Economia

Desemprego recua em 10 estados do país no 2º trimestre, e média nacional cai para 12%, aponta IBGE

O desemprego caiu em 10 das 27 unidades da federação no 2º trimestre, na comparação com o trimestre anterior, permanecendo estável nas demais, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego média no país recuou para 12% no 2º trimestre, ante 12,7% no 1º trimestre, conforme já divulgado anteriormente pelo órgão, mas ainda atinge 12,8 milhões de brasileiros.

Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego foram observadas na Bahia (17,3%), Amapá (16,9%) e Pernambuco (16,0%) e a menores, em Santa Catarina (6,0%), Rondônia (6,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em 12,8% e 15,1%, respectivamente.

“As maiores variações foram no Acre (-4,4 p.p.), Amapá (-3,3 p.p) e Rondônia (-2,2 p.p). Já em relação ao mesmo trimestre de 2018, a taxa subiu em duas UFs: Roraima (3,7 p.p) e Distrito Federal (1,5 p.p.). Houve quedas em três UFs: Amapá (-4,4 p.p.) Alagoas (-2,7 p.p.) e Minas Gerais (-1,2 p.p.), com estabilidade nas demais”, informou o IBGE.

“Essa tendência de queda na taxa de desocupação foi observada em quase todo o país”, destacou a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy. “Em termos gerais, pode ser que a desocupação caiu mais intensamente ou a ocupação aumentou com mais intensidade”.

Veja a taxa de desemprego por unidade da federação:

Santa Catarina: 6%
Rondônia: 6,7%
Rio Grande do Sul:8,2%
Mato Grosso do Sul: 8,3%
Mato Grosso: 8,3%
Paraná: 9,0%
Minas Gerais: 9,6%
Goiás: 10,5%
Ceará: 10,9%
Espírito Santo: 10,9%
Pará: 11,2%
Tocantins: 11,4%
Paraíba: 11,9%
Brasil: 12%
Rio Grande do Norte: 12,5%
Piauí: 12,8%
São Paulo: 12,8%
Acre: 13,6%
Distrito Federal: 13,7%
Amazonas: 13,9%
Maranhão: 14,6%
Alagoas: 14,6%
Roraima: 14,9%
Rio de Janeiro: 15,1%
Sergipe: 15,3%
Pernambuco: 16%
Amapá: 16,9%
Bahia: 17,3%

Subutilização em alta

O Brasil encerrou o semestre com uma taxa de subutilização da força de trabalho em 24,8%. Isso significa que falta trabalho para 28,4 milhões de brasileiros – um leve recuo frente à taxa de 25% registrada no trimestre encerrado em maio.

Segundo o IBGE, Piauí (43,3%), Maranhão (41,0%) e Bahia (40,1%) apresentam as maiores taxas de subutilização. Já as menores taxas ocorreram em Santa Catarina (10,7%), Rondônia (15,7%) e Mato Grosso (15,8%).

Os maiores contingentes de desalentados (que desistiram de procurar trabalho) estão na Bahia (766 mil pessoas) e no Maranhão (588 mil) e os menores no Amapá (13 mil) e em Rondônia (15 mil). O número de desalentados no 2º trimestre no país atingiu 4,9 milhões de pessoas, o que corresponde a 4,4% da força de trabalho.

Já as unidades da federação com os maiores percentuais de empregados sem carteira de trabalho assinada são Maranhão (49,7%), Piauí (48,0%) e Pará (47,3%). Na outra ponta, os estados com as maiores fatias de empregados com carteira de trabalho assinada são Santa Catarina (87,6%), Rio Grande do Sul (83,3%) e Paraná (81,4%).

Regionalmente, segundo o IBGE, só foi observada alteração significativa na carteira de trabalho assinada no 2º trimestre no Paraná, onde houve aumento de 3,4%, e em Roraima, onde houve queda de 12,7% – lá, foram dispensados cerca de 6 mil trabalhadores que eram contratados formalmente.

Desemprego maior entre mulheres e negros

Segundo os números do IBGE, a taxa de desocupação no país ficou em 12% no 2º trimestre, mas com diferenças significativas entre homens (10,3%) e mulheres (14,1%). As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho (64,6%). O nível da ocupação dos homens, no Brasil, foi estimado em 64,3% e o das mulheres, em 45,9%.

A taxa de desemprego daqueles que se declararam brancos ficou em 9,5%, abaixo da média nacional, enquanto a dos pretos e a dos pardos foi 14,5% e 14%, respectivamente.

G1

 

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Geral

VÍDEO: Mulher embriagada causa colisão e adormece em carro com crianças em Ponta Negra

Vídeo: Reprodução/Portal da Tropical

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma mulher dormindo dentro de um carro após uma colisão na Rua da Lagosta, em Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. Nas imagens, é possível ver duas crianças pequenas no banco de trás do veículo.

Na gravação, um homem narra: “a mulher altamente embriagada, deitou e apagou, e duas crianças dentro do carro”. O caso foi registrado em boletim de ocorrência pela Polícia Civil.

Segundo o relato de uma das vítimas, o veículo da condutora, um Volkswagen Virtus branco, estava parado em frente a uma borracharia quando o borracheiro pediu que ela liberasse a passagem. Nesse momento, a motorista teria engatado a marcha à ré e atingido outro veículo que aguardava atrás.

O comunicante informou que, ao tentar conversar, percebeu que a mulher apresentava sinais de embriaguez e que havia duas crianças, aparentando entre 2 e 4 anos, dentro do carro. Com receio de que ela tentasse fugir, retirou a chave da ignição. Nesse momento, a condutora saiu do veículo e passou a agredi-lo fisicamente.

O borracheiro que tentou intervir também foi agredido. Durante a confusão, a mulher derrubou motocicletas que estavam estacionadas no local. Após ser contida, voltou para o carro e adormeceu.

A Polícia Militar foi acionada e conduziu a motorista e o veículo.

O episódio repercute nas redes sociais, principalmente pela presença das crianças no carro durante toda a situação.

Portal da Tropical

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Geral

CNH sem autoescola: proposta do governo gera atrito com o setor

Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

O Ministério dos Transportes propôs acabar com a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida gerou reação no setor, que prevê o fechamento de cerca de 15 mil empresas.

O presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto), Ygor Valença, acusa a pasta de “banalizar” e “acabar” com as autoescolas. “Vão jogar esses trabalhadores e novos condutores na rua?”, questionou.

Para Valença, a iniciativa representa uma “substituição” e não uma “flexibilização” do modelo atual. “A gente vê o fechamento de 15 mil empresas”, afirmou. Ele ainda alerta para o aumento de acidentes.

A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) nega prejuízos e diz que a medida beneficiará as próprias autoescolas. O secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, argumenta que os centros de formação serão favorecidos pela redução de custos operacionais e pelo aumento da demanda de pessoas interessadas em obter a CNH.

“Acham que não vão sobreviver, eu discordo. Acho que vai ser muito melhor para eles. Discordo da premissa de que eles vão ter prejuízo, eu discordo. Por que? Porque quando você abre mercado a tendência é que a demanda reprimida venha e eles vão perder o custo [de funcionamento] que estão reclamando”, afirma Catão.

O secretário diz que o projeto tem sido estudado há alguns anos, inclusive pelo governo anterior. Entre os principais motivos, ele cita o alto nível de pessoas dirigindo sem habilitação (cerca de 20 milhões) e custo elevado do processo.

“O governo fez uma pesquisa, encomendada pela Secom [Secretaria de Comunicação Social], de campo e detectou o número alarmante que bate com esses insights e outros números que temos aqui. [São] cerca de 20 milhões de pessoas dirigindo, pilotando motos, sem CNH. É um número muito grande, muito grave, muito drástico”, avalia ele.

Segundo Catão, o valor da CNH vem aumentando “há muito tempo” e é composto por taxas do Detran, exames médico e psicológico, e o curso nas autoescolas — o que representa de 70% a 80% do custo total. Para o secretário, o fim da obrigatoriedade ajudaria a reduzir o preço e ampliar o número de habilitados no país.

Valença rebateu, defendendo que a autoescola é “o único momento de educação no trânsito” para muitos cidadãos, uma vez que o tema não é ensinado nas escolas, apesar de estar previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

“Um contato com a educação no trânsito vai ser tirado do processo por causa de preço. A gente vê muita fragilidade, muita preocupação, que isso pode causar um impacto terrível nos sinistros e nas mortes de trânsito”, declarou Valença.

O presidente da Feneauto diz que o setor está disposto a desburocratizar e modernizar o processo, mas quer participar das discussões. “Se eu puder baixar mil reais no preço de uma CNH, eu vou ter mais clientes, gerar mais emprego, comprar mais carros, mas não posso. A gente está esperando o momento certo para debater e propor ao Parlamento”.

Catão, por sua vez, negou que não haja diálogo e afirmou já ter se reunido ao menos dez vezes com as duas maiores entidades do setor: a Fenauto e a Associação Brasileira das Autoescolas (Abrauto).

Metrópoles

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Mundo

Bolívia encerra domínio da esquerda e terá 2º turno com surpresa à direita

Foto: Martin Bernatti e Rodrigo Urzagasti/AFP

Pela primeira vez em 20 anos, o MAS (Movimento ao Socialismo), partido que teve no ex-presidente Evo Morales sua figura mais emblemática, ficará de fora da disputa pela Presidência da Bolívia.

Vão se enfrentar no segundo turno o senador Rodrigo Paz Pereira e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, ambos da oposição, de acordo com dados preliminares publicados neste domingo (17). Os números totais devem ser conhecidos em até sete dias.

Segundo os analistas da autoridade eleitoral, os dados divulgados por volta das 22h20 (horário de Brasília), mostravam Paz Pereira com 32,08%, Quiroga com 26,94% e Samuel Doria Medina com 19,93%. Na esquerda, Andrónico Rodríguez tinha 8,11% e Eduardo del Castillo, 3,14%. Os votos nulos, defendidos por Evo, somavam 19%.

Paz Pereira é uma surpresa, que não aparecia até então como favorito nas pesquisas —figurando, no máximo, em terceiro lugar. Agora, o político de Tarija (no sul do país) tentará seguir os passos de seu pai, o ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993). O candidato é boliviano, mas nascido na Espanha, quando seus pais estavam exilados durante o regime militar.

O favorito das pesquisas, o empresário Samuel Doria Medina, que disputava a Presidência pela quarta vez, ficou em terceiro lugar.

Depois de tomar conhecimento dos resultados preliminares, Doria Medina fez um pronunciamento no qual anunciou que apoiaria Paz Pereira. “Ao longo da campanha, eu disse que, se não chegasse ao segundo turno, apoiaria quem viesse primeiro, se não fosse o MAS. Bem, esse candidato é Rodrigo Paz, e eu mantenho minha palavra”, disse.

Fragmentada, a esquerda amarga rara derrota. Sua maior chance de continuar no poder era com Andrónico Rodríguez, presidente do Senado e liderança cocaleira, que foi aliado de Evo mas rompeu com o ex-presidente e disputava de forma independente.

Como nenhum dos dois candidatos alcançou mais da metade dos votos ou 40% com uma vantagem de 10 pontos ante o segundo colocado, os bolivianos vão precisar voltar às urnas no dia 19 de outubro. Esta também é a primeira vez que o país andino terá segundo turno desde a Constituição de 2009.

O fim de ciclo de eleições vencidas pela esquerda na Bolívia reflete a fragilidade do MAS, que chegou ao poder em 2006, com Evo, mas teve de ir ao pleito deste ano perdido em batalhas internas, especialmente entre o ex-presidente e o atual, Luis Arce, ex-ministro de Evo que o sucedeu e desistiu de tentar a reeleição.

Evo foi impedido de concorrer neste ano. Rompido com Arce, a quem acusou de se apoderar do MAS e trabalhar para que ele não pudesse se candidatar novamente, e também afastado de Andrónico, que já foi considerado seu sucessor político, o ex-presidente passou a defender o voto nulo como expressão de protesto.

Folha de S.Paulo

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Geral

Brasil entrega nesta segunda ao governo Trump resposta sobre investigação comercial

Foto: Getty Images via BBC

O Ministério das Relações Exteriores informou que o Brasil enviará nesta segunda-feira (18) ao governo de Donald Trump a resposta sobre a investigação comercial aberta pelos Estados Unidos. O documento será protocolado pela Embaixada brasileira em Washington.

Em 15 de julho, quando iniciou a investigação, o governo americano acusou o Brasil de cometer práticas “desleais”, prejudicando a economia local (leia mais detalhes abaixo).

Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China.

Conforme o Itamaraty, uma força-tarefa formada por vários órgãos foi criada para elaborar a resposta do governo brasileiro.

No contexto da investigação comercial, conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre uma parte dos produtos brasileiros vendidos no mercado americano, a exemplo da carne bovina e do café.

Outros produtos, inicialmente taxados, acabaram entrando numa lista de exceções definida pelo próprio governo americano, a exemplo do suco de laranja e de derivados do aço.

Trump tem dito erroneamente que a relação comercial com o Brasil é deficitária para os EUA. Na verdade, os americanos mais exportam para o Brasil do que importam, em valor agregado.

Cálculos do governo brasileiro, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estimam que, nos últimos 15 anos, o saldo da balança comercial foi positivo para os Estados Unidos em mais de US$ 400 bilhões.

Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores publicou uma mensagem em uma rede social na qual afirmou que o Brasil “não vai desistir de negociar” com os Estados Unidos.

O Itamaraty acrescentou, ainda, que o país “é bom em cultivar amizades”.

Nos bastidores, porém, diplomatas afirmam que, apesar das conversas entre integrantes dos dois governos, as negociações não avançam.

Avaliam que, até agora, Donald Trump não deu aval a nenhum assessor direto para que negocie de fato as tarifas. Dizem os diplomatas, de forma reservada, que o governo americano tem agido com “truculência”.

Segundo um dos profissionais, essa pressão tem sido demonstrada na “seletividade” das tarifas americanas, buscando penalizar países comandados por presidentes que “não se curvam” a Trump e beneficiando países com chefes de Estado alinhados ao presidente americano.

Entenda a investigação

A medida norte-americana foi tomada com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 — que prevê a investigação de práticas estrangeiras desleais que impactam o comércio americano. O julgamento ocorrerá nos EUA.

Alguns dos alvos da investigação são o Pix, algumas tarifas chamadas de injustas e preferenciais, a aplicação de medidas anticorrupção, a proteção da propriedade intelectual e a comercialização do etanol brasileiro.

Os Estados Unidos alegam que essas práticas seriam desleais e estariam prejudicando “empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos dos EUA”.

Caso a investigação conclua que o Brasil comete práticas desleais, os Estados Unidos podem aplicar mais tarifas, suspender benefícios comerciais, entre outras retaliações.

G1

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Geral

Governo Lula 3 somará ao menos R$ 387 bi em gastos fora da meta fiscal com pacote antitarifaço

Foto: Wilton Junior/Estadão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai totalizar em seu terceiro mandato pelo menos R$ 387,8 bilhões em gastos não contabilizados na meta fiscal, uma das principais regras das contas públicas no País. O número foi atingido com o pacote de socorro às empresas afetadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciado na quinta-feira, 13, que vai retirar R$ 9,5 bilhões da meta até 2026.

O plano de socorro, batizado de Brasil Soberano, terá R$ 4,5 bilhões em gastos com aportes em fundos garantidores e R$ 5 bilhões em renúncias de receitas do Reintegra, programa que beneficia exportadores, ambos fora da meta. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), apresentou um projeto de lei complementar para autorizar o governo a fazer essa manobra, que precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional.

A medida foi criticada por especialistas, que apontam uma prática recorrente da equipe econômica de burlar a regra em momentos de emergência e diminuir a credibilidade da âncora fiscal. De 2023 a 2026, os gastos fora da meta de resultado primário somarão ao menos R$ 387,8 bilhões, segundo números do Tesouro Nacional analisados por especialistas consultados pelo Estadão.

Procurado, o Ministério da Fazenda afirmou que 87% do montante “decorre da necessidade de reverter o calote em credores de precatórios aplicado pelo governo Bolsonaro e de aprovar uma PEC de Transição para recompor o represamento artificial de despesas essenciais e cobrir buracos no Orçamento deixado pelo governo anterior”.

Fábio Serrano, diretor executivo de Pesquisa Macroeconômica do BTG Pactual, calcula que R$ 334 bilhões estão fora da meta nos três primeiros anos de governo, e estima que pelo menos R$ 55 bilhões em precatórios (dívidas judiciais da União) serão excluídos no ano que vem. Com isso, serão R$ 389,7 bilhões em quatro anos, no total.

O cálculo é similar ao de Tiago Sbardelotto, auditor licenciado do Tesouro e economista da XP Investimentos, que chegou a R$ 387,76 bilhões. Em ambos os casos, o risco é que a conta fique maior, com novas concessões feitas pelo Congresso durante a tramitação da proposta de socorro, e com a proximidade das eleições presidenciais de 2026.

Os valores incluem o reajuste do Bolsa Família feito em 2023 pela PEC da Transição, o pagamento do calote dos precatórios dado no governo Jair Bolsonaro (PL), as medidas de socorro à calamidade climática no Rio Grande do Sul e o ressarcimento de aposentados e pensionistas vítimas da fraude no INSS, entre outras despesas.

“O programa Brasil Soberano nos pareceu bem calibrado para lidar com os impactos das tarifas, apesar de o número ter ficado um pouco acima do esperado. No entanto, a exclusão da meta aumenta o risco de que seja ampliado no Congresso, já que a operação contábil remove uma restrição orçamentária que limitava a medida”, diz Serrano.

“Essa iniciativa se soma a diversas outras retiradas da meta ao longo dos últimos anos. O arcabouço funciona num sistema de banda (intervalo de tolerância) justamente para acomodar choques; mas, como o governo federal tem consistentemente mirado a banda inferior e não o centro da meta, todos os choques sofridos nesse período têm sido acomodados fora da contabilização do resultado primário (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida)”, completa o economista.

Sbardelotto diz que esse tipo de prática acaba enfraquecendo a meta de resultado primário como um indicador confiável sobre as contas públicas.

“O grande problema é que a multiplicação de deduções, algumas de forma casuística, acaba fragilizando a meta de resultado primário como indicador de esforço fiscal do governo”, afirma. “Em outros termos, o governo pode até cumprir a meta, mas o déficit real, o que impacta efetivamente a dinâmica da dívida pública, continua sendo muito maior”, diz.

Em 2023, o governo aumentou o espaço do antigo teto de gastos em R$ 145 bilhões, que ficaram fora do cálculo da meta, após a aprovação da PEC da Transição no ano anterior. Também em 2023, o STF liberou o pagamento de R$ 92,4 bilhões em precatórios que o governo Bolsonaro havia prorrogado e os valores não foram contabilizados na regra fiscal.

Parte do pagamento de precatórios continuou fora do cálculo da meta nos anos seguintes. Recentemente, o governo patrocinou uma proposta na Câmara para adiar em dez anos o retorno total desses valores à baliza fiscal. Agora, com o pacote do tarifaço, o Poder Executivo foi além e propôs não só a retirada de mais despesas da meta, mas também a exclusão de renúncias de receitas da contabilidade.

Com o Reintegra, que gera créditos tributários para exportadores, serão R$ 5 bilhões a menos na arrecadação que aumentarão o déficit, mas que serão contabilizados como se a receita tivesse entrado. Se o governo ressarcir as empresas em vez de abater o pagamento de outros impostos, como prevê o programa, os gastos também não entrarão no cálculo da meta.

O governo pode até cumprir a meta, mas o déficit real, o que impacta efetivamente a dinâmica da dívida pública, continua sendo muito maior.

Estadão

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Geral

Felca é ameaçado de morte após vídeo denunciando exploração de menores, e Justiça manda Google quebrar sigilo de e-mail

Imagem: reprodução

O plantão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou neste domingo (17) que o Google deve quebrar o sigilo de um usuário do serviço de e-mail da empresa que ameaçou de morte o youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca. A liminar foi emitida após pedido dos advogados de Felca.

Os e-mails com ameaças foram enviados neste sábado (16) e fazem referência ao vídeo no qual Felca denunciou o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores de idade nos conteúdos que divulga nas redes sociais.

Felca recebeu ameaças por e-mail no último sábado (16). — Foto: Reprodução

Em um dos e-mails com ameaças sofridas por Felca, enviado às 5h30 da manhã, o remetente diz “você acha que vai ficar impune por denunciar o Hytalo Santos”. A mensagem prossegue com ameaças: “Você tá enganado você vai ferrar muito sua vida”, “prepara pra morrer” e “você vai pagar com a sua vida”. Um segundo e-mail, enviado às 8h05 pelo mesmo remetente, reitera as ameaças.

O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido Israel Nata Vicente foram presos na última sexta-feira (15) após emissão de mandado judicial contra os dois. A prisão aconteceu nove dias depois da publicação do vídeo no canal de Felca no YouTube.

Na decisão deste domingo, o juiz Pedro Henrique Valdevite Agostinho determinou em caráter emergencial que a empresa Google Brasil Internet LTDA forneça em até 24h os dados de identificação vinculados à conta de e-mail usada para enviar as ameaças, “contemplando os IPs de acesso dos últimos 6 (seis) meses, portas lógicas de origem, data, hora, minutos, segundos e milésimos de segundos, bem como quaisquer dados cadastrais aptos a identificar o usuário responsável.”

A decisão estabelece também uma multa diária no valor de R$ 2 mil, caso a determinação não seja cumprida pela empresa, podendo chegar até o valor de R$ 100 mil.

O Google não se manifestou sobre a decisão até a última atualização desta reportagem.

O advogado João de Senzi, que representa Felca, parabenizou a rapidez do Judiciário, que concedeu a decisão apenas 29 minutos após o pedido ser protocolado. “Agora nós encaminharemos a decisão ao Google que deverá afastar o sigilo das comunicações e fornecer, no prazo de 24h, os dados telemáticos”, afirmou o advogado.

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Esporte

América vence Imperatriz-MA no primeiro duelo pelas oitavas da Série D

Foto: Edson Júnior

O América venceu o Imperatriz/MA no primeiro confronto válido pelas oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. A vitória americana foi conquistada com gol de Ferreira, aos 37 minutos do segundo tempo, em jogo realizado no Estádio Frei Epifânio, em Imperatriz, no Maranhão.

A partida da volta será no próximo domingo (23), às 16h, na Arena das Dunas, em Natal. O time natalense  joga pelo empate. Em caso de vitória do time maranhense por um gol de diferença, a vaga nas quartas de final será decidida nos pênaltis.

Opinião dos leitores

  1. Os comentaristas XIBATA ficam comentando. Pois ter feito diferente. Se não fosse a expulsão. Porra , venceu e vamos ara o próximo jogo. Voltar a próxima evamos trocar de serie com o nosso CO – IRMÃO

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Geral

Festa Bolsonaro na Cadeia organizada pela vereadora Brisa gastou quase 50 mil reais em recursos públicos

O BG mergulhou fundo nesse absurdo que foi fazer uma festa política comemorando prisão de adversário com recursos do natalense. Assim é bom demais.

A turma da esquerda utilizou de recursos do município de Natal para uma balada. Se fosse incentivo à cultura local estaria ótimo, mas a tal Festa Vermelha – Bolsonaro na Cadeia teve viés político desde a divulgação.

As artes digitais e os post da vereadora Brisa na redes sociais não escondem o caráter político-partidário do evento.

A festa gratuita, mas paga pelo bolso dos natalenses, tinha pulseira de acesso escrito Bolsonaro na Cadeia.

O blog foi buscar a documentação que comprova que cachês dos artistas que se apresentaram foram pagos com emendas impositivas da vereadora Brisa Bracchi e da ex-vereadora Ana Paula. A publicação está no Diário Ofical do Município do dia 08 de agosto.

A dúvida que fica: recursos públicos podem financiar eventos como este?

Opinião dos leitores

  1. Está sujeita deveria ser cassada,um absurdo,aloooooo será que não tem ninguém dos órgãos fiscalizadores para punir essa meliante,há tinha esquecido ,que esse órgão só vale se for alguém da direita.

  2. Infelizmente tudo pode em um governo ditatorial, corrupto , quadrilheiro, vagabundo , mentiroso , como esse desgoverno dessa quadrilha do PT , a cada dia fica mais evidente qual o motivo dessa mundiça clamar tanto com a prisão de Bolsonaro sem nenhum crime , sem nenhuma prova que possa justificar sua condenação a não ser o medo de enfrentá-lo nas urnas , sempre entendi que além da corrupção e roubalheira dessa mundiça petista eles também deseminam ódio e violência contra seus adversários políticos ao ponto de eliminar com morte . Essa aí é a democracia do PT o partido do satanás.

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Geral

VÍDEO: Homem finge pedir ajuda, esfaqueia policial dentro de viatura e é morto em MG

Um ataque contra policiais foi registrado pelas câmeras de segurança de um estabelecimento em Nova Belém, cidade do Rio Doce, em Minas Gerais, no sábado (16). Um homem fez sinal para uma viatura da Polícia Militar que passava pela rua. Os policiais pararam e, imediatamente, o homem se lançou pela janela do passageiro e esfaqueou um dos agentes.

Ele chegou a se afastar, mas permaneceu esperando o policial sair da viatura para desferir novos golpes. No entanto, o agente disparou duas vezes, e o criminoso caiu. Segundo a corporação, o homem morreu no local.

O policial sofreu dois cortes profundos na mão e um corte superficial na testa, mas passa bem. O ataque teria sido motivado pela apreensão de uma motocicleta feita pelos mesmos agentes dias antes.

Jovem Pan News

Opinião dos leitores

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Polêmica

STF confirma direito de recusar transfusão de sangue por religião; Supremo rejeitou recurso do Conselho Federal de Medicina que buscava reverter decisão

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para reafirmar o direito de negar transfusões de sangue por motivos religiosos, rejeitando recurso do CFM (Conselho Federal de Medicina), que buscava reverter a decisão favorável ao grupo Testemunhas de Jeová.

O julgamento dos embargos ocorre no plenário virtual, em sessão prevista para durar até as 23h59 desta segunda-feira (18). Votaram por negar o recurso o relator, ministro Gilmar Mendes, e os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, André Mendonça e Dias Toffoli.

A maioria será confirmada caso não haja pedido de vista (mais tempo de análise) ou destaque (remessa ao plenário físico). A decisão tem repercussão geral, devendo ser observada por todos os tribunais do país.

Em setembro de 2024, o plenário do Supremo decidiu por unanimidade que os cidadãos têm o direito de recusar a realização de procedimentos médicos por motivos religiosos. Esse é o caso, por exemplo, das testemunhas de Jeová, cuja fé não permite as transfusões de sangue.

“A recusa a tratamento de saúde por razões religiosas é condicionada à decisão inequívoca, livre, informada e esclarecida do paciente, inclusive quando veiculada por meio de diretivas antecipadas de vontade”, diz a tese estabelecida na ocasião.

A tese vencedora também estabeleceu a possibilidade da realização de procedimento alternativo, sem a transfusão de sangue, “caso haja viabilidade técnico-científica de sucesso, anuência da equipe médica com a sua realização e decisão inequívoca, livre, informada e esclarecida do paciente”.

O CFM recorreu da decisão alegando haver omissões na medida, pois o Supremo não teria esclarecido o que fazer em cenários nos quais o consentimento esclarecido do paciente não seria possível, ou em casos com risco de morte iminente.

Dois casos concretos serviram de base para a decisão. Um dizia respeito a uma mulher de Maceió que se recusou a fazer uma transfusão para a realização de uma cirurgia cardíaca.

O outro tratava de uma paciente do Amazonas que exigia o custeio pela União de uma cirurgia de artroplastia total em outro estado, em que poderia ser feita sem a transfusão de sangue. o

No voto seguido pela maioria, em que rejeitou o recurso do CFM, o relator Gilmar Mendes escreveu que, ao contrário do argumentado, os pontos de omissão foram levantados e esclarecidos no julgamento.

“Em situações nas quais a vida do paciente esteja em risco, o profissional de saúde deve atuar com zelo, adotando todas as técnicas e procedimentos disponíveis e compatíveis com a crença professada pelo paciente”, reiterou o ministro.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. O profissional pode se recusar a prestar assistência ao paciente também , passando a responsabilidade a outro que queira assumir essa prerrogativa religiosa , que ao meu ver não devemos misturar ciência com religião.

    1. Isso se chama “livre arbítrio”. A extrema esquerda não aceita que o cidadão livre tome suas próprias decisões.

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