Saúde

‘É impossível a vacina ter relação com o evento adverso’ em voluntário da CoronaVac, afirma diretor do Butantan

O governo de São Paulo afirmou nesta terça-feira (10) ser impossível relacionar o “evento adverso grave” que acometeu um voluntário que participou do estudo clínico da CoronaVac com a vacina. Na noite desta segunda-feira (9), a Anvisa suspendeu os testes da vacina da Sinovac, feita em parceria com o Instituto Butantan, após ter sido notificada sobre um “evento adverso grave” em um voluntário.

“Os dados são transparentes. Por que nós sabemos e temos certeza de que não é um evento relacionado a vacina? Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

A declaração foi dada pelo diretor durante coletiva de imprensa na sede do Instituto Butantan, após o governo paulista se reunir virtualmente com representantes da Anvisa para tratar sobre a suspensão dos testes. Na noite de segunda, Dimas Covas afirmou que o voluntário morreu, mas disse que o óbito não tinha qualquer relação com a vacina (leia mais abaixo).

Durante a coletiva desta terça, representantes do governo de São Paulo demonstraram indignação com a medida e defenderam que não há relação entre o evento adverso e o imunizante.

“Não houve nenhuma relação da vacina com o evento adverso grave apresentado”, defendeu o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn.

Dimas Covas disse que a suspensão, além de desnecessária, provoca “dor e sofrimento nos voluntários”. “Não haveria a necessidade desse tipo de medida, que poderia ser resolvido administrativamente, como foi feito hoje de manhã”, disse Covas.

“Se interromper um estudo clínico que está indo muito bem causa sofrimento, causa dor, causa insegurança, naquelas pessoas que já foram submetidos ao estudo, causa dificuldade naqueles que querem ser submetidos ao estudo e que estão na fila para receber a vacina ou o placebo. Ou seja, são os voluntários, as pessoas que se dedicaram a esse estudo exatamente para trazer a esperança da vacina”, disse Covas.

Anvisa foi notificada no início de outubro

Ainda de acordo com Dimas Covas, a Anvisa foi notificada do evento adverso no voluntário no dia 6 de novembro. “Nós estamos tratando aqui de um evento adverso grave que não tem relação com a vacina. Repito: um evento adverso grave que não tem relação com a vacina. Essa informação está disponível à Anvisa desde o dia 6, quando foi notificado o efeito adverso grave”.

O diretor criticou o comportamento da Agência e a forma como o Instituto recebeu a notícia da interrupção dos testes.

“Dia 6 a Anvisa recebeu um documento dizendo: ‘olha um participante do estudo clínico teve um evento adverso grave não relacionado com a vacina’ ponto. O que que se espera diante de um comunicado desse? ‘Olha, ok, vamos avaliar, vamos nos reunir, vamos ver quais foram as causas desse evento adverso, se você está dizendo que não tem relação com a vacina, vamos apurar’. É isso o que a gente espera. Foi isso o que aconteceu? Não. Quer dizer, esse encaminhamento foi feito dia 06, ontem dia 09, às 20h40, encaminham um e-mail ao Butantan dizendo que haveria uma reunião hoje para tratar do evento adverso grave, mas ao mesmo tempo anunciava a suspensão do estudo. Oito e quarenta da noite, 20h40 da noite, 20 minutos depois essa notícia estava em rede nacional, 20 minutos depois de nós termos sido notificado por e-mail, a notícia estava em rede nacional”.

Dimas Covas disse ainda que o governo reenviou todos os esclarecimentos à Anvisa e aguarda que a liberação o mais rápido possível. “Ela agora está apta a tomar a decisão de retomar o estudo o mais rápido possível”, afirmou o diretor.

A expectativa do diretor é a de que, após os esclarecimentos, a Anvisa retome os estudos ainda nesta semana, possivelmente nesta quarta-feira (11).

Óbito de voluntário

Na segunda-feira (10) o diretor do instituto Butantan deu uma em entrevista à TV cultura onde afirmou que o efeito adverso trata-se de um óbito, no entanto, no dia seguinte à entrevista, durante a coletiva, Dimas disse que não falou que se tratava de um óbito, ou não, e que não poderia dar detalhes do ocorrido.

“O efeito adverso grave, observado em um voluntário não tem relação com a vacina. Não podemos dar detalhes a vocês porque isso envolve sigilo. Tem aí todo um aspecto ético que nos impede de dar as características do voluntário, ou da voluntária. O que eu afirmo a vocês é que esses dados estão todos de mão da Anvisa, estão todos fornecidos a Anvisa”.

Dimas Covas disse ainda que a Anvisa tem todas as informações e que não poderia “burlar a ética” ou “trair a confiança” que a família do voluntário tem no instituto.

“Nesse momento cabe a Anvisa que tem todos os dados dar essas informações, nós não podemos aqui burlar a ética, trair a confiança que a família [do voluntário] tem em nós. Nós não podemos dar qual foi o motivo do evento, o que que levou aos eventos, porque essas informações podem ser muito dolorosas para família e nós temos que respeitar esse aspecto. O que nós dizemos e repito: o evento não tem relação com a vacina”.

Interrupção

A Anvisa informou que foi notificada do “evento” em 29 de outubro. Mais de 10 dias depois, determinou que nenhum novo voluntário poderá ser vacinado até que a agência possa avaliar os dados e “julgar o risco/benefício da continuidade do estudo”.

Segundo uma lista divulgada pela agência, são considerados eventos adversos graves “morte, evento adverso potencialmente fatal, incapacidade ou invalidez persistente, internação hospitalar do paciente, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico e evento clinicamente significante”.

Comunicado Sinovac

Nesta terça-feira (10), a Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pelo desenvolvimento da CoronaVac, afirmou em comunicado que “está confiante na segurança da vacina” contra a Covid-19.

Segundo o jornalista José Roberto Burnier, da GloboNews, a morte do voluntário não foi causada por doença respiratória. O paciente, de 33 anos, também não tinha comorbidades.

A Sinovac afirmou que “ficamos sabendo que o chefe do Instituto Butantan acreditava que esse evento adverso grave não tem relação com a vacina”.

A empresa afirmou que o estudo clínico em fase 3 no Brasil “é realizado estritamente de acordo com os requisitos do GCP” (Good Clinical Practice, ou “boas práticas clínicas” em tradução livre).

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em uma rede social, que o episódio é mais um em que “Jair Bolsonaro ganha”. No mesmo post ele citou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

A CoronaVac é uma das candidatas a vacina contra o coronavírus e é desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Butantan, em São Paulo. Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado.

Butantan estranha decisão

Na noite desta segunda, o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que recebeu com estranhamento a notícia da suspensão temporária dos testes em humanos da CoronaVac no Brasil.

Segundo Covas, se trata de “um óbito não relacionado à vacina” e, portanto, “não existe nenhum momento [ou motivo] para interrupção do estudo clínico” da fase 3.

“Em primeiro, a Anvisa foi notificada de um óbito, não de um efeito adverso. Isso é diferente. Nós até estranhamos um pouco essa decisão da Anvisa, porque é um óbito não relacionado à vacina”, afirmou o diretor do Butantan.

“Como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, podem acontecer óbitos. Nesse momento, [o voluntário] pode ter um acidente de trânsito e morrer. Ou seja, é um óbito não relacionado à vacina. É o caso aqui. Ocorreu um óbito que não tem relação com a vacina”, disse Dimas Covas na TV Cultura.

O diretor também afirmou que o Butantan já pediu esclarecimentos à Anvisa sobre a interrupção e que espera ter mais detalhes na manhã desta terça-feira (10).

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Sei, Esses especialistas de São Paulo esconderam até o uso da cloroquina pelo seu próprio médico, que dita uma vacina política dessas.

  2. Vai jumentos petralhas, se não fizer efeito, pelo menos dá uma amenizada na sua doença dos cascos e de seus irmãos idiopatas. Bando de energúmeno parasitas.

  3. Oportunidade boa pra quem é veterinário, da pra ganhar uma grana boa aplicando vacina ? no gado.

  4. Era só o que faltava: a saúde pública posta em cheque em razão de desavenças (vaidades) políticas.

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Economia

Impacto de Trump: exportações do Brasil para os EUA caem 20%, déficit dispara e comércio mundial bate recorde

Foto: Alan Santos/PR

As exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 20,3% em setembro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira (6). O recuo vem no segundo mês do “tarifaço” imposto pelo governo de Donald Trump, que elevou em 50% a cobrança sobre vários produtos brasileiros.

Em números absolutos, o Brasil vendeu US$ 2,58 bilhões aos EUA, ante US$ 3,23 bilhões em setembro de 2024. Enquanto isso, as importações norte-americanas cresceram 14,3%, passando de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões, conforme informado pela Agência Brasil.

O resultado gerou déficit comercial de US$ 1,77 bilhão com os EUA, o nono consecutivo e o maior registrado este ano. No acumulado de 2025, o saldo comercial brasileiro com os norte-americanos está negativo em US$ 5,102 bilhões, mesmo com exportações praticamente estáveis (queda de 0,6%).

Vendas ao mundo batem recorde

Apesar do impacto nos EUA, o comércio exterior brasileiro atingiu recorde em setembro, impulsionado por outros mercados. Exportações para países da Ásia dispararam: Singapura (+133,1%, US$ 500 milhões), Índia (+124,1%, US$ 400 milhões), Bangladesh (+80,6%, US$ 100 milhões), Filipinas (+60,4%, US$ 100 milhões) e China (+14,9%, US$ 1,1 bilhão).

Na América do Sul, o Brasil exportou 29,3% a mais, com destaque para a Argentina (+24,9%). Já para a União Europeia, o crescimento foi mais modesto, de 2%.

No total, as vendas externas brasileiras somaram US$ 30,54 bilhões em setembro, valor recorde para o mês e avanço de 7,2% em relação ao ano passado. O superávit da balança comercial, porém, caiu 41,1%, ficando em US$ 2,99 bilhões, principalmente por conta da compra de uma plataforma de petróleo de US$ 2,4 bilhões de Singapura.

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Política

Após mensalão e Lava Jato, José Dirceu anuncia volta à política: ‘Vou buscar justiça e reparação’

Foto: Félix Lima/BBC

Prestes a completar 80 anos, o ex-ministro da Casa Civil e histórico dirigente do PT, José Dirceu, anuncia que voltará às urnas em 2026. O petista afirma que está se preparando fisicamente, bebendo menos vinho e praticando exercícios para encarar mais uma campanha eleitoral. Ele pretende disputar, pela quarta vez, uma vaga de deputado federal por São Paulo e lançar o segundo volume de sua trilogia autobiográfica no próximo ano.

Em entrevista à BBC News Brasil, Dirceu afirma que a nova candidatura é um pedido direto do presidente Lula (PT). Ele diz que vai pedir votos como forma de “justiça” e “reparação” pelas prisões que considera injustas no caso do mensalão e na Operação Lava Jato. Este ano, o ex-ministro voltou a ocupar um posto na direção nacional do PT.

Reconhecido como um dos principais articuladores do crescimento do PT, Dirceu também não economiza elogios aos adversários. Ele classifica Valdemar Costa Neto, presidente do PL e aliado de Jair Bolsonaro, como “o político mais hábil da direita” e “um dos quadros mais qualificados”. Valdemar foi, inclusive, um dos articuladores da aliança que levou Lula à Presidência pela primeira vez, em 2002.

A relação dos dois é antiga. Ambos chegaram a dividir cela durante o processo do mensalão. Dirceu relembra que pedia melhores condições no presídio para poder ler, enquanto Valdemar insistia que o foco deveria ser sair dali. “Felizmente ele não ficou, mas eu fiquei”, contou.

Sobre Jair Bolsonaro, hoje condenado por tentativa de golpe e em prisão domiciliar, Dirceu avalia que o ex-presidente não teria condições de suportar uma prisão comum, citando instabilidade emocional, falta de autocontrole e problemas de saúde. Para ele, é justo que Bolsonaro permaneça em casa, assim como o ex-presidente Fernando Collor de Mello.

O ex-ministro também se emocionou ao lembrar do ex-petista Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda, com quem diz ter tido uma relação fraterna. Eles se afastaram quando Palocci negociou delação premiada na Lava Jato. “Eu jamais faria delação. Preferia morrer do que fazer”, afirmou Dirceu.

José Dirceu disse que, mesmo sem ver Lula com frequência, conversa com ele “por pensamento”, fruto da convivência próxima que mantiveram por quase três décadas.

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Política

Filhos de presidente de estatal bancados com dinheiro público: suítes de luxo, camarão flambado e sobremesas de R$ 70

Inácio Cavalcante Melo é presidente do Serviço Geológico do Brasil, estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia. | Foto: Reprodução

Filhos de Inácio Cavalcante Melo, presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB) – estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia – tiveram hospedagem em hotéis de luxo em Florianópolis (SC) e Maceió (AL) paga com dinheiro público. As viagens ocorreram na companhia do próprio dirigente, e as notas fiscais detalham consumo de camarão flambado, brownies e outras refeições caras, conforme publicado pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles. Melo foi indicado para o cargo pela senadora Eliziane Gama (PSD), à época sua esposa.

Em Florianópolis, uma suíte executiva do BT Florianópolis Hotéis Ltda. teve diária de R$ 3.667, somada a taxa de hospedagem de R$ 91,66. A estadia, entre 13 e 16 de janeiro de 2025, totalizou R$ 3.758,68. Já em Maceió, o Hotel Brisa Suítes, na praia de Pajuçara, registrou diárias de R$ 4.665 entre 16 e 20 de janeiro, incluindo Melo e dois filhos como hóspedes.

O extrato do hotel em Maceió detalha consumo extra de R$ 865,70, com refeições no restaurante, pedidos de quarto e itens do frigobar. Entre os gastos, estão camarão flambado (R$ 139,80), brownies de chocolate (R$ 71,80), hambúrgueres, batata frita, sucos, energéticos, pudim e chocolates. Além das diárias, foram cobradas taxas turísticas e consumo no bar da piscina.

As notas fiscais emitidas pelas prefeituras de Florianópolis e Maceió confirmam o uso de recursos públicos para custear hospedagem e despesas dos familiares do presidente do SGB.

Versão da estatal

Questionado pela coluna via Lei de Acesso à Informação, o SGB afirmou que “as notas fiscais mencionadas foram equivocadamente emitidas em nome de terceira pessoa”. O órgão disse que tentou retificar os documentos, mas não foi possível devido ao tempo decorrido, e que Melo optou pelo recolhimento dos valores aos cofres públicos.

A assessoria do SGB acrescentou que Melo esteve em deslocamento institucional em Porto Alegre, Florianópolis e Maceió entre 10 e 20 de janeiro, cumprindo agendas de trabalho voltadas ao atendimento de demandas internas. O órgão destacou que pauta sua atuação pelos princípios da probidade, responsabilidade e transparência no uso dos recursos públicos.

Pressão antes da nomeação

A indicação de Melo à presidência do SGB enfrentou resistência interna. Três entidades que representam servidores pediram ao governo a rejeição do nome, apontando “desqualificação” para o cargo. O ofício citava falta de formação em geociências, processos por crimes ambientais, uso de documentos falsos, sonegação de tributos e denúncias de agressão à primeira ex-esposa.

Segundo as entidades, Melo é formado em administração e não possui experiência ou conhecimento técnico em geociências ou no setor mineral. Em 2021, ele chegou a ter prisão decretada pela Justiça do Maranhão por não pagamento de R$ 560 mil em pensão alimentícia ao filho do primeiro casamento.

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Economia

Dólar cai e tarifas dos EUA podem mudar após conversa entre Lula e Trump

Foto: Reprodução

O dólar comercial fechou em queda de 0,47% nesta segunda-feira (6), cotado a R$ 5,311. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,308 e R$ 5,350. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), registrava leve recuo de 0,35%, aos 143.692 pontos.

O mercado reagiu à conversa entre os presidentes do Brasil, Lula (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas aplicadas por Washington às importações brasileiras. Especialistas avaliam que o diálogo pode reduzir incertezas diplomáticas e favorecer empresas exportadoras, conforme o Poder360.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o superávit da balança comercial brasileira registrou o menor nível em 10 anos. As exportações para os EUA caíram 20,3% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2024, refletindo o impacto das tarifas.

As negociações sobre o tarifaço devem continuar. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, vai discutir o tema com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Durante a ligação, Lula pediu a retirada das tarifas e das sanções aplicadas a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes, enquadrado na Lei Magnitsky. Trump comentou nas redes sociais que a conversa foi “muito boa” e anunciou que se reunirá com o presidente brasileiro “em um futuro não muito distante”.

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Saúde

RN bate 181 transplantes em 6 meses e lança programa inédito para convencer famílias a dizerem ‘sim’ à doação

Foto: Reprodução

 

O Rio Grande do Norte realizou 181 transplantes de órgãos e tecidos nos primeiros seis meses de 2025. O levantamento inclui 1 transplante de coração, 33 de rim, 86 de córnea e 61 de medula óssea. O resultado segue a tendência nacional, que alcançou 14,9 mil transplantes no período — um crescimento de 21% em relação a 2022. Apesar do avanço, o Ministério da Saúde alerta que os números ainda poderiam ser maiores, já que 45% das famílias brasileiras recusam a doação.

Para enfrentar esse desafio, foi lançado o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot), voltado a qualificar o diálogo com familiares e fortalecer o acompanhamento das doações nos hospitais.

O Prodot reconhece e valoriza as equipes hospitalares que identificam potenciais doadores, cuidam da logística do processo e conversam com familiares — momentos delicados e decisivos para salvar vidas. Pela primeira vez, esses profissionais receberão incentivos financeiros de acordo com o volume de atendimentos e indicadores de desempenho, incluindo o aumento das doações.

O programa faz parte de um pacote de medidas com investimento anual de R$ 20 milhões para reforçar o Sistema Nacional de Transplantes. Destes, R$ 13 milhões serão aplicados em novos procedimentos, como transplantes de membrana amniótica — usados em queimaduras graves — e transplante multivisceral, indicado para falência intestinal. Os R$ 7,4 milhões restantes vão para o Prodot, com foco em ampliar a adesão das famílias à doação.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância da iniciativa: “A principal mensagem às famílias é a segurança e a seriedade do Sistema Nacional de Transplantes, reconhecido mundialmente. Quando um profissional aborda uma família, ele atua dentro de um sistema sólido e seguro. É fundamental que o doador manifeste à família o desejo de doar, pois esse gesto pode salvar três ou quatro vidas e manter viva a memória do ente querido”.

Atualmente, mais de 80 mil pessoas aguardam transplante no Brasil, sendo 1.104 no Rio Grande do Norte, o que evidencia a importância de valorizar quem atua diretamente na sensibilização das famílias.

Campanha de incentivo

A campanha de incentivo à doação de órgãos deste ano, já em circulação, reforça a necessidade de conversar com a família sobre a decisão de doar. Com o mote: “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece”, a ação mostra casos reais de famílias que autorizaram a doação e o trabalho de profissionais da saúde que acompanham todo o processo, do acolhimento ao transplante.

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Política

Ex-governador Fernando Freire desmaia em restaurante e é levado às pressas ao Walfredo Gurgel

Foto: Reprodução

 

O ex-governador do Rio Grande do Norte, Fernando Freire, de 71 anos, foi internado de emergência no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, após passar mal durante o almoço nesta segunda-feira (6).

Segundo informações apuradas, Freire chegou a desmaiar em um restaurante no bairro Tirol e precisou de atendimento médico imediato. Até o momento, não há detalhes oficiais sobre seu estado de saúde.

Fernando Freire foi vice-governador do RN durante as gestões de Garibaldi Alves Filho, entre 1995 e 2002. Ele assumiu o governo estadual após a renúncia de Garibaldi, concluindo o mandato naquele mesmo ano.

O episódio chama atenção em Natal e reforça a importância de acompanhamento médico, especialmente em casos de desmaios súbitos, que podem estar ligados a problemas cardíacos ou pressão arterial.

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Geral

Tomba Farias homenageia Michele Andrade e cantora se declara ao RN: “Nenhum lugar é mais legal do que aqui”

Foto: Divulgação

 

A estrela do forró e das redes sociais, Michele Andrade, agora é oficialmente potiguar de coração e de documento. A cantora pernambucana recebeu o título de Cidadã Norte-Rio-Grandense em uma cerimônia marcada por emoção, aplausos e uma verdadeira declaração de amor a Natal. A homenagem foi proposta pelo deputado estadual Tomba Farias (PL), que destacou o talento e a trajetória da artista: “A história de Michele é feita de talento, determinação e amor pela música”.

Visivelmente emocionada, Michele agradeceu o reconhecimento e reforçou o vínculo com o estado que escolheu para viver. “Já são quatro anos morando aqui no RN, onde escolhi viver. Nenhum lugar é mais acolhedor, mais bonito e com mais energia do que esse”, declarou a cantora, arrancando aplausos.

A artista explicou que costuma ser questionada sobre a decisão de morar em Natal e sempre responde de forma direta: o Rio Grande do Norte é seu lar. “O povo me abraçou, e foi aqui que tudo começou a dar certo. Tenho um carinho enorme por essa terra”, completou.

Durante o discurso, Tomba Farias também ressaltou que Michele representa a cultura e o espírito acolhedor do povo potiguar. “Ela leva o nome do RN para o Brasil e para o mundo, misturando o forró com pop, percussão e batidas eletrônicas, em shows que enchem de orgulho o nosso estado”, afirmou.

Cantora fortaleceu mercado cultural local, destacou Tomba Farias

O deputado destacou ainda a contribuição da cantora para o fortalecimento do mercado cultural local, abrindo espaço para músicos e profissionais da área. Ele lembrou as participações da artista em grandes eventos, como Mossoró Cidade Junina, São João do Assú, Carnaval de Pirangi, Natal em Natal e Carnaxelita, em Currais Novos.

Em 2025, o sucesso de Michele ganhou novo impulso com o hit “Vai no Trem”, gravado em parceria com a banda Grafith. O clipe, filmado no bairro Mãe Luiza, em Natal, ultrapassou 6 milhões de visualizações, levando a cultura potiguar para o cenário nacional.

Fora dos palcos, Michele também brilha nas redes sociais: são 7,7 milhões de seguidores no Instagram, 3,6 milhões no TikTok e 484 mil inscritos no YouTube, com mais de 172 milhões de visualizações.

Encerrando a solenidade, Tomba destacou que o título simboliza o carinho e a admiração do povo potiguar. “Este título representa a gratidão do RN e o compromisso de Michele em levar nossa alegria e nossa cultura para o mundo. Seja bem-vinda oficialmente à família norte-rio-grandense”, concluiu o parlamentar.

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Geral

VÍDEO: Centenas de alpinistas são resgatados no Everest após forte nevasca na China

 

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Centenas de pessoas foram resgatadas no sopé do monte Everest devido à forte nevasca na China, que também causou a morte de um alpinista por hipotermia, informou a emissora estatal CCTV na noite de domingo, 5.⁣

As autoridades resgataram cerca de 350 alpinistas em um vale no lado chinês do Everest, mas mais de 200 pessoas permaneceram presas em acampamentos em altitudes elevadas na montanha, informou a emissora.⁣

De acordo com a AFP, as equipes de resgate conseguiram contatá-los e os pediram para se deslocarem a um ponto de encontro combinado.⁣

Mais de 130 pessoas foram resgatadas na mesma região após o envio de centenas de socorristas e dois drones, informou a CCTV. As operações de busca por outros alpinistas continuam, embora não tenha sido especificado quantos ainda estão desaparecidos.⁣

Exame

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Geral

Brasil esclarece apenas 36% dos casos de homicídio, mostra pesquisa

Foto: PC-CE

Apenas 36% dos homicídios registrados ao longo de 2023 haviam sido esclarecidos —com ao menos um suspeito identificado e denunciado à Justiça— até o final do ano passado. Os dados, levantados pelo Instituto Sou da Paz, se referem a crimes que ocorreram em 16 estados e no Distrito Federal.

De um total de 24,1 mil homicídios registrados nas 17 unidades da federação naquele ano, houve 8.800 geraram denúncias criminais pelo Ministério Público, segundo a pesquisa Onde Mora a Impunidade.

Ela mostra que a qualidade das investigações de assassinatos no Brasil ficou praticamente estagnada em oito anos: a média nacional de casos esclarecidos variou de 32% a 39% desde 2015, com apenas uma exceção registrada no ano de 2018 (quando ficou em 44%).

Das unidades da federação avaliadas, por terem enviado estatísticas, o Distrito Federal tem o melhor índice de resolução de homicídios (96%); o pior resultado é o da Bahia (13%).

São Paulo, o estado mais populoso do país, teve piora no desempenho entre 2022 e 2023. No primeiro ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) como governador, a taxa de homicídios solucionados caiu nove pontos percentuais, de 40% para 31%.

Dez estados não entraram no levantamento por enviarem dados incompletos, por não indicarem a data do
homicídio ou apresentarem um percentual acima de 20% de processos sem essa informação. São eles: Alagoas, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Os dados usados na pesquisa foram solicitados via Lei de Acesso à Informação aos Ministério Públicos estaduais e aos Tribunais de Justiça. Os pesquisadores relatam que a qualidade dos dados é baixa mesmo entre aqueles que foram usados no levantamento, principalmente em relação ao perfil das vítimas.

Apenas dois estados —Acre e Piauí— atingiram os critérios de qualidade estabelecidos pela pesquisa para permitir a análise de raça das vítimas, por exemplo, com 78% e 83% de dados preenchidos. Outros cinco estados enviaram informações incompletas, mas a maioria dos estados não respondeu sobre esse critério.

No Acre, sete em cada dez vítimas foram identificadas como pretas ou pardas. No Piauí essa proporção foi de 77%.

Só cinco estados —Acre, Pernambuco, Piauí, Roraima e São Paulo— enviaram dados suficientes para análise da faixa etária das vítimas. Os dados apontam para uma proporção maior de vítimas com idade de 18 a 24 anos (22% do total), seguida pela faixa de 25 a 29 anos (16%).

Quando se analisa os casos que foram esclarecidos, porém, há uma proporção maior de vítimas acima dos 35 anos.

Além disso, com base nos dados de oito estados —Acre, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Piauí, Roraima, Santa Catarina e São Paulo—, a pesquisa mostra que entre os casos de homicídio esclarecidos, 16% das vítimas são do sexo feminino e 84% do sexo masculino. Casos que têm mulheres como vítimas são solucionados com mais frequência.

O Sou da Paz relaciona, ainda, o índice baixo de resolução das investigações com a proporção pequena de homicidas presos no país. Segundo dados da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), 13% das 670 mil pessoas presas no Brasil respondem por homicídio, .

Crime patrimoniais (como roubo, furto e estelionato) e tráfico de drogas são responsáveis por proporção maior de prisões —de 40% e 31%, respectivamente.

Folhapress

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Geral

Balança comercial do Brasil tem pior superavit para setembro em 10 anos

Foto: Vosmar Rosa/MPOR

A balança comercial registrou o pior superavit para setembro em 10 anos, divulgou nesta segunda-feira (6) o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). O saldo entre exportações e importações foi de US$ 3 bilhões, o menor montante desde 2015.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Mdic. Queda em relação a setembro de 2024 é de 41,1%. Tarifaço foi responsável por queda de 20,3% nas exportações para os Estados Unidos.

Em setembro, as exportações somaram US$ 30,5 bilhões e as importações, US$ 27,6 bilhões, com saldo positivo de US$ 3 bilhões e corrente de comércio de US$ 58 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 257,8 bilhões e as importações, US$ 212,3  bilhões, com saldo positivo de US$ 45,5 bilhões e corrente de comércio de US$ 470,1 bilhões.

ESTADOS UNIDOS

Parte da queda se deve à diminuição das exportações do Brasil aos Estados Unidos. Em agosto, houve queda de 18,5%. A redução foi de 20,3% em setembro. A redução nas vendas coincide com o período do tarifaço implementado pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano).

As tarifas de 50% começaram a valer em 6 de agosto. Nem todos os itens terão a cobrança cheia de 50%. Foram excluídos do tarifaço completo 694 produtos brasileiros (PDF – 329 kB), equivalente a 43% de tudo que foi exportado aos EUA em 2024.

Aumentaram as exportações, principalmente, para os seguintes países:

  • China (14,9%) – com aumento de US$ 1,1 bilhão;
  • Singapura (133,1%) – US$ 500 milhões;
  • Índia (124,1%) – US$ 400 milhões;
  • Argentina (24,9%) – US$ 400 milhões;
  • Espanha (10%) – US$ 100 milhões.

Caíram as exportações, principalmente, para os seguintes países:

  • Estados Unidos (-20,3%) – com queda de US$ 700 milhões);
  • Argélia (48%) –queda de US$ 100 milhões.

Poder 360

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