Braço sindical do PT, a CUT apoia a tese do partido em favor da “regulação” da imprensa que imprensa.
Como a coisa não virou lei, a CUT decidiu implementar o seu próprio marco regulatório para os meios de comunicação.
Reunida em sua 13a Plenária Nacional, a entidade determinou: nenhum jornalista ultrapassa o marco da porta que dá para o auditório.
Por descuido, uma equipe da Folha penetrou na área proibida. Foi expulsa antes que Delúbio Soares, o homenageado da noite, levasse os lábios ao microfone.
Réu no processo do mensalão, Delúbio lançou, a portas fechadas, um CD interativo e um livreto com a reprodução da defesa que apresentou no STF.
O ex-gestor das arcas clandestinas do PT teve tratamento de celebridade. Depois de discursar, distribuiu autógrafos na peça escrita por seus advogados.
Tudo longe sob holofotes exclusivos da CUT. A foto que ilustra esse texto foi veiculada pelo próprio Delúbio, no twitter.
Antes de gerir as valerianas finanças do PT, Delúbio fora tesoureiro da CUT nacional. Daí a deferência dos sindicalistas.
Resultado do meio em que opera, a imprensa que imprensa eleva-se ao iluminar os desvios de certos indivíduos.
Dependendo de como reagem, os membros dos grupos a que os malfeitores pertencem podem elevar sua estatura.
A CUT preferiu rebaixar o pé direito do auditório que abrigou sua plenária nacional.
Josias de Souza
Foto: Reprodução
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