Saúde

Mais Médicos: 820 profissionais já desistiram do programa; curiosamente, região nordeste com mais desligamentos

mmFaz mais de 45 anos que Iara Nazareno de Lima se formou em medicina. William Hastenreiter é médico há menos tempo: terminou o curso há pouco mais de dois anos, em junho de 2013. Ela é veterana na profissão, enquanto ele ainda está no começo, mas ambos têm um ponto em comum: foram alguns dos 820 profissionais que acreditaram no Mais Médicos, lançado em julho de 2013, mas que depois decidiram sair do programa. Os motivos vão desde a aprovação em residência médica até problemas de saúde e pessoais, mas não falta quem critique também as condições de trabalho.

Assim como os dois, quase 90% dos desistentes são médicos que já tinham registro profissional no Brasil. É o caso, por exemplo, de quem se forma no país ou consegue revalidar o diploma obtido no exterior. Os desligamentos ocorrem em todos os estados e na maioria das capitais, mas se concentram principalmente no Nordeste e nas cidades pequenas. Segundo o Ministério da Saúde, havia 17.790 médicos ativos no programa no começo de agosto. Ou seja, para cada desistente, outros 21,7 médicos ainda estavam trabalhando. Os dados foram obtidos pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação.

O Ministério da Saúde informou nove razões para deixar o programa. Segundo o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Aurélio Pinto, o médico não precisa informar o motivo na hora de solicitar o desligamento. Assim, as saídas a pedido, sem maiores detalhes, responderam por mais da metade das desistências: 470.

Há também um número significativo de médicos que foram aprovados em residência médica e, por isso, não podem mais participar do programa: 181. Ausência injustificada é o terceiro motivo mais comum, com 56 afastamentos, todos de cubanos, o que indica que eles desertaram da missão oficial de seu país. Completam a lista: motivos pessoais (46 desligamentos), mudança de cidade (22), aprovação em concurso público (16), motivos de saúde (12), dificuldade de deslocamento ao local de trabalho (9) e incompatibilidade de carga horária (8).

Iara, de 74 anos, mora no Recife e já estava aposentada quando se inscreveu no programa em 2013. Sua primeira opção era trabalhar na cidade onde mora, mas acabou sendo alocada em Olinda, que integra a região metropolitana da capital pernambucana. Em dezembro do ano passado, ela resolveu se desligar por questões de saúde. A médica diz apoiar o programa, mas não deixou de apontar alguns problemas.

– A gente fica assombrado, com medo do lugar que tem muitos pontos de droga. Os agentes de saúde também tinham medo – descreve Iara, que também conta: – A estrutura do posto foi reformada. Quando eu saí de lá, tinha que ser reformada de novo, porque essa reforma que fazem acho que não tem fiscalização. Era horrível. Estava pingando água lá quando chovia.

Problemas semelhantes são relatados por William. Formado no Rio de Janeiro, ele escolheu trabalhar em Itaboraí, na região metropolitana. Começou em setembro de 2013, mas deixou o programa quando foi chamado para fazer residência médica em otorrinolaringologia no ano seguinte em Belo Horizonte. Segundo ele, a área onde trabalhava também era controlada por traficantes, embora eles não criassem problemas com os profissionais de saúde.

William chegou a ir ao Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2013, quando ainda estava no programa, para falar em uma audiência sobre o Mais Médicos. Na ocasião, ele defendeu um plano de carreira para os médicos se fixarem nos locais onde há carência desse tipo de profissional. Outras medidas, como o Mais Médicos, seriam apenas paliativas. Criticou também as condições trabalhistas: formalmente, os médicos do programa são bolsistas e passam por um programa de qualificação. Na prática, diz William, eles são apenas trabalhadores.

– Eu iria sair do programa porque estava passando a notar que, mesmo indo falar dos problemas do programa no Supremo Tribunal Federal, não havia esperança de mudança, tanto para melhoria dos médicos que trabalham no programa, quanto para melhorias da saúde da população que eu atendia – afirmou William, concluindo: – As condições de trabalho são precárias. Não tem material para atender.

Os médicos que já tinham registro profissional no Brasil respondem por 726 desistências, ou 88,5% do total. Os cubanos que vieram por meio de um acordo intermediado pela Organização Pan-Americana da de Saúde (Opas) somam 56. Por fim, 38 médicos desistentes são de outras nacionalidades e não tinham registro profissional no Brasil.

Hêider diz que há dois motivos para os brasileiros desistirem mais do programa do que os estrangeiros. Primeiro porque eles podem passar em residência. Segundo por já terem registro profissional no país e, assim, serem permitidos a trabalhar em outros postos de trabalho. Os cubanos e demais profissionais formados no exterior só podem atuar no Brasil por meio do Mais Médicos. O secretário destacou também que o índice de rotatividade no programa costuma ser menor do que nas vagas ofertadas fora do Mais Médicos. Além disso, sustentou que, de três em três meses, há editais para repor os profissionais desistentes.

– Quando a gente compara com (as vagas fora do Mais Médico em) São Paulo, Belo Horizonte, a rotatividade anual gira em torno de 10% a 20%. No Mais Médicos, é de aproximadamente 4%, atuando em áreas de maior vulnerabilidade – diz Hêider.

Proporcionalmente, os estados do Sul e Sudeste costumam ter menos desligamentos. O oposto ocorre no Nordeste. A Paraíba é, em termos proporcionais, o lugar onde houve mais desistências. Lá, para cada médico que deixou o programa, há apenas 8,1 trabalhando. O segundo pior desempenho é do Distrito Federal, com 10,9 médicos no programa para cada desistente, seguido de Ceará (11), Sergipe (13,7), Pernambuco (16,5) e Bahia (16,5). Na outra ponta está São Paulo: para cada desligamento, há outros 55 profissionais que continuam no programa. O Rio de Janeiro foi, proporcionalmente, o oitavo estado com menos desistências: para cada profissional que deixou o Mais Médico, 31 não se desligaram.

Em números absolutos, o estado com o maior número de médicos desistentes é o Ceará, com 128 casos, dos quais 30 apenas em Fortaleza. A capital cearense também é o município onde houve a maior saída de profissionais do programa. Em segundo lugar estão a Bahia e Salvador, com 100 e 22 desistências respectivamente. Entre os estados, destaque também para Minas Gerais, com 73 desligamentos, Pernambuco (57) e Paraíba (51). No Amapá, apenas três médicos se desligaram do programa. O Rio de Janeiro aparece em 12º lugar, com 23 desistências. Por região, 433 médicos deixaram o programa no Nordeste. Em seguida vêm Sudeste (157), Norte (88), Sul (79) e Centro-Oeste (63).

Em 479 municípios e distritos sanitários especiais indígenas (DSEIs) – um em cada oito dos 3.919 que participam do programa -, também houve desistências. A maioria das cidades perdeu apenas um médico e, no geral, é de pequeno porte. Apenas 141 registraram dois ou mais desligamentos. Ao todo, foram 168 desistências nas capitais, 165 nas cidades que fazem parte das regiões metropolitanas das capitais, 477 nos municípios do interior, e dez nos DSEIs. Mauriti, no Ceará, com 46 mil habitantes, é o município do interior com mais desistências: sete.

Hêider diz que municípios mais afastados dos grandes centros costumam ter mais dificuldades em fixar os médicos. Nos casos mais críticos, ele diz que o ministério acompanha, vê se as prefeituras estão pagando a alimentação e moradia e dialoga para tentar resolver os problemas do local. Ainda assim, ele crê que os números são melhores que o esperado.

– Por serem municípios de pequeno porte, distantes de grandes centros, esperávamos que esse número seria muito maior – diz o secretário.

Em alguns casos, os médicos que deixaram o programa nem começaram a trabalhar. É o caso de João Marcos Lopes Silva, que tem 30 anos e se formou em 2013. As condições trabalhistas pesaram na sua escolha.

– Eu me inscrevi, mas na época eu trabalhava na prefeitura de Belo Horizonte. Eles me fizeram uma proposta. Eu achei melhor trabalhar em Belo Horizonte do que pelo programa – explica João Marcos, que defende ações como concurso público para suprir com médicos regiões carentes.

O programa permite a contração por três anos, prorrogáveis por mais três, o que leva a críticas de que se trata de uma solução temporária. O Ministério da Saúde, por sua vez, alega que o programa contempla outras ações, como a ampliação de vagas de graduação e residência médica.

No Rio de Janeiro, há 714 médicos distribuídos por 74 cidades. Houve desistências em 17. Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Maricá, Niterói, Paracambi e São João de Meriti perderam dois médicos cada. Houve uma desistência em Belford Roxo, Cantagalo, Carmo, Guapimirim, Itaboraí, Mesquita, Natividade, Nova Friburgo, Rio das Ostras, São Gonçalo e São Sebastião do Alto.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Eu conheci prefeitos que ate tva gannhado dinheiro com coitados dos cubanos no aluguel das casas superfaturva,
    Ate os cubanos. Estao decepcionado o PT Brasileiro e com programa

  2. Onde estão os defensores do desgoverno PTista? mais médicos sem medicamentos e estruturas hospitalares é mesmo que levar um engenheiro para fazer um prédio só com areia e um homem levar uma mulher para o motel e não fazer nada.

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Saúde

Mais de 35% dos medicamentos distribuídos pela Unicat estão indisponíveis no RN

Foto: José Aldenir / Agora RN

Dos 211 medicamentos distribuídos pela Unidade Central de Agentes Terapêuticos do Rio Grande do Norte (Unicat), 74 estão indisponíveis para os pacientes, de acordo com os dados disponibilizados no site da unidade.

Isso significa dizer que 35% das medicações que abastecem a unidade central da Unicat estão em falta. A maioria dos remédios é de alto custo.

A situação de desabastecimento se repete nas outras unidades. No Alecrim, dos 35 medicamentos que são oferecidos lá, 9 estão faltando. Em Mossoró, estão indisponíveis 85 dos medicamentos distribuídos e, no município de Caicó, 99 remédios.

Sesap diz que busca agilizar aquisição de medicamentos

Em nota, a Sesap diz que tem preparado estratégias para agilizar processos de aquisição dos medicamentos. “A Secretaria mantém um grupo de trabalho permanente para agilizar os processos de aquisição de medicamentos”, informou.

“Com novos servidores especializados na área de compras para ampliar a capacidade de planejamento das aquisições, com objetivo de manter uma regularidade no fornecimento”, informou a Sesap.

De acordo com os dados disponibilizados no site da Unicat, a maioria dos medicamentos em falta no Estado está em processo de licitação ou aguardam distribuição do Ministério da Saúde. “O reabastecimento depende do caminhar dos processos”, disse a Sesap.

Fonte: Portal 98Fm

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Cidades

Prefeitura de Ceará-Mirim torna público edital de credenciamento para empresas interessadas em se instalar no Distrito Empresarial do município

Foto: Divulgação

A Prefeitura de Ceará-Mirim tornou público o edital de credenciamento para empresas interessadas em se instalar no Distrito Empresarial do município, tendo como objetivo credenciar empresas de pequeno, médio e grande porte que desejam operar a partir do projeto no setor industrial da cidade, visando promover o desenvolvimento econômico e empresarial de Ceará-Mirim.

O credenciamento será realizado mediante protocolo eletrônico com a documentação exigida, por meio do processo eletrônico de tramitação do município (https://ceara-mirim.1doc.com.br/), direcionado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Industrial e Turismo de Ceará-Mirim.

O processo eletrônico de tramitação permitirá o acompanhamento online do andamento do protocolo, garantindo transparência e agilidade ao processo de credenciamento. Os interessados poderão requisitar pelo mesmo sistema qualquer documentação que entendam importante e esteja relacionada ao processo de credenciamento.

DISTRITO EMPRESARIAL VALE DO CEARÁ-MIRIM

Localizado no Centro da cidade, o Distrito conta com uma área de 16 hectares dividida em 21 lotes para atender pequenos, médios e grandes investidores. Além disso, é cortado por duas rotas de acesso importantes: BR-406 e a RN, que liga Ceará-Mirim à Santa Maria.

Para mais informações: https://cearamirim.rn.gov.br/edital-de-credenciamento/

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Política

Subtenente Eliabe lança pré-candidatura a vereador de Natal

Foto: Divulgação

A noite da última segunda-feira, 22, marcou o lançamento da pré-candidatura a vereador do Subtenente Eliabe em Natal pelo Partido Liberal (PL). O momento, que lotou um salão de eventos na Zona Norte de Natal, contou com a presença de eleitores e apoiadores do policial, bem como de parlamentares como o deputado federal Sargento Gonçalves e o deputado estadual Coronel Azevedo, compatriotas de partido.

“A vida me exigiu coragem quando saí de Riachuelo para Natal em 1989, para buscar oportunidades pra mim e minha família. Exigiu coragem para lutar pelos meus irmãos policiais e bombeiros militares, e agora sigo nesse propósito de servir às pessoas, colocando o meu nome à disposição da cidade de Natal nessas eleições.”, disse Eliabe em discurso, emocionado.

Subtenente Eliabe foi deputado estadual na última legislatura e destacou-se à frente da luta em defesa de uma segurança melhor para profissionais e população, como representante das categorias policial e bombeiro militar. Nas eleições de 2022, Eliabe obteve expressivos 6.491 votos na capital potiguar, refletindo o serviço prestado à capital potiguar enquanto parlamentar e profissional de segurança pública.

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Saúde

Atraso em processo de compra da vacina da covid-19 adia campanha e deixa Estados sem doses

Foto: G1

Atrasos no processo de compra de vacinas contra a covid-19 pelo Ministério da Saúde levaram ao adiamento do início da campanha de imunização deste ano contra a doença e já provocam desabastecimento em vários Estados do País.

O problema, de acordo com o ministério, foi causado por um impasse entre as farmacêuticas Pfizer e Moderna, que brigavam na Justiça por divergências no pregão de compra. Especialistas, no entanto, dizem que a falta de imunizantes também está relacionada à falta de planejamento do ministério.

Em fevereiro, o ministério afirmou que estava em processo de compra da vacina atualizada contra a cepa XBB.1.5 (uma subvariante da ômicron) e que receberia as doses do imunizante em março, indicando que a campanha teria início no mês passado. A afirmação foi feita nas redes sociais pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel.

Posteriormente, a campanha foi prometida para abril e, agora, deverá ter início somente em maio. Segundo Ethel, a compra acabou sofrendo atrasos após impasse jurídico envolvendo as empresas em disputa no pregão. De acordo com ela, a pasta deu início a um processo de compra emergencial em dezembro, quando a vacina atualizada da Pfizer foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em março, no entanto, a vacina da Moderna atualizada para a cepa XBB.1.5 também recebeu o aval da agência, entrou na disputa e venceu o pregão. Depois disso, segundo a secretária, a Pfizer questionou o resultado, o que levou a uma disputa jurídica que deve ter o desfecho nesta quinta-feira, 18, quando o resultado da licitação for divulgado pela pasta.

Atualmente, o Ministério da Saúde tem em seu estoque para distribuição apenas 1,5 milhão de doses da vacina pediátrica contra a covid-19, sem mais doses da vacina para maiores de 12 anos.

Com isso, ao menos seis Estados (de dez que responderam aos questionamentos da reportagem) já estão sem doses ou dizem que há risco de a vacinação ser interrompida pelos estoques baixos.

Terra

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Polícia

Homem denunciado por agredir mulher em Extremoz tem acusação por tentativa de homicídio contra outra vítima

Foto: Divulgação

Flaviano Gomes da Silva, denunciado na semana passada pela ex-companheira por violência doméstica, tentou desqualificar a vítima em entrevista em uma emissora de TV nesta segunda-feira (22), alegando que ela teria problemas psicológicos.

Mas o histórico dele apresenta fortes indícios de que seus atos de agressão contra mulheres são recorrentes, com uma denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) por tentativa de homicídio, sendo descrito nos autos um “indivíduo de alta periculosidade”.

Segundo o processo, n° 0101876-45.2015.8.20.0129, em um caso de 2012, Flaviano teria disparado em uma antiga companheira, mãe de sua filha, a atingido no braço. No total foram cinco disparos, que também tiveram como alvo os familiares dela. O caso aconteceu em São Gonçalo do Amarante.

A denúncia aponta ainda que ele agrediu sua antiga ex-sogra com uma lata de cerveja. O MPRN relata que ele não aceitava o término do relacionamento e, através de diversas agressões físicas e psicológicas, tentava reatar o relacionamento com a ex.

Atualmente, o processo que narra estes fatos de 2012 está suspenso, já que o acusado não foi encontrado para responder a acusação apresentar sua defesa. Se condenado, o denunciado pode pegar até 40 anos de prisão.

Sobre o caso recente em Extremoz, na entrevista para TV, Flaviano alegou “perseguição política” e armação contra ele. Flaviano Gomes da Silva é filiado ao União Brasil.

Confira o processo: denúncia tentativa de homicídio FLAVIANO GOMES DA SILVA

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Brasil

PGR denuncia Carla Zambelli e Walter Delgatti por invasão ao site do CNJ

Foto: Reprodução

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserção de dados falsos.

A deputada e o hacker foram denunciados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O inquérito tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Procurados pela CNN, a deputada Zambelli e Delgatti ainda não se pronunciaram sobre a denúncia da PGR.

A Polícia Federal (PF) indiciou a deputada e o hacker em fevereiro pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O inquérito aponta que os suspeitos inseriram documentos falsos no sistema do órgão como um mandado de prisão contra Moraes.

Cabe ao ministro analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidir se torna a deputada e o hacker réus. Caso isso aconteça, os dois passam a responder a uma ação penal no tribunal.

Delgatti afirmou a investigadores que acessou a plataforma do CNJ a pedido de Zambelli e a parlamentar teria sido a responsável por repassar a ele mandado de prisão falso contra Moraes. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

O hacker, que ficou conhecido por vazar conversas de procuradores da Operação Lava Jato, disse que recebeu pagamentos pelo serviço. A PF achou o rastro dos pagamentos. A defesa de Zambelli nega as acusações.

“A defesa da deputada Carla Zambelli conquanto ainda não tenha analisado minuciosamente os novos documentos e o relatório ofertado pela PF, reforça que ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude”, diz a nota.

Já a defesa de Delgatti afirmou que não se surpreendeu com o indiciamento, pois desde a prisão do hacker, ele havia confessado que teria participado da inserção de dados falsos ao sistema do judiciário.

“O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a Justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele”, escreveu a defesa do hacker à ocasião.

Durante os ataques cibernéticos à rede do CNJ, além do falso mandado de prisão contra Moraes, também foram incluídos dez alvarás de soltura. Contudo, Delgatti negou que tenha sido ele o responsável e apontou como culpado um suposto parceiro, Thiago Eliezer Martins.

A PF não conseguiu comprovar a participação de Martins nos crimes. A defesa do acusado celebrou.

“Durante todo o desenrolar da investigação, Thiago Eliezer Martins colaborou plenamente com as autoridades, fornecendo todas as informações solicitadas e mantendo total transparência em suas ações. A ausência de indiciamento de Thiago Eliezer é uma confirmação de sua inocência e do respeito ao devido processo legal”, afirmou a defesa de Martins, em nota.

CNN

Opinião dos leitores

  1. TEM UMA MÚSICA BREGA, QUE A LETRA DIZ: “PISTOLEIRA, PISTOLEIRA…..”

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Brasil

VÍDEO: Jacquin entra no mar de terno para criticar ‘bermuda e chinelo’ em restaurante e web reage

Vídeo: Instagram

O chef Érick Jacquin dividiu a web neste domingo, 21, após gravar um vídeo em que apareceu em uma praia de terno. A publicação foi feita como uma crítica a pessoas que vestem “bermuda e chinelo” para ir a um de seus restaurantes – o Président, em São Paulo.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de Jacquin para um pronunciamento sobre os comentários que desaprovaram a atitude do chef, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

“Por que vocês vão ao meu restaurante de regata, bermuda e chinelo?”, questionou ele no registro. “Você acha que a praia é lugar de ir de terno e gravata? Vocês fazem a mesma coisa comigo.”

Na sequência, Jacquin apareceu mergulhando e nadando no mar com a roupa. “Pensa que eu estou certo? […] Cada lugar tem as roupas que podemos usar para frequentar”, disse.

Nos comentários, internautas criticaram a atitude do chef. “Esse discurso é preconceituoso. Eu pago para comer e não desfilar”, escreveu uma usuária do Instagram. “Já que você foi à praia de terno, agora posso ir de bermuda no restaurante”, afirmou outro.

Outros, porém, defenderam a postagem do francês. “Quando fui ao Président comentamos isso mesmo: como alguém vai a um restaurante desse de bermuda e chinelo? Que falta de elegância”, comentou uma internauta. “A adequação é uma virtude. Tem gente que passa dos limites. Quer ser respeitado, mas não sabe respeitar”, disse outra.

Terra

Opinião dos leitores

  1. É a nossa educação, infelizmente, há coisas piores. O ibope seria melhor se viesse, ao sair do ka4, carregando uma melancia sobre a cabeça. ” pra cima de Nanã.

  2. Teve um famoso advogado que entrou no STF de bermudas e camiseta, esse país é a esculhambação personificada. Mas acho que não publicarão isso

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Cidades

DNIT promete finalizar desvio da BR-304 em maio

Foto: Heros Lucena (ASSECOM)

Após atraso na previsão de conclusão inicial, a obra de desvio no trecho da BR-304, em Lajes, deve ocorrer até o início de maio. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela obra, o cronograma precisou ser revisto devido às fortes chuvas que atingem a região. Enquanto isso, um desvio particular vem sendo utilizado por motoristas para evitar as maiores distâncias das rotas alternativas. Questionado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE sobre a situação, o órgão não respondeu.

Até o momento, de acordo com o DNIT, foram realizados serviços de limpeza, regularização do subleito e terraplenagem na BR-304. A obra está sendo executada desde o último dia 3 de abril, após uma ponte instalada sobre a rodovia desabar. No início da construção, a governadora Fátima Bezerra informou que oi trabalho iria durar 15 dias. Na sequência, foi informado que a conclusão seria na segunda quinzena deste mês. Agora, o prazo está previsto para o início de maio.

Além das etapas já concluídas, está em andamento a execução de camada drenante com pedra rachão e de brita graduada e a instalação de tubulação de um bueiro que vai permitir o fluxo do rio no desvio. “As equipes do Departamento sempre que as condições climáticas são favoráveis vem dando celeridade aos trabalhos, visando liberar o tráfego no trecho o quanto antes. A expectativa é de que o desvio esteja operando até o início de maio”, disse o DNIT.

Sobre a construção da nova ponte na BR-304, o anteprojeto para contratação emergencial da empresa responsável pela obras ainda está em análise pela equipe técnica da autarquia. Após a aprovação desse estágio, será dado início ao processo de contratação de empresa especializada para construção. “Importante esclarecer que a nova estrutura terá conformações diferentes da travessia que colapsou, visando elevar a capacidade de vazão no segmento e afastar o risco da ocorrência de sinistros”, afirma o DNIT.

Tribuna do Norte

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Geral

Morada da Paz lança novos episódios de podcast Morada do Cuidado

Foto: Divulgação

O Cemitério e Crematório Morada da Paz acaba de lançar novos episódios do podcast “Morada do Cuidado”. Gravado no formato videocast, com duração de 30 minutos em média, o programa está disponível nas principais plataformas de streaming de áudio (Spotify, Deezer e Amazon Music) e no canal do YouTube do Morada da Paz.

O primeiro episódio, com a apresentação da psicóloga especialista em luto do Morada do Paz, Mariana Simonetti, já está disponível e tem como tema “Vamos falar sobre o luto?”. Na oportunidade, ela conversou com Lucineide Tavares, cerimonialista do Morada da Paz.

“O luto, em sua essência, é uma jornada solitária, um caminho que cada indivíduo trilha à sua maneira, carregando um fardo que é único e profundamente pessoal. No entanto, a presença de um apoio empático e compreensivo pode fazer diferença nesse processo”, fala Mariana.

O segundo episódio vai ao ar no dia 25 de abril, com o tema “Mitos e Verdades sobre o luto”, com as psicólogas do luto do Morada da Paz, Simône Lira e Alexsandra Sousa.

“Desvendar esses mitos e abraçar essa complexidade, pode nos ajudar a compreender como diferentes pessoas vivenciam e expressam suas perdas. Acreditamos que através deste entendimento, podemos oferecer um suporte mais genuíno e empático àqueles que estão passando por este difícil momento de suas vidas”, fala Simône.

Já no dia 30 de maio será veiculado o terceiro episódio com o tema “Como falar sobre o luto com crianças?”. Nele, Mariana Simonetti conversa com Millena Batista, psicóloga e atuante na área de Educação infanto-juvenil.

“Os desafios em falar sobre luto com crianças incluem a dificuldade de encontrar uma linguagem apropriada que seja ao mesmo tempo honesta e sensível à idade da criança. Além disso, há o receio de provocar mais tristeza ou medo”, diz Mariana.

O quarto e último episódio da temporada vai ao ar no dia 27 de junho, com o tema “Perdi meu pet, e agora?”. No videocast, Simône Lira conversa com Giovanna Simões, designer e tutora de Guga.

“A sociedade muitas vezes minimiza a dor de perder um pet por não reconhecer plenamente o vínculo emocional entre humanos e animais de estimação. Isso pode se manifestar em comentários como ‘era apenas um animal’ ou sugestões para substituir rapidamente o pet perdido. Tais atitudes podem invalidar os sentimentos do enlutado e criar uma sensação de isolamento, já que a dor profunda e o luto vivenciado não são vistos como comparáveis à perda de um ser humano”, comenta Simône.

Morada do Cuidado

Viver o luto após a perda de um ente querido costuma ser um momento muito delicado na vida de muitas pessoas. Diante disto, o Morada da Paz criou a Morada do Cuidado, uma plataforma multimídia que oferece conteúdos especializados em luto. Através da ferramenta digital, o público encontra gratuitamente conteúdos, programas e recursos que auxiliam e orientam o enlutado com informações seguras sobre o tema, com a curadoria de psicólogos e profissionais capacitados no assunto.

Como desdobramento do projeto, surge em 2022 o podcast Morada do Cuidado. A iniciativa busca conscientizar, através do diálogo e experiências compartilhadas, sobre temas como a vivência do luto. Atualmente, o Brasil é o terceiro país que mais consome podcast no mundo. No último ano, o Morada do Cuidado foi reconhecido com uma Menção Honrosa na premiação Pursuit of Excellence Award, conferido pela National Funeral Directors Association (NFDA), maior associação de serviços funerários do mundo.

Acesse: www.moradadocuidado.com.br
youtube.com/moradadapaz
bit.ly/podcastmoradadocuidado

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Cultura

Brasil Redescoberto: pesquisa defende que descobrimento do Brasil se deu no Rio Grande do Norte

Foto: Divulgação

Os professores Carlos Chesman, do Departamento de Física da UFRN, e Cláudio Furtado, do Departamento de Física da UFPB, estão à frente de um estudo inovador que busca redefinir a história do descobrimento do Brasil. Denominado “Brasil Redescoberto”, o projeto apresenta evidências científicas da correta localização da chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, argumentando que a mesma ocorreu no litoral Norte do Rio Grande do Norte, e não na Bahia, em Porto Seguro.

A pesquisa, fundamentada em dados científicos, cálculos matemáticos e embasamentos geométrico e geográfico, propõe uma revisão da rota histórica com base na carta de Pero Vaz de Caminha. Os estudiosos defendem que o “Monte Pascoal” mencionado na carta corresponde ao Monte do Torreão, na cidade de João Câmara, e que o primeiro sinal de terra avistado teria sido o Cabo de São Roque, em Barra de Maxaranguape. Para isso, Chesman e Furtado avaliaram as correntes marítimas e eólicas.

Segundo a pesquisa, o ponto de primeiro desembarque da esquadra de Cabral, conhecido como Marco do Achamento e descrito como Porto Seguro na carta, estaria localizado na atual Praia do Marco, no município de Pedra Grande. O professor Carlos Chesman pontua que “foram utilizados métodos das ciências da natureza, como medições, modelagens geométricas e cálculos, além de verificações no mar. Todos os estudos são baseados nos dados registrados na carta de Pero Vaz de Caminha e foram submetidos para publicação em revista científica internacional”.

O estudo incluiu também uma análise da distância percorrida das Ilhas de Cabo Verde até os primeiros sinais de terra avistados, a distância do avistamento da terra, fotografias do oceano com terra visível a uma distância de 30 km da costa, descrições geográficas do porto seguro, profundidades litorâneas, distância do primeiro desembarque no porto seguro, distância das grandes barreiras vermelhas (entre 120 e 150 km) e a descrição do local conforme registrado na Carta de Pêro Vaz. A pesquisa do Brasil Redescoberto desafia as concepções tradicionais sobre o descobrimento e promete ampliar o debate acadêmico sobre o tema.

Opinião dos leitores

  1. BG, avisa ao estagiário para estudar o assunto antes! Quem começou tudo isso foi o historiador Lenine Pinto, que tem embasamentos históricos quanto a isso! Lenine afirmar isso a 4 décadas, nenhuma novidade!

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