Política

Medo do comunismo fez EUA criarem clã político do Rio Grande do Norte a partir de Aluízio Alves durante Guerra Fria, destaca reportagem

Foto: Reprodução/The Intercept

O presidente americano John F. Kennedy ligou o sistema de gravação instalado no Salão Oval da Casa Branca na manhã daquela segunda-feira, 30 de julho de 1962. A fita registrou a conversa entre o presidente e Lincoln Gordon, embaixador dos EUA no Brasil. Ao longo de 28 minutos, eles trataram do presidente João Goulart, de um possível golpe militar e de quantos milhões de dólares os EUA estavam dispostos a torrar para interferir na política brasileira.

Na conversa, um nome chama a atenção. Trata-se de Aluízio Alves, à época governador do Rio Grande do Norte. O centenário de nascimento dele será lembrado na quarta, 11 de agosto. Alves é citado por Gordon como uma figura que merece apoio naquele Brasil tumultuado e polarizado. Aquela conversa ratificaria o estado governado pelo político potiguar como destinatário de uma bolada de milhões de dólares que os EUA passariam a negar a Goulart.

Lincoln Gordon: Um dos projetos, [no] Nordeste, por exemplo, acho que deveríamos fazer avançar. Existem alguns governadores: governador do Rio Grande do Norte. . . Eu não acho que ele encontrou você, Aluízio Alves, mas ele viu todo mundo na cidade. Ele esteve aqui há cerca de três semanas. É um grande companheiro.

John F. Kennedy: Este é o Vicento… não é o Rio, é?

Gordon: Rio Grande do Norte.

Kennedy: Este é o Rio?

Gordon: É um pequeno estado no Nordeste.

Kennedy: Oh, entendo. Não, eu não o vi.

Gordon: É um pequeno estado no Nordeste. É um cara de 40 anos, enérgico como pode ser, não é um demagogo, honesto. Ele é…

Kennedy: Quão fortes são os comunistas lá?

Gordon: Como tal, o partido é fraco.

Segundos depois, Gordon voltou a insistir com o chefe sobre quão importante Alves poderia se tornar para os Estados Unidos:

Kennedy: Existe um grande desânimo no Brasil [entre] todos os moderados?

Gordon: Ah, eles não estão desanimados a ponto de desistir. Eles estão muito infelizes. A forma como esta crise política foi tratada foi extremamente ruim. Não, um sujeito como Aluízio Alves quer organizar um centro forte, ligeiramente à esquerda. E, eu acho, devemos apoiar isso absolutamente, ao máximo.

O apoio chegou, e em tal quantidade que ajudaria a cimentar um novo clã político no estado. Alves recebeu dos americanos, em pouco mais de três anos, um montante superior à receita do estado para um ano todo. Durante a Segunda Guerra Mundial, dez mil americanos viveram no Rio Grande do Norte e deixaram ali uma marca cultural histórica. Décadas depois, o dinheiro de Washington ajudou a moldar o futuro político do estado.

Os americanos relatam que o Rio Grande do Norte recebeu, em 30 repasses, 3,46 bilhões de cruzeiros entre outubro de 1962 e janeiro de 1966. A soma está em um documento enviado pela diplomacia americana à ditadura brasileira em novembro de 1969. Tratou-se de dinheiro a fundo perdido, entregue ao governo do estado como doação direta. Para efeitos de comparação, em mensagem à Assembleia Legislativa em 1963, o governo potiguar informou que a receita geral do estado no ano anterior havia sido de 2,5 bilhões de cruzeiros.

Eu corrigi a soma pela inflação, usando uma ferramenta disponível no site do Banco Central. Em valores atuais, a bolada doada pelos EUA equivale a R$ 179,1 milhões.

Graças ao dinheiro dos EUA, as estruturas estaduais de saúde, educação, abastecimento de água, habitação, malha viária e assistência social cresceram a olhos vistos. A ideia era apresentar o estado como um modelo do que o capitalismo poderia fazer pelo Brasil. Assim foi, e a Casa Branca acompanhou cada passo dado por Alves, como registram mais de 70 documentos da Biblioteca JFK, da Universidade Brown e do Arquivo Público do Estado do RN, analisados por mim.

O dinheiro americano permitiu a construção de uma estrada de 51 quilômetros de extensão que liga a cidade de São José de Mipibu à fronteira com a Paraíba – sozinha, a obra consumiu 1 milhão de dólares. Uma outra fonte de recursos, um programa assistencialista dos EUA chamado Food for Peace, ou Comida pela Paz, fez jorrar doações estimadas em 950 mil dólares entre 1963 e 1965 nos cofres do governo Alves.

O resultado não intencional e mais duradouro da dinheirama foi sedimentar Aluízio Alves e seus descendentes na política. O clã produziu três ministros, um presidente da Câmara dos Deputados e outro do Senado Federal. Seu representante mais conhecido, atualmente, é o advogado Henrique Eduardo Alves, deputado federal por 11 mandatos, ex-presidente da Câmara e ex-ministro do Turismo que terminou preso nos desdobramentos da operação Lava Jato – Henrique foi liberado da prisão em julho de 2018.

No auge, os Alves estenderam seu poder para além da política. Foram donos de empresas de comunicação – inclusive das emissoras afiliadas à Rede Globo no estado, como a TV Cabugi e a Rádio Cabugi, além do jornal impresso Tribuna do Norte.

Aliança para o Progresso

Boa parte da montanha de dólares que inundou o Rio Grande do Norte tem uma mesma origem: o programa Aliança para o Progresso. Ele foi moldado pelo governo Kennedy como instrumento de apoio ao desenvolvimento e combate à influência comunista na América Latina. No Brasil, não demorou a virar ferramenta política.

O professor Felipe Pereira Loureiro, da Universidade de São Paulo, a USP, detalha esse viés político no livro “A Aliança para o Progresso e o governo João Goulart (1961-1964)”. A obra apresenta um índice montado pela embaixada dos EUA para classificar os governadores brasileiros e selecionar os que seriam beneficiados.

O extinto estado da Guanabara, que corresponde ao que hoje é o município do Rio de Janeiro, governado por Carlos Lacerda, principal opositor de João Goulart e do seu mentor, Getúlio Vargas, ficou com a maior fatia do bolo. Mas o Rio Grande do Norte foi escolhido com carinho para ser o contraponto ao Pernambuco do “extremista” Miguel Arraes. “O Rio Grande do Norte foi claramente privilegiado. Os documentos americanos mostram que Aluízio era o político modelo, que deveria receber apoio por ser um democrata reformista e anticomunista”, me disse Loureiro.

“Os Estados Unidos estavam apavorados com o Nordeste. O semiárido nordestino era uma das áreas mais pobres da América Latina, e a pobreza era vista pelos norte-americanos como campo fértil para a proliferação de ideias ditas contra a ordem, pois um povo na miséria absoluta não teria nada a perder. Nesse contexto, o Rio Grande do Norte foi escolhido para ser a principal ‘Ilha de Sanidade’ da região, recebendo a maior quantidade de recursos per capita da Aliança”, avaliou o professor Henrique Alonso, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a UFRN, pesquisador e autor de artigos e livros sobre as relações entre EUA e Brasil.

“Ilha de Sanidade” é um conceito criado pelo embaixador Lincoln Gordon, um dos formuladores da Aliança. Economista e professor da Universidade de Harvard, ele atuou no Plano Marshall, gestado por Washington para financiar a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial. Gordon acreditava que as tais ilhas deveriam ser vitrines do poder americano e contrapontos ao mundo socialista.

“O primeiro beneficiário da política das Ilhas [de Sanidade] foi Aluízio Alves, o governador pró-EUA do Rio Grande do Norte. Ele estava entre os governadores de estado mais ambiciosos no desenvolvimento de planos de desenvolvimento econômico e social e em cortejar os formuladores de políticas dos EUA envolvidos na tomada de decisões de financiamento da Aliança para o Progresso”, corroborou Jeffrey F. Taffet, autor do livro “Foreign aid as foreign policy – The Alliance for Progress in Latin America” (“Ajuda externa como política externa: a Aliança para o Progresso na América Latina”, em tradução livre).

O medo de que a situação nordestina descambasse numa revolução como a cubana era forte na Casa Branca. Em julho de 1961, um ano antes da conversa que selou o destino de Alves, Kennedy recebeu Celso Furtado, que chefiava a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene, em Washington. O presidente dos EUA não fez rodeios ao dizer que a região despertava grande interesse de seu governo, segundo o memorando do Departamento de Estado que registrou a reunião.

Em abril do ano seguinte, Brasil e EUA assinariam um acordo milionário de ajuda para o Nordeste. A primeira parte do plano levaria, imediatamente, 33 milhões de dólares à região. E, a médio e longo prazo, mais 98 milhões de dólares para obras de saneamento, saúde, energia, educação, abastecimento de água e fomento da agricultura.

‘Porta-voz dos governadores’

Tanto dinheiro assim não seria entregue sem que o uso fosse vigiado de perto por Washington. Mais um trunfo para Alves: na visão de Gordon, ele inspirava confiança. Em informações enviadas para municiar Kennedy em uma visita que ele faria ao Brasil, o embaixador aponta o governador potiguar como um “tipo que devemos encorajar”. Alves se esforçou para merecer o apoio. Em julho de 1963, entregou a João Goulart um manifesto assinado por quase todos os governadores nordestinos e intitulado “Resposta ao desafio do Nordeste”. Nele, cobrava-se uma definição do governo federal a respeito da Aliança para o Progresso. Para Alves, Brasília colocava entraves e impedia que o dinheiro de Washington chegasse ao seu destino.

Um resumo do texto foi encaminhado da embaixada dos EUA em Recife para Washington, indo parar em um relatório especial da Agência Central de Inteligência, a CIA. Nos bastidores do governo Goulart, dizia-se que o manifesto era obra dos americanos. Na Casa Branca, ele soou como música. “O articulado governador do Rio Grande do Norte Aluízio Alves parece, ultimamente, estar despontando como porta-voz para os governadores nordestinos em questões regionais”, resume o telegrama diplomático.

Autor do livro “The Politics of Foreign Aid in the Brazilian Northeast” (“As políticas de ajuda externa no Nordeste brasileiro”, em tradução livre), publicado em 1973, Riordan Roett, professor e diretor emérito da Universidade Johns Hopkins, entrevistou Alves e outros governadores ainda durante o funcionamento da Aliança. “Eu perguntei se ele acreditava que existia uma ameaça vermelha. Ele nunca respondeu a questão diretamente, mas falou sobre Fidel Castro, Miguel Arraes, o governo Goulart, etc. Charmoso de um jeito nordestino, desconfiado, ele quis enviar sua mensagem de que era uma ‘Ilha de Sanidade’ confiável”, lembrou o professor, em conversa comigo.

Siga o dinheiro

Aluízio Alves foi eleito governador em 1960, após quatro mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, onde foi vice-líder da oposição e secretário-geral da UDN, a União Democrática Nacional, partido de direita da época. Montou uma coalizão que tinha de integralistas e setores conservadores da Igreja Católica a comunistas e sindicalistas, a Cruzada da Esperança. Com ela, derrotou Djalma Marinho, avô do hoje ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, com uma diferença de mais de 10% dos votos.

Mas o sucesso eleitoral não assegurou um início de governo tranquilo. Entronado no Palácio Potengi, que em seu mandato passou a ser chamado de Palácio da Esperança, Alves encontrou os cofres praticamente vazios, pagamentos em atraso e uma Assembleia Legislativa oposicionista e hostil. O governador montou uma equipe de jovens formados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, a Cepal. Reunidos no Conselho Estadual de Desenvolvimento, esses assessores planejaram a modernização do estado com projetos de eletrificação, redes de telefonia, poços e açudes no semiárido, moradia popular e infraestrutura.

Faltava o principal: dinheiro. Sem conseguir os dólares em casa, Alves resolveu ir bater à porta dos americanos e desembarcou em Washington no fim de junho de 1962. Sentou-se para conversas com diplomatas e assessores da Aliança, dos quais ouviu que não havia acordo possível sem a Sudene envolvida. Tentando uma cartada final, visitou o embaixador brasileiro, o economista liberal Roberto Campos. Foi a decisão certa.

Apesar de Kennedy afirmar ao embaixador Lincoln Gordon que não encontrou Alves, o governador potiguar escreveu em suas memórias que Campos conseguiu que o presidente americano saísse de uma agenda política interna no interior dos EUA apenas para atendê-los. Acompanhado da esposa, Jacqueline Kennedy, o presidente recebeu os brasileiros na sede do Departamento de Estado. De acordo com as lembranças de Alves, o encontro teve o seguinte diálogo:

Kennedy: Como vai a Aliança para o Progresso?

Alves: Presidente, falando francamente, só existe nos jornais. Nem uma providência foi dada, além da assinatura de um convênio, guardado na gaveta da Sudene.

A partir daí, Alves daria sua versão – obviamente interessada – da situação, que incluiu as Ligas Camponesas e a já conturbada situação política do Brasil. Jânio Quadros já havia chegado à metade do que seria seu mandato, abreviado pela renúncia que levaria João Goulart à presidência. JFK então disse que na manhã seguinte o chefe da Aliança estaria em Washington pronto para ouvi-lo, pois havia ordenado o retorno dele das férias.

Ao final, Alves voou para casa com a promessa de 20 milhões de dólares em investimentos. A quantia, segundo reportagem do Diário de Natal, era “alucinante”. Em 12 de agosto, Teodoro Moscoso, coordenador-geral da Aliança, e mais sete assessores desembarcaram em Natal para tratar da parceria.

Com o dinheiro americano, o governo Alves fez obras como o Sistema Jiqui, responsável pelo abastecimento de água de parte da zona sul de Natal até hoje, o Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy, o IFESP, para formação de professores, inaugurado com a presença do senador Robert Kennedy, e a Cidade da Esperança, o primeiro programa habitacional do estado destinado ao público de baixa renda que construiu 400 casas, financiadas pela Aliança, e deu origem a um bairro na zona oeste da capital.

Se Carlos Lacerda homenageou os financiadores americanos ao batizar os conjuntos habitacionais construídos na Guanabara com os nomes de Vila Aliança e Vila Kennedy, Aluízio resolveu colocar a sua marca. “A Cidade da Esperança foi entregue já no fechamento do governo. O nome foi ideia dele, ligando a Cruzada da Esperança, o Governo da Esperança”, relembrou o deputado estadual José Dias, hoje no PSDB, que presidia a fundação habitacional.

Paulo Freire alfabetiza – e com dinheiro dos EUA

O maior e mais caro dos projetos financiados pela Aliança para o Progresso no Rio Grande do Norte foi para a educação. Não à toa. O censo de 1960 do IBGE apontava que 61,64% dos potiguares acima dos 5 anos de idade não sabiam ler e escrever, um contingente de 586.688 pessoas. Em junho de 1961, uma missão americana apontou o estado como a melhor vitrine para seu primeiro projeto educacional no Nordeste.

Assim, Washington concordou em entregar 2,5 bilhões de cruzeiros ao Rio Grande do Norte. Em sua mensagem especial ao Congresso em 2 de abril de 1963, JFK citou a parceria: “No problemático Nordeste do Brasil, em acordo com o estado do Rio Grande do Norte, está em andamento um programa para treinar três mil professores, construir mil salas de aula, dez escolas vocacionais, oito escolas normais e quatro centros de treinamento de professores”.

O acerto feito diretamente entre os potiguares e os americanos incomodou o governo brasileiro, mas terminou aprovado e assinado em dezembro de 1962.

Se o analfabetismo era o grande problema, era necessário enfrentá-lo com coragem. Ainda antes da verba americana, Aluízio Alves e seus assessores ouviram falar de um professor da Universidade Federal de Pernambuco, que inventara um método rápido e barato para ensinar a ler e escrever. Era Paulo Freire.

O governo acertou com Freire um convênio para um projeto-piloto, que se bem-sucedido, seria ampliado para todo o estado para alfabetizar pelo menos 100 mil pessoas em três anos. Faltava dinheiro até a Aliança para o Progresso aparecer. A contradição em receber financiamento americano não passou ao largo das discussões do grupo que executaria o programa.

“O clima era duro. Mas, no fim das contas, não tivemos medo da contradição, pois tínhamos convicções arraigadas”, relembrou o advogado Marcos Guerra, então um jovem estudante que coordenaria a ação. O educador pernambucano foi quem bateu o martelo. “Eu não tenho medo da Aliança, ela que tenha medo de mim”, disse Freire, em uma das reuniões preparatórias.

“Paulo Freire encontrou aqui, como não encontrou mais em nenhum outro local, o apoio para colocar em prática, em larga escala, sua tese”, resumiu o jornalista Cassiano Arruda Câmara, que era repórter à época.

A escolha pelo município de Angicos não foi gratuita: era a terra natal dos Alves. Aluízio queria mostrar que, se a emancipadora experiência de alfabetização – numa época em que analfabetos não votavam – fosse feita na sua cidade, poderia ser levada a qualquer lugar. Ainda no fim de 1962, o grupo chega ao município para não só alfabetizar, mas conscientizar 300 pessoas sobre seus direitos. Era a experiência que ficou conhecida como As 40 Horas de Angicos.

As aulas de janelas e portas abertas, lembra Guerra, eram sempre assistidas por pessoas não identificadas. Em dia de visita dos consultores da Aliança, tudo parava: dava-se folga aos professores, e as aulas eram suspensas. Mas a experiência foi bem-sucedida e começou a se espalhar pelo estado. Em uma mensagem enviada aos deputados estaduais, o governo de Alves defendeu o Método Paulo Freire por habilitar “ao exercício da cidadania, como eleitor, como membro de uma nação livre e como participante ativo do regime democrático”.

A aula de encerramento, em 2 de abril de 1963, atraiu o presidente João Goulart, que assistiria ao recém-alfabetizado Antônio Ferreira ler um discurso escrito de próprio punho: “Em outra hora, nós era massa, hoje já não somos massa, estamos sendo povo”. Ali, Jango anunciou que o Ministério da Educação levaria o método para todo o Brasil.

Após uma visita ao Rio Grande do Norte em maio de 1963, Lincoln Gordon recomendou que outros governadores copiassem o modelo. Três meses depois, o secretário de Educação Calazans Fernandes seria recebido na Casa Branca pelo presidente JFK.

Um episódio, porém, dava o tom da mudança que viria. Ao fim da solenidade, o general Castelo Branco, que comandava o 4º Exército, atual Comando Militar do Nordeste, no Recife, abordou Calazans Fernandes. “Meu jovem, você está engordando cascavéis nesses sertões”, disse o futuro ditador. “Depende do calcanhar onde elas mordam, general”, retrucou o secretário. Exatamente um ano depois, o golpe militar desmantelaria a experiência. Paulo Freire e Marcos Guerra, entre outros envolvidos, seriam presos por “subversão”.

Nasce um clã

Aluízio Alves não foi primeiro político da família – o patriarca Manoel Alves foi prefeito de Angicos no início da década de 1930. Mas foi Aluízio quem sedimentou o clã na política potiguar.

“Aluízio sabia que não tinha recursos e teve a inteligência de perceber a realidade. Teve a compreensão do governo de Kennedy, do embaixador Gordon e se aproveitou muito bem”, afirmou o deputado estadual José Dias.

“Pode gostar-se ou não, mas Aluízio fez um governo inovador em um estado que era uma merda, onde o primeiro escândalo que gerou manchetes de jornal foi a compra de um ar condicionado para o gabinete do governador. Ele pegou carona na Aliança para o Progresso e virou um dos melhores exemplos do programa que terminou sendo um fracasso”, avaliou Cassiano Arruda.

Entre 1960 e 2018, cada episódio político local teve um Alves ou um aliado como protagonistas. Já em 1962, o grupo fez maioria no legislativo estadual, cinco das sete cadeiras da Câmara, e só não levou as duas do Senado por falta de 7,6 mil votos. Naquele mesmo ano, o governador, que já possuía a Tribuna do Norte, comprou a Rádio Cabugi. Dez anos depois, viria a Rádio Difusora, em Mossoró, e, em 1987, a TV Cabugi, retransmissora da TV Globo.

Em 1965, nova vitória. Aluízio fez governador o Monsenhor Walfredo Gurgel, senador e ex-vice-governador. Também elegeu prefeito de Natal o irmão, Agnelo Alves.

Em 1966, quatro irmãos Alves estavam na política: Agnelo era prefeito de Natal; Garibaldi, deputado estadual; Expedito, prefeito de Angicos; e Aluízio, o líder, governador. Mas o poder lhes seria tomado pela ditadura militar.

O governador não era bem quisto entre os militares, mesmo tendo emplacado o almirante Tertius Rebelo, membro do seu governo, no lugar de Djalma Maranhão, prefeito deposto de Natal, lançado uma comissão estadual de investigação da “subversão” no Rio Grande do Norte e escolhido a Arena, partido dos ditadores, para se abrigar. Os fardados gostavam era do senador Dinarte Mariz, ex-padrinho e então maior rival de Aluízio.

Um telegrama do Departamento de Estado dos EUA, de 1967, era sombrio sobre o futuro de Alves. “Por sua cordialidade com João Goulart, uma relação de trabalho de longa data com Carlos Lacerda e sua reputação de vigarista, a estrutura de poder pós-Revolução passou a encarar Aluízio com desconfiança”.

Em fevereiro de 1969, Aluízio e o irmão Garibaldi Alves foram cassados. Três meses depois, Agnelo perdeu o cargo de prefeito e foi preso. Escaparia apenas Expedito, assassinado em 1983 quando exercia o terceiro mandato como prefeito de Angicos.

Os irmãos Alves acabariam absolvidos. Mesmo com os direitos políticos suspensos, trocaram a Arena pelo MDB. Em 1970, Aluízio e Garibaldi lançam os filhos na política. Henrique Eduardo foi eleito deputado federal, e Garibaldi Alves Filho, estadual. Pelos 15 anos seguintes, os Alves ficariam distantes do poder central, ocupado por governadores indicados pelos militares.

A dupla da terceira geração seria responsável por alçar os maiores voos políticos do clã após Aluízio. Henrique comandou a Câmara dos Deputados e foi ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, sendo alijado pelas acusações da operação Lava Jato.

Já Garibaldi Filho, além de ser governador do Rio Grande do Norte por dois mandatos, foi senador por 20 anos, comandou o Senado por dois anos e foi ministro da Previdência Social de Dilma entre 2011 e 2015. Mas o primeiro dos Alves na Esplanada foi o velho Aluízio, ministro da Administração de José Sarney e da Integração Regional de Itamar Franco. Àquela altura, o veterano ainda teve ânimo para disputar e vencer a última eleição em 1990, quando ganhou o sexto mandato de deputado federal.

Graças à notoriedade garantida pelos dólares da Aliança para o Progresso, os Alves saíram do sertão potiguar para transitar com desenvoltura pelos corredores de Brasília. Herdeiros de um patrimônio modesto, chegaram a comandar parte substancial da comunicação potiguar e vivem confortavelmente em apartamentos de alto padrão em bairros nobres da capital.

A dinheirama dos americanos chegou a Natal para combater uma ameaça comunista imaginária no Nordeste brasileiro. Ironicamente, mas de forma alguma surpreendentemente, ela terminou por ajudar a concentrar poder nas mãos de um clã que até hoje influencia os rumos políticos do Rio Grande do Norte, assim como fazem outras dinastias espalhadas pelo Brasil.

E, se hoje os Alves andam afastados dos palácios, a reinvenção ao longo dos anos diz que nunca é bom desconfiar da capacidade de um grupo político tradicional farejar as oportunidades de retomar o poder.

Paulo Nascimento

The Intercept_

https://theintercept.com/2021/08/07/comunismo-guerra-fria-dolares-nordeste-aluizio-alves/

Opinião dos leitores

  1. Os EUA sempre invadindo e interferindo nas nações supostamente livres e independentes, para manter seu domínio e exploração, da mesma forma que fizeram agora novamente coordenando todo o golpe que derrubou uma Presidente honesta eleita democraticamente e apoiou um Presidente completa e evidentemente despreparado, mal intencionado e incompetente.
    Até quando vamos continuar sendo manipulados e submissos, entregando nossas riquezas (Petróleo) a preço de banana aos EUA?

  2. Obrigado, Presidente Kennedy!

    E agora essa negação nos governando… Que tristeza. A “obra” é pagar salário em dia e deixas as escolas públicas fechadas aparentemente para sempre.

  3. Atenção paladinos da liberdade, fiscais da democracia: Arábia Saudita, Iêmen, Kwait, Turquia, Egito etc. Tudo ditadura e sem eleições. Apoiados pelos EUA. Alguns onde vc nem pode portar uma Bíblia. Vamos adicionar à lista. Ou só conta Cuba, Venezuela e Coreia?????

  4. Acho que tudo isto relatado foi verdade graças à Deus, senão já estaríamos com o Comunismo oficializado e estaríamos como cuba, venezuela, Coreia do norte, dentre outros países ditos como socialistas. Até as eleições de outubro de 2022, passaremos por uma revolução civil neste Brasil e morrerão milhares de otários esquerdistas e o clero da Igreja do Falso papa chico comunista, maçom e satanista, querendo que o presidiário volte a Presidência para tirar a nossa bandeira e hastear a bandeira da china em Brasília, só assim haverá progresso e paz nesta nação.

    1. Também acredito na proteção Divina. E digo mais, esse presidente “louco” e diferente de quase todos os outros políticos brasileiros (como o cara não gosta de dinheiro “fácil” rsrsrs), faz parte dessa ajuda. Mas, como já sabem os que entendem um pouco de religião, além da ajuda Divina, as pessoas precisam fazer sua parte.

  5. Resumindo: Nunca houve esse perigo comunista. O dinheiro americano só serviu pra criar mais um coronel no Nordeste. No final pagamos caro por Henrique e cia. (vide aeroporto) no comando do RN. E os EUA gastaram à-toa.
    Obs: ainda tem gente, em pleno século XXI, que acha que os comunistas podem voltar, e lucram em cima disso…

    1. Sergio, vc é inocente demais, vc não estuda Geopolítica não? estude amigo, sem parcialidade, se não fosse pelos EUA já estaríamos comendo cães e gatos nas ruas

    2. Ou vc é muito ignorante ou movido por extrema má fé. Essa ideologia nefasta se “modernizou”, por assim dizer. O marxismo deixou de ser a antítese do capitalismo e se manteve “apenas” como inimigo da liberdade e dos direitos dos indivíduos. Vide a China, politicamente uma ditadura comunista, mas adepta do capitalismo selvagem na economia, em nível pré revolução industrial, sob o rigido comando do Partido Comunista (um tal capitalismo de Estado). Via marxismo cultural, o comunismo tornou-se muito mais perigoso, alienando mentes incautas e/ou mal intencionadas. Pela sua razoável escrita, creio que vc não é apenas um ignorante.

    1. Se não fosse a verdadeira direita neste país que é formada apenas pelos maiores empresários honestos e cristãos de verdade e os Militares das Forças Armadas que amam este País de verdade, já estaríamos com o comunismo oficializado no poder com uma nova constituição.

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Saúde

Hospital Walfredo Gurgel atendeu mais de 2 mil acidentados de moto de fevereiro a abril deste ano

Foto: Sesap / Reprodução

Referência para a Região Metropolitana de Natal e parte do interior do Estado para atendimento a acidentes de trânsito, o Hospital Walfredo Gurgel registrou, entre fevereiro e abril, 2.164 atendimentos a casos envolvendo motociclistas. O recorde foi o mês de março, com 765 atendimentos.

Pela média, no mês de março, um acidentado deu entrada no hospital a cada hora.

Nesta segunda-feira (6), para frear o aumento nos índices, foi lançada a campanha Maio Amarelo.

O dado de março apurado pelo Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar da unidade é o recorde histórico dos últimos três anos, quando o dado passou a ser melhor detalhado. O levantamento ainda indica que a grande parte dos atendimentos são provenientes da Região Metropolitana, sendo 37,89% dos acidentes ocorridos na capital, com destaque para os bairros de Lagoa Nova, Potengi e Alecrim, seguida de Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Ceará-Mirim.

No âmbito geral, vítimas de acidente de moto são a segunda maior demanda do Walfredo Gurgel, ficando atrás apenas de queda da própria altura. Dos casos totais, 709 pessoas, ou 32,76%, foram internadas no Walfredo após o primeiro atendimento de urgência, com uma média de cinco dias de permanência.

A maior incidência de problemas envolve fratura na perna, seguida de traumatismo craniano e fraturas no antebraço, no pé e no ombro/braço. Quase 60% dos pacientes atendidos no Walfredo por acidente de moto estão entre 21 e 40 anos, ou seja, em plena idade econômica ativa. Outros 10% têm entre 16 e 20 anos, enquanto 15% configuram-se na faixa de 41 a 50 anos.

Desde 2021, o acompanhamento dos dados de atendimento a acidentes de moto no Walfredo Gurgel apresenta um crescimento sustentado, saindo de uma média mensal de 598 naquele ano para 700 em 2023.

Fonte: Portal 98Fm

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Brasil

Sobe para 83 o número de mortos após enchentes que atingem o RS

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

O número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 83, de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil na tarde desta segunda-feira (6). São investigadas outras mortes. Além disso, há 111 desaparecidos e 291 pessoas feridas.

Conforme o levantamento da Defesa Civil, são 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 364 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas. O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado.

A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta.

Imagens feitas pelo satélite Amazônia 1, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e obtidas com exclusividade pelo g1 mostram uma visão em escala do antes e depois da maior tragédia do Rio Grande do Sul.

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15 desta segunda-feira (6), o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.

Fonte: g1

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Segurança

Campanha Maio Amarelo é lançada no RN com alerta sobre prevenção de acidentes de trânsito

Foto: Sesap / Reprodução

Foi lançado nesta segunda-feira (6) no Rio Grande do Norte o Maio Amarelo, uma campanha com o objetivo de alertar os motoristas sobre medidas que podem ser adotadas para evitar acidentes de trânsito.

Para marcar o início da campanha, um ato aconteceu no Hospital Walfredo Gurgel, principal unidade para atendimento de traumas no Estado. A campanha é organizada pela Secretaria Estadual de Saúde Pública com apoio da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Prefeitura do Natal.

O movimento instalou o laço amarelo, sua principal marca, na entrada do pronto-socorro e realizou um momento educativo com pacientes e acompanhantes.

“Esse laço representa a união que precisamos ter a respeito desse tema. Vivemos uma verdadeira epidemia de acidentes, principalmente em motocicletas. O Walfredo e todas as outras portas de atendimento vivem sob pressão constante. Por isso, precisamos cada vez mais conscientizar e fiscalizar”, disse Lyane Ramalho, secretária de Saúde do Estado.

Como preparativo para o Maio Amarelo, as autoridades de trânsito vêm realizando blitzen integradas em várias regiões do Estado. Ao longo do mês, ações educativas acontecerão em cidades que possuem emergência ortopédica, como Mossoró, Caicó, Assú e Pau dos Ferros.

Fonte: Portal 98Fm

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Brasil

LULA sanciona marco legal dos jogos eletrônicos com um veto; entenda

Foto: Reprodução

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou, com um veto, o marco legal para a indústria de jogos eletrônicos. O chamado PL dos Games era uma demanda dos desenvolvedores de jogos eletrônicos para garantir mais segurança jurídica para investimentos no setor.

Alguns dos benefícios incluídos na lei já estavam em decretos, por exemplo, o que causava receio justamente por poderem acabar a qualquer momento se fosse de interesse do Poder Executivo.

“O Brasil é hoje o maior consumidor de games da América Latina, tem um crescimento maior do que outras linguagens no campo da indústria do entretenimento. Aqui, também temos um perfil majoritário de mulheres consumidoras e isso precisa ser espelhado no campo da produção, que haja mais diversidade também nos que produzem esses jogos. Além disso, os games também podem contribuir para a formação dessa juventude como cidadãos plenos, agentes de criação de um novo imaginário de país”, ressaltou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, em nota na última sexta-feira, 3.

De acordo com despacho no Diário Oficial da União (DOU), o presidente Lula vetou o trecho da lei que concedia um abatimento de 70% no imposto de renda incidente nas remessas ao exterior de remunerações oriundas da exploração de jogos eletrônicos ou de licenciamentos decorrentes de jogos eletrônicos no País, desde que os recursos fossem investidos no desenvolvimento de projetos de produção ou de coprodução de jogos eletrônicos brasileiros independentes.

O planalto justificou o veto alegando que a proposição legislativa criaria renúncia de receita sem a apresentação da correspondente estimativa do impacto orçamentário, sem instituir medidas de compensação, sem prever prazo máximo de vigência de cinco anos e sem apresentar demonstrativo do impacto orçamentário e financeiro para os exercícios financeiros de 2024, 2025 e 2026.

Fonte: Estadão

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Brasil

‘Não percebi que meu tio estava morto’: mulher acusada por estelionato no Rio nega crime

Foto: Reprodução

Érika de Souza Vieira Nunes, que tentou sacar um empréstimo bancário de R$ 17 mil reais em nome do tio, falou ao programa Fantástico, da TV Globo, que não percebeu que o idoso estava morto na agência bancária de Bangu, na zona oeste do Rio. “Vivi momentos da minha vida que não suportava mais. Muito difícil. Foi horrível, eu não percebi que meu tio estava morto”, disse. “Eu não sou essa pessoa que estão falando, não sou esse monstro” acrescentou.

Segundo Érika, nem ela e nem a sua família precisavam do dinheiro, e quem queria o empréstimo era o próprio tio para uma obra no quintal da casa em que moravam.

Ela falou ainda que Paulo era uma pessoa calada, mas que eles tinham uma boa relação. “(Tínhamos uma) relação ótima, ele era independente, eu não era cuidadora dele”, disse a sobrinha.

Uma semana antes do episódio, Paulo havia ficado internado devido a uma pneumonia. No dia em que recebeu alta, Érika foi com ele a uma agência bancária, onde tiveram um empréstimo aprovado.

O saque ocorreria no dia seguinte, quando a mulher entrou com o homem já morto no local.

Érika foi denunciada pela 2ª Promotoria de Justiça pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.

A promotoria afirma que, embora o empréstimo tenha sido contratado por Braga quando ele ainda estava vivo, o saque não poderia mais ser realizado, visto que, no momento da prisão em flagrante da denunciada, a vítima já tinha morrido.

Ela chegou a ficar presa, mas foi libertada para responder em liberdade por ser portadora de saúde mental debilitada e para cuidar de sua filha com necessidades especiais, segundo a decisão da juíza.

Relembre o caso

Érika de Souza Vieira Nunes levou a uma agência bancária um homem de 68 anos que estava morto, em uma cadeira de rodas, para tentar fazer um empréstimo em nome dele. “Assina para não me dar mais dor de cabeça”, pediu a mulher ao cadáver, agindo como se a pessoa estivesse viva. A cena ocorreu na terça-feira, 16, numa agência em Bangu, na zona oeste do Rio.

Funcionários do banco chamaram a polícia e a mulher, que diz ser sobrinha do morto, está sendo investigada. A polícia afirma que ela pode ter cometido furto mediante fraude ou estelionato, conforme circunstâncias que ainda serão apuradas.

Segundo a polícia, Érika de Souza Vieira Nunes chegou ao banco levando Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas. Ele seria cliente da agência e havia um empréstimo pré-aprovado em seu nome. Os vigilantes permitiram a entrada dele na cadeira de rodas.

A mulher então levou o homem até uma funcionária e explicou que havia um empréstimo pré-aprovado no valor de R$ 17 mil em nome do homem – suposto tio dela.

Os funcionários chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou que o homem estava morto havia pelo menos algumas horas, e a Polícia Civil, que levou a mulher para prestar depoimento na 34ª DP (Bangu). Érika foi presa em flagrante.

A promotoria destaca ainda que o idoso teria recebido alta na véspera dos fatos, após internação ocasionada por pneumonia, “sendo certo que estava bastante debilitado, o que facilmente se verifica, notadamente, diante do depoimento prestado pelo médico da Unidade de Pronto Atendimento”.

Aponta também que o próprio laudo de necrópsia atesta que a vítima apresentava “estado caquético” durante realização de exame.

“Assim, não se pode olvidar a possibilidade de que a conduta da acusada tenha ainda contribuído ou acelerado o evento morte, ao submetê-lo a tamanho esforço físico, no momento em que necessitava de cuidados”, diz outro trecho da denúncia.

Fonte: Estadão

Opinião dos leitores

  1. Muita esperteza dela, não perceber que o tio havia falecido há horas. Advogado também serve pra criar narrativas.

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Saúde

Unimed Natal otimiza atendimentos médicos com implementação da Biometria Facial

Foto: Divulgação 

Pensando em melhorar a experiência dos clientes nos atendimentos médicos, a Unimed Natal implementou a Biometria Facial, tecnologia que oferece mais agilidade e segurança na identificação de beneficiários e profissionais de saúde nos atendimentos em clínicas e hospitais próprios e rede credenciada.

Para implementação do novo recurso, é necessário que o beneficiário cadastre a biometria facial no aplicativo Unimed Natal Clientes. O processo para cadastro é rápido: basta localizar a opção na página inicial do app ou na barra inferior do lado direito, clicar em Mais – Minha Unimed – Biometria Facial e seguir as orientações para captura de foto estilo selfie e do documento de identidade.

“A implementação da Biometria Facial é uma iniciativa que está diretamente conectada ao nosso compromisso de oferecer a melhor experiência aos nossos clientes. Essa nova forma de identificação nos atendimentos garante aos nossos beneficiários e prestadores de serviço agilidade, praticidade, segurança e, principalmente, demonstra nosso compromisso em investir em inovação, transparência e segurança em todo o nosso sistema de atendimento”, enfatizou o diretor-presidente da Unimed Natal, Dr. Fernando Pinto.

Em caso de dúvidas sobre o cadastro da biometria facial no App, os beneficiários podem entrar em contato com a equipe de atendimento no telefone e WhatsApp (84) 3220-6200.

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Cidades

Potiguar, esposa e duas filhas pequenas perderam tudo com as chuvas em Canoas (RS)

Fotos: Cedidas

A esperança nunca decepciona! O Amor de Deus é a garantia”. Essas palavras fazem parte do relato do potiguar José Elikson Medeiros, 30 anos, que é um dos desabrigados na cidade de Canoas, uma das áreas mais atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul. Ele, a esposa, Vitória Lisboa, 24 anos, e as duas filhas deles, uma de 1 ano e meio e outra de cinco meses, tiveram que deixar a residência por causa das chuvas. Toda área onde eles moram foi invadida pelas águas. Eles perderam tudo e a casa continua submersa.

“Infelizmente, perdemos todos os nossos bens materiais. Sim, perdemos tudo! Só conseguimos retirar algumas coisas das meninas e a pasta com nossos documentos. Contudo, o mais importante é que temos a Deus, temos saúde e nossa família está unida”, relatou o administrador José Elikson em sua página no Instagram. A doula Vitória Lisboa, esposa de Elikson, conversou com a equipe de reportagem do Ponta Negra News, e contou que o marido é de Macaíba (RN) e que mora em Canoas há três anos.

“A casa que nós morávamos é a mesma casa que eu moro desde que nasci. Nós saímos na sexta-feira (3) à noite. Eu saí às 19h com as meninas e José Elikson saiu às 3h da manhã do sábado (4), porque ele ficou tentando proteger a casa dos saqueamentos que estavam acontecendo. Ele já saiu com a água no joelho. A situação da cidade é crítica. Temos 140 mil desabrigados. Todos os nossos familiares que moravam no mesmo bairro também perderam tudo. Nós estamos bem, pois estamos na casa de familiares, mas existem muitas pessoas que estão em escolas, ginásios e abrigos da Prefeitura”, contou Vitória.

“Nós estamos na casa da minha mãe, do outro lado da cidade, mais alto. A princípio aqui é seguro. 60% da cidade foi atingida e devastada”, relatou Vitória.

Para quem quiser ajudar a família a reconstruir o que perdeu, pode auxiliar através da chave pix: (51) 982099658.

Ponta Negra News

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Brasil

Dívida do Brasil sobe para 75,7% do PIB, maior desde abril de 2022

Foto: Reprodução

A dívida bruta do Brasil subiu para 75,7% do PIB (Produto Interno Bruto) e atingiu o maior nível desde abril de 2022. O patamar foi registrado em março depois de avançar 0,2 ponto percentual em relação a fevereiro. O BC (Banco Central) divulgou o resultado nesta 2ª feira (6.mai.2024).

A DBGG (Dívida Bruta do Governo Central) é formada por governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais. Segundo o BC, a dívida aumentou 0,6 ponto percentual pelo pagamento de juros nominais, mas caiu 0,2 ponto percentual com o resgate líquido de dívida e 0,2 ponto percentual com a variação do PIB nominal.

No acumulado de 12 meses até março, a dívida aumentou 4,2 pontos percentuais. Em 2024, a alta foi de 1,3 ponto percentual. CONTAS PÚBLICAS O setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais– registrou superavit primário de R$ 1,2 bilhão em março.

Ao incluir no cálculo o pagamento dos juros da dívida, o setor público consolidado registra um deficit nominal de R$ 63 bilhões em março. No acumulado de 12 meses, o saldo negativo caiu de R$ 1,015 trilhão em fevereiro para R$ 998,6 bilhões em março.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Isso é facilde resolver.
    Basta eleger Bolsonaro em 2026 e dr Paulo Guedes assumir o controle dos gastos do Pais, que entra tudo no eixo outra Vez.
    Agora, tem que ter cuidado pra depois do mandato do Bolsonaro, não elegerem um esquerdista de novo, porque é garantia de desmantelo, sendo assim, não da certo, um passo pra frente outri pra trás, não é isso que queremos.
    Queremos um Brasil rico como nação, um país de estradas infraestrutura, progresso, uma potencia mundial.
    É isso!!!
    Se botar pessoas sérias no comando da nação, pessoas comprometidas, não é difícil de acontecer, as condições o Pais tem, falta só comando, gestão.

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Cidades

Morada da Paz celebra missas no Dia das Mães

Foto: Divulgação

Buscando proporcionar ocasiões humanizadas para a vivência do luto e dos sentimentos inerentes a este processo, o cemitério, crematório e funerária Morada da Paz realizará suas tradicionais missas em homenagem ao Dia das Mães, comemorado no próximo dia 12 de maio. No RN, as celebrações acontecem, presenciais e abertas ao público, nas unidades Morada da Paz Emaús, às 8h e às 10h30, e Morada da Paz Mipibu, às 9h30.

Para quem desejar antecipar a homenagem com flores nos jazigos, basta entrar em contato com a floricultura do Morada da Paz, por meio do WhatsApp 0800 123 4848 ou do site http://floricultura.moradadapaz.com.br e solicitar o atendimento. Os clientes do cemitério e crematório têm um abatimento de 5% acessando o Clube de Descontos Morada da Paz, no site http://clubededescontos.moradadapaz.com.br.

Para quem deseja prestar as homenagens direto do conforto de casa e de qualquer lugar do mundo, pode acessar o Morada da Memória (http://www.moradadamemoria.com.br), plataforma on-line destinada às lembranças e homenagens, e visitar o perfil do seu ente querido. Na página é possível escrever textos, compartilhar fotos e vídeos, além de acender uma vela virtual.

Entrelaços

As celebrações religiosas do Dia das Mães também dão início à campanha “Entrelaços”, promovida pelo Grupo Morada junto às suas marcas – Morada da Paz, Assistência Funeral Morada da Paz Essencial e Morada da Paz Pet – em 2024.

Embora a perda seja uma experiência dolorosa, a campanha deste ano lembra que a conexão com os entes queridos continua a viver por meio das memórias e ensinamentos partilhados.

“Queremos que os clientes saiam com a compreensão de que os encontros e as relações são presentes preciosos que continuam a nos dar força, conforto e orientação, mesmo após a partida de alguém especial. ‘Entrelaços’ é um lembrete de que, na vida, estamos todos conectados, e cada vida é uma história entrelaçada com muitas outras”, destaca a gerente de marketing do Grupo Morada, Eliza Fonseca.

Missas do Dia das Mães – Morada da Paz
Data: 12 de maio de 2024, domingo
Locais:
Morada da Paz Emaús – Missas às 8h e 10h30
Morada da Paz Mipibu – Missa às 9h30

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Saúde

Parnamirim convoca profissionais que trabalham com PETs para vacinação antirrábica humana

Foto: Divulgação

Os profissionais que atuam diretamente no dia-a-dia com animais, como médicos veterinários, adestradores, equipes de banho e tosa de pets shops, profissionais da área de controle de zoonoses, entre outros, podem procurar uma das onze unidades de saúde de Parnamirim onde está sendo aplicada a vacina antirrábica humana.

São elas: UBS Santa Tereza, Passagem de Areia 1, João Dias, Bela Parnamirim, Boa Esperança, Nova Esperança 1, Monte Castelo, Cohabinal, Parque Industrial, Caic Rosa dos Ventos e Pirangi.

A vacina pré-exposição é capaz de conferir proteção aos humanos que têm contatos frequentes com animais e correm risco de contaminação e sua imunização permanece durante muitos anos.

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