Diversos

Irmão encontra assassino de zagueiro colombiano que fez gol contra na Copa de 94

 Untitled-1Untitled-2Um erro profissional desencadeou a perda de uma vida, o fim do sonho de um casamento, comoveu e chocou ainda mais um país que sofria com a violência e até mandou, por pouco tempo, um criminoso para a cadeia. Mas, quase 20 anos depois, não há nada capaz de apagar a dor da família pelo assassinato do ex-zagueiro colombiano Andrés Escobar, que foi morto em sua cidade, Medellin, dias após marcar um gol contra na derrota por 2 a 1 contra os Estados Unidos na Copa do Mundo de 1994.

“Meu pai faleceu há cinco anos e se foi com muita tristeza pela morte de Andrés. Ele era um ótimo ser humano, uma pessoa muito boa. Foram anos muito complicados para a gente”, afirma o irmão do ex-jogador, Santiago Escobar, ao UOL Esporte.

Turbinada por uma campanha impecável nas eliminatórias sul-americanas, com direito à goleada histórica por 5 a 0 sobre a Argentina em Buenos Aires, a Colômbia havia chegado àquela Copa como uma das favoritas ao título. Estava na seleção a melhor geração da história do país, com talentos como Rincón, Valderrama, Asprilla e Valencia. Elogiados até por Pelé, os colombianos chegaram aos EUA como sensação daquelas semanas que precediam o início da competição.

Mas o time fracassou. Acabou eliminado na primeira fase. Escobar, autor do gol contra, acabou baleado na frente de uma discoteca em Medellín. Nunca houve uma explicação oficial para a sua morte, embora na Colômbia se trate praticamente como verdade que o ex-jogador foi morto por apostadores que se deram mal com o fiasco colombiano e, por isso, quiseram descontar a frustração com uma “vingança” contra o defensor. Santiago é um dos muitos que compartilham essa versão.

“A razão foi que esses apostadores perderam quantias importantes e terminaram com a vida de Andrés. Ele perdeu a vida por isso”, disse o irmão da vítima, inconformado. Escobar foi assassinado depois que foi feita uma tocaia na frente de seu carro. Foi provocado com xingamentos e ironias sobre seu gol contra. Retrucou e então levou os tiros.

Autor dos disparos, Humberto Muñoz Castro foi preso e condenado a 43 anos de prisão pelos 12 tiros contra o jogador. Castro era guarda-costas e motorista de dois condenados por tráfico de drogas na Colômbia. Para indignação geral no país, ele saiu da prisão depois de cumprir 11 anos. Tinha bom comportamento.

Para Santiago, tão revoltante quanto perder o irmão foi encontrar o assassino gozando de sua liberdade. O irmão de Andrés conta que estava num restaurante em Medellin ao mesmo tempo que Muñoz Castro. Santiago diz que o assassino tentou o contato para falar algumas palavras e possivelmente explicar o ocorrido, mas logo foi ignorado.

Santiago afirma que foi preciso muito sangue frio para lidar com a inesperada situação. “Há alguns anos ele quis falar comigo, mas recusei. A única pessoa que pode perdoar alguém é Deus. E eu não sou capaz de falar com ele ou perdoá-lo. O que tenho é um sentimento difícil de explicar. Eu não quero ouvir nada e nem conversar com quem tirou a vida de Andrés”, falou. “Ele queria dar algumas explicações. Eu disse apenas que não tinha nada o que conversar com ele. E me retirei dali. Falei que não queria ouvir nada”, completou.

O irmão do defensor faz várias pausas quando fala sobre Andrés. Se emociona muito ao falar do irmão. Lembra que horas depois do gol contra conversaram no hotel onde estava concentrada a delegação colombiana. Diz que o zagueiro, apesar de triste, estava consciente que havia ocorrido apenas um acidente de trabalho.

A morte de Escobar gerou um sensação de que algo pior poderia ocorrer com outros jogadores. Outros atletas da seleção colombiana lembram que foram acordados de madrugada por seguranças da equipe para avisar o que ocorreu. Asprilla lembra que chorou copiosamente como uma criança. “Me acordaram entre 4h e 5h da manhã. Eu chorei, chorei e comecei a chorar muito, demais quando soube. Jamais imaginávamos que poderia ocorrer uma brutalidade dessas”, lembrou. Rincón ficou em choque. “Eu estava dormindo e bateram lá em casa, ai um policial falou pra mim que tinham assassinado ele. Um dia antes eu tinha estado com ele, viajamos juntos. E no dia seguinte ele foi morto.”

“Ele disse que iria jogar a partida seguinte com muito profissionalismo. Andrés era um jogador de personalidade. Ele pensou que vinha um jogador atrás dele no cruzamento e entendeu que não houve comunicação com o [goleiro ] Córdoba naquele lance”, disse Santiago.

A família ficou sabendo da morte de Escobar por telefone, pois os pais e irmãos do ex-jogador tiraram férias nos Estados Unidos após a eliminação colombiana. Mas Andrés voltou para a cidade natal. Segundo o irmão, o ex-zagueiro estava praticamente negociado com o Milan dias antes de sua morte. Ele iria se casar em dezembro de 94 – o assassinato aconteceu em 2 de julho.

Apesar de o futebol e uma Copa do Mundo terem, de certa forma, participado da morte de Andrés, seu irmão diz que não faz associação negativas às duas. Não pegou desgosto por Mundiais. Também foi jogador de futebol e trabalhou na área até o fim de 2013 como diretor técnico do Once Caldas.

“Minha irmã e meu irmão vão para o Brasil assistir ao Mundial. Mas eu vou ficar aqui na Colômbia. Assistirei daqui. Só que não por isso (pela morte do irmão), não perdi o gosto pelo futebol não, trabalho com isso”, explicou.

Zinho, um dos jogadores do elenco da seleção brasileira que foi tetracampeã em 94, recorda que a notícia da morte de Escobar assustou o elenco no meio da competição, quando foram informados sobre o que ocorrera em Medellín.

“Lembro que todo mundo ficou chocado. Um cara que foi eliminado de uma Copa do Mundo, retorna para seu país e é assassinado. E quando veio a notícia de que foi realmente porque foi responsável e falhou no lance, todo mundo ficou chocado nesse sentido. Ficamos tristes com o acontecido e isso foi motivo de muitas conversas. Em certo momento a Copa ficou até em segundo plano [nas repercussões] por conta disso. Lembro que os governantes [da Colômbia] não tinham o mando do país, que estava nas mãos dos traficantes”, comentou Zinho.

Indisposição com o narcotráfico e recusa em se esconder

Escobar tinha apelido de “El Cabellero” (“O Cavalheiro” em português) por sua fama de jogador correto, disciplinado e que não tolerava situações erradas. O filme “The Two Escobars”, produzido pela ESPN, fala a sobre a história da morte do jogador e de como Andrés reprovava a relação de jogadores de futebol com narcotraficantes.

O filme mostra a paixão do mais famoso traficante colombiano, Pablo Escobar, pelo futebol e com o time do Nacional, de Medellin, cidade do cartel que controlava. O criminoso era torcedor fanático do time, que tinha Andrés como capitão e que foi campeão da Copa Libertadores da América de 1989.

Pablo, que foi assassinado em 1993, financiava o time e tinha ligação com os atletas, inclusive com convites para festas em sua casa. Pessoas próximas a Andrés, como sua ex-noiva, revelam que a obrigação de ter contato com o patrão era motivo de indignação para Andrés.

O documentário lembra o momento no qual os jogadores foram forçados a fazer uma visita ao traficante quando ele estava na cadeia. “Era ir ou ir”, lembrou a irmã de Andrés, María Ester Escobar.

Ex-companheiro do zagueiro na seleção colombiana, Freddy Rincón lembra que Andrés Escobar tinha esse perfil sério e comentava de sua amargura por ter que se sujeitar a algumas situações em função de o futebol naquela época estar atrelado ao narcotráfico.

“Gostar, ele não gostava. Mas o que ele iria fazer se o cara chamasse? Se ele falasse ´eu não vou´, quem é que iria protegê-lo? Quem iria responder por ele? O Andrés não gostava daquilo e pensava dessa forma. Ele nunca aceitou aquilo. Mas se era convidado, ele tinha que ir”, lembrou o ex-jogador de Corinthians e Palmeiras.

Ex-companheiro de Andrés no Nacional e na seleção colombiana, Faustino Asprilla trata com ressalvas a ligação dos jogadores do time com Pablo. “Não tínhamos nada a ver com o que ele fazia. Ele era um torcedor fanático do Nacional e tinha seus problemas com o governo e a polícia colombiana. Já Andrés não aceitava certas condutas. Foi lamentável, um momento muito triste.”

UOL

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Saúde

Bolsonaro deixa prisão domiciliar para exames após crises de soluços e falta de ar

Foto: Tânia Rego

O ex-presidente Jair Bolsonaro deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, na manhã deste sábado (16), para a realização de exames médicos. Ele está em prisão domiciliar preventiva desde a semana passada, e a ida à unidade foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a defesa, o médico responsável solicitou nove procedimentos, entre eles exames de sangue e urina, endoscopia e ultrassonografia de próstata. A previsão é de que as avaliações durem entre seis e oito horas.

Em petição enviada ao STF, os advogados informaram que os exames foram pedidos para acompanhamento de tratamento em curso e para investigar sintomas de refluxo, crises de soluço persistentes e episódios de falta de ar.

Bolsonaro tem relatado piora do quadro clínico nos últimos dias. Aliados e familiares apontam que ele voltou a apresentar crises frequentes de soluços e dificuldades respiratórias, atribuídas a uma esofagite decorrente de cirurgia abdominal feita em abril. Um dos médicos relatou que, na última quarta-feira, o ex-presidente chegou a ter dificuldade para completar frases. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho, afirmou que a situação se agravou desde o início do cumprimento da prisão domiciliar.

Além de questões médicas, pessoas próximas relatam alterações no humor do ex-presidente. Na semana passada, Bolsonaro teria apresentado episódios de choro ao comentar a restrição de contato com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos Estados Unidos e também é alvo de investigação da Polícia Federal.

Nesse período, Bolsonaro recebeu visitas de parlamentares aliados e do empresário Renato Araújo, além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem assumido papel de interlocução política dentro do PL, diante das restrições impostas ao marido, e se reúne diariamente com dirigentes na sede do partido.

Na próxima semana, o ex-presidente deve receber visitas de dirigentes do PL autorizadas por Moraes, entre eles o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, o vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), e o secretário-geral do partido, senador Rogério Marinho (PL-RN).

Tribuna do Norte 

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Política

VÍDEO: “Fátima tem uma coisa muito igual a Lula”, diz Natália Bonavides

 

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Vídeo: Reprodução

Durante o Encontro Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio Grande do Norte, realizado na noite de sexta-feira (15), a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) destacou a trajetória política da governadora Fátima Bezerra, afirmando que ela “fez história” à frente do governo estadual.

Em seu discurso, Bonavides também comparou a trajetória da governadora com a de Lula, destacando semelhanças entre os dois. “Fátima tem uma coisa muito igual a Lula”. O evento reuniu lideranças do partido, militantes e representantes de movimentos sociais.

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Política

VÍDEO: Fátima deseja ‘vida longa ao Partido dos Trabalhadores

 

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Vídeo: Instagram

A  governadora Fátima Bezerra dançou na noite dessa sexta-feira (15), com grande festa do partido que deixou a  Arena das Dunas vermelha. Em seu vídeo publicado nas redes sociais, ela desejou vida longa ao PT.

Enquanto isso, desde o dia 30 de julho que sete leitos de UTI do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, referência em pediatria de média complexidade no Rio Grande do Norte, estavam bloqueados por falta de insumos básicos.

Entre os itens em falta estavam tubos orotraqueais, medicações para recém-nascidos e cateteres, comprometendo a assistência neonatal e pediátrica.

A situação deu um alento de resolução após decisão da Justiça Federal, que fixou o prazo de 48 horas para reabertura dos leitos e exigiu um plano de manutenção dos atendimentos em até 30 dias.

Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) solicitou requisitionamento administrativo de insumos junto a empresas privadas. Além disso, quatro hospitais e a Secretaria de Saúde da Paraíba colaboraram cedendo materiais emergenciais.

Graças a essas medidas, os sete leitos de UTI foram reativados na tarde dessa sexta (15), totalizando novamente os 20 leitos disponíveis para atendimento pediátrico e neonatal.

BZ notícias

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Mundo

Se reunião com Zelensky correr bem uma com Putin pode ser feita, diz Trump

Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no sábado (16) que, após a cúpula no Alasca com seu colega russo, Vladimir Putin, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, irá ao Salão Oval em Washington na tarde de segunda-feira (18).

“Se tudo der certo, agendaremos uma reunião com o presidente Putin”, disse Trump em uma publicação no Truth Social.

“A melhor maneira de acabar com a terrível guerra entre a Rússia e a Ucrânia é ir diretamente para um acordo de paz, que acabaria com a guerra, e não um mero acordo de cessar-fogo”, disse ele

Zelensky, afirmou que vai se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, na próxima segunda-feira (18), após “longa e substancial conversa” com Trump. Ele ainda declarou que planeja se encontrar com líderes europeus para discutir a cúpula do Alasca.

“A Ucrânia reafirma sua disposição de trabalhar com o máximo empenho para alcançar a paz. O presidente Trump informou sobre seu encontro com o líder russo e os principais pontos da discussão. É importante que a força dos Estados Unidos tenha impacto no desenvolvimento da situação”, disse Zelensky em um comunicado neste sábado (16) – o primeiro desde o encontro no Alasca, do qual foi excluído.

CNN

 

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Trânsito

Trecho da Av. Boa Sorte será interditado nesta segunda-feira (18) para obra da Caern

Foto: Divulgação

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) informou que um trecho da Avenida Boa Sorte, na altura do cruzamento com a Rua Couto Magalhães, Zona Norte de Natal, ficará interditado nesta segunda-feira (18), das 7h às 17h, por causa de uma obra da Caern.

Durante a interdição, algumas linhas de ônibus vão circular por rotas alternativas:

Linhas N-07 e N-27
•    Sentido Mirassol → Ribeira: seguem normalmente até a Av. Industrial (Terminal), depois passam pela Av. Maranguape e Rua Sagrada Família, retornando à Av. Boa Sorte.
•    Sentido Terminal: passam pela Av. Boa Sorte e seguem pelas avenidas Miguel de Cervantes e Maranguape, voltando ao percurso normal pela Av. Industrial.

Linha 600
•    Sentido Santa Catarina: segue normalmente até a Av. Santarém, depois acessa a Rua Sagrada Família e retorna à Av. Boa Sorte.
•    Sentido Parque dos Coqueiros: passa pela Av. Boa Sorte, segue pelas avenidas Miguel de Cervantes e Maranguape e volta ao itinerário habitual.

A STTU orienta que os passageiros fiquem atentos às mudanças e lembra que dúvidas podem ser tiradas pelo telefone 156, do Alô STTU.

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Geral

Lula acompanha com lupa escolhas de cargos para a direção do PT

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

Mirando o pleito de 2026, quando pretende concorrer à reeleição, o presidente Lula tem acompanhado com lupa a escolha dos cargos para a nova direção de seu partido, o PT.

Segundo apurou a coluna do Igor Gadelha, o chefe do Palácio do Planalto tem participado ativamente da montagem da nova direção da legenda junto ao novo presidente da sigla, Edinho Silva.

Na sexta-feira (15), por exemplo, Lula recebeu em Brasília, fora da agenda, Eden Valadares, um dos principais cotados para chefiar a Secretaria de Comunicação do PT, um dos cargos mais importantes do partido.

Como a coluna noticiou, Valadares é pupilo do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O dirigente já coordenou campanhas política de Wagner e do atual ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Na conversa com Valadares, Lula afirmou que tem conversado com outros nomes cotados para cargos importantes no PT. O petista está preocupado em formar um “time coeso” para ajudá-lo nas eleições de 2026.

Metrópoles – Igor Gadelha

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Geral

Lula diz que Brasil está vivendo com uma ‘turbulência desnecessária’ de Trump

Foto: IGOR DO VALE/ALTAPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse há pouco que o mundo vive uma “turbulência desnecessária” com as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Eu não posso admitir que um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos possa contar a quantidade de inverdades que ele tem contado sobre o Brasil. O Brasil não é um País rico. O Brasil não tem o PIB que tem os americanos, o Brasil não tem o PIB da China. Mas nós temos um povo que merece respeito”, declarou.

As falas foram feitas em cerimônia de inauguração da fábrica da chinesa GWM (Great Wall Motor), em Iracemápolis (SP). De acordo com o Palácio do Planalto, a fábrica vai gerar mil novos postos de trabalho no Brasil até o fim do ano.

Lula ainda exaltou a capacidade de negociação do Brasil. “O Brasil gosta de negociar. Se tem uma coisa que o Brasil está fazendo é negociar”, disse. Ele elogiou o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, que está à frente das tentativas de diálogo com os EUA. “Foi governador de São Paulo por 16 anos, sabe negociar e respeita as pessoas”, afirmou.

O presidente ainda destacou dados sobre a relação comercial entre Brasil e China. “É importante que as pessoas saibam que o comércio do Brasil com a China hoje é simplesmente o de US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões do comércio nosso com os Estados Unidos. É importante que vocês saibam porque nós criamos os BRICS. É porque nós estávamos cansados de sermos tratados como países do terceiro mundo”, declarou.

Lula repetiu que, no Brasil, é preciso ter estabilidade política para garantir a estabilidade econômica. “A primeira coisa que a gente tinha que oferecer a quem a gente quisesse convencer a vir ao Brasil era uma coisa simples, chamada estabilidade política”, afirmou.

InfoMoney

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Geral

Governo aproveita tarifaço e queda do preço dos alimentos para aproximação com agro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para estreitar os laços com o agronegócio brasileiro, motivado pela queda no preço dos alimentos (leia mais abaixo) e pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A avaliação da gestão petista é que a relação com a área — tradicionalmente próxima à direita e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — pode se beneficiar da correlação entre as taxas aplicadas pelos EUA e a atuação da família Bolsonaro.

Fontes palacianas informaram ao R7 que o momento é de “investir” na ligação com o agro. Ao anunciar a taxa de 50% aos produtos brasileiros, Trump argumentou que um dos motivos é a suposta “perseguição” enfrentada por Bolsonaro — réu no STF (Supremo Tribunal Federal), inelegível até 2030 e em prisão domiciliar.

Desde o anúncio de Trump, o governo brasileiro trabalha para reduzir os impactos da tarifa. As negociações são lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem se reunido com os setores mais afetados pelo tarifaço — o que inclui áreas do agronegócio, como carne bovina, café, pescados e mel.

O Executivo enxerga divisão no setor. Na avaliação do Planalto, há quem mantenha a defesa ferrenha a Bolsonaro, apesar da relação feita por Trump entre o tarifaço e o ex-presidente.

A expectativa do governo é usar a insatisfação do grupo com Bolsonaro — mesmo que não seja total — para impulsionar os laços de Lula com o agro.

Outros setores

Além do agro, a decisão do governo americano forçou a aproximação entre outros setores ligados a Bolsonaro e o governo Lula.

Foi o caso da indústria armamentista. A empresa de armas Taurus, que vende 85% dos itens fabricados no Brasil para os EUA, precisou se reunir com Alckmin para discutir o tarifaço.

Em entrevista a um portal gaúcho, um representante do setor chegou a chamar a taxa de Trump de “tragédia” e “praticamente um embargo comercial”.

Custo da comida

Em julho, pelo segundo mês consecutivo, alimentos e bebidas tiveram queda de preços, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no início desta semana.

A última redução foi de 0,27%, como mostrou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medidor oficial da inflação do país.

O preço da comida preocupa o governo de Lula desde o início do ano, quando o alto custo refletiu-se nos índices de popularidade do presidente — em fevereiro, a aprovação atingiu o menor nível dos três mandatos do petista.

R7

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Esporte

Ancelotti inclui Neymar em lista de pré-convocados e atacante do Santos deve voltar à seleção

Foto: CBF

O técnico Carlo Ancelotti incluiu o atacante Neymar, do Santos, na lista larga que será enviada pela CBF à Fifa até domingo. Em boa fase no clube, o astro deve retornar à seleção brasileira no dia 25.

Ancelotti chamará os jogadores para os jogos contra Chile e Bolívia, pelas Eliminatórias, no Maracanã, e em La Paz. Será a despedida do Brasil do torneio, já classificado para a Copa de 2026.

Depois, a CBF vai organizar amistosos contra seleções da Ásia, África e Europa. segunda-feira (18), onde se reúne com Lula, como parte dessa aproximação com a direita. No caso da Argentina, apesar de não haver aproximação com Javier Milei, o Brasil está comprando gás do país.

O Globo

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Geral

Governo acha que Trump quer mudança de regime no Brasil e prevê ações para além de Bolsonaro

Foto: Jeenah Moon/Reuters

O governo brasileiro encara o tarifaço e as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil como uma tentativa de “mudança de regime” e acredita que as ações de presidente Donald Trump não se restringem a pressão sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal), marcado para setembro.

Para uma fonte do Planalto, as ações de Trump visam a influenciar o processo eleitoral brasileiro. Nessa visão, a ideia do governo americano é garantir que exista um candidato com afinidade ideológica com Trump na cédula eleitoral da eleição presidencial do Brasil em 2026.

O governo brasileiro também acredita que, caso haja vitória do presidente Lula (PT) no ano que vem, haverá questionamento da legitimidade da disputa no Brasil por parte de Trump. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vem afirmando há meses que, se Bolsonaro não estiver na cédula, os EUA não vão reconhecer a eleição no Brasil.

O Planalto vê um movimento dos EUA de reafirmar a América Latina como seu quintal. Além de pressionar pela absolvição de Bolsonaro no julgamento do STF e criticar a prisão do ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (de direita), Washington manifestou apoio à prisão da ex-presidente Cristina Kirchner (de esquerda) na Argentina.

No final de julho, o nomeado de Trump para ser o próximo embaixador americano na Argentina, Peter Lamelas, afirmou que Cristina deveria “receber a justiça que merece”. “Se ela não fosse política, estaria na prisão. Ela está em prisão domiciliar por algum tipo de favoritismo político”, afirmou.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, saiu em defesa de Uribe, dizendo que seu único crime foi “lutar e defender incansavelmente sua pátria” e acusou o Judiciário de ser “instrumentalizado” por “juízes radicais”.

Uma das estratégias do governo brasileiro para não ficar isolado na América do Sul, para evitar um “grupo de Lima” contra o Brasil, como afirmam integrantes do governo, é criar vínculos com governos de direita na região. O grupo de Lima foi formado em 2017 com chanceleres de países com governos de direita e centro-direita da região que pressionavam pela saída do ditador Nicolás Maduro do poder na Venezuela e apoiavam o opositor Juan Guaidó.

Fontes apontam para a visita do presidente de centro-direita do Equador, Daniel Noboa, a Brasília na segunda-feira (18), onde se reúne com Lula, como parte dessa aproximação com a direita. No caso da Argentina, apesar de não haver aproximação com Javier Milei, o Brasil está comprando gás do país.

Com a Unasul extinta e a Celac bloqueada, o Brasil quer usar o Mercosul e a OTCA para discutir temas que podem unir a região, como mudança do clima e cooperação energética.

Além disso, Lula vai continuar com seu movimento de aproximação com países afetados pelas tarifas de Trump. Nesta semana, ele irá conversar por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Friedrich Merz, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Folha de S.Paulo

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