Política

‘Quem gosta de dinheiro tem que ser tirado da política’, diz José Mujica, ex-presidente do Uruguai

MUJICAFoto: BBC

Prestes a completar 80 anos, o ex-presidente uruguaio José Mujica diz que a corrupção afeta “a todos” na América Latina, mas que “quem gosta muito de dinheiro deveria ser afastado da política”.

Em entrevista exclusiva à BBC Mundo, Mujica comentou a corrupção em países como México e Brasil, e afirmou que a “vontade de ter bens materiais” não se relaciona bem com o serviço público.

“Sempre disse aos empresários: se eu souber que pediram alguma propina a vocês e vocês não me avisaram, teremos uma relação péssima. Com essa declaração, não havia abertura para que me oferecessem nada.”

“Se misturamos a vontade de ter dinheiro com a política estamos fritos. Quem gosta muito de dinheiro tem que ser tirado da política. É preciso castigar essa pessoa porque ela gosta de dinheiro? Não. Ela tem que ir para o comércio, para a indústria, para onde se multiplica a riqueza”, declarou.

Agora senador, Mujica diz que não descartaria voltar à Presidência, caso sua saúde permitisse. Dá a impressão, no entanto, de que não acredita na possibilidade.

“Se eu tivesse o grau de saúde que tenho hoje, não teria nenhum problema. Mas estou quase com 80 anos, não acho que tenho idade adequada de resistir ao vaivém de uma Presidência.”

O ex-presidente falou à BBC sentado sob uma árvore diante de sua casa nos arredores de Montevidéu. O ambiente tranquilo e silencioso, que sempre disse valorizar, agora é interrompido ocasionalmente pela chegada de crianças e adolescentes à escola rural que ele inaugurou recentemente do outro lado da rua.

Ele falou sobre narcotráfico e opinou sobre governos de outros países latino-americanos. Entre elogios a sua cadela Manuela (“o integrante mais fiel do meu governo”) e comparações entre o mate argentino e o uruguaio, Mujica disse ainda que não considera ocupar um cargo internacional.

“Acredite, para mim seria uma tortura. Não sou afeito ao protocolo, não sou a pessoa mais indicada. Acho que as causas políticas têm muito fôlego e que é preciso incorporar gente mais jovem que nós, que nos supere.”

‘Doença’ brasileira

“Algo doentio acontece na política brasileira”, disse o ex-líder uruguaio sobre a cisão entre o governo de Dilma Rousseff, em seu segundo mandato, e o Congresso eleito em 2014. “O Brasil é um país gigantesco e cada Estado tem sua realidade, com partidos locais fortes. Conseguir a maioria parlamentar no Brasil é um macramé (técnica de tecelagem manual) onde pedem uma coisa aqui, outra ali.”

Para Mujica, o tráfico de influência é “uma tradição” no país, já que os governos “têm que fazer o impossível para conseguir a maioria parlamentar de alguma maneira”.

“Não digo que os fins justificam os meios, quem diz é Maquiavel. O que digo é que isso é uma doença que existe há muito tempo na política brasileira.”

Ao mesmo tempo, ele afirma que o poder dos presidentes na democracia representativa é relativo e, por isso, demora para que uma vontade do poder Executivo torne-se realidade. “Não se deve confundir governar com mandar. Existe o papel da persuasão e do convencimento. Um presidente deve se cercar de gente útil e de gente boa.”

Mujica diz ainda que é preciso considerar o papel dos agentes externos ao governo na corrupção. “Para que haja corruptos, também deve haver um agente corruptor. Não nos esqueçamos disso.”

Vizinhos

Durante a entrevista, Mujica evitou fazer críticas frontais aos governos latino-americanos. Questionado sobre seu apoio à administração de Nicolás Maduro, na Venezuela, ele afirmou que “não gosta da existência de presos políticos” no país, mas se posicionou contra possíveis intervenções em meio à crise.

“A Venezuela tem problemas, sim. Mas não vai sair deles a pauladas. Não é apoio, são as evidências. Porque não se ganham 14 eleições sucessivas só usando a força.”

Mujica chegou a chamar a presidente argentina Cristina Kirchner de “velha”, mas, desta vez, também dedicou-lhe palavras mais suaves. “Não acho que seja uma presidenta maravilhosa, nem acho que seja uma bruxa. É uma mulher que teve de enfrentar todo o machismo arraigado em uma sociedade. Como muitos quiseram passar por cima dela, ela às vezes passa dos limites do outro lado.”

Sobre o México, o ex-presidente voltou a afirmar que o tráfico de drogas é um problema maior no país por causa de sua proximidade com os Estados Unidos.

“Os Estados Unidos são o grande mercado consumidor das drogas e os que têm infinito poder aquisitivo e o México é o lugar de trânsito. Isso vem condicionando a vida deles e o México não teve a capacidade de resolver o problema da influência crescente do narcotráfico, não foi só esse governo.”

“A combinação da ameaça e do dinheiro destroçou os poderes públicos, que não conseguiram enfrentar isso. Mas eu não estou criticando o México, acho que todos estamos expostos a isso hoje”, afirmou, defendendo novamente a lei aprovada em seu governo, que tornou o Uruguai o primeiro país do mundo a regularizar a produção, a venda e o consumo de maconha.

“Curiosamente, eu que não sou neoliberal acho que a melhor fundamentação (para a lei) que encontrei é a de (Milton) Friedman (economista americano). Digo isso raramente, mas não tenho preconceito. Acho que é preciso roubar o mercado deles (dos narcotraficantes).”

Rolling Stones e baseado

Centenas de perguntas foram enviadas para a entrevista com José Mujica, que foi transmitida ao vivo pela internet e acompanhada em seis idiomas pela BBC nas redes sociais. O ex-presidente teve que responder, por exemplo, sobre se já o convidaram a fumar maconha desde a descriminalização do consumo.

“Apareceu aqui um rapaz, não sei de que país, com um baseado, e me convidou para fumar. Eu não quis, mas eu também tenho meus vícios. De vez em quando fumo um cigarro comum. E quem vai dizer que o tabaco é saudável? O único vício bom é o amor, o resto são pragas. O problema está em quanto se consome e isso é um problema mental.”

Algumas das perguntas mais frequentes eram sobre seu estilo de vida, ao que respondeu que “a humildade é uma filosofia que não pretende impor a ninguém”.

“Não posso mudar a cultura do mundo em que vivemos, mas posso viver minha vida e dar minha opinião.”

O ex-presidente também não se esquivou de questões mais difíceis – mesmo que fora do âmbito político – como a enviada por um participante argentino: Beatles, Pink Floyd ou Rolling Stones?

“Diga a ele que sou um analfabeto no tema, porque sou ‘tangueiro’ de alma. Mas feita essa ressalva, prefiro os Rolling Stones.”

G1

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VÍDEO: Lula diz que vai ligar para Trump para convidar republicano para a COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que vai ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e convidar o republicano para participar da COP 30 (Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas), que vai acontecer em novembro, na Amazônia.

“Pode ficar certo, eu vou ligar para o Trump para convidar ele para a COP para saber o que ele pensa sobre a questão climática. Vou ter a gentileza de ligar. Só não vou ligar para o Putin porque o Putin não está podendo viajar”, disse o petista durante a reunião do Conselhão, no Itamaraty.

“Se ele [Trump] não vier é porque ele não quer, mas não vai ser por falta de delicadeza, charme e democracia. Eu vou convidar!”, concluiu. A declaração de Lula acontece às vésperas da tarifa de 50% aplicada pelos EUA sobre importações brasileiras.

CNN Brasil

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VÍDEO: Vice da Câmara diz que vai pautar anistia assim que Hugo Motta se ausentar do país

O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), disse nesta terça-feira (5) que, na primeira oportunidade que tiver de ocupar a presidência da Câmara, irá pautar o projeto de lei que anistia condenados por participação no 8 de Janeiro.

Como vice-presidente, uma das possibilidades para que Côrtes assuma plenamente o comando da Câmara seria em viagens internacionais do presidente Hugo Motta.

“Eu, como vice da Câmara e do Congresso, sempre busquei equilíbrio e diálogo. Sempre respeitei Motta, que tem a pauta na sua mão. Diante dos fatos, já comuniquei Motta que, no primeiro momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara, quando Motta se ausentar do país, irei pautar a anistia”, afirmou a jornalistas.

Travado na Câmara dos Deputados desde o ano passado, o projeto beneficia os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Na prática, o texto não beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, mas a intenção da oposição é que o perdão se estenda ao ex-chefe do Executivo, para que ele retome a elegibilidade e possa disputar as eleições no próximo ano.

Após ameaças de obstrução e diversas manifestações da direita pela anistia, o presidente da Câmara decidiu que não iria pautar o requerimento de urgência do projeto.

Hugo chegou a buscar diálogo com representantes dos Três Poderes para chegar a uma alternativa de consenso, já que o governo é contrário à proposta, mas não houve avanço prático.

CNN Brasil

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Oposição ocupa mesas diretoras da Câmara e do Senado em protesto contra prisão domiciliar de Bolsonaro

Foto: Wagner Araújo/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Parlamentares da oposição intensificaram nesta terça-feira (5) os protestos contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Aliados do ex-mandatário ocuparam as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em um ato coordenado que integra a estratégia de obstrução anunciada mais cedo. O objetivo, segundo os oposicionistas, é impedir o andamento das sessões legislativas até que suas demandas sejam atendidas.

A mobilização deve se estender por tempo indeterminado, inclusive durante a madrugada, e concentra esforços nos plenários das duas Casas legislativas. A medida representa uma escalada da crise política provocada pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares.

“Não sairemos de ambas as mesas até que os presidentes das duas Casas se reúnam para buscarmos resolver um problema de soberania nacional”, declarou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara. Após a fala, o parlamentar colocou uma mordaça na boca em protesto simbólico, em defesa da liberdade de expressão. Entre as exigências da oposição estão:

  • A votação de um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes;
  • A aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro;
  • O avanço da PEC que acaba com o foro privilegiado, transferindo o julgamento de autoridades do STF para a Justiça comum.

Com a ocupação das mesas e a obstrução oficializada no Congresso, a tendência é de paralisação das votações nas comissões temáticas e no plenário ao longo da semana. Havia expectativa, por exemplo, de que moções de apoio a Bolsonaro fossem apreciadas ainda nesta terça nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores — ambas presididas por deputados do PL —, mas os atos foram suspensos diante da nova prioridade da oposição.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), confirmou o início da obstrução parlamentar como forma de resposta política à prisão de Bolsonaro. “A partir de hoje, estamos em obstrução”, afirmou. A medida consiste em travar votações tanto na Câmara quanto no Senado, até que os líderes das duas Casas se posicionem. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reforçou o discurso da base bolsonarista e afirmou que é hora de o Congresso “virar a página”, defendendo a anistia irrestrita como caminho para a pacificação institucional.

Jovem Pan

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VÍDEO: Lula diz que salário dele de R$ 46 mil “não é muito”, “não é fácil a vida”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (5/8), que o salário que recebe como chefe do Executivo federal, no valor de R$ 46 mil, “não é muito”. Ele fez o comentário ao falar sobre a reforma do Imposto de Renda.

“Não pode a pessoa que vai comprar as coisas de comer pagar o mesmo Imposto de Renda que paga o Lula. Meu salário não é muito não, viu? Salário de presidente acho que é R$ 46 mil. Paga 27 [%] de Imposto de Renda, o PT me cobra R$ 4 [mil] na fonte. Me sobra R$ 21 mil. Não é fácil a vida. Ninguém me dá aumento. Eu tenho que pedir para mim mesmo. Eu me olho no espelho e falo: ‘Oh, Lula, eu quero aumento’. Aí eu falo: ‘Você não vai ter’”, afirmou o presidente.

A declaração do chefe do Planalto ocorreu durante a abertura da 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão.

Formado por empresários, ativistas e outros representantes da sociedade civil, o Conselhão é responsável por auxiliar o presidente na formulação de políticas públicas. A abertura da reunião conta com a presença do chefe do Planalto e de ministros.

Metrópoles

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Globo demitiu Daniela Lima após pesquisa apontar GloboNews como ‘canal de esquerda’

Foto: Globo/Divulgação

A demissão de Daniela Lima da GloboNews na última segunda (4) é o começo de um movimento maior que será feito pela Globo em seu canal de notícias. O resultado de uma pesquisa de opinião com telespectadores incomodou diretores de jornalismo da empresa, que decidiram agir.

A coluna apurou que o instituto Quaest fez um levantamento encomendado pela cúpula da GloboNews. A pesquisa foi apresentada para os espectadores no segundo trimestre deste ano e, nela, os assinantes afirmaram que consideram a emissora um “canal de esquerda”.

O público indicou que a linha editorial seria alinhada à narrativa de partidos como PT e PSOL. Além disso, espectadores da GloboNews afirmaram que se sentem incomodados com brigas ao vivo e análises políticas irônicas, numa crítica ao tom informal de alguns apresentadores e comentaristas.

No resultado da pesquisa foi apresentada uma nuvem de palavras citadas pelos assinantes, e nela aparece o termo “gracinha”. Esse, segundo a pesquisa, é um dos exemplos do que deve ser evitado em um programa jornalístico da GloboNews. “Você gosta da forma como os apresentadores se portam no ar?”, foi uma das perguntas feitas no questionário

Entre outras coisas, a pesquisa levou à criação do GloboNews Debate, comandado semanalmente por Julia Duailibi, com objetivo de ampliar a pluralidade de vozes na programação.

Outro problema apresentado pela pesquisa da Quaest foi sobre a falta de pontos de vista discordantes entre os comentaristas. Isso fez com que o canal, em linha adotada desde maio, passasse a convidar mais especialistas para participar de análises e debates.

Daniela Lima foi considerada a personificação desta pesquisa por ter, de acordo com os assinantes, um posicionamento progressista e, supostamente, mais alinhado à esquerda sobre diversos assuntos. Suas postagens nas redes sociais, com críticas a ministros mais conservadores do STF, por exemplo, também pesaram na decisão.

A emissora avalia quem ocupará o lugar de Daniela no Conexão GloboNews. O mais cotado nos bastidores é Rafael Colombo, ex-CNN Brasil e Jovem Pan, atualmente repórter da emissora em São Paulo.

Com a pesquisa em mãos, a GloboNews deseja fazer mais mudanças nos próximos meses, em vista dos seus 30 anos, comemorados em 2026. Novos cenários e formatos serão lançados.

Procurada pela coluna, a Globo diz que “o que tínhamos para falar sobre o assunto está na nota anteriormente divulgada”. “Mas ressaltamos o compromisso histórico da GloboNews com a pluralidade de ideias, ouvindo profissionais e pontos de vista variados que incentivem reflexões relevantes na sociedade”, afirma a empresa.

Daniela Lima tem passagens pela revista Veja e pela Folha. Começou na televisão em 2019, quando foi contratada pela TV Cultura, para apresentar o Roda Viva. Em dezembro daquele ano, pediu demissão para assinar com a CNN Brasil.

No canal, apresentou o CNN 360°, jornal vespertino focado no noticiário político e econômico, e que durante seu comando, se tornou um dos líderes de audiência da casa.

Em 2023, pediu demissão da CNN Brasil e, horas depois, foi anunciada como uma nova apresentadora da GloboNews, onde estava desde então, no comando do matinal Conexão GloboNews.

F5 – Folha de S. Paulo

Opinião dos leitores

  1. Essa Manchete é digna da ABETURA DO JORNAL NACIONAL, imagine Bonner lendo que, foi preciso uma pesquisa par a Globo descobrir que ela mesma é esquerdista, só falta saber quem pagou a pesquisa.

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Prefeita Nilda inicia solução de problema histórico na lagoa da Abel Cabral

Nesta segunda-feira (04), a prefeita Nilda Cruz visitou a Lagoa de Captação Nezinho Alves, localizada na Avenida Abel Cabral, em Nova Parnamirim, e anunciou que o equipamento vai receber uma ampla ação de limpeza e manutenção, situação que não ocorria há mais de dez anos. Nesse primeiro momento, já estão sendo feitos os serviços de retirada dos resíduos sólidos dos taludes e do sobrenadante da lagoa.

“Esse é mais um problema antigo da cidade que estamos solucionando. É inadmissível um equipamento de tamanha importância como esse ficar tanto tempo sem receber a devida atenção do poder público. Esse descaso acaba afetando a funcionalidade da lagoa. Vamos trabalhar por etapas para equacionar os problemas existentes”, falou a prefeita.

Nilda esteve no local acompanhada da engenheira ambiental Josemary Façanha, que explicou como se dará a sequência das intervenções no espaço. De acordo com a profissional, após a retirada dos materiais, a Prefeitura vai realizar uma varredura para identificar e fechar as ligações clandestinas na rede de esgotos. Também será feita a oxigenação da água para combater o mal cheiro. Por fim, a gestão municipal irá aplicar cal virgem nas fendas dos taludes onde foram retirados resíduos iniciais.

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EDITORIAL FOLHA DE S. PAULO: Bolsonaro tem direito à livre expressão

Foto: Marcos Corrêa/PR

Na eleição de 2018 e enquanto esteve na Presidência, Jair Bolsonaro (PL) atacou a imprensa profissional, e esta Folha em particular, covarde, insistente e brutalmente. Incitou a massa de seus apoiadores extremistas contra jornalistas e veículos, liderou campanhas de boicote e perseguiu a asfixia financeira das empresas.

Imprecou dia sim, outro também, contra a independência dos Poderes democraticamente constituídos, alvejando sobretudo juízes do Supremo Tribunal Federal. Fez campanha contra o sistema de votação e arregimentou assessores e ministros do governo para tentar sabotá-lo.

Inconformado com a derrota nas urnas, insuflou hordas de fanáticos que se aglomeravam defronte a quartéis e bloqueavam rodovias pelo país. Tramou a subversão do regime democrático com oficiais das Forças Armadas e, não obtendo apoio, fugiu do Brasil para, quem sabe, esperar um vento favorável do destino.

Assistiu da Flórida às depredações de 8 de janeiro de 2023, postou mensagem encorajadora aos vândalos e logo depois a apagou, temendo ser enquadrado pela lei. Dois anos e meio depois, denunciado e processado por tentativa de golpe, associou-se ao presidente dos Estados Unidos numa chantagem abjeta contra a economia e a soberania do Brasil.

Jair Bolsonaro é um inimigo da Constituição de 1988 e das liberdades civis. Se não tivesse sido parado pela intransigência democrática da sociedade e das instituições brasileiras, teria se convertido em ditador e hoje estaria censurando, reprimindo e violentando cidadãos e organizações.

Com a mesma firmeza que impôs o império da lei a esse aventureiro do autoritarismo, o Brasil deve reconhecer que Jair Bolsonaro detém ampla liberdade de se defender na Justiça e de se expressar onde quer que seja, inclusive nas redes sociais. Democratas não se transformam em tiranos para combater a tirania.

A pretexto de enfrentar a ameaça autoritária, o ministro Alexandre de Moraes, apoiado pela maioria dos colegas, desenvolveu teoria e prática estranhas à Carta. As ordens de censura, muitas vezes exaradas em despachos secretos que não permitem defesa, tornaram-se lugar-comum.

Moraes errou ao pretender silenciar Bolsonaro numa ordenação kafkiana, impossível de cumprir. Moraes erra ao mandar prender o ex-presidente por ter se comunicado com apoiadores em atos organizados pela direita.

A liberdade de expressão é direito que não abandona nem sequer quem cumpre pena —lição que o ministro Luiz Fux, que no passado censurou a Folha numa tentativa de entrevistar o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no cárcere, parece agora ter aprendido com Bolsonaro.

A maioria dos colegas de Alexandre de Moraes precisa reinstituir esse princípio basilar da ordem democrática. O espírito de corpo ou de defesa contra assédio estrangeiro não justifica relativizar garantias constitucionais.

Folha de S. Paulo

Opinião dos leitores

  1. Ahhh, Bolsonaro “teria se convertido num ditador…”. E o hoje temos um e a Folha fala em “práticas estranhas” e “erros”. Kkkkk Os caras tentam contornar, passar pano, mas não tem jeito.

  2. Só quem acredita nesse discurso são alguns estudantes da CEFET e os maconheiros do setor de humanas da UFRN.

  3. Essa é a FOICE DE SÃO PAULO, pra falar a verdade, tem que condenar antes. Canalhas!!! Mesma globo, mesmo estadão.

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ÁUDIOS: Alunos e pais relatam invasão de jovens armados e desespero na Escola Estadual Floriano Cavalcanti

Em áudios obtidos pelo Via Certa Natal, alunos da Escola Estadual Floriano Cavalcanti relatam os momentos de tensão e desespero no momento em que jovens membros de torcidas organizadas armados invadiram a escola, no início da tarde desta terça-feira (5).

A escola foi palco de uma confusão envolvendo integrantes das torcidas organizadas Gang e da Máfia durante a realização dos Jogos Interclasse. Seis alunos foram socorridos e um jovem que invadiu a escola e estava armado foi detido pela PM no local.

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VÍDEO: Confusão entre membros de torcidas organizadas e tiros provocam pânico na Escola Estadual Floriano Cavalcanti

Uma confusão entre membros de torcidas organizadas causou pânico na Escola Estadual Floriano Cavalcanti, o ‘Floca’, no conjunto Mirassol, na Zona Sul de Natal, no início da tarde desta terça-feira (5).

Jovens armados invadiram a escola em busca de um aluno. Tiros e pequenas explosões foram ouvidos no local. Seis alunos ficaram feridos em razão da confusão, nenhum deles por disparo de arma de fogo, todos foram socorridos, de acordo com o Via Certa Natal.

A polícia foi acionada e pelo menos um jovem que estava armado foi detido.

Toda cobertura no programa VIA CERTA 96, hoje às 17h na 96 FM.

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Oposição protesta contra prisão de Bolsonaro, anuncia obstrução no Congresso, defende anistia e fim do foro privilegiado

Oposição se reuniu e concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira (5). — Foto: Lázaro Aluísio/ TV Globo

Senadores e deputados de oposição protestaram nesta terça-feira (5) contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O grupo também anunciou que vai passar a obstruir os trabalhos da Câmara e do Senado. A medida é um instrumento utilizado por congressistas para atrapalhar e bloquear votações no Congresso.

A avaliação entre aliados do ex-presidente é de que a prisão domiciliar de Bolsonaro inflamou o retorno às atividades no Parlamento.

Filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou o que o grupo chamou de um “pacote da paz”.

Entre as medidas, segundo ele, estão a defesa da aprovação de um perdão aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, proposta paralisada na Câmara.

Além disso, o grupo também disse que vai trabalhar para aprovar o fim do privilegiado a parlamentares.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, quando se tratar de crime praticado no exercício da função, o foro privilegiado deve ser mantido mesmo após a autoridade deixar o cargo. Isso valeria para casos de renúncia, não reeleição, cassação, entre outros.

O entendimento é distinto do que foi decidido pelo Supremo em 2018. À época, havia sido definido que só deveriam ser investigados na Corte crimes praticados durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo.

Desde o início do ano, deputados têm articulado a retomada de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado para congressistas em crimes comuns.

A PEC já foi aprovada pelo Senado e aguarda apreciação dos deputados desde 2018. O texto, na prática, tira do STF a competência para julgar casos que envolvem parlamentares em delitos como roubo, lavagem de dinheiro e corrupção. Com isso, eles seriam julgados pela primeira instância, no local em que cometerem o crime.

‘Apequenar parlamentares’

Senadores e deputados afirmaram nesta terça que entendem que o foro privilegiado tem sido utilizado para “apequenar” parlamentares e submeter congressistas ao Poder Judiciário.

Para o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), as mudanças do STF em relação ao foro levaram Bolsonaro a seguir sendo julgado pela Corte.

“O foro foi ampliado justamente, na nossa opinião, para que o ex-presidente Bolsonaro fosse alcançado por uma Turma [do Supremo]”, disse.

Jair Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, na noite de segunda (4). Em julho, o ex-presidente já havia se tornado alvo de uma série de medidas cautelares por suposta tentativa de obstrução do processo no qual é réu por tentativa de golpe de Estado.

Impeachment de Moraes

O “pacote de paz”, defendido pela oposição, também prevê a defesa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. A análise deste tipo de medida cabe ao Senado.

Líder do grupo na Casa, o senador Rogério Marinho criticou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que, segundo ele, não tem dialogado com o grupo. Marinho disse que o amapaense tem de ter “estatura” e dar seguimento à discussão do pedido de afastamento do magistrado.

g1

Opinião dos leitores

  1. Privilegio ZERO para qualquer um. A Lei tem que ser para todos. Do mais simples Cidadão ao mais alto figurão da republica.

  2. Ver bolsonaristas defendendo BANDIDOS e aliviando leis para se beneficiarem me faz rir! Antes era “bandido bom é bandido morto” e agora é bandido solto?

  3. Gostei do fim do foro privilegiado, se os parlamentares começarem a ir para a justiça comum, a cadeia vai ser grande.

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