismo muscular, dando a aquela sensação de carnes moles e envelhecidas. Então pra prevenir esses danos, o ideal é manter uma dieta rica em alimentos antioxidantes (vitaminas C, E e A, zinco, selênio e magnésio). Ainda importante comer frutas cítricas, carnes, oleaginosas, sementes, grãos integrais, legumes e verduras em geral”, destaca a nutricionista, especialista em nutrição esportiva e fisiologista do esporte, Amanda Nascimento.
Já para o dermatologista Daniel Scarpa, quem mais corre o risco são os corredores de longas distâncias como maratonistas e ultra maratonistas. Ou então aqueles sem uma orientação adequada que correm volumes medianos diariamente, o que acaba sendo muito no somatório semanal. Esses estão mais suscetíveis à perda considerável de gordura, especialmente em regiões faciais como malar, bochecha e em volta dos olhos. Além disso, ele ressalta para a alta exposição ao sol que inevitavelmente afeta a pele. Mas novamente, calma, tem como driblar esses perigos e conviver com os treinos tranquilamente.
“Alguns cuidados que fazem toda a diferença e que muitos corredores negligenciam são: usar protetor solar, bonés, roupas com proteção UVA e UVB, se hidratar adequadamente, e claro, ter uma boa alimentação com reposição calórica, bem como a suplementação correta caso necessário. Agora para os casos extremos de perda de gordura facial, aí só as técnicas de preenchimentos e bioestimuladores de colágeno para resolver”, ressalta o médico.
Então resumindo não há porque ter pânico. A falta de informações é o maior vilão nesses casos. Não tem muito mistério pra correr a vida toda sem ficar com aspecto envelhecido. A regrinha básica a ser seguida é ter supervisão de profissionais de educação física e de nutrição, se hidratar bem, se proteger do sol, e preventivamente, faça acompanhamento com um dermatologista. Trilhando esse caminho, o risco de dar erro é quase zero. Portanto, pare de arrumar desculpas contra você mesmo e bora correr.
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