Judiciário

SINAL FECHADO: MP aponta irregularidades graves no processo

O Ministério Público Estadual ajuizou Mandado de Segurança contra o pronunciamento do Juiz de Direito Convocado, Gustavo Marinho, por terem sido cometidas ilegalidades na apreciação do Habeas Corpus (nº 2012.017549-0) impetrado pela defesa do ex-Governador Iberê Paiva Ferreira de Souza, no curso da Ação Penal (n° 2012.017549-0) que trata da Operação Sinal Fechado, para excluir parte das interceptações telefônicas e trancar o processo.

A tese principal do Habeas Corpus alega que parte das interceptações foi realizada fora do prazo legal determinado, tentando, com isso, desqualificar toda a investigação da Operação Sinal Fechado, que desvendou suposto esquema fraudulento montado para a implantação da inspeção veicular no Rio Grande do Norte.

Por meio de acórdão foi denegada a ordem para o Habeas Corpus pleiteado. O Ministério Público se manifestou e por dois votos a um foi favorável o entendimento do Ministério Público, denegando o recurso. Restou demonstrado pelo MP que a tese defendida pela defesa está equivocada, uma vez que os prazos para início das interceptações se dá quando as operadoras iniciam o monitoramento e não na data da autorização judicial.

A defesa do ex-Governador entrou com embargos de declaração, o Juiz Gustavo Marinho mudou o voto e foram acolhidos os embargos com efeitos infringentes para determinar o desentranhamento das interceptações. Ocorre que nesse acórdão, o Ministério Público Estadual não foi sequer intimado para impugnar os efeitos infringentes. E depois de proferido o acórdão, o MPRN também não foi intimado para tomar conhecimento de seu conteúdo.

Em outras palavras, o acórdão resultante da análise do Habeas Corpus deferiu os pedidos da defesa para que fossem descartadas da Ação Penal as interceptações telefônicas, concedendo efeitos infringentes e impossibilitando que fosse reformulada a decisão de exclusão dessas interceptações.

O mais grave: sem que o Ministério Público em momento algum fosse intimado para ter a oportunidade de tentar impugnar a decisão. O que acarreta “nulidades absolutas, de natureza grave, que fulminam a legalidade da decisão” e agride, segundo o Ministério Público, os mais basilares princípios constitucionais.

Além disso, o pedido feito pela defesa do ex-Governador Iberê foi diretamente junto ao Tribunal de Justiça, sem submeter previamente ao Juiz natural do processo, suprimindo a primeira instância. Isso impediu que o Juiz Criminal e os Promotores do Patrimônio Público tomassem conhecimento da medida para exclusão de provas.

No entendimento do Ministério Público, foi cometido ato ilegal que consiste em não dar o conhecimento dos atos processuais que resultaram na modificação do julgamento anterior. Com isso, o MP pediu, nos autos, a declaração de nulidade absoluta do referido acórdão, bem como de todos os atos processuais posteriores.

Acontece que embora recebida e quando já criada a expectativa de ser apreciada em seu mérito, a Petição de Nulidade do Ministério Público teve sua apreciação negada pelo Juiz Convocado Gustavo Marinho, que resultou no envio do Habeas Corpus para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), de maneira irregular.

O Ministério Público requer no Mandado de Segurança assinado pelo Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, que sejam suspensos os efeitos da decisão proferida no Habeas Corpus nº 2012.017549-0, evitando o envio equivocado do processo ao STJ para julgamento de um processo nulo, tendo em vista que ainda está pendente de julgamento a Petição de Nulidade impetrada pelo MPRN.

O MP requer também que, caso já tenham sido os autos enviados ao STJ, após a suspensão dos efeitos da decisão proferida no Habeas Corpus, seja expedida comunicação ao STJ solicitando devolução da Petição de Nulidade.

O Ministério Público requer, ainda, que o Juiz Convocado Gustavo Marinho seja notificado para prestar informações, no prazo de dez dias; e requer vista dos autos para emissão de parecer;  além da nulidade do processo de Habeas Corpus em razão da prática de ato processual com omissão da documentação existente nos autos da ação penal capaz de dirimir a controvérsia, demonstrando prejuízo e influência na apuração da verdade substancial.

Compreende o Ministério Público que ao decidir pelo encaminhamento dos autos para o STJ, deixando o Magistrado Convocado, Gustavo Marinho,  de colocar na pauta da Câmara Criminal, matéria de ordem pública — portanto uma nulidade absoluta — feriu direito líquido e certo a uma apreciação de nulidade alegada, mantendo uma situação de ilegalidade provocada pelo acórdão, fazendo-se imperioso o Mandado de Segurança com pedido de liminar.

Relembre o caso:

A Operação Sinal Fechado foi deflagrada em 24 de novembro de 2011 para apurar suposto esquema fraudulento envolvendo membros do Judiciário, Governo do Estado, políticos, empresários e lobistas para o cometimento de irregularidades no sistema de inspeção veicular.

Opinião dos leitores

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Política

VÍDEO: Derrite segue firme: Motta enfrenta chiadeira da esquerda e diz que PF é inegociável

Imagens: Reprodução/98 FM

Depois da chiadeira da base governista, o presidente da Câmara, Hugo Motta garantiu nesta terça-feira (11) que a Polícia Federal continua com papel central no combate às facções criminosas. A declaração veio após polêmica sobre o primeiro parecer do relator da Lei Antifacção, deputado Guilherme Derrite — atual secretário de Segurança Pública de São Paulo —, que inicialmente dava às polícias civis estaduais a exclusividade nas investigações sobre crimes classificados como terroristas.

O texto provocou reação imediata do governo Lula e de aliados, que acusaram a Câmara de tentar tirar poder da PF. Derrite recuou e apresentou uma nova versão nesta segunda (10), autorizando a atuação da Polícia Federal sempre que houver relação com sua competência legal ou a pedido de autoridades estaduais e do Ministério Público.

Hugo Motta saiu em defesa do relator e negou qualquer tentativa de enfraquecer a PF,. “O papel da Polícia Federal é inegociável no combate ao crime organizado”, disse, classificando como “fake news” as acusações de interferência política. Segundo ele, o texto busca um consenso entre União e estados, sem transformar o projeto em “palanque eleitoral”.

A Lei Antifacção, prioridade da Câmara, deve ser votada até esta quarta (12). O objetivo é endurecer o combate ao crime organizado e impedir que facções continuem crescendo no país — problema que já ultrapassou fronteiras estaduais e desafia a segurança pública nacional.

 

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Geral

VÍDEO: COP30 VIROU ZONA: Protesto acaba em empurra-empurra, confusão e ferido na ‘área VIP’ da ONU

Imagens: Reprodução/Metrópoles

O clima esquentou na COP30, em Belém. Uma manifestação da sociedade civil, com participação de indígenas, terminou em correria, empurra-empurra e um ferido em frente à Blue Zone, a área mais restrita da conferência, onde ficam líderes e autoridades mundiais.

O protesto fazia parte da Marcha Global Saúde e Clima, que reuniu cerca de 3 mil pessoas no trajeto até o evento. Segundo os organizadores, tudo corria dentro do combinado com a COP — mas um grupo independente tentou avançar além da área de segurança.

Foi o suficiente para começar a confusão. Agentes da ONU reagiram, expulsaram os manifestantes e chegaram a montar barricadas com mesas para bloquear a entrada. Um membro da equipe de segurança acabou ferido e foi levado de cadeira de rodas.

Jornalistas que tentaram filmar o tumulto também foram hostilizados por seguranças do Departamento de Segurança da ONU (UNDSS), que impediram o registro de imagens.

Até o momento, a ONU não se manifestou oficialmente sobre o episódio.

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Política

Boulos chama relator do PL Antifacção de “protetor do crime organizado” e acusa Tarcísio de “mandar fazer o serviço sujo”

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, partiu pra cima do deputado Guilherme Derrite nesta terça-feira (11) e detonou o relatório apresentado pelo parlamentar sobre o PL Antifacção. Boulos classificou o parecer como uma “PEC da blindagem 2.0”, insinuando que Derrite estaria tentando proteger o crime organizado e atrapalhar a Polícia Federal.

“Ele está protegendo alguém, querendo acobertar alguém ou, como se diz na linguagem popular, passando pano pra alguém”. O ministro foi além e atacou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas: “O Tarcísio mandou o Derrite voltar pra Câmara pra fazer o serviço sujo. Essa é a verdade”.

Derrite, que deixou a Secretaria de Segurança Pública paulista na semana passada pra reassumir o mandato, rebateu e disse que não há nenhuma tentativa de limitar a PF.

Mas dentro do governo Lula, o clima é de bronca. Outros ministros, como Haddad, Gleisi e Lewandowski, também criticaram o relatório, que será votado nesta quarta-feira (12). O projeto, de autoria do Executivo, pretende endurecer o combate às facções criminosas — mas o texto de Derrite mudou pontos-chave, como a forma de atuação conjunta entre a PF e as polícias estaduais.

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Geral

ORGULHO POTIGUAR: Pesquisadores da UFRN entram na lista dos cientistas mais influentes do mundo

Foto: Reprodução

Sete pesquisadores da Universidade Federal do RN (UFRN) foram reconhecidos entre os cientistas mais influentes do mundo em 2025, segundo ranking internacional da editora Elsevier, uma das maiores do setor científico. O levantamento destaca os pesquisadores mais citados globalmente ao longo de 2024, com informações do Novo Notícias.

Entre os nomes, dois são do Instituto de Química (IQ): Carlos Alberto Martínez-Huitle e Kássio Michell Gomes de Lima, ambos do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET). O grupo ainda inclui Madras Viswanathan Gandhi Mohan, João Medeiros de Araújo, Rafael Chaves, Edward J. Tehovnik e Eudenilson Lins de Albuquerque, de áreas como Física, Engenharia e Neurociências.

Para Kássio Michell, que é professor titular da UFRN e bolsista de produtividade do CNPq, o reconhecimento é fruto de trabalho em equipe. “É uma honra representar nossa universidade e mostrar que o Nordeste faz ciência de ponta”, afirmou.

Já Martínez-Huitle, que aparece na lista pelo sétimo ano consecutivo, reforça que o destaque é coletivo: “Esse reconhecimento é de todo o grupo. Ciência se faz com colaboração e paixão.”

Os dois pesquisadores atuam em áreas estratégicas — como química analítica, produção de hidrogênio verde, tratamento de água e soluções sustentáveis para a indústria, meio ambiente e saúde pública. Mais uma vez, a UFRN mostra que faz ciência de excelência — e com DNA potiguar.

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Judiciário

Veja fotos da “Papudinha”, cela onde Bolsonaro pode cumprir pena — com TV, ventilador e até copa

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom Agência Brasil

A chamada “Papudinha”, como é conhecida a carceragem do 19º Batalhão da PM do Distrito Federal, pode ser o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro para cumprir a pena de 27 anos e 3 meses de prisão imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, no caso da suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.

As fotos do local, obtidas pelo portal Metrópoles em um processo de 2023, mostram celas amplas, com beliches, TV, ventilador e até uma copa. Segundo a reportagem, o espaço foi reformado recentemente e tem estrutura bem diferente das unidades comuns da Papuda — o que reacende a discussão sobre tratamento diferenciado para autoridades e políticos.

Fotos: Reprodução/Metrópoles

A equipe do ministro teria visitado o local pessoalmente para avaliar as condições da carceragem. Foram inspecionadas três áreas: o bloco de segurança máxima da Papuda, o Complexo Penitenciário principal e a Papudinha, onde já ficaram presos nomes conhecidos, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

De acordo com a coluna Igor Gadelha, Moraes já teria sinalizado a aliados que a Papudinha é o local mais provável para receber Bolsonaro quando a prisão for executada. Por enquanto, o ex-presidente segue recorrendo da condenação, mas o destino já parece traçado — e com ventilador, TV e tudo.

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Política

Derrite recua e tira terrorismo do projeto antifacção: “Não é recuo, é estratégia”

Foto: Pablo Jacob/Governo de SP

Pressionado por governistas, Polícia Federal e Ministério Público, o deputado Guilherme Derrite desistiu de equiparar o crime organizado ao terrorismo no texto do projeto antifacção. A proposta original previa endurecer a lei antiterrorismo para enquadrar facções criminosas, mas o relator voltou atrás — ou, como ele mesmo disse, “mudou de estratégia”.

“Vamos manter um texto duro. Isso eu não abro mão”, garantiu Derrite em entrevista coletiva. Segundo o parlamentar, o novo texto vai aumentar as penas contra integrantes de facções, mas sem alterar a lei do terrorismo. Ele negou recuo e afirmou que a mudança “beneficia a população”.

A decisão veio após forte reação da Polícia Federal, que alertou para risco de perda de autonomia nas investigações, e do governo Lula, que teme impacto sobre operações de combate ao crime organizado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que o relatório “fortalece o próprio crime organizado” e poderia prejudicar ações da Receita Federal, como a Operação Cadeia de Carbono, no Rio de Janeiro.

Mesmo com o recuo, Derrite promete “linha dura” contra as facções e diz que o texto será “um marco legal do combate ao crime organizado”. Nos bastidores, aliados avaliam que o deputado tenta blindar o projeto das críticas sem abrir mão do tom mais rígido que o fez ganhar força entre os defensores de uma política de segurança mais firme.

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Polícia

Homem é preso por agredir e ameaçar ex em Nova Cruz — e ainda bate em policial durante prisão

Foto: Divulgação/PCRN

Um homem de 31 anos foi preso nesta terça-feira (11) em Nova Cruz, no Agreste potiguar, depois de descumprir medida protetiva, ameaçar e injuriar a ex-companheira. A prisão foi feita por equipes da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) no bairro Cidade do Sol.

O sujeito já era figura conhecida da polícia. Ele havia sido preso em março deste ano pelo mesmo crime, mas foi solto em outubro. Segundo a investigação, o homem voltou a usar drogas e recomeçou o ciclo de ameaças e violência psicológica contra a vítima.

Na hora da prisão, o “valentão” resistiu à abordagem e ainda partiu pra cima de um policial, sendo autuado também por resistência e lesão corporal. Depois dos procedimentos, foi mandado de volta para o sistema prisional, onde deve continuar — pelo menos por enquanto.

A Polícia Civil reforça que qualquer denúncia pode ser feita de forma anônima pelo Disque 181.

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Economia

México mete tarifa de 210% no açúcar importado e Brasil entra na mira

Foto: Reprodução

O governo do México resolveu pesar a mão e anunciou tarifas de até 210% sobre o açúcar importado de países com os quais não tem acordos comerciais — o que inclui o Brasil. A medida, que entrou em vigor nesta terça-feira (11), é uma tentativa da presidente Claudia Sheinbaum de proteger os produtores locais e segurar o impacto da queda dos preços internacionais, segundo informações de O Antagonista.

A decisão faz parte do chamado “Plano México”, programa lançado para fortalecer a produção doméstica e estimular a economia nacional. As novas tarifas atingem vários tipos de açúcar, como o de cana, beterraba, xaropes e açúcar líquido refinado. Antes, a taxação era bem menor — cerca de US$ 0,36 por quilo.

Em nota publicada na rede X, o Ministério da Agricultura mexicano disse que o aumento serve para “proteger empregos e evitar distorções no comércio internacional”. Traduzindo: o governo quer frear a entrada de açúcar estrangeiro e dar fôlego à indústria local, que vinha sofrendo com o excesso de oferta no mercado global.

A nova taxação atinge em cheio o Brasil, um dos maiores exportadores de açúcar do mundo e fornecedor importante para o México. A decisão surge num momento em que o país latino negocia com os Estados Unidos ajustes no acordo comercial USMCA (o “Nafta 2.0”), previsto para revisão em 2026. Especialistas alertam que o movimento protecionista pode esfriar relações comerciais e aumentar o preço do produto nos mercados interno e externo.

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Judiciário

VÍDEO: BATE-BOCA NO STF: Toffoli e Mendonça trocam farpas e expõem racha: “Vossa excelência está exaltado”

Imagens: Reprodução/Metrópoles

O clima ferveu na Segunda Turma do STF nesta terça-feira (11). Os ministros Dias Toffoli e André Mendonça protagonizaram um bate-boca constrangedor em plena sessão, durante o julgamento de um caso que se arrasta desde 2005, segundo informações do Metrópoles.

A discussão começou quando Mendonça discordou do voto de Toffoli sobre um processo em que um juiz processou um procurador da República por ataques pessoais em entrevistas à imprensa. O ponto central era saber quem deve pagar a indenização — o servidor público ou o Estado, com base no chamado Tema 940 do STF.

Toffoli defendeu que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) agiu certo ao responsabilizar diretamente o procurador. “Cria um precedente muito ruim para os servidores públicos”, alertou. Mendonça rebateu dizendo que na época “era comum esse tipo de conduta”. Foi o bastante para o clima azedar. “Vossa excelência está exaltado”, disparou Toffoli, em tom irritado. Mendonça respondeu de forma seca: “Não acho.”

O embate durou cerca de dois minutos, mas deixou claro o racha interno no STF, onde até os ministros indicados por governos diferentes já não escondem as divergências — nem a impaciência.

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Política

Lewandowski diz que projeto antifacção é inconstitucional e segura votação na Câmara

Foto: Reprodução

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, jogou um balde de água fria no projeto antifacção que o governo Lula vinha tentando empurrar no Congresso. Em reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta, o ministro disse considerar inconstitucionais trechos do relatório feito pelo deputado Guilherme Derrite, que é ligado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — provável nome da direita para enfrentar o PT em 2026.

A conversa durou quase uma hora na residência oficial da Câmara, e o resultado foi claro: a votação, que estava prevista para esta terça (11), deve ser adiada. Derrite, relator do projeto, tem reescrito o texto várias vezes, mas o governo segue chiando. Um dos motivos é que as mudanças dele tirariam poder da Polícia Federal, obrigando operações a depender de autorização de governos estaduais — o que, segundo delegados, enfraqueceria investigações contra o crime organizado.

Lewandowski usou o artigo 144 da Constituição para sustentar que o texto mexe em funções da PF e ainda criticou a tentativa de equiparar facções criminosas ao terrorismo, algo que o Planalto rejeita com medo das consequências políticas. Bastidores de Brasília dizem que o governo teme também que o relatório crie brechas para blindar políticos investigados.

A escolha de Hugo Motta por Derrite irritou o Planalto, que viu um movimento político para fortalecer Tarcísio e transformar o debate sobre segurança pública em palanque eleitoral antecipado. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, correu para reunir aliados e tentar resgatar o texto original do governo — ou, no mínimo, empurrar o assunto com a barriga até que o clima político esfrie.

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