Os 130 poços utilizados pela Companhia de Águas e Esgotos do Grande do Norte (Caern) têm, sozinhos, capacidade para abastecer Natal inteira. O problema, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) é que muitos deles estão contaminados por Nitrato, o que torna essencial a utilização das águas das lagoas – hoje com baixo volume – para a diluição do poluente.
Só é considerada potável, a água que tem um índice de nitrato inferior a 10 mg/L. Alguns poços da cidade, que utilizam água do aquífero Barreiras, no entanto, ultrapassam este limite. A solução é pegar água em bom estado e somar à contaminada para diminuir o ínidice de contaminação. “Se não fosse isso, nem precisaria de racionamento porque os poços dariam para abastecer a cidade. Seria mais do que suficiente”, afirmou a Coordenadora de gestão dos recursos hídricos da Semarh, Joana D’arc Medeiros.
Em Natal, são utilizadas para este fim, a lagoa do Jiqui na parte sul da cidade (Zonas Leste, Oeste e Sul) e de Extremoz na Zona Norte. Ambas respondem, respectivamente, por 30% e 70% do abastecimento em suas áreas. As águas das lagoas se misturam com as extraídas dos poços nos reservatórios da Caern que faz a distribuição para os bairros. Só na parte sul da cidade, a companhia opera 12 destes reservatórios.
Como as duas lagoas estão com um volume muito baixo, a Semarh já cogita que, caso não chova no mês de maio, seja iniciado um sistema de racionamento, em que alguns bairros devem ficar sem água pelo menos um dia na semana.
Poços
A região sul tem hoje 99 poços em operação que produzem 70% de toda a demanda das trez zonas da cidade. A zona norte, por outro lado, tem apenas 31 poços, o que exige maior utilização da Lagoa de Extremoz. A Caern não confirmou quantos destes sistemas estão contaminados por nitrato, mas atestou que a água servida à população está dentro de todos os padrões de qualidades exigidos por lei.
Joana D’arc, da Semarh, ressaltou ainda que se não fosse utilizada para esta diluição, o baixo nível das águas das barragens não se tornaria uma preocupação, culminando em uma possibilidade concreta de racionamento.
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