Educação

‘Ensino remoto não é ensino à distância’, diz especialista em educação

Andrea Ramal, especialista em educação, fala sobre escolas na pandemia Foto: Divulgação/Ricardo wolf / Divulgação/Ricardo Wolf

Doutora em Educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal tem acompanhado o esforço de escolas, pais e alunos para se adaptarem ao universo on-line na pandemia. E adverte: no primeiro momento, cuidar do emocional dos estudantes será um desafio maior do que verificar o quanto vêm aprendendo ou adotar o ensino híbrido, aliando (para valer) os modelos presencial e à distância.

Como avaliou a adaptação das escolas à pandemia?

O que aconteceu até o momento foi na base do improviso. O professor foi dormir como profissional presencial e acordou on-line. O que tem acontecido neste trimestre não é educação à distância, é ensino remoto. Educação à distância tem metodologias, estratégias e materiais específicos, frutos de estudos e experiências de vários anos. Os professores, na maioria das vezes, começaram a fazer videoaulas, e houve casos de escolas que se limitaram a passar tarefas que não são da educação à distância formal. Acredito que foi apenas uma maneira que se encontrou de manter as mentes dos alunos ativas e o vínculo com a escola. Mas de maneira nenhuma podemos considerar as matérias deste período como dadas. Na volta, terão que ser feitas avaliações com os alunos, não para valer nota, mas como diagnóstico. E então se trabalhar de forma personalizada. Certamente houve alunos que conseguiram aproveitar, e outros não.

Na prática, o que diferencia o ensino remoto do à distância?

Na educação à distância, uma coisa muito importante é estabelecer comunidade virtual, criar sentimento de pertencimento, promover troca de experiências. Cuida-se mais do emocional dos alunos, para que não se sintam sozinhos. Existem ferramentas e ambientes virtuais para isso. Mas principalmente os professores precisam saber fazer. O que aconteceu foi muito isolado, com pouca criação de grupo e interação. Outra diferença são os materiais. Existe um profissional que se chama desenhista instrucional, que constrói material pensando no aluno à distância. Ele usa uma série de técnicas didáticas para isso. Na quarentena, o material foi basicamente o mesmo que seria dado em uma aula presencial. Para aprender à distância, é preciso ter muita disciplina, autonomia, motivação. Em faculdades, foram feitos estudos com professores com bons resultados. Um deles começava a aula comentando o noticiário. Os alunos participavam, e o engajamento aumentou. Quem não entrava passou a entrar. Não houve evasão; houve mais estudo, desempenho melhor. Um aprendizado que não foi de solidão.

O que faltou aos colégios então foi tempo para treinar os professores, uma vez que as plataformas já existem?

Existem plataformas gratuitas, como a Moodle, a mais usada no mundo. Deste período, se a gente pode tirar algo positivo, é esse choque de realidade para as escolas, de que não se pode pensar mais o ensino de forma só presencial, tem que capacitar os professores, porque o futuro do ensino é híbrido. Mesmo sem pandemia, já deveríamos estar trabalhando desta forma. Os alunos amam tecnologia. Há o desafio de a maioria dos professores ter nascido quando a tecnologia não era ainda a base de tudo. Temos professores da geração X dando aulas para alunos da Y e da Z e até para essa que ainda não tem nome e nasceu já num mundo completamente tecnológico. É muito importante aproveitarmos esse sinal de alerta.

Qual é o papel da família neste momento?

É fundamental. Determina o que funcionou ou não até agora. Quem acompanhou os estudos dos filhos contribuiu para melhores resultados. E há quem aproveite outras situações da casa para estimular a criança, como fazê-la calcular os ingredientes de uma receita de bolo. Mas a família não pode saber tudo sozinha. As escolas deveriam tê-las capacitado com videoaulas também. Algumas o fizeram, mas a maioria deixou as famílias à deriva. As escolas largaram tanto que (o aproveitamento) ficou dependendo da formação dos pais. O lado positivo é que as famílias vão ficar mais conscientes do seu papel. Algumas fizeram isso (esse acompanhamento) pela primeira vez. As pesquisas mostram que o envolvimento dos pais melhora a nota e diminui a reprovação.

Qual o maior impacto do isolamento para o aluno?

O que pesa mais é o lado psicológico. Sabemos, por estudos da neurociência, que você só aprende com motivação e, a longo prazo, quando mexe com a emoção. E acho que não estamos conseguindo ter isso nesta pandemia: envolvimento, cuidado com a solidão, com a tensão de quem vai fazer Enem. Quando os alunos voltarem para a escola, o aprendizado não estará tão prejudicado, porque crianças e jovens têm a mente muito disposta a aprender. Mas há o risco de o jovem não querer voltar a estudar. No Brasil, em especial nas escolas públicas, há muita evasão no ensino médio. Ter cuidado com isso é fundamental.

É o caso de repensarmos reprovações este ano?

Com certeza. Os ciclos escolares não precisam coincidir com nosso ano civil. Você não precisa aprender tudo até dezembro. Não importa se eu estou no 5º ou no 6º ano. O que importa é desenvolver certas competências para a vida, a universidade, o ensino técnico ou o que for. Neste momento, deveríamos esquecer este número arbitrário e tratar das competências a médio prazo. Seria uma aprovação automática, mas bem feita, com uma ficha de acompanhamento para cada aluno, sabendo o que ele ainda precisa desenvolver.

Qual a sua opinião em relação ao Enem deste ano?

A desigualdade é muito grande. Há alunos que não têm internet boa ou computador, ou só têm um computador para a família toda, ou não têm ambiente em casa para estudar. A gente pode dizer que o Enem nunca foi em igualdade de condições, mas realizá-lo como se nada tivesse acontecido seria acirrar ainda mais as injustiças.

O Globo

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VÍDEO: COP 30 usa 160 geradores movidos a diesel para garantir funcinamento de ar condicionado no setor onde países decidem sobrequestões climáticas

Na COP 30, o combate às emissões depende, ironicamente, de equipamentos que seguem emitindo carbono. Dentro da Blue Zone, área mais restrita da COP 30, onde chefes de Estado e negociadores definem o futuro das políticas climáticas do planeta, o clima não é de calor. Homens de terno e mulheres com trajes pouco confortáveis para o verão amazônico só conseguem suportar o ambiente graças ao ar condicionado funcionando no máximo.

A contradição é evidente: enquanto discutem formas de reduzir as emissões globais e conter o aquecimento da Terra, o conforto térmico dessas lideranças é garantido por uma solução que gera o problema que eles tentam resolver.

Para manter a estrutura funcionando, a conferência utiliza 160 geradores movidos a diesel, responsáveis por fornecer aproximadamente 80.000 kVA de energia. Cada máquina libera pela tubulação toneladas de gases de efeito estufa — os mesmos que, nas mesas de negociação, todos prometem combater.

A reportagem de VEJA percorreu a área dos geradores e identificou mais de 30 praças de máquinas, algumas com até 20 unidades operando simultaneamente. O resultado: enquanto se fala em metas ambientais, nuvens de carbono saem pelo escapamento para manter o ar condicionado gelado onde o destino climático do planeta está sendo decidido.

Confira abaixo:

 

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Com informações de Veja

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Apenas 1 em cada 10 estudantes brasileiros sabe o que é COP 30, revela pesquisa

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Em meio à realização da COP 30 (30ª Conferência do Clima da ONU), que acontece em Belém (PA), uma nova pesquisa da FPME (Frente Parlamentar Mista da Educação), em parceria com o Equidade.info, mostra que apenas 1 em cada 10 estudantes brasileiros sabe o que é a COP 30.

Segundo o estudo, embora sete em cada dez estudantes afirmem já ter ouvido falar em mudanças climáticas, apenas um terço consegue explicar o que o termo significa, enquanto outro um terço admite não saber nada sobre o tema.

Mais de 70% dos alunos relataram ter vivido dias de calor extremo – o evento climático mais percebido em 2025 -, mas 64% consideram que a escola os prepara pouco ou nada para lidar com essas situações.

Entre os professores, a percepção é ainda mais crítica: 69% acreditam que as escolas não preparam adequadamente os estudantes para enfrentar os efeitos do aquecimento global.

O levantamento, realizado entre agosto e setembro de 2025, sinaliza um cenário preocupante de desconhecimento sobre mudanças climáticas e aponta que a educação ambiental nas escolas ainda não prepara os jovens para enfrentar os desafios da crise ambiental dos dias atuais.

Desigualdades

Ainda de acordo com o relatório, a defasagem educacional-climática indica que a região Norte concentra os estudantes (27%) e professores (77%) mais informados sobre a COP 30, enquanto o Nordeste apresenta os menores índices de conhecimento entre os alunos (4%) e docentes (52%).

O conhecimento varia conforme o nível de ensino e a rede escolar. Entre os alunos da rede privada, a proporção dos que sabem o que é a COP 30 é quatro vezes maior do que os da rede pública.

Com informações de CNN Brasil

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Sete chefes do tráfico do Comando Vermelho serão transferidos para presídios federais de Mossoró, Brasília, Campo Grande e Porto Velho

Foto: Genilson Araújo/TV Globo

Sete líderes do Comando Vermelho foram transferidos de Bangu 1 para presídios federais nesta quarta-feira (12). A remoção ocorreu com forte esquema de segurança: cerca de 40 agentes do Grupamento de Intervenção Tática escoltaram os presos até o Aeroporto do Galeão, onde eles foram entregues à Polícia Federal.

Os criminosos, que juntos somam quase 500 anos de condenação, embarcaram para o presídio federal de Catanduvas (PR) e, depois, serão distribuídos para unidades federais em Mossoró (RN), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). A data da redistribuição ainda não foi informada.

Com essa operação, o Rio de Janeiro passa a ser o estado com o maior número de presos sob custódia federal: 66 detentos de alta periculosidade. Só em 2025, 19 novos presos foram incluídos no Sistema Penitenciário Federal.

A transferência foi autorizada pela Vara de Execuções Penais após ataques no Grande Rio, que ocorreram depois de operações policiais no Complexo do Alemão e na Penha. Segundo o governo do estado, o objetivo é dificultar a comunicação entre os líderes da facção e o restante do grupo criminoso. O pedido de transferência foi feito pelo Ministério da Justiça junto com a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio.

Os presos transferidos são:

  1. Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha – atua no Complexo do Alemão;
  2. Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho – Atua em Resende e é o administrador da “caixinha” do CV;
  3. Alexander de Jesus Carlos, o Choque ou Coroa – Traficante do Complexo do Alemão;
  4. Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor – Do Morro Santo Amaro e integra a comissão da facção;
  5. Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho – de Volta Redonda e integra a comissão da facção.
  6. Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça – da comunidade do Sabão, em Niterói.
  7. Eliezer Miranda Joaquim, o Criam – Chefe na Baixada Fluminense.

Com informações de g1

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Geral

Coordenador do PT recebeu R$ 2,6 milhões de empresa da Farra do INSS

Imagem: reprodução/PT

O Coaf identificou movimentações financeiras suspeitas envolvendo Ricardo Bimbo, coordenador de tecnologia do PT, e a empresa ADS Soluções e Marketing, investigada por participação no esquema de desvio de dinheiro de aposentados do INSS.

A ADS transferiu:

  • R$ 120 mil para a conta pessoal de Bimbo;

  • R$ 8,29 milhões para a Datacore, empresa da qual ele é sócio.

Os repasses à pessoa física ocorreram entre dez/2023 e fev/2024. Já os pagamentos à Datacore aconteceram entre ago/2023 e jul/2024, em 22 transferências — sendo R$ 2,5 milhões após Bimbo entrar na sociedade.

Bimbo afirmou que não se lembra dos pagamentos nem do serviço prestado para receber os valores.

No mesmo período, ele pagou um boleto de R$ 10.354,60 ao contador João Muniz Leite, que já cuidou das contas do filho de Lula e foi investigado por suspeita de lavagem de dinheiro ligada ao PCC. O contador também disse não se lembrar do pagamento.

A ADS é apontada pela CPI do INSS como intermediária no esquema “Farra do INSS”. A empresa recebeu:

  • R$ 43,1 milhões da Potyguar Associação de Aposentados;

  • R$ 23,2 milhões da AAPPS;

  • R$ 5,2 milhões da Apdap Prev.

A ADS repassou ainda R$ 2,6 milhões ao escritório do filho do ex-presidente do INSS e fez transações com empresa ligada ao ex-procurador-geral do órgão.

Registros mostram que, até dezembro de 2024, a ADS tinha dívida de R$ 2,98 milhões com a empresa de Bimbo.

Resumo das transferências da ADS para a Datacore:

  • R$ 2.952.033,00 (ago–nov/2023)

  • R$ 2.816.815,00 (dez/2023–fev/2024)

  • R$ 2.528.762,73 (mar–jul/2024)

Total: R$ 8.297.610,73 (aprox. R$ 8,29 milhões)

Com informações de Metrópoles, coluna de Andreza Matais

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Cidades

Decisão sobre venda do Midway pode ficar para o segundo semestre de 2026

Foto: Humberto Lopes

A definição da potencial venda do shopping Midway Mall, em Natal, pode ficar só para o segundo semestre de 2026. Isso se deve à necessidade de análise e aprovação da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em razão do porte das empresas envolvidas no negócio. De acordo com o Cade, o prazo para essa averiguação é de 240 dias a partir da protocolização do pedido, que foi feito pela Riachuelo, detentora do shopping, na última sexta-feira (7). Com isso, o tempo estipulado para a resposta pode ir até 5 de julho do ano que vem.

A potencial transação leva em consideração a totalidade das quotas representativas do capital social do Midway Mall e Midwest Estacionamento. As sociedades seriam vendidas para a Capitânia Investimentos, gestora de fundos sediada em São Paulo, e outros eventuais coinvestidores minoritários. O comunicado foi feito pela Guararapes, que tem a Riachuelo como subsidiária.

Em resposta à TRIBUNA DO NORTE, o Cade informou que não há processo público relacionado à operação. “Isso ocorre porque ou o processo ainda não foi notificado ao Cade ou por ser de acesso restrito”, explicou o órgão por meio de nota. O Cade é uma autarquia federal e tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, atuando de forma preventiva ao analisar fusões e aquisições, e de forma repressiva ao investigar e punir práticas anticompetitivas, como cartéis. Ele também atua para educar e disseminar a cultura da livre concorrência.

Questionado sobre a potencial venda do Midway, o Cade informou que, de forma geral, devem ser notificadas as operações entre empresas de qualquer setor da economia quando, no ano anterior à operação, pelo menos um dos grupos envolvidos tenha registrado faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil igual ou superior a R$ 750 milhões, e outro grupo envolvido tenha registrado R$ 75 milhões ou mais.

Além dos 240 dias iniciais para análise do pedido de venda, o prazo pode ser prorrogado uma única vez, por até 90 dias, caso o Tribunal do Cade justifique a necessidade da extensão e indique as medidas adicionais a serem adotadas para o julgamento.

Tribuna do Norte

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Geral

Após decisão do MEC, UNI-RN diz que curso de Medicina segue autorizado por decisão judicial

Foto: Reprodução

A novela do curso de Medicina do UNI-RN ganhou um novo capítulo. Depois de o Ministério da Educação (MEC) publicar no Diário Oficial da União que manteve o indeferimento do pedido de autorização do curso, o Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN) soltou uma nota afirmando que a graduação segue plenamente válida e funcionando normalmente.

Segundo o comunicado, o curso de Medicina do UNI-RN está amparado por decisão judicial que suspendeu os efeitos da portaria do MEC que havia negado o funcionamento. A instituição lembra ainda que o curso foi autorizado oficialmente em julho de 2025, por meio da Portaria SERES/MEC nº 476, que deu validade à oferta.

Em resumo: enquanto o MEC publica uma decisão que já não tem efeito prático, o UNI-RN garante que segue oferecendo o curso normalmente. Mais um capítulo da guerra entre burocracia federal e o ensino superior potiguar.

Opinião dos leitores

  1. QUEM SE SENTIR PREJUDICADO EM RELAÇÃO AO SONHO DE SER MÉDICO NA UNI-RN, É SÓ PROCURAR A FACULDADE DE MEDICINA DO MST QUE O SONHO SERÁ REALIZADO.

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Polícia

Nora de Lula é alvo de busca e apreensão em operação da PF contra fraudes em licitações

Foto: Reprodução

Uma das noras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (12) durante a Operação Coffee Break, que apura suspeitas de fraudes em licitações públicas.

A ação, autorizada pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP), contou com o apoio da Controladoria-Geral da União e da Polícia Militar de São Paulo.

Ao todo, foram 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Distrito Federal e Paraná.

Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa.

R7

Opinião dos leitores

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Geral

BOMBA: MEC barra curso de Medicina do UNI-RN e decisão é confirmada por unanimidade

 

Foto: Reprodução

O sonho do UNI-RN de abrir um curso de Medicina em Natal foi por água abaixo mais uma vez. O Ministério da Educação (MEC) indeferiu o pedido da universidade potiguar e confirmou de forma definitiva: nada de formar novos médicos no Centro Universitário do Rio Grande do Norte.

A decisão saiu no Diário Oficial da União do último dia 3 e confirma o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), que rejeitou o recurso da Liga de Ensino do RN, mantenedora do UNI-RN. O CNE seguiu a linha da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), que já havia barrado o curso em agosto de 2024 por meio da Portaria nº 439.

Em bom português: o MEC bateu o martelo e disse não à Medicina do UNI-RN. A negativa foi aprovada por unanimidade, encerrando — ao menos por enquanto — a tentativa da instituição de entrar no disputado mercado dos cursos médicos no estado.

O recado é claro: regras técnicas e estruturais não são negociáveis, mesmo sob pressão local. Quem quer Medicina no RN vai ter que procurar alternativas — porque o UNI-RN não vai ser o caminho fácil.

Opinião dos leitores

  1. Um homem honrado como dr Daladier, já mais deixaria de os cuidados necessários para implantar um curso.

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Polícia

Operação apreende mais de R$ 120 mil na casa de ex-prefeito no RN

Foto: Divulgação

Uma operação que investiga indícios dos crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro na administração pública de Doutor Severiano, no Alto Oeste potiguar, foi deflagrada pelo Ministério Público na manhã desta quarta-feira (12).

A Operação Uncle cumpriu mandados de busca e apreensão contra um ex-prefeito do município, além de empresários e um servidor público, que é sobrinho do ex-chefe do executivo.

O MPRN apurou que sobrinho do ex-prefeito movimentou cerca de R$ 11 milhões em cinco anos, valor incompatível com seus vencimentos. Durante a ação, foram apreendidos mais de R$ 121 mil na casa do ex-gestor.

Segundo o MP, a ação teve objetivo de colher provas relativas aos crimes investigados e contou com apoio da Polícia Militar potiguar e do Ministério Público e Polícia Civil do Ceará.

Foram cumpridos mandados em Doutor Severiano e Pau dos Ferros; e em Fortaleza e em Jaguaribe, no Ceará. Uma pessoa foi presa em flagrante no Ceará por porte ilegal de arma de fogo.

A ação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRN.

Investigação
A deflagração da operação é resultado de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) conduzido pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) do Rio Grande do Norte.

O principal objetivo da medida foi buscar e apreender toda espécie de documentos, papéis, computadores, notebooks, tablets, telefones celulares e outros elementos em residências e sedes de empresas relacionadas ao esquema.

A investigação aponta que o esquema criminoso está centrado em contratações realizadas pelo município de Doutor Severiano durante a gestão do então prefeito.

A motivação do MPRN é desvendar uma complexa teia de movimentações financeiras atípicas que sugerem o desvio de recursos públicos através de contratos municipais com empresas.

As investigações do MPRN já demonstram que grandes aportes de valores na conta de um servidor público, com remuneração modesta, eram contemporâneos e coincidentes com pagamentos que as empresas investigadas recebiam do município de Doutor Severiano, durante a gestão do ex-prefeito.

 

Opinião dos leitores

  1. Tem uma cidade ali em que o ex-prefeito é tio do atual. Ai o atual prefeito nomeou o tio (ex-prefeito) como chefe de gabinete. De quebra também nomeou a tia (esposa do ex-prefeito) como secretária de saúde. Fica tudo em família, pense numa coisa Gostosa.

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Geral

Governo cancelou cerca de 9 mil licenças de pescadores

Foto: Alex Régis

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) cancelou cerca de 9 mil licenças de pescadores no Rio Grande do Norte em 2025 por desconformidades como falta de recadastramento de dados, indicação de profissionais falecidos, condição de aposentadoria por incapacidade permanente e suspeita de fraude. O maior número de cancelamentos, de acordo com dados disponibilizados pelo MPA, ocorreu em junho e deveu-se à falta de recadastramento em 2025, que deveria ter ocorrido até o dia 31 de março. Mais de 8,5 mil pescadores tiveram a licença cancelada por conta dessa condição. O Ministério afirma que a situação não acarreta prejuízos ao setor.

Além da falta de recadastramento, na semana passada, as licenças de 201 pescadores potiguares foram canceladas por meio da Portaria nº 571/2025, que determina que seja vedada a inscrição no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) do interessado que estiver na condição de aposentado por incapacidade permanente ou que receba benefício de amparo assistencial ao idoso e ao deficiente. O cancelamento também foi estabelecido para benefícios previdenciários que, na forma de legislação específica, não permitam o pleno exercício de atividades comerciais ou econômicas.

Ainda na semana passada, por meio de outra portaria (de nº 566/2024), foram canceladas 40 licenças no RN de pescadores falecidos. Além disso, duas licenças foram canceladas via portaria nº 548 por suspeita de fraudes no acesso ao RGP.

David Soares, superintendente federal de Pesca e Aquicultura do MPA no RN, explica que anualmente o Governo realiza uma espécie de pente fino para combater situações de ilegalidade. Ele garante que não existem prejuízos ao setor pesqueiro do estado por conta da medida. “Essa varredura é praxe e significa que o Governo está atento para coibir práticas inadequadas quanto ao acesso a direitos no setor pesqueiro”, afirma.

Segundo Soares, o RN possui cerca de 26,5 mil pescadores registrados, o que demonstra o quanto a atividade é pungente e resistente a impactos frente aos cancelamentos. Geraldo Costa, presidente da Colônia dos Pescadores de Apodi e vice-presidente da Federação dos Pescadores Artesanais do RN (Fepern), avalia que é necessário ser cauteloso ao falar em possíveis prejuízos, uma vez que parte das licenças canceladas é de trabalhadores que não estão ou não deveriam estar em atuação.

“Se o pescador está aposentado por invalidez, por exemplo, isso significa que ele não tem mais condições de estar na atividade. Então, é difícil calcular qualquer prejuízo”, diz. De acordo com o MPA, exceto nos casos onde o pescador é identificado como falecido, é possível recorrer do cancelamento, desde que isso seja feito no período estipulado para a contestação. A Superintendência do MPA no RN não soube informar com precisão quantos pescadores recorreram, mas afirmou que foram centenas.

Tribuna do Norte

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