Tecnologia

Pesquisa de Harvard acusa algoritmo do YouTube de alimentar pedofilia

Christiane C., que mora no subúrbio do Rio, viu um vídeo de sua filha de dez anos na piscina ter milhares de visualizações Foto: Maria Magdalena Arrellaga/’New York Times’

“Fiquei assustada com o número de visualizações”, disse Christiane C., moradora de um subúrbio do Rio cuja filha postou um vídeo de si mesma no YouTube brincando na piscina no quintal de casa com uma amiga. “O vídeo é inocente, nada demais”, disse.

Alguns dias depois, a filha voltou para contar à mãe a notícia: o vídeo da piscina tinha milhares de visualizações. Não demorou muito para que chegasse a 400 mil — um número impressionante para um vídeo de uma criança de biquíni brincando com uma amiga.

— Eu vi o vídeo novamente e me assustei com o número de visualizações —disse Christiane.

Ela tinha razão em se preocupar. O sistema de recomendação automatizado do YouTube — que impulsiona a maioria das bilhões de visualizações da plataforma, sugerindo o que os usuários devem ver em seguida — começou a oferecer o vídeo da menina na piscina para usuários que assistiram a outros vídeos de crianças pré-adolescentes e parcialmente vestidas.

Segundo pesquisadores de Harvard , o YouTube fez a curadoria dos vídeos a partir de todos os seus arquivos, às vezes pinçando inofensivos filmes domésticos de famílias. Em muitos casos, o algoritmo encaminhava os usuários a alguns desses vídeos depois que eles assistiam a conteúdo com tema sexual.

Catálogo sexualiza crianças

O resultado foi um catálogo de vídeos que os especialistas dizem sexualizar as crianças.

— É o algoritmo do YouTube que conecta esses canais — disse Jonas Kaiser, um dos três pesquisadores do Centro Berkman Klein para Internet e Sociedade, de Harvard, que tropeçou nos vídeos enquanto analisava o impacto do YouTube no Brasil. — Isso é assustador.

O vídeo da filha de Christiane foi promovido pelos sistemas do YouTube meses depois que a empresa foi alertada de que tinha um problema de pedofilia.

Em fevereiro, agências de notícias informaram que usuários estavam usando a seção de comentários de vídeos do YouTube com crianças para orientar outros pedófilos.

Naquele mês, chamando o problema de “profundamente preocupante”, o YouTube desativou os comentários em muitos vídeos com crianças.

Mas o sistema de recomendação, que permanece em vigor, reuniu dezenas de vídeos desse tipo em um repositório novo e facilmente visível, e os empurrou para um vasto público.

O YouTube nunca se propôs a atender usuários com interesses sexuais em crianças — mas, no fim das contas, segundo Kaiser, o sistema automatizado os mantém conectados, e os usuários não precisam procurar vídeos de crianças para assisti-los. A plataforma pode levá-los até lá por meio de uma progressão de recomendações.

Assim, um usuário que assiste a vídeos eróticos pode ser recomendado para vídeos de mulheres mais jovens e, em seguida, para mulheres que posam provocativamente em roupas de crianças. Eventualmente, alguns usuários podem receber vídeos de meninas de 5 ou 6 anos usando roupas de banho ou se vestindo.

Sozinho, cada vídeo pode ser perfeitamente inocente, como um filme caseiro feito por uma criança. Quaisquer planos reveladores são fugazes e parecem acidentais. Mas, agrupados juntos, seus recursos compartilhados se tornam inconfundíveis.

— Estou com muito medo — disse Christiane. — Com medo pelo fato de que um vídeo como este possa ter caído em tal categoria.

O “New York Times” preservou o sobrenome da família para proteger sua privacidade.

YouTube removeu vídeos…

Quando o jornal alertou o YouTube de que seu sistema estava fazendo circularem vídeos de família para pessoas aparentemente motivadas por interesse sexual em crianças, a empresa removeu vários deles, mas deixou outros, incluindo alguns aparentemente enviados por contas falsas.

O próprio sistema de recomendação também mudou imediatamente, não conectando mais alguns dos vídeos eróticos.

O YouTube disse que isso provavelmente foi resultado de ajustes de rotina em seus algoritmos, em vez de uma mudança política deliberada.

Jennifer O’Connor, diretora de produtos do YouTube, disse que a empresa está comprometida a erradicar a exploração de crianças em sua plataforma e que trabalha desde o início de fevereiro para melhorar a fiscalização.

— Proteger as crianças está no topo da nossa lista — disse ela.

…mas mantém sistema de recomendação

O YouTube , porém, não colocou em prática a única mudança que os pesquisadores de Harvard dizem que impediria que isso acontecesse novamente: desativar o sistema de recomendação em vídeos de crianças, embora a plataforma possa identificar esses vídeos automaticamente.

A empresa informou que, como as recomendações são o maior direcionador de tráfego, removê-las prejudicaria os “criadores” que dependem desses cliques. E afirmou que limitaria as recomendações sobre vídeos que considera colocar em risco as crianças.

O YouTube descreveu seu sistema de recomendação como inteligência artificial que está constantemente aprendendo quais sugestões manterão os usuários observando. Essas recomendações, dizem, conduzem 70% das visualizações, mas a empresa não revela detalhes de como o sistema faz suas escolhas.

Alguns estudos descobriram o que os pesquisadores chamam de “efeito buraco de coelho”: a plataforma, dizem eles, leva os espectadores a vídeos ou tópicos mais extremos, que são pensados para atraí-los.

Assista a alguns vídeos sobre maquiagem, por exemplo, e você pode ser recomendado a um vídeo perturbador de transformação completa. Assista a clipes sobre o uso da bicicleta, e o YouTube pode sugerir acidentes chocantes em corridas de bicicleta.

Pesquisa no Brasil

Kaiser e seus colegas pesquisadores, Yasodara Córdova e Adrian Rauchfleisch, decidiram testar o efeito no Brasil.

Um servidor abriu vídeos e seguiu as principais recomendações do YouTube sobre o que assistir em seguida. A execução deste experimento milhares de vezes permitiu que eles rastreassem algo como um mapa de metrô para saber como a plataforma direciona seus usuários.

Quando seguiam recomendações sobre vídeos com temas sexuais, notaram algo que os incomodava: em muitos casos, os vídeos se tornaram mais bizarros ou extremos e davam mais ênfase à juventude.

Vídeos de mulheres discutindo sexo, por exemplo, às vezes levavam a vídeos de mulheres em roupas íntimas ou amamentando, às vezes mencionando sua idade: 19, 18, até 16 anos.

Algumas mulheres solicitavam doações de “papaizinhos” ou insinuavam o caminho para vídeos em que posavam nuas. Depois de alguns cliques, algumas tocavam mais abertamente na pré-pubescência, posando em roupas infantis.

A partir daí, o YouTube começaria de repente a recomendar vídeos de crianças jovens e parcialmente vestidas, depois um fluxo quase interminável de crianças provenientes principalmente da América Latina e da Europa Oriental.

Córdova, que também estudou a distribuição de pornografia on-line, diz que reconheceu o que estava acontecendo.

Qualquer vídeo individual pode ter a intenção de ser não sexual, talvez enviado por pais que desejavam compartilhar filmes caseiros entre familiares.

Mas o algoritmo do YouTube, em parte aprendendo com os usuários que procuravam imagens reveladoras ou sugestivas de crianças, estava tratando tais vídeos como um destino para pessoas em busca de algo “diferente”.

E o alto número de visualizações — às vezes, milhares — indicou que o sistema encontrou audiência para os vídeos e manteve o público envolvido.

— (O sistema) É incrivelmente poderoso, e as pessoas são atraídas para isso — disse Stephen Blumenthal, um psicólogo de Londres que trata pessoas com desvios de comportamentos sexuais.

E o YouTube, ao exibir vídeos de crianças ao lado de conteúdo sexual mais convencional, bem como exibindo as altas contagens de vídeos, arrisca-se a corroer o tabu contra a pedofilia, dizem psicólogos.

— Você normaliza (a pedofilia) — disse Marcus Rogers, psicólogo da Purdue que estuda pornografia infantil.

O YouTube diz que não há “efeito buraco de coelho”.

— Não está claro para nós que necessariamente o nosso mecanismo de recomendação leva você em uma direção ou outra — disse O’Connor, diretora de produtos do YouTube.

Crianças em risco

A maioria das pessoas que vêem imagens sexualizadas deixa isso de lado, dizem os pesquisadores. Mas alguns dos vídeos no YouTube incluem links para as contas de mídia social dos jovens.

— Muitas pessoas que estão ativamente envolvidas em conversas com crianças são muito, muito hábeis em preparar essas crianças para postar mais fotos sexualizadas, ou se engajar em atividade sexual e tê-las filmadas — disse o Dr. Rogers.

O YouTube não permite que menores de 13 anos tenham canais. A empresa diz que reforça a política de forma agressiva.

Para os pais, não há soluções fáceis, disse Jenny Coleman, diretora do Stop It Now, uma organização que combate a exploração sexual de crianças.

— Até as famílias mais cuidadosas podem ser levadas para algo prejudicial ou criminoso — disse ela.

O Globo

 

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Economia

Campos Neto: trabalho do BC fica mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal; Governo mudou meta de 2025

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que mudanças que tirem a credibilidade da política fiscal tornam o trabalho da autoridade mais difícil e aumentam o custo da política monetária, ou seja, da política de juros.

A fala ocorreu logo depois de o governo confirmar uma mudança na meta fiscal de 2025 para um déficit zero. Antes, o objetivo era um superávit de 0,5% do PIB.

— Torna nosso trabalho muito mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal, porque a âncora fiscal e a âncora monetária precisam trabalhar juntas — disse Campos Neto, em evento nos Estados Unidos.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária, em março, o colegiado do BC reduziu a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

— Sempre que há uma mudança no governo que torna a âncora fiscal menos transparente ou menos crível, significa que você tem que pagar com custos mais altos do outro lado, então o custo da política monetária se torna mais alto — disse.

Na linha do que repete o comunicação oficial do Copom, Campos Neto voltou a falar que o ideal é que as metas não sejam alteradas e que se faça “o máximo possível em termos de esforço” para alcançar os alvos estabelecidos.

— Se, por algum motivo, você tiver que fazer um desvio nisso, é muito importante comunicar bem, porque se as pessoas perderem a confiança na âncora fiscal, então a âncora monetária é afetada, e vimos isso repetidamente em nossa história — afirmou ele.

Para Campos Neto, “o fiscal está se tornando cada vez menos coordenado com o monetário” na maior parte do mundo. Para o dirigente, quando entramos na pandemia, foi muito fácil de coordenar as respostas.

— Mas a saída está sendo muito difícil de coordenar. E não há nada mais permanente do que um programa temporário de despesas. Isso foi uma frase que emprestei do Milton Friedman. Mas você vê isso em muitos lugares diferentes, e acho que isso se tornará um problema — disse.

O Globo

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Geral

“Brasil condena qualquer ato de violência”, diz Mauro Vieira após críticas ao Itamaraty por posicionamento sobre ataque do Irã a Israel

Foto: REUTERS/Mohammed Torokman

Depois de o embaixador de Israel e entidades israelenses criticarem a declaração do Itamaraty no sábado (13), o ministro das Relações Exteriores disse nesta segunda-feira (15) que o Brasil condena qualquer ato de violência.

Mauro Vieira recebeu a chanceler Argentina, Diana Mondino. Após o encontro, foi questionado sobre o assunto. O ministro se manifestou sobre a nota divulgada pelo Itamaraty no sábado (13) à noite. Entidades judaicas e o embaixador de Israel no Brasil criticaram o comunicado por não condenar o governo iraniano.

“A nota foi feita à noite, às 23h, quando todo o movimento começou, e nós manifestamos o temor de que o início da operação pudesse contaminar outros países. Mas isso foi feito à noite, em um momento em que não tínhamos clara a extensão ou alcance das medidas tomadas. E fizemos, como fazemos sempre, um apelo para contenção e entendimento entre as partes. Foi isso”, afirmou o ministro Mauro Vieira.

Mauro Vieira foi questionado se o governo brasileiro condena o ataque.

“O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e o Brasil conclama sempre o entendimento entre as partes”, respondeu.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criou um grupo de trabalho para acompanhar a situação no Oriente Médio. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a região é responsável por mais de 30% da produção mundial de petróleo, e uma crise pode elevar os preços dos combustíveis.

“O Brasil, como todos os países do mundo, ele tem e sofre impactos quando há restrição de produção de petróleo ou de comercialização de petróleo. Que todos nós estejamos atentos para qualquer emergência mais vigorosa, a gente poder discutir com todos soluções para economia nacional”, disse Silveira.

g1

Opinião dos leitores

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Geral

Zanin se declara impedido de analisar recurso de Bolsonaro contra multa do TSE; ex-advogado de Lula, atuou na ação que gerou a multa

Foto: Sérgio Lima/Poder360

O ministro Cristiano Zanin, do STF, se declarou impedido de analisar um recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bolsonaro questiona uma multa de R$ 70 mil aplicada pelo TSE em 2022. Ele foi condenado após impulsionar irregularmente conteúdo contra Lula (PT), seu então adversário nas eleições.

Zanin, ex-advogado de Lula, atuou na ação que gerou a multa. Os códigos Civil e Penal determinam que um juiz não pode analisar um caso em que atuou como advogado.

O relator do caso no STF é o ministro Flávio Dino. Ele negou o recurso da defesa de Bolsonaro. Os ministros da Primeira Turma têm até o dia 19 de abril para apresentar seus votos na sessão virtual.

Com informações de UOL

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Economia

Dólar fecha no maior valor desde março de 2023 com revisão da meta fiscal e cenário externo

Foto: Pixabay

O dólar emplacou a quarta sessão consecutiva de alta de 1,21% e encerrou o dia negociado a R$ 5,183, maior valor desde março do ano passado.

No cenário doméstico, os investidores receberam com pessimismo a notícia de que o governo federal reduziu a meta fiscal de 2025 para um déficit zero.

Durante o dia, o mercado financeiro também repercutiu dados dos EUA que mostraram uma alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas do varejo norte-americano em março.

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Geral

Senado vota PEC que criminaliza porte de drogas nesta terça (16); julgamento no STF está suspenso

Foto: GettyImages

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas no País será votada no Senado nesta terça-feira (16). Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa há um mês, o texto passou por cinco sessões de discussão antes da análise em primeiro turno pelo plenário. Para ser aprovada, a proposta precisa do voto favorável de 49 senadores em dois turnos. Em seguida, segue para Câmara.

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi apresentada em setembro do ano passado, um mês depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento que pode descriminalizar o porte da maconha para uso pessoal. Na ocasião, o senador disse que a Corte não pode criar novas legislações e considerou o julgamento sobre o tema um “equívoco grave”. A análise do caso na Corte está suspensa por pedido de vista do ministro Dias Toffoli em 6 de março.

Segundo a proposta, portar ou possuir drogas, incluindo a maconha, configura ato criminoso “independentemente da quantidade”. A PEC das Drogas prevê a diferenciação entre usuários e traficantes de drogas, mas não descriminaliza o uso pessoal.

A emenda do senador Rogério Marinho (PL-RN) diz que a distinção se dará por meio de “circunstâncias fáticas do caso concreto”. A PEC cita critérios como a natureza da droga, o local e as condições em que ocorreu a apreensão e as circunstâncias sociais e pessoais, conduta e antecedentes do indivíduo para configurá-lo como usuário ou traficante.

A partir da emenda do relator da proposta na CCJ, senador Efraim Filho (União-PB), foram incluídas penas alternativas à prisão para os usuários de entorpecentes. Além disso, eles serão submetidos a tratamentos contra a dependência química.

Hoje, a Lei de Drogas, sancionada em 2006, já prevê a diferenciação entre usuários e traficantes, estabelecendo, ao primeiro grupo, condenação de até dez meses de medidas socioeducativas, e ao segundo, pena de cinco a 15 anos de prisão

Discussão está parada no STF

O julgamento no STF busca estabelecer uma quantidade mínima de maconha para determinar a diferença entre uso pessoal e tráfico de drogas. O caso se baseia em um recurso de repercussão geral – que reverbera em outras decisões judiciais – que parte da Defensoria Pública de São Paulo. A ação contesta a condenação, em 2009, de um homem que portava três gramas de maconha no Centro de Detenção Provisória de Diadema.

O objetivo da Corte é definir que usuários sejam punidos de forma administrativa, com a prestação de serviços comunitários, advertência sobre os efeitos dos entorpecentes e cursos educativos obrigatórios.

Os ministros favoráveis à descriminalização, o relator Gilmar Mendes, Edson Fachin, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e a ministra agora aposentada Rosa Weber, argumentam que o uso de pequena quantidade da droga é um direito individual de cada pessoa.

Já os ministros Cristiano Zanin, André Mendonça e Kassio Nunes Marques, que votaram contra a descriminalização, alegam que a droga não afeta apenas o usuário, mas também os familiares e a sociedade. Além de considerarem que o uso de maconha pode agravar problemas de saúde e segurança pública, os magistrados também ressaltam que a decisão sobre o tema deve ser do Legislativo.

Há divergência em relação ao limite de droga que o usuário pode portar sem ser considerado um traficante, que será definido pelos ministros da Corte.

Estadão Conteúdo

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Política

NÃO TEM JEITO: Após cometer erro grosseiro, gestão de Eraldo “O Ingrato” quer aprovar novamente empréstimo de R$ 80 milhões em ano eleitoral

Foto: José Aldenir

Está na pauta da sessão desta terça-feira (16) da Câmara Municipal de São Gonçalo do Amarante para apreciação e votação em regime de urgência o Projeto de Lei nº 715 enviado pela gestão do prefeito Eraldo “O Ingrato” que solicita autorização do legislativo para contratação de empréstimo no valor de R$ 80 milhões com a Caixa Econômica Federal, por meio do programa FINISA.

É o famoso Projeto de Lei 666 que foi votado, também, em regime de urgência pela Câmara de São Gonçalo, em dezembro de 2023, e aprovado em três votações pelo placar de 10 votos a favor e sete votos contrários, no apagar das luzes, antes do recesso parlamentar.

A mesma proposta com nova numeração está de volta à Casa Legislativa porque o governo cometeu um erro grosseiro. Ao invés de tratar o projeto como Lei Complementar como fez agora, tinha o encaminhado na condição de Lei Ordinária. Em função da irregularidade, a Caixa Econômica rejeitou e a Prefeitura de São Gonçalo foi obrigada a reencaminhar a matéria para nova análise da Câmara Municipal.

De acordo com informações colhidas junto à Câmara, o projeto já chegou com assinatura de 11 parlamentares e a Presidência pautou para a sessão de amanhã. O caso deve representar novo desgaste aos vereadores favoráveis e ao prefeito Eraldo que amarga uma desaprovação do seu governo de quase 70%.

A contratação de um novo empréstimo no valor de R$ 80 milhões com a CEF sem sequer iniciar o pagamento do empréstimo adquirido com o Banco Fonplata para obras do Programa de Ações Estruturantes de São Gonçalo do Amarante – PAES vai reacender a polêmica sobre o tamanho do endividamento que será provocado nas finanças do município.

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Economia

Em projeto enviado ao Congresso, Fazenda estima déficit zero nas contas públicas em 2025

Foto: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

O Ministério da Fazenda apresentou nesta segunda-feira (15) o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) com meta de déficit zero para 2025. Anteriormente, a equipe econômica havia sinalizado que buscaria superavit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano, ou seja, as receitas iriam superar as despesas e as contas fechariam no azul. A expectativa foi alterada para haver uma meta neutra em 2025.

O PLDO serve como base para o texto do Orçamento de 2025 e é enviada pelo governo ao Congresso. A proposta deve ser analisada até o dia 30 de junho pelos deputados e senadores. Pelo texto, as expectativas do resultado primário para os próximos anos serão:

2025 – 0% do PIB;

2026 – 0,25% do PIB;

2027 – 0,5% do PIB; e

2028 – 1% do PIB.

Todos os valores admitem um intervalo de tolerância de 0,25% do PIB, para cima ou para baixo, como determina a nova regra fiscal, aprovada em agosto de 2023 pelo Congresso Nacional.

A grade de parâmetros macroeconômicos do PLDO ainda projeta um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,80% para 2025. Além disso, o documento prevê uma expansão do PIB de 2,58% em 2026, 2,62% em 2027 e 2,51% em 2028.

O projeto prevê um aumento do salário mínimo para R$ 1.502 em 2025, um acréscimo de pouco mais de 6% em relação ao valor atual de R$ 1.412. A estimativa é de que o salário mínimo alcance R$ 1.582 em 2026 e atinja R$ 1.676 em 2027. Para 2028, a projeção é de R$ 1.722.

R7

Opinião dos leitores

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Geral

Polícia age para conter briga entre detentos em penitenciária no RN; preso é atendido em UBS

Foto: Adriano Abreu

Uma briga entre três detentos foi registrada durante a manhã desta segunda-feira (15) na Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, localizada na cidade de Nísia Floresta, na Grande Natal. De acordo com informações da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), a Polícia Penal precisou agir.

Ainda conforme informações do Seap, o caso ocorreu por volta das 10h. Dois privados de liberdade receberam atendimento médico na unidade de saúde prisional da penitenciária. Outro foi encaminhado à Unidade Básica de Saúde. Todos com ferimentos leves e sem risco de morte.

A Polícia Penal identificou os envolvidos e adotou as providências que o caso requer. A SEAP apura as causas da alteração. A Ouvidoria do Sistema Penitenciário também foi acionada.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Deixem esses vermes se matarem, só assim a sociedade fica livre e sem receio de sofrer violência dos mesmos

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Brasil

Lewandowski vai a comissão da Câmara para falar sobre fuga de Mossoró e avanço do crime organizado

Foto: Jamile Ferraris / MJS

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, deve ir à comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira. O ministro foi convidado à Casa Legislativa para falar sobre as circunstâncias que levaram à fuga inédita de dois presos do sistema penitenciário federal e as ações tomadas pela pasta para conter o avanço do crime organizado no país. O presidente da comissão, deputado Alberto Fraga (PL-DF), afirmou que Lewandowski confirmou a ele a sua ida à comissão.

O convite foi proposto pelos deputados Sanderson (PL-RS), Rodolfo Nogueira (PL-MS), Rodrigo Valadares (União-SE), Sargento Gonçalves (PL-RN) e Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que fazem oposição ao governo Lula.

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