Mas Rogério Marinho destacou o fato de que o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, empossado no cargo em janeiro de 2025 em substituição a Roberto Campos Neto, foi indicado e nomeado pelo presidente Lula (PT). “O nome do presidente do Banco Central é Galípolo, repita comigo, Galípolo, indicado por Lula. Hoje os juros que são cobrados, estratosféricos, foram definidos por Galípolo e pela maioria dos indicados do presidente Lula”, ironizou o senador, nas redes sociais, ao cobrar posicionamentos do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, a deputada federal licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Rogério Marinho mencionou que Campos passou dois anos na presidência do BC e era tido por Lula e PT como culpado pela escalada de alta da Taxa Selic: “Não foi ele, com essa política fiscal absolutamente irresponsável, que impediu que nós tivéssemos a trajetória descendente dos juros, isso inibe o investimento no Brasil. Isso gera insegurança para quem é empreendedor ou quem financia o governo brasileiro através da compra dos títulos de dívida pública”.
Marinho alertou que “isso gera problema na nossa questão do câmbio”, mas o presidente Lula “ Ele foi dizer, recentemente, que o brasileiro não come dólar. Para Marinho, “ele (presidente) não entende, talvez, que a gente compra produtos importantes que são insumos, tanto alimentares como para a nossa indústria, em dólar”.
O deputado federal General Girão também criticou a postura do governo Lula, que nada disse sobre a Selic ter deixado ao mesmo nível de 2006, justamente no último ano do seu primeiro mandato presidencial: “O PT não tem mais Roberto Campos para culpar, e mesmo assim o governo segue perdendo a guerra para a inflação”.
Girão completou, dizendo que “a política econômica do governo Lula se mostra ineficaz e quem paga a conta é o povo”.
Da base de Lula, a deputada federal Natália Bonavides chegou a se manifestar nas redes sociais, considerando “um absurdo e inaceitável” a elevação da Selic. “É urgente uma guinada nessa política que só beneficia quem especula, e não quem produz. O presidente do BC precisa mudar de postura diante das pressões do capital financeiro, não há nenhuma teoria econômica que justifique isso como razoável”.
O ex-presidente do BC, Campos Neto, quebrou o silêncio após a autoridade monetária elevar os juros ao patamar de 15%, a maior taxa em 20 anos. “Eu poderia falar: ‘Viu? Me criticaram tanto e agora a taxa está maior’. Mas minha honestidade intelectual não me deixa embarcar nessa. Eu teria feito a mesma coisa”, disse.
“Acho que o ganho de credibilidade frente ao custo monetário era claramente favorável a este último ajuste, dada a necessidade de reverter as expectativas desancoradas”, relatou Campos Neto.Durante o seu mandato à frente do BC, que começou em 2019 e acabou no começo do ano, Campos Neto elevou a Selic de 2% para 13,75%, em um dos maiores ciclos de alta dos juros da história recente do Brasil.
Ao justificar a alta da Selic. O Copom considerou que “o ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”.
Além disso, segundo nota do BC, “o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica”.
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