Política

Moro prepara ‘Lei Rouanet’ para a segurança pública

FOTO: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

Com orçamento bloqueado e aumento de gastos em operações da Força Nacional e do Exército, o governo pretende apelar à iniciativa privada para tocar programas de combate à criminalidade. O Ministério da Justiça prepara medida provisória para criar o que vem sendo chamado de “Lei Rouanet da Segurança Pública”, com o abatimento no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas que fizerem doações ao Fundo Nacional de Segurança Pública.

A proposta preliminar, elaborada pela equipe do ministro da Justiça, Sérgio Moro, estabelece que pessoas físicas poderiam abater até 60% das doações no Imposto de Renda. O porcentual para pessoas jurídicas, por sua vez, ficaria em torno de 40%. A faixa permitida para deduções e as contrapartidas para os doadores do fundo ainda estão em estudo, mas o ministério já pôs no papel a lista de possíveis destinos do dinheiro que espera conseguir dos empresários.

A relação inclui a ajuda aos Estados para a compra de armas e equipamentos destinados às polícias Civil e Militar, a melhoria das 1.100 Guardas Municipais existentes, além da criação de novos contingentes nas cidades. Diante da vontade de obter novas fontes de recursos, a equipe de Moro não se preocupa nem mesmo em recorrer ao nome de uma lei do setor cultural já atacada pelo presidente Jair Bolsonaro.

“A ideia é criar uma espécie de Lei Rouanet de Segurança Pública, onde a iniciativa privada faria doações para ajudar o setor”, disse ao Estado o secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo. No papel, porém, o governo batizou a proposta como Programa Nacional de Apoio à Segurança Pública (Pronasp).

Segundo Theophilo, o dinheiro do fundo e das loterias não é suficiente para aumentar a contribuição do governo federal no combate ao crime. Um levantamento apresentado na última terça-feira pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, a partir de dados oficiais, mostra que o governo ficou engessado para investimentos em inteligência e ajuda às polícias estaduais. Um dos motivos são os repasses para diárias e manutenção das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) do Exército, que totalizaram R$ 386 milhões no ano passado, e também da Força Nacional, que consumiram outros R$ 167 milhões.

O Instituto Sou da Paz indicou que, ainda em 2018, 41,9% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública foram para a Força Nacional – ante 62,9% em 2017 e 43% em 2016. Os repasses para o Exército são enviados por meio do Ministério da Defesa.

Governo busca dinheiro para criar Guarda Nacional

A aposta do governo é que o dinheiro da “nova Lei Rouanet” também sirva para facilitar a criação da Guarda Nacional. A nova força, porém, pode não entrar tão cedo na lista para obter doações porque depende de uma emenda constitucional. A proposta precisa ser aprovada pelo Congresso, refratário às ações do Ministério da Justiça.

Com estimativa de empregar até dois mil agentes por concurso, a Guarda Nacional substituiria a Força Nacional de Segurança Pública, formada hoje por 2.050 policiais emprestados pelos Estados. A intenção é usar a nova corporação como polícia ostensiva para ajudar na segurança pública dos Estados, nas questões humanitárias (resposta a desastres), nos distúrbios civis e policiamento ambiental.

O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse ver com ceticismo a aplicação da proposta de parceria com empresários. “A ideia é positiva, mas esbarra em discussões federativas e orçamentárias”, argumentou. “Trata-se de um esforço legítimo, porque é preciso dinheiro novo, mas a equipe do Ministério da Justiça terá de forçar a discussão para evitar que o dinheiro seja contingenciado.”

O pesquisador lembrou que o dinheiro das loterias – garantido por uma decisão do então presidente Michel Temer, em 2018 – e os fundos da pasta da Justiça foram contingenciados. Lima disse que o ministério tem buscado financiamento no Banco Mundial, mas o pedido sempre esbarra na falta de aval para garantir que os recursos sejam, de fato, aplicados na área. “O drama é a falta de aval.”

No ano passado, o governo gastou R$ 4,6 milhões com combustíveis e R$ 3 milhões na aquisição de veículos da Força Nacional. Não faltam queixas até mesmo da Polícia Federal, que viu esvaziado seu Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades (Funapol), desde 2012 sem receber recursos.

Os governadores, por sua vez, reclamam da falta de investimento da União em segurança pública, uma rubrica que inclui policiamento, defesa civil e inteligência. Pela Constituição, a responsabilidade de combater o crime é dos Estados. Desde 2011, a União repassa anualmente para o setor um montante de R$ 11 bilhões. No mesmo período, os Estados aumentaram as despesas com segurança pública de R$ 62,8 bilhões para R$ 74 bilhões, enquanto os municípios passaram de R$ 4,3 bilhões para R$ 5,8 bilhões. No Rio Grande do Sul, a Assembleia Legislativa aprovou projeto para abater parte do ICMS com as doações, mas ainda há críticas de empresários (mais informações nesta página).

Na Câmara, pelo menos dois projetos de uso de dinheiro privado na segurança pública estão em tramitação. Um deles, do deputado Roberto Alves (PRB-SP), foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Autoriza o financiamento privado, mas não especifica qual porcentual da doação poderia reverter para abatimento em impostos.

Outro projeto é do deputado José Airton Cirilo (PT-CE) e permite que as pessoas físicas e jurídicas utilizem até 4% do IR devido para financiar, por meio de patrocínio ou doação, projetos do Ministério da Justiça.

No RS, empresários pedem garantias de compensação

A versão gaúcha da “Lei Rouanet da Segurança” foi aprovada há um ano pela Assembleia do Rio Grande do Sul, mas só regulamentada em julho passado pelo governo estadual. O chamado Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública ainda é alvo de críticas de empresários, para quem a lei não assegurou a compensação nos impostos.

Um dos idealizadores do projeto, o empresário Leonardo Fração afirmou que a ideia original não foi aprovada pela Assembleia. “A ideia que propusemos ao Estado era excelente”, disse. “Só que, infelizmente, não éramos nós os donos das canetas de onde saiu a lei, que acabou distorcendo nossa proposta.”

Presidente da ONG Instituto Cultural Floresta, Fração disse que a nova lei não garantiu segurança jurídica, já que não se tem certeza de como o governo fará a compensação fiscal. “Esta compensação tributária tem de ser explícita, dizendo quanto e em quanto tempo haverá a homologação da compensação no imposto”, argumentou. “Hoje são dois entraves na legislação: como o Estado me diz que estou quites e como eu compenso.”

A proposta foi questionada pelo governo de Mato Grosso, que a classificou como um benefício de guerra fiscal. Em princípio, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Fazenda não rejeitou a iniciativa, mas voltará a discutir a questão em setembro de 2020.

A lei gaúcha foi criada após campanha feita por 55 empresários em 2017. Eles doaram R$ 14 milhões para a segurança do Estado, mesmo sem incentivos fiscaisou contrapartidas. O dinheiro garantiu na época a compra de 48 veículos blindados, 1.441 pistolas, 250 fuzis, além de coletes e rádios comunicadores.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. O governo anterior preferia investir em projetos em que um "artista" introduzia seu dedo no cool de outro "artista", tudo sob aplausos de uma plateia insandecida de mamadores de verbas!!!!Moro neles!!!!!!!!!!!

  2. Até que em fim saiu uma excelente ideia, sem pensar no seu próprio umbigo, e sim na população

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Geral

Permanência de tarifas dos EUA afeta pescados do Brasil: ‘Setor está em encolhimento’

 

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A permanência das tarifas de 40% impostas pelos Estados Unidos a parte das exportações brasileiras continua afetando diretamente setores como o de pescados, que já registra retração. Segundo a Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescado), o segmento está em encolhimento e perdeu competitividade no mercado norte-americano.

“A gente caminha para uma diminuição na produção nacional, tanto na piscicultura como na apicultura”, afirmou Eduardo Lobo, presidente da Abipesca.

Embora o chamado “tarifaço” contra mais de 200 produtos tenha sido parcialmente revertido há cerca de um mês, após negociações entre os governos do Brasil e dos EUA, 36,5% das mercadorias brasileiras seguem taxadas, de acordo com a Câmara de Comércio Brasil–EUA. Entre os produtos ainda atingidos estão pescados, mel, máquinas, calçados, roupas, madeira e café solúvel.

No caso dos pescados, a Abipesca afirma que as empresas têm redirecionado a produção para o mercado interno e para outros países, mas com preços mais baixos. A associação estima uma perda de cerca de US$ 250 milhões em exportações para os EUA em 2025. No início do ano, até 99% da tilápia brasileira era destinada ao mercado americano; com as tarifas, esse volume pode cair a quase zero, segundo a PeixeBR.

Com informações de UOL

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Geral

Jornal Nacional tem queda de audiência de 25% nos últimos 5 anos

Foto: Reprodução / Facebook/ jornalnacional

O Jornal Nacional, principal telejornal da TV Globo, registrou uma queda de 25% na audiência nos últimos cinco anos, encerrando 2025 com uma média de 22,3 pontos, contra 29,8 pontos em 2020. A diminuição no número de telespectadores reflete a migração crescente do público para plataformas digitais e redes sociais, fenômeno que tem impactado toda a TV aberta e que também afeta outros programas da emissora.

Apesar da queda na audiência, um banco digital paga R$ 15 milhões por mês para ser patrocinador do programa, e o valor de um comercial de 30 segundos subiu para R$ 1,04 milhão. Cada edição do JN pode render até R$ 30 milhões para a Globo.

Queda de audiência em novelas e outras atrações 

A queda de audiência não afeta apenas o telejornalismo, mas também as novelas, com a atual das 21h, Três Graças, enfrentando dificuldades de audiência. Das últimas sete novelas exibidas, seis não atingiram a meta de 30 pontos de audiência, um indicativo da queda no interesse pela programação tradicional da TV Globo. O impacto da mudança de comportamento do público, que tem migrado para outras plataformas, e também a crescente competição com outras formas de consumo de conteúdo.
Recordes negativos em atrações matinais
Além disso, em novembro de 2025, a Globo registrou recordes negativos com suas atrações matinais. O Encontro, apresentado por Patrícia Poeta, atingiu apenas 5,2 pontos em São Paulo, ficando entre as cinco piores médias do ano. Já o Mais Você, de Ana Maria Braga, teve sua pior audiência de 2025, com 5,1 pontos, marcando a menor média para um programa matinal nos últimos anos.
Esses números apontam para uma tendência de queda na audiência de programas tradicionais da TV Globo, especialmente em horários de maior exposição, como o Jornal Nacional e as atrações matinais, que continuam a perder espaço para plataformas digitais e outras formas de entretenimento.

Com informações de Revista Oeste

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Geral

VÍDEO: Fotógrafo de Lula impede cinegrafista de registrar conversa entre o presidente e Moraes

O fotógrafo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ricardo Stuckert, impediu uma equipe do SBT de gravar uma conversa reservada entre Lula, o ministro do STF Alexandre de Moraes e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci também aparece na imagem.O episódio ocorreu durante o lançamento do canal SBT News, evento transmitido ao vivo pelo YouTube nesta sexta-feira (12).

Durante a recepção aos convidados, a câmera se aproximou do grupo, que conversava de forma discreta e com semblante sério. Em determinado momento, Moraes cobriu a boca ao falar com Lula e Lewandowski. Ao perceber que a cena estava sendo filmada, Stuckert se dirigiu ao cinegrafista e pediu que interrompesse a filmagem. As imagens estavam sendo transmitidas ao vivo.

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Esporte

Flamengo encara campeão egípcio valendo vaga em final contra o PSG

Foto: Jan Kruger – FIFA/FIFA via Getty Images

O Flamengo entra em campo neste sábado (14), às 14h (de Brasília), para enfrentar o Pyramids, do Egito, pela semifinal da Copa Intercontinental. A partida acontece no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, no Catar, e vale vaga na final contra o PSG. Globo, sportv e ge transmitem o confronto.

O Rubro-Negro chega pressionado pelo desgaste físico. A equipe venceu o Cruz Azul na última quarta-feira e teve apenas dois dias de preparação, o que deve levar Filipe Luís a poupar atletas. A principal expectativa é o possível retorno de Pedro, que treinou com o grupo em Doha e pode ganhar minutos após se recuperar de lesão na coxa esquerda.

Do outro lado, o Pyramids chega mais descansado e aposta na vantagem física. O time egípcio venceu o Al-Ahli nas quartas de final ainda em setembro e não atua desde o último fim de semana. O técnico Krunoslav Jurcic terá força máxima e vê no cansaço do Flamengo uma brecha para surpreender.

Mesmo sendo semifinal, a Fifa determinou a entrega de troféu ao vencedor, como estratégia para valorizar o torneio. O Flamengo já conquistou o “Derby das Américas” na estreia e agora disputa o título da “Copa Challenger”, que garante vaga na decisão contra o campeão europeu.

Com informações do Globo Esporte

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Geral

VÍDEO: Senador Randolfe Rodrigues manda áudio a esposa de Caetano Veloso, reclama de “bola nas costas” e expõe pedido para atuar a favor de indicações politicas para a cultura

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram

Um segundo áudio que circula em grupos de WhatsApp amplia o clima de crise nos bastidores da política cultural e envolve diretamente o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Na mensagem, enviada à produtora Paula Lavigne, esposa de Caetano Veloso, o parlamentar reage com irritação ao vídeo divulgado por Wagner Moura e reclama de ter levado uma “bola nas costas” após ter atuado politicamente para ajudar em indicações ligadas ao setor cultural.

No áudio, Randolfe pede que Paula encaminhe sua mensagem ao ator e faz questão de contextualizar as dificuldades enfrentadas pelo governo Lula no Congresso Nacional. Segundo o senador, há uma incompreensão por parte de setores da classe artística sobre o cenário político atual.

“Em 2022 nós ganhamos a eleição para a presidência da República e perdemos para o Congresso. Nós temos um Congresso desfavorável”, afirma Randolfe, destacando a força da bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e a influência de lobbies poderosos, especialmente das plataformas de streaming.

O senador diz que o texto da regulamentação do streaming é resultado do “possível”, diante das limitações impostas pelo Legislativo. “Não é o que a gente quer, é o que a gente pode”, resume, mencionando negociações difíceis tanto na Câmara quanto no Senado.

O tom sobe quando Randolfe menciona diretamente Paulo Alcoforado, diretor da Ancine. Segundo ele, foi a própria Paula Lavigne quem articulou, junto ao senador e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoio político para a nomeação do dirigente.

“Tu foste em todo canto pedir por esse rapaz”, afirma Randolfe no áudio, antes de questionar o fato de Alcoforado, já nomeado, supostamente incentivar artistas a gravarem vídeos atacando o governo e o Ministério da Cultura.

“Esse rapaz fica pedindo de artista vídeo contra a tua própria construção? Juro que eu não entendi nada”, dispara o senador, em clara demonstração de incômodo e sensação de traição política.

O áudio revela não apenas o mal-estar causado pelo vídeo de Wagner Moura, mas também a existência de um forte lobby por cargos e influência na área cultural, além de expor fraturas internas entre aliados do governo, artistas e dirigentes de órgãos estratégicos como a Ancine.

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Geral

[VÍDEO] FOGO NO PARQUINHO: esposa de Caetano Veloso cobra deputada do PCdoB por boicote e vazar articulação a Wagner Moura

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram

Um áudio atribuído à produtora e empresária Paula Lavigne, esposa do cantor Caetano Veloso, que circula em grupos de WhatsApp, provocou um verdadeiro incêndio nos bastidores da política cultural do governo Lula. Na gravação, Paula reage com revolta ao vídeo divulgado pelo ator Wagner Moura, no qual ele cobra maior empenho do governo federal na articulação do projeto de regulamentação das plataformas de streaming no Congresso.

Segundo Paula, o vídeo ignora completamente os esforços do Ministério da Cultura (MinC) e do próprio governo, que estariam trabalhando sob forte resistência de um Congresso majoritariamente conservador. Ela afirma acompanhar de perto a atuação da pasta e diz considerar injustas as críticas públicas feitas por Wagner.

“Eu sou testemunha de como o MinC não para de trabalhar, do sacrifício que eles vêm fazendo e do empenho do governo para as nossas causas da indústria criativa”, diz a empresária no áudio.

O tom se torna ainda mais duro quando Paula afirma estar arrependida de ter atuado politicamente para viabilizar a nomeação de Paulo Alcoforado como diretor da Ancine. Segundo ela, teria sido o próprio Alcoforado quem orientou Wagner Moura a gravar o vídeo cobrando o governo, o que, na avaliação da produtora, configura uma traição política.

No trecho mais explosivo do áudio, Paula acusa diretamente o diretor da Ancine, o ex-presidente da agência Manoel Rangel e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) de conspirarem para enfraquecer e derrubar a ministra da Cultura, Margareth Menezes. Segundo a empresária, a deputada teria interesse pessoal em assumir o comando do ministério.

“Eles trabalham contra, sabotando o MinC. Hoje eu posso garantir isso”, afirma Paula, acrescentando que Jandira “queria ser ministra”.

A produtora também contextualiza sua indignação citando a dificuldade de aprovar qualquer pauta no Congresso Nacional e lembra que, enquanto o governo enfrenta derrotas legislativas, setores da própria base estariam alimentando disputas internas e vazando articulações para pressionar publicamente o Planalto.

O áudio expõe um racha dentro do campo progressista e escancara a disputa por espaço, influência e poder nos bastidores da cultura, revelando um ambiente de forte tensão entre artistas, dirigentes do setor audiovisual e parlamentares aliados do governo.

Com informações da Folha de S.Paulo

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Política

Prazo do STF encurrala Hugo Motta e acelera decisão sobre mandato de Zambelli

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), entrou sob forte pressão após ser oficialmente notificado, na sexta-feira (12), da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O despacho fixou prazo de 48 horas para a diplomação do suplente e foi confirmado por unanimidade pela Primeira Turma da Corte, ampliando o desgaste entre Judiciário e Legislativo.

A decisão ocorre menos de um dia depois de o plenário da Câmara rejeitar a cassação de Zambelli, ao não alcançar maioria absoluta. Moraes considerou o ato da Casa nulo e reafirmou a condenação da deputada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do CNJ. O episódio acirrou a reação da oposição, que acusa o STF de invadir competências do Congresso, enquanto governistas comemoram a medida.

Zambelli está presa na Itália desde julho, para onde fugiu após a condenação, e corre risco de extradição. Apesar de ter se licenciado do mandato por meses, a deputada acumula faltas, o que abre a possibilidade de perda do cargo por via administrativa, alternativa que vinha sendo avaliada por Hugo Motta após o plenário preservar o mandato.

Com a determinação do STF, porém, o presidente da Câmara vê seu espaço de manobra reduzido. O suplente da vaga é Adilson Barroso (PL-SP), que já exerceu o mandato em outras ocasiões e pode reassumir sem necessidade de nova posse em plenário, bastando a comunicação formal da Presidência da Casa.

Com informações da CNN

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Geral

Em ano pré-eleitoral, Lula concentra viagens no Sudeste e escanteia Sul e Centro-Oeste

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou a agenda de viagens pelo país em 2025, ano pré-eleitoral, mas manteve um padrão já observado desde o início do terceiro mandato: a concentração de compromissos no Sudeste. Ao todo, Lula realizou 68 viagens nacionais e passou 72 dias fora de Brasília, com mais da metade das agendas na região que concentra o maior eleitorado do país.

O Nordeste e o Norte aparecem na sequência, com 13 e 14 visitas, respectivamente, enquanto Sul e Centro-Oeste ficaram praticamente fora do roteiro presidencial, com apenas três viagens cada. São Paulo liderou o ranking de destinos, com dez visitas, seguido por Rio de Janeiro e Belém, ambas com seis. A capital paraense recebeu atenção especial por causa da preparação da COP30, incluindo inaugurações e anúncios de obras.

Minas Gerais também se destacou na agenda presidencial, com cinco viagens. O Estado é visto como estratégico para as eleições de 2026, mas Lula enfrenta dificuldades para montar um palanque competitivo, diante da resistência do senador Rodrigo Pacheco (PSD) em disputar o governo mineiro. Mesmo assim, o presidente tem insistido publicamente em mantê-lo como opção.

A maior parte das viagens foi dedicada a anúncios do Novo PAC, especialmente o PAC Seleções 2025, além de agendas ligadas ao Minha Casa, Minha Vida, à saúde e a investimentos industriais. A leitura nos bastidores é que o roteiro reflete uma estratégia política clara: reforçar a presença federal onde estão os maiores colégios eleitorais às vésperas da próxima disputa presidencial.

Com informações do Poder360

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Geral

Congresso reage a operação das emendas e articula ofensiva contra STF e governo Lula

Foto: Brenno Carvalho

A operação da Polícia Federal que mirou Mariangela Fialek, a “Tuca”, funcionária da Câmara responsável pela distribuição das emendas parlamentares, detonou uma articulação entre deputados e senadores por retaliação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governo Lula. Nos bastidores, parlamentares atribuem a ação a uma ofensiva coordenada pelo ministro Flávio Dino e veem o episódio como mais um avanço do Judiciário sobre atribuições do Legislativo.

A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Diante da operação, líderes de todos os partidos foram convocados para uma reunião de emergência na Câmara, na noite da sexta-feira (12), para discutir uma reação institucional. Embora o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) não seja alvo direto, ele é citado em depoimentos como principal interessado nas movimentações atribuídas à assessora, que envolvem planilhas sem autoria identificada, pressão política e centralização da destinação de bilhões em recursos do antigo orçamento secreto.

Deputados avaliam que qualquer aprofundamento das investigações inevitavelmente alcançaria ministérios do governo federal, responsáveis pela execução das emendas. Interlocutores relatam que Lira sustenta que as planilhas organizadas por sua ex-assessora indicariam quem, no Executivo, autorizou cada repasse, apontando para ministros como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde) e Waldez Góes (Integração Nacional).

Além de cobrar uma reação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), parlamentares discutem avançar no Senado com propostas para limitar decisões monocráticas do STF, como a PEC do senador Espiridião Amin (PP-SC). Motta, porém, tenta conter o confronto, mesmo fragilizado após perder o controle do plenário em episódios recentes envolvendo Glauber Braga e Carla Zambelli — decisões posteriormente revertidas pelo Supremo. Nos corredores do Congresso, a avaliação é de que a crise entre os Poderes pode escalar ainda mais nos próximos dias.

Com informações do O Globo

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Política

Bolsonaristas criticam Trump após EUA retirarem Moraes da Lei Magnitsky

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram com críticas duras e tom de frustração à decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o ministro do STF Alexandre de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky. A revogação também beneficiou a esposa do magistrado, Viviane Barci de Moraes, e a Lex Institute, empresa ligada à família do ministro. Moraes havia sido sancionado em julho, sob acusações de autorizar prisões arbitrárias e restringir a liberdade de expressão no Brasil.

Com o recuo do governo americano, parlamentares bolsonaristas passaram a direcionar críticas diretamente ao ex-presidente Donald Trump, apontando uma suposta negociação com o governo brasileiro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ter recebido a decisão com “pesar” e afirmou que o Brasil perdeu uma “janela de oportunidade”. Já Maurício Marcon (PL-RS) foi mais incisivo e falou em “traição”, afirmando que Trump agiu sob a lógica do “America First”.

Outros aliados reforçaram o tom de decepção. Carlos Jordy (PL-RJ) disse que a direita errou ao depositar expectativas em um líder estrangeiro e classificou a decisão como uma lição política. Rodrigo Valadares (União-SE) afirmou que “o sistema se fechou em si” e elogiou o esforço de Eduardo Bolsonaro para pressionar autoridades internacionais. Em posição mais moderada, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, agradeceu o apoio anterior de Trump, mas ressaltou que a disputa política deve ser resolvida internamente.

Na base governista, a revogação foi comemorada como vitória diplomática do governo Lula. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que a decisão fortalece a democracia e a soberania nacional, enquanto a ministra Gleisi Hoffmann atribuiu o recuo à atuação direta de Lula junto aos EUA. Para a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a retirada de Moraes da lista desmonta uma das últimas apostas da família Bolsonaro para pressionar o país por anistia.

Com informações da CNN

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