Política

Após série de derrotas, Lula tem pela frente novas votações de interesse no Congresso; veja quais

Foto: Brenno Carvalho

Após novas derrotas, o governo ainda tem pela frente uma lista extensa de projetos que são de seu interesse no Congresso. Além de matérias vetadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como na Lei Geral dos Esportes, parlamentares devem ainda analisar projetos fundamentais da pauta econômica, como a regulamentação da reforma tributária.

A última sessão do Congresso expôs mais uma vez os problemas da articulação política e elevou a pressão por mudanças na estratégia de relação com os parlamentares. Aliados defendem uma postura mais incisiva e que alcance um número maior de pautas, já que há uma crítica de que os esforços hoje estão concentrados somente na agenda econômica, onde ainda tem desafios pela frente.

O principal deles será avançar antes das eleições municipais com a aprovação da regulamentação da reforma tributária do consumo, que cria o Imposto de Valor Agregado (IVA) dual, com uma parte federal, a CBS (que reúne PIS, Cofins e IPI), e outra de Estados e municípios, o IBS, que une ICMS e ISS.

O projeto de regulamentação define os regimes diferenciados, os produtos que vão fazer parte da cesta básica, com alíquota zerada, o funcionamento do “cashback” para as famílias mais pobres e os produtos que serão tributados com o “Imposto do Pecado” devido os malefícios à saúde e ao meio-ambiente, entre muitos outros tópicos.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, inovou ao indicar um grupo para analisar a matéria, em vez de apenas um relator. Ainda que Lira tenha interesse na aprovação, o Executivo terá de trabalhar para evitar mudanças, para manter a alíquota de referência. No projeto entregue pelo Ministério da Fazenda, a alíquota média é de 26,5%.

Além disso, o governo terá de trabalhar para evitar manobras no orçamento de 2025. Já está no Congresso, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem, que, em tese, tem de ser aprovado antes do recesso parlamentar do meio do ano. Na área econômica, também são de interesse do governo projetos que tratam do devedor contumaz, da regulamentação do mercado de carbono e de inteligência artificial.

Outras medidas:

Veto à gratuidade do despacho de bagagens: de junho de 2022, quando Bolsonaro decidiu barrar a volta do transporte gratuito da bagagem nos voos domésticos e internacionais. O benefício tinha sido incluído na votação da medida provisória (MP) que flexibiliza as regras da aviação civil, batizada de Voo Simples. O Ministério de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, quer manter o veto de Bolsonaro. O entendimento é que o despacho gratuito encarece o preço das passagens e faz com que muitos passageiros que não usam a franquia paguem por isso de forma desnecessária.

Prorrogação da cota de minorias em serviços públicos: O projeto, que é prioridade da pauta social, renova por mais 25 anos a reserva de vagas para negros em concursos públicos. Além de aumentar a cota de 20% para 30%, o texto também inclui outras minorias, como quilombolas e indígenas. A matéria já foi aprovada pelo Senado, mas ainda tem de passar pela Câmara. A principal preocupação é o prazo, já que a lei atual perde vigência no início de junho, em um ano em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva promove uma série de concursos públicos.

Vetos à Lei Geral do Esporte: A lei que consolida a regulamentação da prática desportiva no país foi sancionada com vetos em junho. Entre os itens que serão analisados pelos parlamentares estão trechos que tratam da compensação de atletas em contratos de trabalho e da criação de uma Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte.

Política nacional do Ensino Médio: a Câmara aprovou o texto de autoria do Executivo em março deste ano e, agora, a proposta tramita no Senado. O projeto de lei que estabelece mudanças para o Novo Ensino Médio foi aprovado pelos deputados após um acordo entre o ministro Camilo Santana e o relator da matéria, o deputado Mendonça Filho (União-PE).

PEC do “quinquênio”: A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê um novo benefício salarial para juízes e promotores preocupa o governo. Estudos sobre o texto de autoria do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apontam que o impacto para os cofres públicos pode ser de R$ 1,8 bilhão, nos levantamentos mais conservadores, a até R$ 42 bilhões por ano.

Vetos à lei que recriou o programa Minha Casa Minha Vida: de julho de 2023, a lei foi sancionada com 11 vetos, entre eles o que prevê a contratação do seguro de danos estruturais pelas construtoras e o que obriga as distribuidoras a comprar o excedente de energia produzida pelos paineis solares instalados nas casas populares

Vetos à lei dos agrotóxicos: Sancionada em dezembro do ano passado, a lei estabelece prazos para a autorização dos defensivos agrícolas. O governo sofre forte pressão da bancada ruralista, uma das principais forças do parlamento, pela derrubada dos vetos. Os parlamentares já derrubaram o trecho que centralizava no Ministério da Agricultura a coordenação de reanálises de riscos e alterações nos produtos já registrados, o que excluía a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Mas há ainda outros pontos a serem apreciados, como os que tratam sobre as embalagens dos produtos.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Nada que uma ‘segurada’ nas emenda$ que não resolva rapidinho…eh qd o filho chora e a mãe não escuta… hehehe

    1. Ou menino lindo..kkkkkkkk guguinha inteligente e sabido, segurada em dinheiro das emendas, piada, deu foi tudo e nem isso funcionou, e pegue reunião.

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Geral

Com estoque crítico, Hemonorte convoca doadores de sangue no RN

Divulgação

O Hemonorte está com um estoque de bolsas de sangue considerado crítico. A situação é “extremamente preocupante”, segundo o diretor-geral da unidade Rodrigo Vilar. O estoque que era para ser de 800 bolsas neste período do ano está na casa das 100 bolsas e a demanda é crescente. Há insuficiência de todos os tipos sanguíneos e o Hemonorte tenta sensibilizar a população para as doações tendo em vista o mês de janeiro, que é um período historicamente de alta demanda.

De acordo com o Hemonorte, devido a baixa no banco de sangue, a distribuição de bolsas precisou ser limitada a casos de urgência e emergência. A medida prejudica a realização de procedimentos eletivos, diz Rodrigo Vilar. “A gente manteve uma entrada mais ou menos regular de doadores, porém a demanda do Estado de um modo geral cresceu demais. A gente está vivendo um período de muito consumo de sangue sem crescimento do número de doadores. Dezembro era um período que a gente conseguia se preparar para janeiro, que é um período de baixa por causa das férias”, comenta o diretor.

Para se ter uma ideia, atualmente Natal tem uma demanda de aproximadamente 200 bolsas por dia, mas o número de doadores não ultrapassa a casa dos 130. “Todo dia a gente tem um déficit. A gente está sem saber o que mais fazer para chamar, convocar a população para que faça sua doação antes do período de festas e depois também porque o sistema de saúde não para, a necessidade da população não diminui porque as pessoas estão de férias. A gente conta com a solidariedade das pessoas para evitar esse sufoco que estamos passando”, complementa.

Maior doador de sangue do Rio Grande do Norte, Flávio Celestino completou 31 anos como doador em 2022 e convoca os potiguares a se solidarizarem com a causa. “É um gesto muito importante que todos deveriam fazer, faço isso há muitos anos e é sempre uma alegria poder contribuir com o próximo. Acho que ajudei um pouco a salvar algumas vidas, isso não tem preço. Já doei neste mês e no próximo irei doar novamente. É um hábito que tenho de doar todos os meses”, afirma Flávio Celestino.

No mês passado, o Hemonorte chegou a fazer uma campanha durante a Semana Nacional do Doador de Sangue e promoveu uma série de ações, mas os resultados ficaram abaixo do esperado. A esperança, diz Rodrigo Vilar, é que o fim de ano possa sensibilizar a população. “É importante demais mesmo que as pessoas busquem fazer esse gesto. A gente sabe o que está saindo, mas o que está entrando não está sendo suficiente, então pedimos encarecidamente pela solidariedade das pessoas”, comenta.

Os interessados em doar sangue podem se dirigir à sede do Hemonorte localizado na Avenida Alexandrino de Alencar, 1800, Tirol, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 18h ou no espaço Hemonorte no Partage Shopping, que funciona de segunda a sexta das 8h às 11h30 e das 13h às 17h.

Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos e que estejam pesando mais de 50kg. Além disso, é preciso apresentar documento oficial com foto e menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos responsáveis. Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente. O procedimento para doação de sangue é simples, rápido e totalmente seguro. Não há riscos para o doador, porque nenhum material usado na coleta do sangue é reutilizado, o que elimina qualquer possibilidade de contaminação.   

Requisitos para doar sangue

  • Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal);
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
  • Apresentar documento de identificação com foto (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe), serão aceitos documentos digitais com foto;
  • Pesar no mínimo 50 kg;
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
  • Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
  • A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres;
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

 

Entenda a tabela de doação de sangue

Sangue tipo A+              

Doa para: AB+ e A+      

Recebe de: A+, A-, O+ e O-;

Sangue tipo A-

Doa para: A+, A-, AB+ e AB-     

Recebe de: A- e O-

Sangue tipo B+

Doa para: B+ e AB+      

Recebe de: B+, B-, O+ e O-

Sangue tipo B-

Doa para: B+, B-, AB+ e AB-    

Recebe de: B- e O-

Sangue tipo AB+           

Doa para: AB+

Recebe de: A+, B+, O+, AB+, A-

Tribuna do Norte

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Polícia

Congressista dos EUA pergunta em carta a Moraes sobre censura

Foto: Andressa Anholete / STF

O presidente da subcomissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o deputado Chris Smith (Republicanos), pediu nesta 6ª feira (21.jun.2024) que o ministro do STF Alexandre de Moraes se manifeste a respeito da suposta censura e abusos do Judiciário no Brasil.

O congressista, que é pró-Trump, presidiu uma sessão temática em maio de 2024, intitulada “Brasil: a crise da democracia, liberdade e do Estado de Direito?”. Ouviu testemunhas a respeito da atuação do Supremo no banimento de perfis e conteúdos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Agora, Smith quer ouvir o parecer do ministro do Supremo Tribunal Federal a respeito de supostos excessos e abuso de poder. Dentre os pedidos, ele pede o esclarecimento a respeito de ordens judiciais e investigação de autoridades por publicações nas redes sociais.

A carta pede que Moraes responda em até 10 dias úteis. O magistrado não é obrigado a responder. O Poder360 procurou o Supremo para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da carta do político norte-americano.

O Poder360 procurou o Supremo para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da carta do político norte-americano. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Corte respondeu que nem ela e nem Moraes vão comentar.

Segundo o deputado norte-americano, os depoimentos “críveis e substanciais” dados na oitiva levantaram graves preocupações a respeito da democracia brasileira.

Eis a íntegra da tradução da carta de Chris Smith:

“Prezado Ministro Alexandre de Moraes: “Escrevo-lhe na condição de integrante do Congresso e Presidente da Subcomissão de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais.

“Em 7 de maio, presidi uma audiência pública da subcomissão intitulada ‘Brasil: Uma Crise de Democracia, Liberdade e Estado de Direito?’. O objetivo desta audiência foi discutir os alarmantes relatos de violações generalizadas dos direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras, incluindo má conduta judicial, perseguição à oposição política, supressão da liberdade de expressão e silenciamento da mídia de oposição. Os depoimentos dados na audiência forneceram fatos e evidências críveis e substanciais sobre esses problemas, e traçaram um quadro profundamente perturbador do estado da democ.

“Devido à gravidade do assunto, e para garantir que as relações entre os Estados Unidos e o Brasil sejam conduzidas com base em informações precisas, solicito respeitosamente que o senhor forneça esclarecimentos sobre os seguintes assuntos:

1 – “Existem atualmente jornalistas ou outros indivíduos cujo conteúdo está sujeito à censura prévia por sua ordem, incluindo, mas não se limitando a medidas como bloqueio de contas em redes sociais, remoção de sites ou conteúdo online, ou quaisquer outras ações que impeçam a publicação ou livre disseminação de informações?;

2 – “O senhor tem conhecimento da emissão de quaisquer ordens que tenham resultado no fechamento ou suspensão das operações de veículos de comunicação no Brasil? Da mesma forma, o senhor tem conhecimento de quaisquer ações tomadas por uma entidade governamental que tenham dificultado jornalistas de exercer suas funções profissionais, como o congelamento de seus ativos financeiros ou a imposição de restrições às suas liberdades civis, incluindo ordens de prisão ou o cancelamento de seus passaportes?

3 – “Algum integrante do Congresso brasileiro foi processado, investigado ou sujeito a medidas preventivas, como congelamento de bens ou restrições de viagem, devido a opiniões expressas ou ações tomadas no curso do exercício de suas funções legislativas?

4 – “Em suas investigações e processos contra civis, o senhor observou o devido processo legal, incluindo fazer as devidas notificações e citações em casos de indivíduos residentes nos Estados Unidos?

5 – “O senhor tem conhecimento de alguma instância de repressão transnacional, incluindo o uso de agências dos EUA ou organizações internacionais operando nos EUA, como a Interpol, para assediar indivíduos atualmente em território dos EUA e sob jurisdição dos EUA? Em 21 de maio, a Comissão de Justiça (equivalente à CCJ da Câmara) enviou uma carta ao Diretor do FBI afirmando que o Comitê Judiciário havia encontrado evidências de que, agindo em nome do governo brasileiro, o FBI havia contatado 2 residentes dos EUA, um dos quais era um jornalista alvo de ordens de censura emitidas por tribunais brasileiros. Por favor, compartilhe qualquer informação que o senhor tenha sobre este e outros casos.

6 – “O senhor solicitou dados ou emitiu ordens contra empresas ou indivíduos que não estão sob sua jurisdição geográfica, incluindo empresas ou indivíduos sob a jurisdição dos Estados Unidos?

7 – “O senhor exigiu que empresas ou indivíduos dos EUA cumprissem ordens cuja legalidade é questionável sob a lei brasileira, incluindo ordens que ameaçam empresas ou indivíduos dos EUA com ações legais contra seus funcionários, com multas ou com bloqueio, proibição e/ou desconexão deles no Brasil?

“Solicito respeitosamente que o senhor forneça uma resposta dentro de 10 dias úteis, pois estou atualmente trabalhando em uma legislação relacionada a este assunto com outros integrantes da Câmara.

“Como o senhor deve saber, tive o prazer e o privilégio de viajar para o seu país, de conhecer e trabalhar em questões de direitos humanos e estado de direito com muitos brasileiros e brasileiros-americanos, e permaneço profundamente comprometido em fortalecer a relação entre os EUA e o Brasil.

“Atenciosamente, “CHRISTOPHER H. SMITH”

Leia abaixo a carta de Chris Smith, em inglês:

 

 

Fonte: Poder 360

 

Opinião dos leitores

  1. Acho bonito os gadriotas, digo patriotas acharem bonito um “deputadozin chinfrin” dos “states” tentando lacrar contra uma autoridade brasileira… Haja patriotismo!

  2. Ou seja!!
    Intimado a prestar esclarecimentos.
    Quem diria heim?
    Desde que o mundo é mundo que as pessoas falam que um dia da caça, outro do caçador.
    Penso que essa novela vai ser escrita em vários capítulos.
    Vamos aguardar os desdobramentos.

  3. Boa, quero ver o Xandão queimar a careca, existem autoridades em outros países de olho no que acontece no BR…

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Brasil

Déficit previdenciário do setor público bate recorde de R$ 6 tri e pode disparar com STF

Agência Brasil

Com um rombo atuarial recorde de R$ 6 trilhões, os regimes previdenciários de União, estados e municípios vêm acumulando déficits insustentáveis e derrubando a capacidade de investimentos públicos no país.

O montante equivale a 84% da dívida pública federal (R$ 7,1 trilhões) e, ao contrário desta, não pode ser rolado com a emissão de títulos, pois trata-se de pagamentos mensais a milhões de aposentados do setor estatal.

Em 2017 no Rio de Janeiro, por exemplo, servidores e aposentados realizaram protestos, entrando em confronto com a polícia, por atrasos no pagamento. O risco, no futuro, é que vários estados e municípios passem pelo mesmo.

Só no governo federal, em pouco mais de 30 anos a despesa previdenciária saltou de 19,2% do total do gasto para 52%, segundo cálculos do especialista em contas públicas Raul Velloso. Na contramão, o que a União tinha para usar livremente (gasto discricionário) desabou de 33,7% do total para 3,1%.

Quem mais sofreu foram os investimentos, que recuaram de 16% do total do gasto para 2,2%. No período, houve aumento também em despesas com saúde, educação e assistência social —comprimindo mais os investimentos. Na esteira da redução dos aportes públicos, o PIB do país também apresentou taxas menores.

Esse quadro crítico pode se tornar mais grave caso o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue procedentes ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) de grupos do funcionalismo que pretendem eliminar efeitos da reforma da Previdência de 2019 —o que diminuiria o fluxo de contribuições dos servidores para o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social).

A AGU (Advocacia Geral da União) estima que quatro pontos contestados podem gerar rombo de R$ 206,4 bilhões. O valor pode ser maior considerando os regimes previdenciários de muitos estados e municípios que fizeram reformas com base no texto aprovado em 2019 para os servidores federais —o mesmo que valeu para o setor privado (RGPS), e que pretendia economizar cerca de R$ 900 bilhões em dez anos.

A ação de maior efeito procura reestabelecer a contribuição linear de 11% para todos os servidores, qualquer que seja a remuneração. A reforma introduziu a progressividade para os funcionários públicos (assim como existe para os da iniciativa privada), com alíquotas entre 7,5% e 22%. Com votação empatada no STF, caso a decisão seja favorável, o rombo seria de R$ 74 bilhões.

Servidores geralmente têm rendimentos maiores que os pagos no setor privado formal, além de estabilidade no emprego e outras vantagens. Segundo a Republica.org (organização da sociedade civil que se dedica à transformação da gestão de pessoas no setor setor público), só nos municípios o provento médio deles é próximo ao da iniciativa privada formal, R$ 3.900 e R$ 3.400, respectivamente.

Outra ação quer eliminar a prerrogativa da União de cobrar contribuição extraordinária de servidores ativos e inativos que ganhem acima de um salário mínimo.

Antes da reforma, a cobrança só incidia sobre aqueles com rendimentos maiores que o teto do INSS (R$ 7.786). A União ainda não implementou a contribuição extra. Mas, caso o STF rejeite a medida, o impacto será de R$ 71,5 bilhões.

As ações também contestam o aumento da base de cálculo para a contribuição de aposentados e pensionistas. A reforma prevê que ela incida sobre todos os rendimentos acima de um salário mínimo, quando houver déficit. Já há maioria na Corte, e o impacto seria de R$ 55 bilhões.

“Estamos andando para trás. A reforma da Previdência de 2019 teve o grande mérito de aproximar o regime do setor público ao da iniciativa privada. E previu mecanismos para controlar o déficit atuarial dos regimes próprios [públicos], com a alíquota progressiva. Isso vai ser derrubado, o que é inacreditável”, diz Paulo Tafner, economista e um dos maiores especialistas em Previdência do país.

Tafner afirma que, com essas decisões, o STF pode “reestabelecer privilégios e jogar a situação fiscal do país no caos”. Ele lembra que a Emenda Constitucional 103, da reforma da Previdência, custou “muita briga e convencimento” e foi aprovada em várias votações no Congresso. “Aí, em uma canetada, 11 ministros do Supremo podem passar por cima de deputados e senadores.”

O especialista estima um impacto total, caso as ADIs sejam aprovadas, de R$ 389 bilhões, valor ainda maior do que o calculado pela AGU. Ele lembra que o déficit previdenciário do setor público é cinco vezes maior do que o do setor privado.

O ex-secretário da Previdência Leonardo Rolim calcula que cerca da metade do déficit atuarial de R$ 6 trilhões do regime previdenciário público seja dos estados e o restante, da União e dos municípios.

Rolim afirma que os déficits da União e de estados grandes como São Paulo e Minas Gerais não estão sendo equacionados, enquanto outros entes municipais e estaduais têm adotado medidas —como alíquotas progressivas e extraordinárias— para corrigir os rombos ao longo das próximas décadas.

“Infelizmente, muitos políticos só pensam no próximo ano. Se tomarem medidas, têm um custo no curto prazo. Assim, acabam deixando para os próximos, pois estão mais preocupados em ter dinheiro disponível no presente”, afirma.

O artigo 40 da Constituição determina que aos “servidores titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”.

Segundo Rolim, sem medidas para conter o déficit, há um descumprimento sistemático do que a Carta prevê. “Não fazer nada é, por exemplo, não usar o regime da reforma da Previdência de 2019, e não implementar planos de equacionamento do déficit”, afirma.

Folha de São Paulo

Opinião dos leitores

  1. Estão esquartejando/quebrando o país, para depois entregar à China. E o povo vai deixar isso acontecer???? A revolta está aumentando. Quem planta ventos, colhe tempestade.

  2. Enquanto isso, os eleitos estão esnobando com viagens de jatinho militar, gastando em churrascarias, hotéis cinco estrelas, casas de praia, e sabe-se lá as outras luxurias..

  3. Quantos administradores públicos foram presos por desviarem os recursos do fundo previdenciário? O que é feito pra proibir os saques indevidos do fundo previdenciário?

    1. Verdade Edilson.Se a memória não me falha o fundo previdenciário do IPERN tinha mais de um bilhão.Ai dois governos antes da Professora Fátima meteram a mão deixando o rombo e só quem se lascou são os aposentados e pensionistas que estão pagando NOVAMENTE o que foi sequestrado do IPERN..UMA VERDADEIRA VERGONHA!!!

    2. Amigo Edilson Cunha – desculpe invadir o seu espaço,mas como hoje é o dia em que comemoramos 135 anos da Proclamação da Republica, que foi proclamada em 15de Novembro de 1889, quando foi mudado radicalmente a história dos brasileiros, trocando os símbolos da monarquia. Até esta data, o Brasil vivia sob o regime de monarquia constitucional , iniciada após declaração de independência do Brasil, em 7 de Setembro de 1822. Proclamação da República aconteceu por meio de um golpe de Estado, chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Foi o ponto final de um período de crise que o império no Brasil vinha enfrentando . A crise tornou-se mais grave após o fim da escravidão no País, quando D.Pedro II perdeu o apoio dos ex. .

      escravos
      A crise no Exército do Pais.
      Dificuldades , especialmente a Guerra do Paraguai(1864-1870)
      Insatisfação popular ,principalmente da classe média com concentração de poder no governo imperial.
      Um fato importante aconteceu foi a libertação dos escravos em 13 de Maio de 1888, pela Lei Áurea criada pelo a princesa Isabel que era filha do Imperador D.Pedro II, libertando todos os escravos maiores de 60 anos e os filhos deles, nascidos após essa data, Podemos salientar que a cidade de Mossoró-RN libertou todos os seus escravos desta cidade 5 anos antes da libertação Nacional.

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Brasil

Empresas de apostas que não pediram autorização terão funcionamento suspenso em outubro

Foto: Agência Brasil

As empresas de apostas de quota fixa que ainda não pediram autorização para funcionar terão a atuação suspensa a partir do próximo dia 1º de outubro, informou o Ministério da Fazenda nesta terça-feira (17).

Segundo Portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), a partir do próximo mês e até o final de dezembro, só poderão continuar funcionando empresas de apostas que já estão atuando e que solicitaram autorização para explorar a modalidade lotérica de apostas de quota fixa até a última segunda-feira (16).

A partir de outubro, as empresas que não pediram autorização serão classificadas como ilegais até que tenha o funcionamento liberado pela Fazenda. Os sites de apostas que operarem no Brasil sem autorização ficarão sujeitos às penalidades previstas em lei, que prevê multas de até R$ 2 bilhões por infração.

Quem solicitou a autorização, mas ainda não estava atuando, terá que aguardar para iniciar a operação em janeiro — isso caso consiga a liberação por parte do ministério e mediante o cumprimento de todos os requisitos.

A expectativa é que a Fazenda conclua o processo de análise dos primeiros pedidos recebidos e que a partir de 1º de janeiro de 2025, quando terá início o mercado regulado de apostas no Brasil, apenas as empresas que se enquadrarem na lei e nas portarias de regulamentação da pasta continuem atuando.

Ainda de acordo com o ministério, as empresas aprovadas terão de pagar a outorga de R$ 30 milhões ainda este ano para começar a funcionar e, a partir de janeiro, também precisarão cumprir com todas as regras de combate à fraude, à lavagem de dinheiro, à publicidade abusiva, entre outras.

As casas de apostas autorizadas que pagarem esses R$ 30 milhões poderão explorar até três marcas durante cinco anos. Até o final de agosto, cinco empresas haviam feito um pedido extra e, se aprovadas, poderão explorar até seis marcas cada uma.

Em nota oficial, o secretario de prêmios e apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, afirmou que a pasta manterá o período de adequação até o fim de dezembro somente para quem já demonstrou que “quer atuar conforme a lei”.

“Têm vindo à tona muitas operações policiais envolvendo empresas que atuam no mercado de apostas de forma criminosa. Essa foi a forma que encontramos de não aguardar até janeiro para começar a separar o joio do trigo”, disse Dudena.

“Queremos proteger a saúde mental, financeira e física do apostador, coibindo a atuação de empresas que utilizam as apostas esportivas e os jogos on-line como meio de cometer fraudes e lavagem de dinheiro”, acrescentou.

O secretário ainda reforçou que o período de adequação “não pode ser usado para descumprir as leis já vigentes”, como as leis de Lavagem de Dinheiro, de Crimes Financeiros ou o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo.

“Na análise dos pedidos de autorização, estamos levando em consideração o cometimento de atos ilícitos”, disse.

Período de adequação

Segunda a Fazenda, as empresas em atividade que já pediram autorização para a pasta têm até 30 de setembro para informar quais suas marcas comerciais que estão em atividade e quais sites elas usam durante esse período de adequação.

“A partir de janeiro, todas as empresas autorizadas utilizarão o domínio brasileiro de internet, com extensão ‘bet.br’”, disse o ministério em nota oficial.

Ainda de acordo com a pasta, as empresas que não pediram autorização já não podem mais ofertar apostas de quota fixa, mas precisam deixar seus sites disponíveis até 10 de outubro, com o intuito de permitir que os apostadores possam sacar seus recursos.

“A partir de 11 de outubro, esses sites e os respectivos aplicativos estarão proibidor e serão retirados do ar”, disse a Fazenda, reiterando que, para isso, a pasta vai intensificar o diálogo com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), com o Banco Central e com a Agência Nacional de Telecomunicações.

Mais de 100 pedidos de autorização já foram recebidos

Segundo a Fazenda, 113 pedidos de autorização já haviam sido feitos até o final do mês passado, por 108 empresas de apostas que desejam operar no Brasil a partir de janeiro de 2025.

Os pedidos estão sendo analisados pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do ministério. O órgão leva em conta se as empresas atendem às exigências previstas em lei e em outras normas publilcadas pela Fazenda.

Algumas das exigências que passarão a valer em 2025 para sites de apostas que desejam operar no Brasil são:

  • Autorização prévia da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda;
  • Operar apenas em sites com o domínio “.bet.br”, que indicará ambientes legais e regulados;
  • Sede no Brasil e ser constituída como sociedade empresária limitada (LTDA) ou sociedade anônima (S/A);
  • Não ser pessoa jurídica que opere como filial, sucursal, agência ou representação no Brasil de pessoa jurídica com sede no exterior;
  • Um brasileiro como sócio detentor de ao menos 20% do capital social da empresa.

De acordo com a Fazenda, se todas as empresas atenderem às regras, a previsão é que a pasta consiga arrecadar até R$ 3,4 bilhões ainda neste ano, somente com o pagamento das outorgas.

Fonte: g1

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Marketing

Financiamento imobiliário na Flórida realiza ‘sonho americano’

Simone Negri, especialista em financiamento imobiliário nos EUA (FOTO: Divulgação)

Viver o sonho americano é mais real do que se imagina. Para se ter uma ideia, só no estado da Flórida, os brasileiros já são um pouco mais de 180 mil, população muito maior do que a maioria das cidades brasileiras. O que muita gente ainda não sabe é que comprar imóveis naquela região dos Estados Unidos para morar ou até mesmo investir é bem simples. Tudo é feito com muita transparência e segurança, como deve ser.

Mas, para colocar em prática um projeto de moradia ou investimento no mercado imobiliário norte-americano, há a necessidade de contratar os serviços de um agente financeiro. Sem isso, a sua intenção pode ser inviabilizada. Por exemplo, o comprador ou investidor precisa ter o ‘foreign national loan’, espécie de financiamento para estrangeiros, muito utilizado na Flórida. E só quem tem acesso a esse documento é um especialista do setor.

Mercado aquecido na Flórida

O mercado imobiliário nos EUA voltou a crescer, principalmente na Flórida, onde há a maior concentração de brasileiros. “Quem investe neste mercado (imobiliário) nos Estados Unidos tem a tendência de procurar sentir mais segurança”, avalia a brasileira Simone Negri, especialista em financiamento imobiliário, com mais de 20 anos de experiência nos EUA.

Segundo Simone Negri, o brasileiro que deseja comprar um imóvel ou investir no mercado imobiliário na terra do Tio Sam só precisa ter 30% do valor total do investimento, comprovado em conta bancária. “Hoje, os bancos, por aqui, financiam até 70% do valor do imóvel, e para um período entre 15 e 30 anos”, informou a profissional.

Mas, para ter acesso a esse recurso, o investidor ou comprador brasileiro precisa estar atento às regras pré-estabelecidas por lá, como, por exemplo a documentação solicitada: comprovante bancário e de renda, passaporte e visto válido e a comprovação regular através da carta do contador, que informa qual foi a renda nos últimos 2 anos até a data presente. Vale ressaltar que os vistos de turismo e de trabalho são aceitos para fins de financiamentos.

Os brasileiros que possuem o ‘Green Card’ ou visto de trabalho têm algumas facilidades na hora de financiar uma casa nos EUA: juros e taxa de entrada mais baixos são algumas delas. “Os bancos, geralmente, não pedem comprovante da origem do dinheiro que será investido no imóvel, desde que este dinheiro esteja na conta do investidor (ou comprador) por mais de 61 dias”, lembra Simone Negri.

É preciso ainda ficar atento a um detalhe importante: além de estar com os vistos em dia, o brasileiro candidato ao financiamento imobiliário deve comprovar que tem renda suficiente no país de origem para arcar com as parcelas. De posse de toda documentação exigida, o comprador leva de 30 a 45 dias para receber as chaves do imóvel.

No caso de o investidor pretender construir em solo americano, seja imóvel residencial ou comercial, há a necessidade de ter uma construtora, experiente, dos Estados Unidos. Após analise do projeto, juntamente com a saúde financeira do investidor, é emitida uma carta de crédito, aprovada, para construir.

O investidor entra com capital de 30 a 40% do valor total da obra (ou projeto). Com a alta demanda de mercado, o construtor tem a segurança de obter retorno com o investimento.

Transferência bancária de dinheiro

Para realizar uma transferência em dinheiro para o exterior, sem burocracia, segundo apontou Simone Negri, basta que as contas sejam da mesma titularidade e que comprove a origem do dinheiro para os bancos brasileiros.

Para compra de imóvel nos EUA, o Banco Central permite que o investidor compre dólares pelo câmbio oficial, acrescentado IOF de 0,38%. Nenhum imposto deve ser pago para a transferência de fundos, nem por parte do Brasil, nem pelos EUA. Neste caso, é cobrado o IOF de 1,10%. Assim como no Brasil, cada banco americano tem suas tarifas de recebimento de dinheiro.

Sobre Simone Negri

Especialista em financiamento bancário para o mercado imobiliário, Simone Negri integra o time de painelistas que vai participar do Encontro Cultural Orlando Natal – ECON, evento gratuito que será realizado na Arena das Dunas, entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro. As inscrições podem ser feitas pelo site do Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/econ-encontro-cultural-orlando-natal-2022/1596691.

O ECON tem como objetivo dar visibilidade a vários serviços prestados aos brasileiros nos Estados Unidos, a partir de Orlando. O Encontro Cultural Orlando Natal – ECON é uma realização da Inout Brazil, Fórum Negócios, Acarta Comunicação e LIDE Rio Grande do Norte. Mais Informações: https://www.econ2022.com.br/

Documentação básica necessária para financiamento imobiliário:

_Documento de identificação: passaporte ou visto;_

_Comprovante de endereço do Brasil;_

_Referência bancária com informações das contas bancárias do requerente (contas com pelo menos dois anos de existência);_

_Extratos bancários completos de pelo menos dois meses do período que antecede à compra;_

_Comprovante de renda: Carta do Contador dizendo qual foi o ganho nos últimos 2 anos até a data da carta;_

_Cópia do contrato de compra e venda, assinado pelo vendedor e comprador._

 

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Brasil

Brasileiros acreditam que maioria do país é racista, diz Datafolha

Eduardo Anizelli – 7.jun.2020/Folhapress

A maioria dos brasileiros diz acreditar que a maior parte do país é racista, segundo dados do Datafolha. O instituto questionou qual o tamanho da parcela da população que discrimina negros pela cor da sua pele. Para 59%, a maioria é racista, enquanto outros 5% dizem que todos são racistas. Para 30%, uma menor parte da população é racista e, para 4%, ninguém o é.

Entre mulheres, 74% afirmam considerar que todos ou a maior parte dos brasileiros são racistas, número que fica em 53% entre homens.

A percepção de que a discriminação racial aumentou nos últimos anos atinge 45% dos entrevistados, ao passo que 35% dizem que permaneceu igual e 20% que o racismo tem diminuído. Pretos se destacam entre aqueles que tem a percepção de que a discriminação racial cresceu (54%), enquanto menos brancos responderam dessa forma (37%).

Pretos também são aqueles que relatam sofrer mais com a discriminação, com 56%. Entre pardos, o índice cai para 17%, e, no caso de brancos, para 7%.

No Brasil, o racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito à reclusão.

O levantamento realizado pelo Datafolha ouviu 2.004 pessoas em 113 municípios, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior de todas as regiões do Brasil, entre os dias 5 e 7 de novembro. A pesquisa leva em consideração pessoas com mais de 16 anos e tem margem de erro de 2 pontos percentuais para o total da amostra, 5 pontos para pretos, 4 pontos para brancos 3 para pardos.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, a sensação de que a maioria do país é racista e que a discriminação racial cresceu pode ser atribuída ao aumento do debate sobre a questão no Brasil, tanto na esfera pública como na particular.

Para Flávio Gomes, professor do Instituto de História da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o dado mostra a importância dos movimentos sociais negros, uma vez que houve um pensamento “branco, acadêmico e hegemônico” que negava o racismo no país.

“Atualmente, mesmo os setores conservadores que não consideram que a desigualdade passe pelo racismo não conseguem admitir a inexistência dele”, diz.

O docente afirma que a percepção de que o racismo aumentou nos últimos anos se dá devido à melhoria de mecanismos de denúncias, como, por exemplo, vídeos de brutalidade policial e outras ações discriminatórias. “Porém, há ainda uma dificuldade de abordar como os debates sobre meio ambiente, ecologia, terra, emprego e saúde passam pela pauta do combate e eliminação do racismo”, declara.

Flavia Rios, professora da UFF (Universidade Federal Fluminense) e pesquisadora do Afro Cebrap (Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), diz também que o reconhecimento do racismo auxilia na criação de políticas de enfrentamento à discriminação em diversas esferas.

“Não se trata de fazer a população reconhecer que o racismo existe, se trata de, junto com a população, pensar quais são as formas, quais são as possibilidades de superação dessa realidade racista.”

Especialistas afirmam também que o aumento do debate racial na sociedade, potencializado por discussões que nascem nos movimentos sociais, teve efeito sobre as teorias que se consolidaram no século 20, como a democracia racial.

Segundo Abdias do Nascimento em “O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado” (Editora Paz e Terra, 1978), o conceito se baseia na ideia de que “pretos e brancos convivem harmoniosamente, desfrutando iguais oportunidades de existência”. Ou seja, a igualdade racial estaria estabelecida e casos de discriminação seriam pontuais.

A teoria, porém, não desapareceu da sociedade, segundo Rios. Por outro lado, se enfraquece em um cenário em que a população reconhece a existência do racismo. “É difícil sustentar uma ideia de democracia racial episódica quando mais de 50% da população preta, no caso da parda um pouco menos, sente a discriminação racial”, afirma.

Para Ynaê Lopes dos Santos, professora de história da UFF (Universidade Federal Fluminense), não há recuo na ideia de democracia racial, mas a ampliação de um debate sobre racismo que se reflete nos números do levantamento. Para ela, trata-se de um “mito” estruturante da história do país, um projeto vitorioso. “Uma escolha que as elites brasileiras fizeram e foram refazendo ao longo de muitos anos para criar uma ideia falaciosa de que não haveria racismo no Brasil”, diz.

Há também uma dificuldade de compreender a extensão da discriminação racial no Brasil, segundo as docentes. Dados do Datafolha indicam que 56% da população afirma que o racismo está mais presente “nas atitudes das pessoas, individualmente”, enquanto 27% acredita que é predominante “nas estruturas institucionais, como governos e empresas”. Aqueles que declaram que esse tipo de discriminação está presente tanto na esfera individual, como na institucional, de maneira igual, são 13%.

Santos afirma que o dado é fruto de uma incompreensão da “dimensão estrutural do racismo”, isto é, uma forma de discriminação que passa por ações individuais e por organizações públicas e privadas.

“O racismo não é um comportamento de um grupo de indivíduos, é um sistema de poder”, declara.

Flavia Rios diz também que a percepção pode estar atribuída ao fato de que o racismo cometido por indivíduos é mais facilmente identificado, enquanto a discriminação racial institucional, não.

“As pessoas, quando são interpeladas, seja por um agente civil, seja por um trabalhador que está numa instituição, elas interpretam, mais concretamente, mais factualmente, que aquela é a crença da pessoa que está ali”, diz a pesquisadora. “Foi discriminado no shopping center pelo segurança? Como se aquela posição fosse exclusivamente uma crença específica do segurança, e não uma orientação, uma formação que ele teve de quem abordar.”

Folha de São Paulo

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Política

‘Areninhas Fufuca’: emendas para campos soçaite chegam a R$ 100 milhões e miram Nordeste e SP

Reprodução

Dias depois de uma visita do ministro André Fufuca ao Estádio Fufucão, batizado em homenagem a seu avô, o Ministério do Esporte reservou, em junho, R$ 1,4 milhão para erguer um campo de futebol soçaite em Alto Alegre do Pindaré (MA). Além de sede do Fufucão, a cidade é governada há oito anos por Fufuca Dantas (PP), pai do auxiliar de Lula. Passado um ano da nomeação do ministro na pasta do Esporte, a recente agenda no Fufucão remete a um outro tipo de gasto em ascensão no seu ministério: a construção de pequenos campos de futebol, especialmente de gramado sintético, as chamadas “areninhas”, que caíram no gosto de parlamentares de diferentes matizes.

Levantamento do GLOBO identificou que, neste ano, o Ministério do Esporte já empenhou — isso é, reservou para uso — R$ 99,1 milhões para construir os campinhos. O valor foi identificado em notas de empenho de emendas da Comissão de Esporte da Câmara e equivale a quase 20% dos R$ 542 milhões que o colegiado já apadrinhou em 2024. Ao todo, 118 municípios foram agraciados; Bahia, Paraíba e Maranhão, estado do ministro, aparecem entre os principais destinos dessas obras.

A “areninha” que será erguida na cidade do pai de Fufuca faz parte de um Espaço Esportivo Comunitário, projeto lançado na gestão do ministro, e que, além do campo de futebol com grama sintética, prevê a instalação de quadra de basquete, parquinho e pista de skate. O Maranhão receberá 31 desses espaços dentro do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que foi anunciado por Fufuca e pelo presidente Lula durante uma visita ao estado em junho.

O espaço de Alto Alegre do Pindaré, autorizado pelo Ministério do Esporte na mesma época, contudo, ficou fora da verba do PAC e foi custeado por emendas de comissão. A modalidade dificulta o rastreio de quem foi o parlamentar responsável pela indicação. No ano passado, O GLOBO revelou que o Esporte direcionou recursos do antigo orçamento secreto para construir estádios em dois municípios, Dom Pedro e Peritoró, governados por aliados de Fufuca no Maranhão.

A prefeitura do pai do ministro concluiu, neste mês, a licitação para construir o campo soçaite. Uma empresa de São Paulo, a Pinova S.A., ofertou o menor preço, R$ 1 milhão, e agora está com a documentação em análise para assinar o contrato. Procurado, o prefeito Fufuca Dantas não se manifestou.

Na Bahia, principal destino das “areninhas”, as obras são centralizadas pela Superintendência de Desportos (Sudesb), órgão do governo estado, comandado pelo PT.

Pelo menos uma das areninhas, em Jaguarari (BA), a 400 quilômetros da capital Salvador, teve indicação de um petista no Orçamento deste ano. Em maio, o deputado Afonso Florence (PT-BA), atual secretário de Casa Civil na Bahia, enviou ofício à Sudesb informando que havia apadrinhado uma emenda de quase R$ 1 milhão da Comissão de Esportes para construir o campo soçaite na cidade. A prefeitura anexou o ofício ao pedir à Sudesb a elaboração do projeto do campo. Florence não retornou o contato do GLOBO.

Além de alavancar a construção de areninhas, as emendas de comissão engordaram o orçamento do ministério de Fufuca. Neste ano, o Esporte tem à disposição R$ 2,4 bilhões, quase o dobro dos R$ 1,3 bilhão que teve em 2023. As emendas totalizam R$ 1,7 bilhão, ou 70% do orçamento. Deste valor, R$ 1,1 bilhão já foram empenhados.

Procurado, o Ministério do Esporte disse que o incremento de emendas “reflete o reconhecimento da competência” da pasta para executar projetos, e defendeu as areninhas.

“Esses campos exigem menos manutenção que os gramados naturais e suportam maior frequência de uso, facilitando sua utilização por número maior de pessoas, incluindo crianças, jovens e adultos em áreas urbanas densamente povoadas”, diz a pasta.

No PT, um dos defensores deste emprego de recursos é o deputado federal Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação da sigla. Ele argumenta que “tem lugar que já foi asfaltado e já tem posto de saúde”, e que os campinhos são outra forma de levar “benefícios concretos às comunidades”.

— Às vezes, o governo pensa nas obras estruturantes e esquece dessas pequenas intervenções. Jogar bola na terra já foi muito romantizado, mas hoje quem joga quer o campo lisinho — diz o deputado.

Além de ter enviado R$ 6 milhões para a capital paulista neste ano em emendas “Pix” com este propósito, Tatto tem apadrinhado obras feitas com emendas de aliados. Em 2023, ele visitou a instalação do gramado sintético no Campo do Raspadão, em Ferraz de Vasconcelos, fruto de emenda do irmão, o deputado Nilto Tatto (PT-SP), de 2018.

O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) diz que os campos são “opções de lazer na periferia”, mas critica a demora em algumas obras. Neste ano, a prefeitura de Guarulhos inaugurou o gramado sintético do Campo do Flecha, com emenda de Zarattini de 2019, de R$ 764 mil.

— Se o prefeito é seu aliado, ele te chama para inaugurar. Se não é, aí a obra vira uma dificuldade — diz Zarattini.

Presidente do diretório do PT em São Paulo, o deputado Kiko Celeguim avalia que a perspectiva de “resultado imediato” e “custeio barato” atrai emendas para as areninhas.

— Nosso eleitor de classe mais baixa é pragmático, e o campo de futebol entra aí. Mas defendo que a gente não pode cair só nesse imediatismo, que nos leva para o Centrão.

O Globo

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Geral

Cotas para carnes e queijos, tarifa zero para frutas. Veja o que muda com o acordo União Europeia-Mercosul

Da esquerda para a direita: Javier Milei (Argentina); Luis Lacalle Pou (Uruguai); a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (ao centro); Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), e Santiago Peña (Paraguai), posam para a foto oficial da LXV Cúpula do Mercosul em Montevidéu — Foto: Eitan Abramovich/AFP

O acordo histórico entre Mercosul e União Europeia (UE), anunciado na última sexta-feira (6) , prevê a redução de tarifas para produtos agrícolas e industrializados, além da compra de serviços, entre os dois blocos. As negociações começaram há 25 anos, em junho de 1999.

Frutas como abacates, limões, limas, melões e melancias, uvas de mesa e maças não estarão sujeitas a cotas e terão suas tarifas completamente eliminadas. Haverá cotas para carne bovina, aves e suína.

Veja a seguir alguns dos pontos do acordo.

Carnes

Haverá cotas para a entrada de carnes bovina, de aves e suína na UE. No caso da carne bovina, serão 99 mil toneladas, com tarifa de 7,5%. Para aves, serão 180 mil toneladas, com tarifa zero; para carne suína, 25 mil toneladas, com tarifa de € 83 por tonelada.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) lembra que, embora a entrada do acordo em vigor não seja imediata, ela representa um avanço.

Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil exportou 205 mil toneladas de carne de frango para a UE, no valor de US$ 749,2 milhões.

Açúcar e etanol

No caso do açúcar, serão 180 mil toneladas com tarifa zero. O Paraguai recebeu uma cota exclusiva de 10 mil toneladas, também com alíquota zero.

Já para o etanol, o acordo prevê uma cota de 450 mil toneladas de etanol industrial com tarifa zero. No caso de etanol para outros usos, inclusive combustível, o Mercosul poderá vender à UE uma cota de 200 mil toneladas, com uma tarifa equivalente a um terço da aplicada na Europa.

Laticínios

Os queijos do Mercosul terão uma cota de 30 mil toneladas para entrar na UE, com volume crescente e tarifa decrescente em dez anos (à exceção da muçarela). Já o iogurte terá uma margem de preferência de 50%, e a manteiga, de 30%.

No caso dos produtos europeus exportados para o Mercosul, as tarifas serão zeradas gradualmente, dentro de cotas: de 30 mil toneladas para queijos e 10 mil toneladas para o leite em pó.

Frutas

Frutas como abacates, limões, limas, melões e melancias, uvas de mesa e maçãs não estarão sujeitas a cotas na UE e terão suas tarifas zeradas. O café também ficará isento de cotas.

Cachaça

Garrafas com menos de 2 litros terão seu comércio liberalizado em quatro anos. A cachaça a granel terá cota de 2.400 toneladas com tarifa zero, contra cerca de 8% hoje.

Compras governamentais

A diplomacia brasileira conseguiu manter no acordo entre Mercosul e União Europeia o uso das compras do Estado como ferramenta para impulsionar a indústria brasileira. Em termos gerais, o objetivo é dificultar compras externas para que o governo compre de empresas brasileiras. As compras do Sistema Único de Saúde (SUS), que faziam parte do texto estabelecido em 2019, ficaram fora do acordo agora.

Solução de controvérsias

Foi reforçado o capítulo sobre solução de controvérsias. Este “define mecanismos de resolução de disputas, com consultas iniciais e possibilidade de arbitragem, assegurando o cumprimento das obrigações. O capítulo passa a contar com seção dedicada à preservação do equilíbrio do acordo, independentemente de violação aos temos acordados.”

No mesmo capítulo, foi incluída uma camada adicional para evitar que medidas unilaterais adotadas por algum dos blocos por fora do acordo possam causar prejuízo. Nos últimos tempos, a UE tem aprovado iniciativas do tipo, por exemplo, para taxar importações de países que pratiquem desmatamento.

Exigências ambientais

O texto final prevê um reforço do compromisso ambiental e econômico, mas rechaça “barreiras desnecessárias ao comércio”. Os dois blocos acordaram uma série de compromissos de proteção ao meio ambiente e de promoção do trabalho decente.

O Brasil se preocupava com a questão ambiental por temer que a nova lei antidesmatamento da Europa, que entra em vigor no fim de 2025, fosse usada para dificultar a entrada de itens brasileiros na UE. Esse trecho do acordo seria um mecanismo de proteção em caso de medidas unilaterais consideradas protecionistas.

O acordo Mercosul-UE poderá ser suspenso caso uma das partes esteja em grave violação do Acordo de Paris ou decida abandoná-lo. O Mercosul também incluiu sua visão sobre o tema do desenvolvimento sustentável.

O texto também prevê compromissos concretos para deter o desmatamento até 2030, em linha com as contribuições nacionais determinadas no Acordo de Paris.

Transição verde e digital

O acordo cria um fundo de € 1,8 bilhão de apoio da UE para facilitar a transição verde e digital justa nos países do Mercosul. Ele será usado no desenvolvimento de cadeias de valor sustentável nas florestas, como na Amazônia, bem como na adaptação de pequenas e médias empresas do Mercosul, povos originários e comunidades tradicionais para os parâmetros do acordo.

Setor automotivo

O Mercosul garantiu condições mais flexíveis para a redução tarifária de veículos eletrificados e para veículos de novas tecnologias, mesmo as ainda não disponíveis comercialmente. Para veículos eletrificados, a redução de tarifas passará a se dar em 18 anos. Para veículos a hidrogênio, o período será de 25 anos, com seis anos de carência. Para novas tecnologias, 30 anos, com seis anos de carência.

Foi estabelecido ainda um mecanismo inédito de salvaguardas com vistas a preservar e ampliar investimentos automotivos. Caso haja um aumento de importações europeias que causem dano à indústria, o Brasil pode suspender o cronograma de redução de tarifas do setor ou retomar a alíquota aplicável às demais origens (hoje, de 35%) por um período de três anos, renovável por mais dois, sem oferecer compensação à UE.

Minerais críticos

O acordo prevê flexibilidade para políticas públicas sobre os chamados minerais críticos. Com isso, o Brasil garante o direito de aplicar restrição às exportações desses minerais se julgar apropriado, por exemplo, para estimular a agregação de valor no país.

Caso o Brasil adote Imposto de Exportação sobre esses produtos (o que não é o caso hoje), a alíquota aplicável à UE deverá ser mais baixa do que a aplicável a outros destinos, não podendo ultrapassar 25%. O texto de 2019 proibia qualquer tarifa no comércio entre Brasil e UE.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Se a ufrn acabar com o bônus em medicina em Natal no Sisu, terá q fazer a mesma coisas nos demais polos, pois a universidade é uma só.
    Com certeza o judiciário será acionado e muito nessa questão. Mexeram num vespeiro.

  2. E o bônus de medicina do Sisu q a Ufrn quer extinguir, enquanto o Acre aumentou para 15%?

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Jornalismo

Taveira Júnior: “Tá na hora de Parnamirim eleger um deputado da própria cidade”

Foto: Cedida

O Novo Notícias entrevistou Taveira Júnior, empresário do ramo de transportes, filho do Prefeito Rosano Taveira e que faz parte de um grupo de empresários e comerciantes de Parnamirim, todos engajados em propor e manter uma agenda positiva de desenvolvimento para este grande município da região metropolitana.

  • O senhor atua como empresário em Parnamirim desde quando?

Faz quase dez anos que atuo no segmento de transportes, com a RR Log. É um segmento que nos permite ter uma visão geral dos demais segmentos econômicos, pois transportamos cargas que chegam de vários pontos do país para diversos segmentos do comércio, da indústria e de serviços. Parnamirim é hoje uma cidade importantíssima na logística de todo o estado. Aqui estão as maiores indústrias e os maiores atacados do Rio Grande do Norte. É a cidade que mais cresce no RN.

  • O senhor considera que Parnamirim é uma cidade bem administrada?

Sim, com certeza. Independente de ser um famliar meu, no caso o meu pai, eu considero sim que a cidade está bem administrada. Quando o Prefeito Taveira asssumiu a gestão do município, no primeiro mandato, lá em 2017, precisou realizar um forte ajuste fiscal, para reequilibrar as contas públicas e poder voltar a investir. Foram dois anos muito duros, com austeridade fiscal, mas que já começaram a dar resultados nos dois últimos anos do primeiro mandato e permitiram, com a reeleição, tocar as obras que o município tanto precisa.

  • Poderia citar exemplos?

Sim, eu tenho acompanhado de perto. Parnamirim hoje tem uma boa limpeza urbana, tem obras de saneamento em todos os bairros, tem uma excelente cobertura de pavimentação, mesmo sendo a cidade que mais cresce. Iluminação LED em toda a cidade, tem praças e caminhódromos pros moradores, tem a urbanização de Cotovelo e da orla de Pirangi, tem uma Guarda Municipal atuante, muita coisa. Eu não faço parte da gestão, mas como cidadão eu acompanho tudo, e inclusive sou crítico quando acho que devo ser, para ajudar a melhorar, sempre.

  • Como é ser filho do prefeito e ainda ter o mesmo nome dele?

Aumenta minha responsabilidade. Meu pai é hoje uma liderança política em Parnamirim, numa trajetória construída com muito esforço, ao longo de mais de quarenta anos, primeiro como oficial da Polícia Militar, depois vereador e agora prefeito. Tenho orgulho de levar o nome dele adiante, e sei dos desafios que isso me traz.

  • O senhor conversa política com seu pai e com o grupo político que ele lidera?

Sim. Me envolvo porque gosto e porque, sendo empresário, me sinto na obrigação de entender quais as políticas públicas que são e serão adotadas em nosso município, isso independente de ser administrado pelo meu pai ou não. Eu agirira assim qualquer que fosse o gestor, pois, conforme eu já disse aqui, transportando cargas eu consigo ver um pouco de tudo, e tenho uma boa noção do quanto uma boa gestão impacta positivamenter na economia e no desenvolvimento de um município.

  • A pandemia deve ter atrapalhado um pouco.

Atrapalhou e muito. Todos os gestores públicos do nosso país sofreram, junto com a população. Mas eu confesso que fiquei feliz em vez que Parnamirim fez o dever de casa. Construiu Hospital de Campanha, aumentou a quantidade de leitos de UTI, reequipou UBS e UPA e agora está garantindo a vacinação, ou seja, priorizou recursos para a saúde e segurou as pontas até a fase aguda passar. E acho que a população sabe reconhecer isso.

  • O senhor está falando como pré-candidato?

Por que não? Me sinto preparado para enfrentar este desafio.

  • E como surgiu esta pré-candidatura?

Já faz algum tempo que converso com empresários de diversos segmentos em Parnamirim. E todos são unânimes em afirmar que nossa cidade precisa voltar a ter uma representação forte na Assembleia.

  • Explique melhor, por favor.

Explico. Parnamirim é conhecida como uma cidade “cesta de votos”, ou seja, todo candidato de fora vem aqui e tira seus 500, 1000, 2000 votos, e até mais, sem botar nem os pés aqui e sem nem conhecer os problemas e necessidades do município. Tá na hora de Parnamirim voltar a eleger um deputado daqui, da própria cidade, que conheça o povo, nossa cultura, nossas necessidades. É por isso que, se o nosso grupo político avaliar e entender que o meu nome soma, estou à disposição para a missão. Estamos conversando. E tenho conversado também com a classe empresarial, com colegas empresários, que têm sugerido uma candidatura local para representar este desejo. Dentro de todo este contexto, sim, se for convocado pelo nosso grupo, sou pré-candidato a deputado estadual.

  • O fato de ser filho do prefeito ajuda ou atrapalha?

Acho que as duas coisas ao mesmo tempo (risos). Muitos vão me cobrar este parentesco, achando que isso facilita as coisas para mim. Lembrem-se que meu pai é militar, e com militar num tem moleza não (risos). Para mim o que pode facilitar é o fato de, por eu ser filho e conviver com o prefeito, eu poder enxergar melhor uma série de coisas sobre a nossa cidade, sobre as demandas, sobre as políticas públicas, no que eu posso ter acesso, claro, o que é bem pouco. Mas ao mesmo tempo atrapalha, pois as pessoas podem pensar que eu me aproveito desta situação, quando, quem me conhece sabe, e não é de hoje, eu não misturo as coisas, desde muito cedo eu tenho minhas atividades profissionais e sempre segui minha vida própria, casei muito cedo e trabalho desde os 17 anos de idade.

Novo Notícias

Opinião dos leitores

  1. DESPERTA RN!!!! MAIS ➕ um CANDIDATO querendo se eleger as CUSTAS DA MAQUINA PUBLICA MUNICIPAL, QUE VERGONHA…SAO TANTOS QUE VAMOS ENUMERAR ALGUNS
    1- ADJUNTO DIAS – PREFEITURA DE NATAL

    2- TAVEIRA JR – PARNAMIRIM

    3- TEREZINHA MAIA E
    JAIME CALADO – SAO GONÇALO

    4- PREFEITO DE BARRA DE MAXARANGUAPE

    5- PAU DOS FERROS

    6 – MOSSORO

    E TANTOS OUTROS,O MINISTERIO PUBLICO E O TRE FAZEM VISTA GROSSA.
    ENQUANTO ISSO ,,,CABIDES E CABIDES DE EMPREGOS,E OUTROS FAVORES MAIS…

    ALEM É CLARO DOS CANDIDATOS DO GOVERNO FEDERAL

    ROGERIO MARINHO E GIRAO

    GOVERNO DO ESTADO

    SAMANDA
    MINEIRO
    NATALIA
    DIVANEIDE

    ISSO É UMA VERGONHA

    QUER GANHAR BOTE A CARA E O PE NO CHAO, MOSTRE TRABALHO.
    AGORA DESSA FORMA NAO DÁ

  2. Primeiro mostrem trabalho. Nova parnamirim está um caos. Ruas todas esburacadas, trânsito caótico e engarrafamentos em todos os horários.
    Para atualizar o IPTU a prefeitura é um leão, para trabalhar, nem no empurrão.
    O bairro de nova parnamirim, parque das nacoes é Cajupiramga não para de crescer a quantidade de moradores e não há nenhuma melhora na mobilidade urbana.
    Me arrependo de ter vindo morar nessa região.
    Fica o aviso. Não venham morar nessa região. É dor de cabeça na certa.

  3. Pois Prefeito Taveira, há anos que os moradores do Condomínio Residencial Alphaville em Nova Parnamirim sofrem com esgoto/fossa na frente do Condomínio. Já solicitamos várias vezes a solução do problema e nada foi feito até a presente data. Moramos literalmente num lixão. Faça sua parte como administrador e arrecadador dos nossos impostos. Pensem um pouco mais na população e menos em projetos políticos pessoais !!!!!!!

  4. Ouuuu Parnamirim sem freio nem porteira.
    já “pensassi” numa coisa dessas ? kkk (e o bicho é “pousudo”)kkk

  5. Esse Prefeito tira foto na BR 101 pois é único lugar onde o pr0gresso da cidade chegou.
    Vem no Parque das Nações, onde se paga altos impostos, ver as ruas sem esfaltos, ruas sem conclusão de obras e falta de iluminãção para ver o que esse Prefeito NADA faz pelos bairros… Péssimo Prefeito!!!

  6. Administração péssima, as avenidas Maria Lacerda, Airton Sena e outras principais estão cheias de buracos. A av Maria Lacerda, sofre a mais de dez anos com congestionamentos, devido uma curva em S que só passa um veículo de cada vez, os gestores prometeram resolver o problema e a cada ano se agrava.

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Política

PT liga alerta, procura Lira e tenta afastar Lula de decisão do STF sobre emendas

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Lula da Silva (PT) entraram em campo para tentar impedir que o julgamento em curso do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as emendas de relator abale os planos do petista de construir uma base política do novo governo no Congresso.

Eles querem evitar especialmente que o caso trave a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição, aprovada no Senado e agora em avaliação pela Câmara.

Nesta quarta-feira (7), integrantes do PT procuraram o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para passar a mensagem de que Lula não articulou para que o STF pautasse as ações que questionam essas emendas. Eles disseram ainda que Lula não irá buscar influenciar o resultado do plenário do tribunal.

Aliados de Lula argumentam que Rosa Weber, presidente do Supremo, sinalizou desde que assumiu o comando da corte, em setembro, que pautaria as ações que tratam do tema.

A expectativa era que ela colocasse o caso em análise logo após a eleição. Portanto, dizem petistas, o presidente eleito não influenciou no julgamento do caso.

O momento escolhido por Rosa para pautar as ações, tão perto da tramitação da PEC da Transição, foi considerado ruim por integrantes do PT.

Na campanha presidencial, Lula fez duras críticas à distribuição das emendas de relator, usadas como moeda de troca para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguisse ampliar a base no Congresso.

Desde que o Supremo colocou as ações sobre a constitucionalidade dessas emendas na pauta, uma ala do centrão passou a vincular Lula à ação dos ministros do tribunal. Auxiliares do presidente eleito logo foram trabalhar nos bastidores do Congresso para negar qualquer relação do petista com o caso.

Escalado para a interlocução com Lira, o deputado José Guimarães (PT-CE) tratou do assunto com o presidente da Câmara nesta quarta-feira.

Petistas ainda avaliam a possibilidade de que o presidente eleito entre em contato direto com Lira para afastar as chances de crise num momento em que os dois se aproximam.

Ambos costuram um acordo para dar a Lula o aval de ampliar os gastos por meio da PEC da Transição, ao passo que Lira vê sua reeleição ao comando da Câmara cada vez mais consolidada.

O julgamento das emendas de relator gerou irritação entre deputados.

A esperança de parte do PT é que o Supremo faça uma construção política junto ao Legislativo, e não acabe de vez com o mecanismo usado pelos parlamentares.

A leitura de aliados de Lula e opositores é que o fim das emendas de relator agora tumultuaria o cenário e poderia colocar obstáculos à aprovação da PEC da Transição na Câmara.

Em reuniões com integrantes de partidos aliados nesta semana, Lula frisou que a solução para as emendas de relator deveria ser pela política, indicando se opor a um desfecho decidido pelo STF.

Questionado sobre o tema nesta quinta-feira, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) descartou que a análise da constitucionalidade das emendas possa trazer qualquer risco à aprovação da PEC na Câmara.

“São questões distintas. E acredito que, da mesma forma que o Senado deu uma manifestação expressiva, a Câmara também o fará, entendendo que o que se deseja é pagar o Bolsa Família, manter o estado funcionando”, afirmou.

O tribunal começou a julgar nesta quarta ações de quatro partidos contra as emendas de relator.

O julgamento do Supremo foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (14), quando a presidente da corte, Rosa Weber, deve apresentar seu voto. Depois, os demais dez ministros deverão se manifestar.

O instrumento tem sido usado nos últimos anos como moeda de troca nas negociações políticas entre Planalto e Congresso.

O poder de distribuição dessas emendas é concentrado na cúpula do Legislativo, o que desencadeou críticas pela falta de transparência na alocação dos recursos.

Mais do que a falta de transparência, pesam contra essas emendas a falta de critério para distribuição do dinheiro e a alegação de que o Congresso está usurpando de uma prerrogativa do Executivo ao interferir na execução das despesas, violando outro princípio constitucional, o da separação dos Poderes.

A operação para acalmar o Congresso não significa que Lula cedeu integralmente para uma aliança com Lira, dizem petistas.

Ainda há aliados de Lula que sustentam que o melhor cenário para o novo governo seria o Supremo enterrar as emendas de relator, devolvendo ao Executivo o poder sobre essa fatia do Orçamento. Ou seja, fortalecendo os ministérios de Lula.

Enquanto o PT tratou de tentar apagar um incêndio no Congresso, a cúpula do Legislativo avançou nesta quarta-feira para traçar uma estratégia diante do julgamento que definirá o futuro das emendas.

Aliados de Lira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dizem que eles vão apresentar aos ministros do Supremo as ideias de alterações nas regras de transparência e distribuição das emendas.

O Congresso já aprovou uma norma para que, em 2023, não haja mais a brecha para destinar emendas às suas bases eleitorais sem revelar o padrinho político do recurso.

Atualmente, as emendas podem ser registradas para um usuário externo, que pode ser qualquer pessoa.

Quase um terço da verba já negociada em emendas de relator atende a solicitações que não foram apresentadas por deputados e senadores. Além disso, a divisão desses recursos privilegia aliados políticos de Lira, Pacheco e Bolsonaro.

Outra cartada da cúpula do Congresso é dizer que líderes querem aprovar regras mais claras para divisão das emendas —que passariam a ser repartidas de acordo com o tamanho de cada partido no Legislativo.

Além disso, metade das emendas de relator, segundo a proposta em discussão, seria destinada para assistência social e saúde.

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Educação

Escolas estaduais perderam 16,7 mil alunos em 5 anos; No mesmo período, repasses do Fundeb para o RN aumentaram

Sala de aula escola pública do RN Escola Estadual Duque de Caxias, em Macau-RN — Foto: Elisa Elsie/Governo do RN

O Rio Grande do Norte registrou uma queda de 16.723 matrículas de alunos nas escolas estaduais ao longo dos últimos cinco anos, conforme dados do Censo Escolar. O saldo negativo é resultado do comparativo das 216.206 matrículas que o RN registrou nas escolas do Estado em 2019, com as 199.483 matrículas de 2023.

Apesar disso, os repasses para o RN do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) aumentaram.

Por regra, com menos alunos na rede, menos recursos chegam via Fundeb. Isso porque é pela quantidade de estudantes que se define o total de recursos a serem aplicados. Os valores para o RN, no entanto, aumentaram desde a pandemia da covid-19. Se de 2019 para 2020 houve uma queda de R$ 27.7 milhões, para o ano seguinte o aumento foi de 35,8% passando do R$ 1,1 bilhão. A Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC/RN), justifica que isso ocorre porque há mecanismos de compensação no próprio Fundeb, que fixam um mínimo a ser investido por aluno.

Enquanto isso, o número de matrículas, que de 2017 para 2018 teve uma queda de -10.855, só conseguiu algum saldo positivo em 2021, quando foi observada uma recuperação dos efeitos da pandemia da covid-19. De 2019 para 2020, foram menos 4.184 alunos e no ano da pandemia houve 2.918 matrículas. No ano seguinte, a rede estadual registrou um aumento de 2.380 alunos e, desde então, só registra queda, sendo menos 6.780 em 2022 e, em 2023, contabilizando nova redução de 9.405. Atualmente são 199.483 alunos matriculados, mas a título de comparação, em 2017 eram 231.245.

O subsecretário de educação do estado, Flaubert Torquato, explica que isso se deve a uma série de fatores. “A rede estadual compete de forma desigual com institutos federais no seu ensino médio. Mas o número dos que entram não é igual aos que sai porque tem a ver também com o curso migratório, a questão etária e também a evasão escolar, que se aprofundou na pandemia”, disse ele.

A SEEC informou que a evasão no pós pandemia está em torno de 10 mil alunos. Sendo que em 2021, o índice estava em 18% e em 2022 ficou em 10%. Há pouco mais de um ano, em entrevista a TRIBUNA DO NORTE sobre essa questão, o então secretário de educação, Getúlio Marques, externava a preocupação por observar que o estado ainda não havia alcançado os níveis pré-pandemia, quando a evasão estava em 7,5%, segundo ele. Em 2020, devido à aprovação automática dos estudantes, em virtude da crise de saúde, que obrigou a paralisação das aulas presenciais, esse percentual caiu para quase zero, ficando em 0,06%. O reflexo nos anos seguintes já era esperado naquela ocasião.

O subcoordenador de avaliação educacional da SEEC/RN, Afonso Gomes, destaca que a evasão se caracteriza quando, no ano seguinte, não há matrícula em nenhuma rede de ensino daquele aluno. “Para se evadir, não se trata de reprovação apenas. Acontece, principalmente, nos anos do ensino médio, porque estamos falando de adolescentes e a questão de natureza socioeconômica da família pesa sobre eles, que muitas vezes precisam trabalhar e isso se agravou com a pandemia”, relata.

Ele diz que entre 2020 e 2021 houve um fenômeno evidente de abandono, que é quando o aluno se matricula, mas deixa de frequentar as aulas. Com isso, aumentou o grau de reprovações, que tem influência no Índíce de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O reflexo disso foi que o ensino médio do RN teve o pior IDEB do país no ano passado, com 2,8 de média. A título de comparação, a melhor nota, do Paraná, 4,6. Para a SECC, a medida de não adotar a aprovação automática, sem considerar a aprendizagem gerou esse resultado real, enquanto outros estados que aprovaram os alunos compulsoriamente causaram a sensação de que estavam bem no índice ou que até tinham melhorado esse indicador.

Abrir vagas nas modalidades que forem necessárias, seja no ensino regular e outras modalidades que forem necessárias, como na Educação de Jovens e Adultos – EJA, bem como projetos que estimulem os estudantes a retornarem às escolas e permanecerem, como o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa para garantir uma bolsa a esses alunos, são medidas citadas pelo Estado.

Sinsp questiona valores do Fundeb

Um levantamento do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta (Sinsp/RN) apontou que o Estado enviou R$ 3,5 bilhões mais do que recebeu do Fundeb. Esse fundo é composto por recursos provenientes de impostos e das transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios vinculados à educação. O Fundeb recebe os valores proporcionais à arrecadação desses entes conforme a legislação.

Números

Repasse/transferência de recursos do FUNDEB ao Estado do RN
2019 – R$ 898.203.430,42
2020 – R$ 870.474.483,93
2021 – R$ 1.182.555.581,04
2022 – R$ 1.378.275.000,00

Recursos que o Estado do RN contribuiu à conta do FUNDEB
2019 – R$ 1.691.899.074,27
2020 – R$ 1.671.360.424,75
2021 – R$ 2.071.664.883,45
2022 – R$ 2.370.930.680,12

Alunos matriculados nas escolas estaduais
2019: 216.206
2020: 213.288
2021: 215.668
2022: 208.844
2023: 199.483 (dados até setembro)

Fonte: Censo Escolar/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)/SEEC

Tribuna do Norte

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Geral

Caçula com 62,5% dos bens e tentativa de anulação do testamento; entenda briga por herança de Zagallo

Foto: Reprodução/Redes sociais

A briga pela herança do ex-jogador e treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, que morreu em 5 de janeiro deste ano, teve início durante inventário da mulher do ex-jogador, Alcina de Castro Zagallo. O Velho Lobo afirmou que, após o falecimento da professora em 2012, três dos seus quatro filhos fizeram uma tentativa de extorsão e anulação do processo, a fim de impedir que ele tivesse direito aos bens de Alcina.

O que diz testamento de Zagallo? Magoado e triste com herdeiros

Em seu testamento, Zagallo nomeia o caçula para ficar com maior parte de seus dos bens e se diz “profundamente triste e magoado” com os outros três herdeiros. Ele optou por destinar os 50% na totalidade para Mário César, enquanto a segunda metade dos bens foi partilhada entre os quatro filhos, totalizando 12,5% da herança para cada um. Assim, o caçula ficará com 62,5% dos bens do tetracampeão e seus irmãos, com 12,5%, cada.

Irmãos tentam anular testamento

Pelas redes sociais, o advogado Daniel Blanck, que representa os três filhos “preteridos” na herança, compartilhou trecho de reportagem em que confirma a intenção dos clientes de reverter a situação. Ele e a advogada Anelisa Teixeira “estão adotando as medidas judiciais para anular o testamento e reparar os demais danos patrimoniais a serem apurados”.

Em nota, os advogados Anelisa Teixeira e Daniel Blanck afirmam que a reação dos três herdeiros se dá em meio a uma “situação delicada”. De acordo com a defesa, Paulo Jorge, Maria Emília e Maria Cristina relatam, desde 2016, “consideráveis dificuldades para estabelecer qualquer tipo de comunicação e contato com seu pai”.

“Conforme relatos dos clientes, Mário César, filho mais novo, restringiu o acesso ao pai, induzindo Zagallo a acreditar que teria sido abandonado. Os herdeiros observaram movimentação patrimonial milionária, incluindo expressivas doações destinadas a Mário César. Adicionalmente, foram identificados saques recorrentes em contas bancárias de Zagallo, envolvendo quantias incompatíveis com seu padrão de vida enquanto idoso”, diz a nota dos advogados.

A resposta do caçula

Em uma entrevista ao Estadão, o filho mais novo de Zagallo explicou que a briga tem pelo menos sete anos e garantiu que o Velho Lobo quis cortar relações com os demais filhos. Além disso, Mário César afirmou que foi ele quem cuidou de seu pai durante todo esse período e os irmãos querem aparecer agora.

— Eles (os irmãos) estão querendo aparecer após sete anos. Fui eu quem cuidou do meu pai esse tempo todo. Tem um documento assinado pelo meu pai dizendo que não queria a visita deles nas internações — disse Mário César, filho mais novo de Zagallo.

Mário César também afirmou que o pai preferia “não deixar a herança para outros filhos, mas é a lei”. De fato, a lei diz que ao menos 50% da herança seja partilhada entre todos os herdeiros necessários — no caso, os quatro filhos. O caçula lembrou de uma entrevista dada pelo Velho Lobo como prova do pensamento do pai, além do testamento.

“Tenho quatro filhos, mas o único que está se dedicando a mim neste final de vida é o Mário César Zagallo. Melhor dizendo, Mário Jorge Lobo Zagallo é o pai do Mário César Zagallo, é ele que é meu braço direito, que faz tudo para mim. Não fosse ele, eu não sei o que poderia acontecer. Minha vida toda está entregue a ele”, disse Zagallo na ocasião.

Quem são os parentes de Zagallo?

Alcina de Castro Zagallo morreu aos 80 anos, em 2012, após uma internação de dois meses na Casa de Saúde São José, no Humaitá, com insuficiência respiratória. Dona Alcina, como era conhecida, teve quatro filhos com o ex-treinador da seleção brasileira. Eles se conheceram no bairro da Tijuca, quando Zagallo atuava no América, e se casaram na Igreja dos Capuchinhos em 13 de janeiro de 1955.

Muito religiosa, Dona Alcina era devota de Santo Antônio e a principal responsável pela devoção do marido ao número 13, já que é em 13 de junho que se comemora o dia de Santo Antônio. Zagallo já era devoto de Nossa Senhora de Fátima, que apareceu para três crianças em Fátima, Portugal, também num dia 13, em maio.

Uma outra curiosidade sobre a família é que o pai do tetracampeão mundial, Haroldo Cardoso Zagallo, ídolo do CRB, não queria que o filho estivesse envolvido com futebol e tinha planos para que ele estudasse contabilidade. O plano de Haroldo era que Zagallo trabalhasse na representação carioca da fábrica de tecidos da família.

Filho caçula de Zagallo, Mario Cesar cuidou do pai no último período de sua vida. O Velho Lobo destacou, no testamento, que a herança deixada para ele era retribuição por “todo o carinho e a dedicação”, em especial após a morte de Dona Alcina. Os outros três filhos alegam que o irmão os impedia de visitar o pai e concentrava a administração das finanças.

A tradição de amor ao esporte seguiu para além do treinador da seleção brasileira. O filho mais velho de Zagallo, Paulo Zagallo, já treinou diversas equipes do futebol brasileiro, entre elas o Botafogo, o Goiás, o Madureira e o América, do Rio de Janeiro. Além disso, foi treinador da seleção brasileira de futebol masculino nas categorias sub-18 e sub-20.

Um dos netos de Zagallo, no entanto, segue carreira em outro campo: o musical. Filho de Mario Jorge Zagallo, o neto recebeu o mesmo nome do avô: Mario Jorge Lobo Zagallo Neto. O jovem de 20 anos é DJ e se apresenta como ZAG.

Com informações de O Globo

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Política

Natal concentra mais de 22% dos eleitores do RN; veja números por cidade

Foto: Aurelio Alves

Natal concentra 22,8% de todo o eleitorado do Rio Grande do Norte. São 583.079 pessoas aptas a votar na capital potiguar nas eleições 2022. Mossoró (183.285), Parnamirim (136.655), São Gonçalo do Amarante (72.923) e Ceará-Mirim (56.407) completam a lista dos cinco maiores colégios eleitorais do Estado. O menor colégio eleitoral é o de Viçosa. O município do Alto Oeste potiguar tem 1.874 eleitores aptos a votar em 2022.

O RN saltou de 2.373.619 eleitores em 2018 para 2.554.727 eleitores em 2022. Os números são de cidadãos potiguares aptos a votar em outubro, segundo o Tribunal Supeior Eleitoral – TSE.

eleitorado do Rio Grande do Norte cresceu 7,6% em quatro anos. O crescimento percentual do estado foi maior que o nacional. No Brasil todo, o eleitorado cresceu 6,21%. As mulheres representam 53% do eleitorado potiguar.

número de eleitores potiguares com idades entre 16 e 17 anos pulou de 29.065 em 2018 para 45.967 neste ano. O aumento é de 58,15% – percentual maior que a média nacional (51,13%).

Outro público que também teve um crescimento expressivo foi o de idosos com mais de 70 anos, que também não são obrigados a votar. O número passou de 168.539 eleitores dessa faixa etária em 2018, para 211.617 em 2022 – aumento de 25,5%.

Eleitores por cidade do RN em 2022 (ordem decrescente):

Cidade Número de eleitores
Natal 583079
Mossoró 183285
Parnamirim 136655
São Gonçalo do Amarante 72923
Ceará-Mirim 56407
Macaíba 52343
Caicó 44722
Assú 43450
São José de Mipibu 32622
Currais Novos 31733
Apodi 28981
Extremoz 28032
Nova Cruz 26548
Touros 26028
Santa Cruz 26025
João Câmara 25369
Canguaretama 24006
Macau 22419
Areia Branca 21339
Nísia Floresta 21183
Goianinha 21049
Baraúna 20566
Pau dos Ferros 20326
Caraúbas 19004
São Miguel 17958
Santo Antônio 17839
Monte Alegre 17077
Parelhas 16903
Guamaré 15283
Jucurutu 15059
São Paulo do Potengi 13765
Ipanguaçu 12590
Tibau do Sul 12528
Lagoa Nova 12222
Tangará 12160
Governador Dix-Sept Rosado 11909
Pedro Velho 11605
Upanema 11556
Alto do Rodrigues 11362
Alexandria 11333
Santana doMatos 11222
Serra do Mel 11211
Poço Branco 11025
Iemo Marinho 10951
Arez 10926
Pendências 10729
Jardim de Piranhas 10501
Vera Cruz 10440
São José do Campestre 10214
Taipu 10159
Brejinho 10066
Jardim do Seridó 10001
Angicos 9863
Afonso Bezerra 9862
Rio do Fogo 9816
São Tomé 9644
Patu 9404
Lagoa Salgada 9335
Maxaranguape 9281
Passa e Fica 9275
Acari 9227
Cerro Corá 9170
Montanhas 9108
Lajes 8827
Grossos 8757
São Miguel do Gostoso 8743
Carnaubais 8721
Bom Jesus 8695
Umarizal 8620
Campo Grande 8546
Serra Caiada 8349
Campo Redondo 8250
Florânia 8098
Pureza 7874
Tenente Ananias 7813
Espírito Santo 7546
Boa Saúde 7499
Luís Gomes 7440
Lagoa de Pedras 7354
São Rafael 7262
Baía Formosa 7130
Martins 6929
Cruzeta 6805
Marcelino Vieira 6738
Felipe Guerra 6687
Severiano Melo 6669
Serrinha 6636
Pedro Avelino 6634
Tibau 6623
Itajá 6589
Portalegre 6379
Serra Negra do Norte 6271
Riachuelo 6221
Jaçan]ã 6039
São Pedro 6031
Carnaúba dos Dantas 5990
Doutor Severiano 5893
Lagoa D’Anta 5682
Antônio Martins 5669
Jandaíra 5615
Serra de São Bento 5558
Japi 5522
Senador Elói de Souza 5482
José da Penha 5215
Almino Afonso 5191
Caiçara do Norte 5185
São João do Sabugi 5177
São Vicente 5117
Tenente Laurentino Cruz 5085
Lajes Pintadas 5073
Parazinho 5067
Itaú 4953
Sítio Novo 4952
Porto do Mangue 4844
Rafael Fernandes 4813
Bento Fernandes 4807
Várzea 4763
Coronel Ezequiel 4755
Encanto 4734
Equador 4648
Barcelona 4639
Santa Maria 4507
Messias Targino 4429
Olho D’água dos Borges 4368
Janduís 4350
São José do Seridó 4347
Paraú 4325
Ouro Branco 4228
Jundiá 4225
São Bento do Trairi 4224
Rodolfo Fernandes 4171
Paraná 4106
Frutuoso Gomes 4103
Serrinha dos Pintos 4062
Pedra Grande 4027
Coronel João Pessoa 4023
São Francisco do Oeste 4016
Triunfo Potiguar 3998
Ruy Barbosa 3956
Venha-Ver 3879
Senador Georgino Avelino 3818
Rafael Godeiro 3786
Riacho de Santana 3750
São Bento do Norte 3715
Caiçara do Rio do Vento 3659
Bodó 3597
Pilões 3570
Passagem 3491
São Fernando 3485
Lucrécia 3378
Pedra Preta 3218
Lagoa de Velhos 3200
João Dias 3175
Fernando Pedroza 3133
Vila Flor 3102
Major Sales 3084
Jardim de Angicos 2839
Taboleiro Grande 2799
Francisco Dantas 2791
Água Nova 2791
Riacho da Cruz 2788
Monte das Gameleiras 2740
Timbaúba dos Batistas 2584
Santana do Seridó 2574
Galinhos 2562
Ipueira 2003
Viçosa 1874

Escolaridade dos eleitores no RN

A maior parte dos eleitores potiguares não tem o ensino básico completo, de acordo com os dados do TSE. Além disso, mais de 155 mil eleitores potiguares se declararam analfabetos. Eles representam 6,09% do eleitorado potiguar. Outras 256.233 pessoas não têm formação, mas disseram que lêem e escrevem.

No Brasil como um todo, o público com ensino médio já é o maior percentual do eleitorado.

  • Analfabeto: 155.461 eleitores
  • Ensino Fundamental completo: 111.437 eleitores
  • Ensino Fundamental incompleto:641.406 eleitores
  • Ensino Médio completo: 621.254 eleitores
  • Ensino Médio incompleto: 413.572 eleitores
  • Lê e escreve: 256.233 eleitores.
  • Não informado: 15 eleitores
  • Superior completo: 229.136 eleitores
  • Superior incompleto: 126.213 eleitores

Com informações de g1-RN

Opinião dos leitores

  1. Severiano Melo com pouco mais de 2mil habitantes tem mais de 6mil eleitores kkkkkkkkkk
    Cômico 🤣😂😅

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Geral

Equipe ‘informal’ de Janja tem pelo menos 12 pessoas e já gastou R$ 1,2 milhão em viagens

Foto: reprodução/janjalula via Instagram

Formalmente, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não possui cargo no governo e nem uma equipe própria. Mas, na prática, uma equipe de ao menos 12 pessoas está à disposição dela, relatam militantes do PT e servidores da Presidência da República. O grupo inclui assessora de imprensa, fotógrafos, especialistas em redes sociais e um militar como ajudante de ordens.

O “time” de Janja custa cerca de R$ 160 mil em salários por mês e seus integrantes já gastaram R$ 1,2 milhão em viagens, desde o começo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2023.

Questionada, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República respondeu com os cargos formais de cada um dos profissionais.

Em julho deste ano, a Presidência procurou uma firma de marcenaria de Taguatinga (DF) para fazer alterações nas divisórias de madeira que delimitam os espaços dos escritórios das autoridades no terceiro andar do Palácio do Planalto. O terceiro andar é o pavimento do presidente Lula. É também onde despacha, numa sala de 25 metros quadrados, a socióloga casada com o presidente da República. Na reforma, a sala de Janja continuou com a mesma metragem, mas alguns assessores palacianos perderam espaço para acomodar a equipe informal dela.

Michelle Bolsonaro e Marcela Temer também tinham salas similares no terceiro andar do Palácio do Planalto, mas sem cargos formais. Michelle tinha suas próprias bandeiras no governo do marido, como a inclusão de tradutores da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas cerimônias públicas. Já Marcela Temer mal aparecia no Planalto.

Dois nomes se sobressaem no time de Janja: Neudicléia Neres de Oliveira, a Neudi; e Brunna Rosa Alfaia. Formalmente, Neudi é assessora especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República. No organograma do time de Janja, porém, ela é considerada uma espécie de chefe de gabinete. Militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Neudi se aproximou da socióloga no acampamento de Curitiba (PR) durante a prisão do então ex-presidente Lula. Natural de Santa Catarina, Neudi é jornalista de formação.

Diferentemente de Neudi, Brunna Rosa não está lotada no Gabinete Pessoal, mas na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência. Ela chefia a Secretaria de Estratégia e Redes (Seres) da Secom, e comanda algumas das principais contas de redes sociais do governo, como o perfil SecomVc, que soma 223 mil seguidores no Instagram. Cientista social de formação, Brunna Rosa atua na área de comunicação há mais de 15 anos. Trabalhou na campanha de Lula em 2022 e, antes disso, no gabinete do senador Rogério Carvalho (PT-SE) em 2019, entre outras experiências.

O “segundo escalão” do grupo da primeira-dama também é formado por pessoas do Gabinete Pessoal do Presidente ou da Secom. Brunna Rosa trabalha no dia a dia com Priscila Pinto Calaf, diretora do Departamento de Canais Digitais da Secretaria de Redes chefiada por Brunna. As duas já foram sócias numa firma de comunicação, a Embaúba Produções. Priscila estudou antropologia e fez mestrado na Universidade de Brasília (UnB). O Calaf, bar criado pelo pai dela, foi um local importante na cena cultural da capital por décadas, e fechou este ano após 34 anos de atividade.

Assim como Lula está sempre acompanhado do fotógrafo Ricardo Stuckert, o “Stuckinha”, Janja também tem o seu próprio fotógrafo. Cláudio Adão dos Santos Souza, o Claudinho, está sempre ao lado da primeira-dama, inclusive nas viagens oficiais, para registrar a passagem da socióloga paranaense pelo poder. Até o momento, as viagens dele ao lado de Janja custaram ao menos R$ 182,3 mil – o valor não inclui os gastos com voos da Força Aérea Brasileira (FAB), que mantém os custos sob sigilo.

A equipe que costuma viajar com Janja é integrada ainda por Juliana Aporta Gaspar, coordenadora de Redes Digitais na Secom; por Julia Camilo Fernandes Silva, assessora especial do Gabinete Pessoal da Presidência da República; e por Edson Antônio Moura Pinto. Também assessor especial, Edson é capitão do Exército e ajudante de ordens da primeira-dama. A relação dele com Lula é antiga: ele integrava a equipe do petista quando ele estava fora do poder, entre 2010 e 2022, e, antes disso, atuou no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência nos dois primeiros mandatos do petista.

Na periferia do grupo de Janja estão profissionais mais jovens, subordinados dos assessores da primeira-dama. Um deles, o gerente de projeto Wállison Breno Araújo, é o campeão de gastos com viagens até o momento: R$ 185,9 mil, sem contar os gastos com voos da FAB. Wállison é um jovem fotógrafo de 21 anos que trabalha com Claudinho. Antes da Secom, trabalhava para Luciano Genésio (PP), prefeito de Pinheiro (MA).

Além da própria equipe, Janja também viaja acompanhada de um aparato de segurança formado por policiais federais. Nas viagens ao Qatar, em setembro deste ano, e a Paris, para a abertura das Olimpíadas, esse aparato de segurança era composto por oito policiais federais, entre agentes e delegados.

Os agentes presentes em cada viagem costumam variar, mas uma delegada e uma agente são presença frequente nas viagens da primeira-dama. A mesma coisa ocorre com os diplomatas cedidos à Presidência que atuam no cerimonial das viagens de Janja: os profissionais escalados variam. O diplomata Márcio André Silveira Guimarães já atuou nessa função, mas não trabalha mais com a primeira-dama.

A influência de Janja no governo se estende além do núcleo de 12 pessoas sob o comando dela. A socióloga paranaense emplacou a amiga Maria Helena Guarezi como a número 2 (secretária-executiva) do Ministério das Mulheres. Também teve sucesso em indicar a cantora baiana Margareth Menezes para o Ministério da Cultura e é muito próxima do braço direito dela, o secretário-executivo Márcio Tavares.

Também partiu de Janja a indicação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. No fim de 2023, as duas levaram a Lula uma lista de juristas negras para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Lula acabou escolhendo o então ministro da Justiça, Flávio Dino. Na Secretaria-Geral da Presidência, Janja mantém boas relações com o secretário Wagner Caetano Alves de Oliveira. Os dois trabalharam juntos na organização da cerimônia de posse de Lula, no começo de 2023.

A reportagem do Estadão enviou à Secom da Presidência da República a lista de integrantes da equipe informal de Janja, bem como os salários de cada um e os gastos com viagens até o momento. A Secom não contestou as informações – apenas respondeu com os cargos oficiais exercidos por cada um dos auxiliares. Segundo a Secretaria de Comunicação, os servidores “compõem quadros de diferentes órgãos da Presidência da República e exercem suas funções de acordo com as atribuições fixadas na Lei nº. 14.600/2023″. A lei mencionada é a que reorganizou a Esplanada dos Ministérios no começo do terceiro mandato de Lula.

Rui Costa barrou cargo oficial para a primeira-dama

Nos últimos dois anos, a Casa Civil da Presidência da República, comandada pelo ex-governador da Bahia, Rui Costa (PT), respondeu a vários pedidos de Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre a equipe de Janja. Em todos os casos, a resposta é a mesma: a primeira-dama não tem uma equipe formal, mas dispõe de integrantes do Gabinete Pessoal da Presidência da República que a auxiliam eventualmente.

Esta situação, no entanto, não decorre da vontade da própria Janja: no começo do terceiro mandato de Lula, ela pleiteou um cargo próprio, o que foi negado por Rui Costa – no entendimento do ministro, um cargo formal para Rosângela da Silva poderia ser entendido como nepotismo, pelo fato de ela ser casada com Lula. No começo de 2023, Janja chegou a trabalhar no desenho de seu futuro gabinete. A ideia era a de que o órgão fosse usado para fazer a ponte de Lula com pautas caras à primeira-dama, como o feminismo, a cultura e a segurança alimentar.

Declarações recentes de Janja sugerem que a primeira-dama não desistiu de ter um gabinete formal. Em entrevista à CNN Brasil concedida em novembro, Janja atribuiu ao “machismo” brasileiro a decisão de negar-lhe uma equipe formal.

“A primeira-dama dos Estados Unidos tem um gabinete e outras diversas primeiras-damas têm”, disse ela. “Ontem mesmo, recebi uma carta da primeira-dama do Paraguai que, por um problema de saúde, não pode estar no G-20 com a gente e (foi enviado) da oficina da primeira-dama. Quer dizer, do gabinete da primeira-dama. Eu não posso nem colocar isso no papel”, comparou.

 

Opinião dos leitores

  1. Uma mulher de muita sorte.
    A única pessoa do país que saiu da pobreza nesse governo Lula 3.
    Essa sim, come picanha.

  2. Sabemos que cuidadora de idoso cobra caro, mas essa aí extrapolou todas as metas.

  3. Essa é inteligente, fez carreira com um boiadeiro rico amigo do nine, passou a perna na ex do veio, aprendeu o caminho da cadeia, comprou uma carteira da OAB, deitou e rolou, e correu para brasilia kkkkk, ja conhece meio mundo, quer e tem um gabinete no palacio do planalto, ja deu uma pernada no bisonho e foi para galera.

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Brasil

ONU: Lula critica incapacidade de negociação entre líderes mundiais

Foto: Ricardo Stuckert

presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (24), que, em busca de resolver os problemas do planeta, os líderes mundiais andam em círculos e têm resultados ineficientes. Ao abrir o debate de chefes de Estado da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Lula citou o Pacto para o Futuro, documento adotado pelos países para reforçar a cooperação global.

“Sua difícil aprovação demonstra o enfraquecimento de nossa capacidade coletiva de negociação e diálogo. Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamos em círculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes”, disse Lula.

“Nem mesmo com a tragédia da covid-19, fomos capazes de nos unir em torno de um Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde. Precisamos ir muito além e dotar a ONU dos meios necessários para enfrentar as mudanças vertiginosas do panorama internacional”, acrescentou o presidente.

Para Lula, a crise da governança global requer transformações estruturais e essa missão recai sobre a Assembleia Geral, “expressão maior do multilateralismo”. Segundo ele, prestes a completar 80 anos, a Carta das Nações Unidas nunca passou por uma reforma abrangente. Na fundação da ONU, eram 51 países, hoje somos 193.

“A versão atual da Carta não trata de alguns dos desafios mais prementes da humanidade”, disse Lula, citando os diversos conflitos armados existentes no mundo, “com potencial de se tornarem confrontos generalizados”.

De acordo com o presidente, na ocasião da fundação da ONU, várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e “não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento”. Ainda, para Lula, não há equilíbrio de gênero no exercício das mais altas funções e o cargo de secretário-geral jamais foi ocupado por uma mulher.

“Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada. Não bastam ajustes pontuais, precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta”, disse.

O Brasil propõe a transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para o tratamento do desenvolvimento sustentável e do combate à mudança climática, com capacidade real de inspirar as instituições financeiras; a revitalização do papel da Assembleia Geral, inclusive em temas de paz e segurança internacionais; o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz; e a reforma do Conselho de Segurança, com foco em sua composição, métodos de trabalho e direito de veto, de modo a torná-lo mais eficaz e representativo das realidades contemporâneas.

Para Lula, a reforma do Conselho de Segurança da ONU é urgente, com uma representação adequada de países emergentes. Hoje, esse conselho, com poder de tomar importantes decisões sobre conflitos internacionais, reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido como membros permanentes. Segundo as regras, para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.

“A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, afirmou o brasileiro.

“Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo. Exigirá enorme esforço de negociação, mas essa é a nossa responsabilidade. Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global. A vontade da maioria pode persuadir os que se apegam às expressões cruas dos mecanismos do poder”, acrescentou.

O discurso de Lula na ONU reflete os temas prioritários do Brasil no G20: o combate às desigualdades e à fome, o enfrentamento às mudanças climáticas e a reforma das instituições de governança global. Até novembro deste ano, o país está na presidência do bloco que reúne 19 países e duas entidades regionais – União Europeia e União Africana.

Debate geral

A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Por tradição, cabe ao governo brasileiro fazer o primeiro discurso do debate geral, seguido do presidente dos Estados Unidos.

Este ano, o tema do debate geral da Assembleia Geral da ONU é “Não deixar ninguém para trás: agir em conjunto para o avanço da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras”. Nesta sessão de trabalho, os chefes dos Estados-membros são convidados a discursar em uma oportunidade para apontar suas visões e preocupações diante do sistema multilateral.

Esta é a nona vez que o presidente Lula abre o debate geral dos chefes de Estado. Ao longo de seus dois mandatos anteriores, ele participou do evento em todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim. No ano passado, em seu terceiro mandato, Lula também abriu a sessão de debates.

O presidente desembarcou em Nova York no sábado (21). No domingo (22), discursou na Cúpula para o Futuro, um evento paralelo à Assembleia Geral da ONU. Segundo ele, o Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais, aponta uma direção a seguir, mas falta “ambição e ousadia” para que as Nações Unidas consigam cumprir seu papel.

Ontem (23), o presidente brasileiro participou de reuniões bilaterais, com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e com o primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille.

Ainda nesta terça-feira, Lula também coordena o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, em conjunto com o presidente espanhol Pedro Sanchez. A iniciativa busca o fortalecimento das instituições no combate à desigualdade, à desinformação e ao radicalismo.

Fonte: Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Ele é um líder. Será que ele se incluiu ?????
    E a invasão da Ucrânia pela Rússia que o Lula disse q iria acabar numa mesa de bar tomando cerveja ??? Não é promessa, isso é mentira. E quem mente é filho do ….

  2. Qual líder escuta o que esse ex preso fala?
    Nem Maduro da Venezuela dá ouvido a ele.
    Já virou vergonha mundial faz tempo. Ninguém respeita o ex condenado.
    Ele está na ONU por razões burocráticas, pois o fato é que nem fotos, os líderes mundiais querem tirar ao lado dele.
    Não é convidado para os jantares, evitam sentar perto dele, não querem ouvir nada do que ele fala. Deveria ter o mínimo de amor próprio e evitar ir a tais situações para passar vergonha.

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