Saúde

Sem uso de máscaras, mas com rastreamento de contatos, Austrália volta à rotina pré-Covid

Foto: WILLIAM WEST / AFP

O brasileiro Henrique Barbosa Macedo trabalha no Melbourne Cricket Ground (MCG), estádio esportivo da capital do estado australiano de Victoria. Quando vai à arena, ele passa por uma série de máquinas de escaneamento. Por meio de um código QR que contém seu nome e telefone, cada área que atravessa fica registrada.

Esses escaneamentos não são exclusividade de Macedo ou do seu local de trabalho. São parte do protocolo vigente nacionalmente na Austrália, para permitir rastrear o caminho do coronavírus se um novo caso surgir, algo fundamental para tentar conter o contágio comunitário. A cada caso confirmado, um novo período curto de isolamento é imposto a todos os residentes da região atingida e aos que transitaram pelos locais rastreados.

Foi graças a mecanismos como esse que, no dia 25 de março, o MCG pôde receber 70 mil pessoas, 70% de sua capacidade, para a partida entre os times de futebol australiano Carlton Blues e Collingwood Magpies. Os torcedores não usaram máscaras.

— Parece que você vive em um sonho, em uma bolha. A sensação que dá quando você está dentro do estádio é de que nada aconteceu. Parece que a Covid ocorreu há muito tempo — conta Macedo, um agente educacional de 31 anos que há quatro mora na Austrália.

Sem registrar mortes causadas pela Covid-19 desde dezembro de 2020, o país passou por quarentenas severas, em que até as fronteiras entre os seis estados foram fechadas. Depois de registrar um pico da doença em agosto do ano passado, quando havia uma média diária de pouco mais de 500 casos e 20 mortes, o país de 25,4 milhões de habitantes passou na última semana para uma média móvel de menos de oito casos diários. No total, foram pouco mais de 29 mil casos com 909 mortes, segundo o site Our World In Data, da Universidade de Oxford — uma média de 1.151 casos por milhão de habitantes, contra 60,9 mil no Brasil.

O sucesso no controle da pandemia permitiu que a Austrália relaxasse as restrições a ponto de já poder liberar grandes eventos, como os jogos e shows — em 20 de março, a banda de rock Midnight Oil se apresentou diante de um público de 13 mil pessoas em Geelong.

Escritórios também já voltaram a receber os funcionários, desde que estejam trabalhando a uma distância mínima de dois metros quadrados. O uso de máscaras não é mais obrigatório em lugares fechados, como restaurantes, casas noturnas, shoppings, supermercados, mas há restrições de densidade por local. Cinemas e estádios estão liberados, com até 75% da capacidade.

Além dos escaneamentos e testagens em massa, que facilitam o controle sobre novos casos, uma série de outras medidas foram adotadas, sob coordenação do governo central.

— Não há times azuis ou vermelhos. Não há sindicatos ou patrões. Agora são apenas australianos — declarou, em 2 de abril de 2020, o primeiro-ministro Scott Morrison, em uma entrevista coletiva sobre as medidas que o governo federal viria a tomar para combater a pandemia.

A trégua política permitiu que o Gabinete do premier trabalhasse com os governos estaduais contra a Covid.

— A opinião da ciência esteve sempre à frente de cada passo dos governantes e dos servidores do sistema de saúde público. Não ouvi falar de cloroquina ou ivermectina, nenhuma vez sequer — relata a estudante brasileira Dora Antunes, de 21 anos, moradora de Brisbane. — Sem governantes autoritários e negacionistas, a Austrália conseguiu manter o assunto Covid acima de rivalidades políticas.

A quarentena, adotada em muitas regiões do país para conter a alta dos casos, foi severa. Em alguns estados, como Victoria, durou meses e afetou fortemente a economia. Para conter os danos, o governo australiano injetou cerca de 320 bilhões de dólares australianos (R$ 1,4 trilhão) na economia, o equivalente a 16,4% do PIB. O plano emergencial incluiu um esquema de subsídios às famílias, além de projetos como o Job Seeker, para aqueles que ficaram desempregados durante o período, e o Job Keeper, que ajudava as empresas a continuarem pagando os salários dos funcionários.

Também se provou eficaz a implementação de programas obrigatórios de isolamento em hotéis para cidadãos australianos que retornam ao país. O programa continua em vigor, com um número restrito de regressos por semana, de forma que o sistema de saúde não fique sobrecarregado. As fronteiras do país, contudo, seguem fechadas para estrangeiros, sendo permitida a entrada apenas de cidadãos australianos, residentes permanentes ou pessoas autorizadas pelo governo. De acordo com o Ministério da Saúde local, a maioria dos casos registrados recentemente no país é de pessoas que regressaram à Austrália.

De acordo com os moradores do país, a eficácia das medidas de contenção foi facilitada pela resposta positiva da população.

— Grande parte se mobilizou muito para evitar o agravamento da situação e não quebrou regras de lockdown, uso de máscaras, distanciamento social e higiene — conta a brasileira Maisa Machado, de 30 anos, moradora de Sydney. — Mesmo com a vida voltando ao normal, as pessoas não estão viajando tanto. No Brasil, vejo amigos e parentes que estão isolados desde o ano passado enquanto outros seguem como se nada tivesse acontecido.

No período de restrições mais severas, qualquer pessoa que violasse as regras estaria sujeita a multas. Em Victoria, a multa para quem fosse pego sem máscara poderia chegar ao equivalente a R$ 870. No caso de empresas que descumprissem os protocolos de proteção, as multas chegavam a R$ 435 mil, caso o episódio fosse levado à Justiça, segundo informações do portal oficial do governo do estado.

A fiscalização do cumprimento das medidas cabia às polícias estaduais, mas a população podia denunciar irregularidades por meio de uma linha telefônica: a “Coronavirus Hotline”.

— Sinto que aqui as pessoas são mais conscientes por grande influência do governo, que sempre tratou a doença como calamidade pública — diz a brasileira Luiza Leoi, de 28 anos, que vive em Perth desde 2014. — A pandemia nunca foi motivo de piada dos políticos daqui, que têm adotado medidas rápidas e efetivas de acordo com a progressão no número de casos.

A onda negacionista em relação à pandemia, no entanto, também chegou à Austrália. Embora o país conte com um sistema de saúde universal, o Medicare, e de ter sido um dos primeiros a adotar os testes drive-thru de Covid-19, ainda assim houve certa resistência às quarentenas.

— Teve gente que negava, gente que não queria obedecer às regras, mas a maior parte da população de Victoria, durante os três lockdowns que houve aqui, respeitou as regras e atendeu o governo, pois sabiam que era para um bem coletivo — diz Henrique Macedo. — Como a gente ficou trancado por muito tempo, a gente sabe, hoje em dia, que se a gente precisar de um lockdown, é melhor que seja feito o quanto antes.

A vacinação no país, no entanto, está atrasada quando comparada a outros países ricos. Até agora, apenas 0,6% da população tomou a primeira dose. O governo encomendou vacinas da AstraZeneca e da Pfizer e atribui a imunização lenta ao atraso na entrega.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Há muitos países e localidades que têm o que ensinar no combate ao vírus experiências REAIS, casos CONCRETOS. Por que a turma que faz oposição so presidente não se guia pelo que está dando certo? Por que rejeitam e até impedem o tratamento precoce enquanto insistem nesse “lockdown” absurdo, que só piora as coisas? Nunca foi pela saúde, essa é a verdade. Sempre foi pelo PODER.

  2. Vixe! Esse governo australiano de direita (deve ser uma direita comunista ou petista ou lulista, com certeza!) fez tantos lockdowns a toa né!? O meu presidente, o MINTOmaníaco, já disse e mandou espalhar pros terraplanistas que lockdown eh coisa se comunista burro pois não serve de nada! Mas parece que lá nesse país distante , comunista e de cientistas burros, funcionou ! Olha só! E a gente aqui condenado a usar máscara , vachina e utis lotadas! Ah, mas prefiro acreditar na narrativa que o MINTOmaníaco espalha no grupin do zap talkei! (Texto cheio de Ironias)…

    1. Você só esqueceu de mencionar o mais importante. Na Austrália tem gente, nao bicho como o povo brasileiro. Não dá pra comparar e sei pq estive lá e convivi com eles.

    2. Onde você estava quando seus políticos de estimação, todos corruptos, desviavam bilhões e mandavam recursos públicos para manter as ditaduras de Cuba e Venezuela?
      Se você apoia esse tipo de depreciação política, seja minimamente real e vá morar nos países que tem ditadores com socialismo ou comunismo como forma de governo. Lá todos são valorizados e vivem em total igualdade, todos na miséria, exceto os líderes políticos e seus familiares.

    3. Mané, o Brasil controlou a primeira onda do covid sem máscaras, sem lockdoria sem nada.
      Ninguém sabia da segunda onda que veio mais severa ainda, certo?
      Pois vc fique sabendo que vai ser controlada também viu, e do mesmo jeito, o povo na rua, esse lockdow não funcionou em lugar nenhum do mundo.
      Vírus é assim, chega e depois esmorece, é assim com tudo que é virus no mundo tá?
      Jaja vai estar controlado, porem não vai embora definitivamente, fica sempre uma coisinha pra azucrinar as pessoas.
      Mito 2022.
      Até 2026.
      Kkkkkk
      Vc vai vê!!

    4. Incrível mané, tu não se cansa de falar merda o dia todo. Essa fossa é sem fim. Kkkk

    5. São opiniões desnecessárias como essa sua, que faz o País ser o que é, e está na situação que se encontra. Falar mal dos erros do presidente não adianta de nada, quando o STF deu liberdade plena aos governantes (e desgovernantes também). Se ao menos tivesse o bom senso de elogiar quando acontece algo bom vindo do governo, como a liberação de milhões de reais, que são desviados pra outras finalidades, e não a primordial, que é a saúde! A folha de pagamento pro funcionalismo público, é obrigação dos Estados. Porém, os recursos pra combater a pandêmia, oriundos do governo federal, não estão sendo utilizados pra esse fim, aqui no RN. Não tiro os erros do presidente, mas o bem comum só poderia haver, quando a população mesmo contra a vontade, obedecesse os protocolos e os governantes usassem de medidas rígidas, como foi feito na Austrália. De nada adiantaram as medidas restritivas impostas aqui no RN, pois o índice de ocupação não diminuiu e os casos e óbitos só fazem aumentar, mas no entanto, foi liberado tudo. Por mais que Bolsonaro seja a favor disso, ele está de “mãos atadas” pelo STF. Ele deve tá simplesmente adorando, a liberação das medidas restritivas feitas em alguns Estados. O que surpreende, são governos do “quanto pior melhor”, estarem sendo “suaves” com os protocolos. Falar mal de Bolsonaro nesse momento, é “cuspir no prato que come”, pois fatão tá fazendo exatamente o que o presidente prega. E o que é pior, fazendo uso dos recursos indevidamente.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Daniel Silveira coloca tornozeleira para fazer tratamento fora de presídio

Foto: reprodução

O ex-deputado federal Daniel Silveira está usando tornozeleira eletrônica para fazer o tratamento pós-operatório fora do presídio Colônia Agrícola de Magé, no Rio de Janeiro. A instalação do equipamento foi feita na quarta-feira (6) pela equipe da Coordenação de Monitoração Eletrônica.

A informação consta em um documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio.

A saída do ex-parlamentar para realizar tratamento foi liberada por Moraes na última terça-feira (5), após um parecer favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Silveira fez uma cirurgia no joelho no dia 26 de julho e, de acordo com atestado médico, precisa de fisioterapia e cuidados diários na fase de recuperação. Segundo a determinação do ministro, todas as saídas devem ser comunicadas à Corte no prazo de 24 horas.

Desde a data da cirurgia, a defesa tem enviado diversos pedidos de conversão para prisão domiciliar ao ministro relator do caso — situação que não foi atendida pelo relator do caso.

Daniel Silveira foi condenado pelo STF em 2022 a oito anos e nove meses de prisão por ameaças ao Estado Democrático de Direito e tentativa de interferência em processo judicial.

CNN

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Jornal demite fotógrafo que flagrou gesto obsceno de Moraes em estádio

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

O jornal O Estado de S.Paulo demitiu, nessa quarta-feira (6/8), o fotógrafo Alex Silva, de 63 anos, autor da foto na qual o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aparece mostrando o dedo do meio a torcedores durante a primeira partida entre Corinthians e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no dia 30 de julho, na NeoQuímica Arena, em São Paulo.

O flagrante do gesto obsceno ocorreu durante a primeira aparição de Moraes após o ministro receber sanções do governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. No estádio, Moraes reagiu a xingamentos de um grupo de torcedores corintianos. A foto viralizou nas redes sociais e deu ensejo a uma série de críticas ao ministro do STF pelo comportamento em público.

Por meio de nota, o jornal afirmou que “o encerramento do vínculo profissional com o fotógrafo já estava planejado com antecedência e faz parte de uma redução de quadros da editoria de Fotografia, seguindo critérios exclusivamente administrativos” (leia a íntegra da nota no fim deste texto).

Especialista em coberturas esportivas, Alex Silva trabalhava no jornal havia 23 anos. Ao Metrópoles ele disse que a direção do veículo “não apresentou uma justificativa concreta” para o seu desligamento. Ele contou ter reclamado internamente que o jornal havia dado pouco destaque para a foto de Moraes e que acredita que a demissão esteja relacionada à repercussão política da imagem.

“Fico indignado, porque o jornal não apresentou uma justificativa concreta para a demissão, sobre o desempenho do meu trabalho. Simplesmente disseram que o RH pediu para me demitir, porque a empresa está passando por mudanças”, disse Alex Silva. “Acho que o jornal escondeu a foto. Eu reclamei isso com eles. Deram pouco espaço na home e não deram na capa”, completou.

Segundo o jornal, “não há lógica em associar tal decisão [demissão] à foto do ministro Alexandre de Moraes” feita pelo profissional. “A imagem em questão foi considerada de relevante valor jornalístico pelo Estadão. Não à toa, foi publicada como principal destaque na home do jornal ainda na noite da quarta-feira, dia do jogo”, diz a nota.

Alex Silva contou que fez o flagrante durante o aquecimento dos jogadores, antes do início da partida em Itaquera, após ter sido avisado por seu editor que o ministro do STF estava no estádio — Moraes é torcedor do Corinthians.

“Eu estava no meio do campo olhando para os camarotes. Daqui a pouco, ele [Moraes] aparece junto com algumas pessoas. Eu enquadrei ele [na câmera] e ouvi algumas vaias. Acho que alguém xingou naquela hora e daí ele mostrou o dedo do meio. Foram três fotogramas, nada mais. Quando vi a foto, saí correndo para transmitir para a redação”, lembra Silva.

Segundo ele, cerca de 70 fotógrafos estavam credenciados para cobrir o clássico paulista naquela noite. “Pensei que mais gente tinha feito essa mesma foto. Mas, durante o jogo, o pessoal começou a me dizer que a minha foto já estava em todos os lugares.”

Leia a íntegra da nota do jornal:

O encerramento do vínculo profissional com o fotógrafo já estava planejado com antecedência e faz parte de uma redução de quadros da editoria de Fotografia, seguindo critérios exclusivamente administrativos.

Não há lógica em associar tal decisão à foto do ministro Alexandre de Moraes feita pelo profissional durante uma partida do Corinthians. A imagem em questão foi considerada de relevante valor jornalístico pelo Estadão. Não à toa, foi publicada como principal destaque na home do jornal ainda na noite da quarta-feira, dia do jogo. Permaneceu na home durante toda o dia seguinte e também foi publicada em espaço importante na edição impressa. O jornal ainda pautou uma reportagem para informar ao público o contexto em que a imagem tinha sido obtida. Colunistas do jornal repercutiram a fotografia do ministro em textos e vídeos. Por meio do Estadão Conteúdo, a imagem foi vendida para inúmeros veículos.

O Estadão jamais abrirá mão de seu compromisso histórico com a liberdade de expressão e os mais altos padrões de independência editorial.

Metrópoles

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

‘Nem com 81 assinaturas pauto o impeachment de um ministro do Supremo’, diz Alcolumbre a líderes

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), evitou entrelinhas. Numa reunião com os líderes partidários da base do governo Lula e da oposição, ele afirmou que não dará andamento ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de jeito nenhum. A Casa tem 81 senadores.

“Nem se tiver 81 assinaturas, ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar”, afirmou, de acordo com relatos feitos à Coluna do Estadão. Estavam na reunião os líderes governistas, além dos senadores Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Rogério (PL-RO).

O senador deu a declaração em tom elevado. Tamanha a irritação, até se incluiu na conta para expor que, nem se o Senado inteiro pedisse a abertura do processo, ele daria andamento.

Os bolsonaristas que anunciaram nesta quinta-feira, 7, que conseguiram as 41 assinaturas. Esse é o número necessário para aprovar a admissibilidade do processo, caso o presidente do Senado desse andamento ao pedido.

“Um processo de impeachment não é fruto de vontade do presidente da Casa. É um movimento de maturação e tempo. O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também não ia votar o impeachment de Dilma Rousseff. Mas uma hora o vento muda”, rebateu o senador Carlos Portinho (PL-RJ).

“Uma coisa de cada vez. Agora tem 41 assinaturas. Depois conseguiremos apoio para ter 54 votos. Vamos comemorar a vitória de hoje”, continuou Portinho.

O rito do processo de impeachment de ministro do STF

Cabe ao presidente do Senado dar o aval para o início do processo.

Caso a denúncia seja aceita por ele, é lida no plenário da Casa na sessão seguinte. Depois é criada uma comissão especial, com 21 senadores, para avaliar o caso de forma preliminar. Esse colegiado tem dez dias para decidir se o processo segue adiante.

Se os parlamentares derem parecer favorável, o processo de instauração formal é votado em plenário por todos os senadores. É preciso obter maioria simples dos votos (41 dos 81 senadores), do contrário, o pedido é arquivado.

Sendo aprovado, o passo seguinte é a instauração formal do processo pela comissão especial. Novos prazos são cumpridos e o processo de impeachment precisa ser aprovado por maioria qualificada – ou seja, dois terços dos senadores (54 votos).

Embora a Constituição permita que o Senado Federal julgue e afaste membros do STF por cinco tipos de crime de responsabilidade, nunca ocorreu no Brasil o impeachment de ministros da Corte.

Em 134 anos, o STF só teve um integrante demovido do cargo por decisão do Poder Legislativo. Em 1894, o Senado negou a indicação de Cândido Barata Ribeiro para uma das cadeiras na Corte. Os senadores avaliaram que Barata Ribeiro, que era médico, não possuía o “notório saber” previsto na Constituição para o exercício do cargo de juiz da Suprema Corte.

Coluna do Estadão – Estadão Conteúdo

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Brasil tem 17 denúncias de violência contra mulher por hora, diz ministério

Foto: Reprodução/ PSD Mulher

Nos primeiros sete meses deste ano, a Central de Atendimento à Mulher, do Ministério da Mulher, contabilizou 86.025 denúncias de violência. Ou seja, 16,91 denúncias por hora de janeiro a julho, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (7), data em que a Lei Marinha da Penha completa 19 anos.

Em 47,6% dos casos, os suspeitos eram companheiro(as), esposos(as), e namorados(as), atuais ou ex-companheiros. A maior parte das vítimas é heterossexual (57,7%) e negra (44,3%).

Entre os principais grupos de violência relatados em contextos de violência doméstica e familiar e relações íntimas de afeto, estão:

  • Violência física (41,4%)
  • Psicológica (27,9%)
  • Sexual (3,6%)

Os dados mostram que o local de trabalho (1.354), casa de familiares (1.236) e estabelecimentos comerciais (1.164) são os locais mais denunciados como cenários de violência. A grande maior parte das denúncias acontece pela própria vítima (56 mil) e por pessoas anônimas (26.251).

São Paulo é o estado com maior número de denúncias, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Veja o ranking:

  • SP – 19.066

  • RJ – 13.022

  • MG – 7.624

  • DF – 7.577

  • BA – 4.754

  • RS – 3.428

  • PR – 3.428

  • PE – 2.882

  • GO – 2.883

  • SC – 2.218

  • CE – 2.120

  • ES – 1.675

  • PA – 1.070

  • MA – 1.059

  • AM – 1.598

  • *N/D – 1.590

  • AC – 1.357

  • MS – 1.253

  • PB – 1.138

  • AL – 1.147

  • RN – 1.114

  • PI – 956

  • MT – 846

  • SE – 624

  • TO – 467

  • RO – 324

  • AP – 189

  • RR – 100

O Ligue 180 é o canal oficial do Governo Federal para acolhimento, orientação e registro de denúncias, destinado às mulheres em situação de violência. Gratuito, sigiloso e disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados — e também pode ser acionado por WhatsApp, pelo número (61) 9610-0180.

CNN Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Fala de Lula sobre humilhação em ligação a Trump repercute em TV dos EUA

Foto: Ricardo Stuckert /PR

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à agência de notícias Reuters na quarta-feira (6) de que não vai “se humilhar” ligando para Donald Trump repercutiu na imprensa dos Estados Unidos.

Em matéria publicada nesta quinta-feira (7), a Fox News afirmou que Lula permanece “firmemente contrário” a acordos com os EUA e tem criticado as tarifas americanas, as considerando uma tática de intimidação.

À Reuters, o presidente brasileiro pontuou que Trump não falou sobre negociação nas cartas e decisões, fazendo apenas novas ameaças.

Assim, a Fox relembrou que Lula afirmou anteriormente que as tarifas são uma “chantagem inaceitável”.

A TV dos EUA destacou ainda que Trump disse em 31 de julho, um dia após anunciar uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, que o petista poderia falar com ele “quando quiser”.

Em aparente resposta a essa declaração, o chefe de Estado brasileiro escreveu no X que sempre esteve aberto ao diálogo, mas sem citar nominalmente o americano.

Por fim, a Fox destacou parte da publicação de Lula à época: “Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu Lula.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Justiça determina que Unimed Natal forneça órtese craniana a bebê de 6 meses com plagiocefalia grave

Imagem: reprodução

A Justiça do Rio Grande do Norte concedeu liminar favorável em ação movida por uma família de Parnamirim contra a Unimed Natal, determinando que a operadora de plano de saúde forneça, no prazo de dois dias úteis, uma órtese craniana sob medida para um bebê de apenas 6 meses diagnosticado com plagiocefalia posterior postural de intensidade grave.

“O bebê já havia passado por medidas conservadoras de tratamento, sem sucesso. A órtese tem caráter terapêutico e preventivo, sendo fundamental para evitar sequelas neurológicas e futuras intervenções cirúrgicas invasivas. No próprio laudo médico anexado aos autos, consta que a eficácia do tratamento é potencializada entre os 3 e 12 meses de idade, faixa em que o bebê se encontra, o que justifica a urgência reconhecida pela Justiça.”, destaca o advogado Fábio Perruci, especialista em direito da saúde.

A decisão, da 3ª Vara Cível da Comarca de Parnamirim, foi proferida pela juíza Juliana de Oliveira Cartaxo Fernandes e destaca que a negativa da operadora em cobrir o dispositivo, prescrito por neurocirurgião pediátrico, configura conduta abusiva e fere o Código de Defesa do Consumidor.

“Estamos feliz por termos conseguido reverter essa decisão abusiva do plano, visto que a medida era de urgência e a criança poderia sofrer sequelas graves. Agora, o tratamento já foi iniciado e graças à medida judicial todo o tratamento neurológico será coberto pelo plano”, completa o advogado.

A magistrada também autorizou o bloqueio judicial de valores, caso a determinação não seja cumprida no prazo estipulado. A ação inclui ainda pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil, devido ao sofrimento causado pela negativa do plano de saúde.

A decisão segue o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já reconheceu a obrigatoriedade de custeio de órteses cranianas por planos de saúde em casos semelhantes.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Motta nega acordo com oposição por anistia em troca de retomada de plenário: ‘Não negocio prerrogativas’

Foto: Brenno Carvalho

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou que tenha feito um acordo com a oposição para o fim da obstrução e afirmou que não vai abrir mão de seu papel institucional na Câmara e que a presidência da Casa é ‘inegociável’.

— A presidência da Câmara é inegociável. A negociação feita pela retomada não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia prerrogativa com oposição, governo, ninguém — disse Motta ao chegar à Casa. — Conseguimos pautar a solução menos traumática. Demonstramos que não abriríamos mão de abrir os trabalhos ontem, respeitando todos os partidos e lideranças.

Após a sessão de quarta-feira, líderes afirmaram que o projeto que acaba com o foro privilegiado seria debatido na próxima reunião de líderes. De acordo com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o avanço desse debate abriu caminho para o fim da ocupação da mesa de trabalhos da Câmara, o que se arrastava desde terça-feira. O acordo prevê que a proposta pode ser levada à votação, desde que haja apoio suficiente entre os líderes da Casa.

Os debates sobre o tema têm apoio de líderes de partidos de Centro, como o PP e o União Brasil. O líder do PSD na Câmara, Antônio Britto (BA), confirmou que participará das articulações por matérias que garantam as prerrogativas parlamentares.

O projeto mais avançado sobre o fim do foro foi aprovado no Senado em 2017 e está pronto para ser analisado pelo plenário da Câmara, por já ter passado em comissões. O texto afirma que é “é vedada a instituição de foro especial por prerrogativa de função”. Hoje, por exemplo, deputados federais e senadores são julgados pelo STF. O projeto aprovado, no entanto, preserva o foro no Supremo para o presidente da República, o vice e os chefes de Câmara, Senado e do próprio STF.

Oposicionistas tentam usar essa PEC como atalho, fazendo uma mudança no texto original, para evitar o julgamento de Bolsonaro no STF — o caso dele corre na Corte por ter acontecido enquanto ele ocupava a Presidência e tem previsão de ser julgado em setembro.

Mesmo que haja acordo para que seja colocado em votação, líderes avaliam que não haverá tempo hábil de provocar qualquer mudança no julgamento do ex-presidente. Apesar de oposicionistas terem afirmado que o acordo incluía o andamento da anistia, líderes de partidos de centro negaram que Motta tenha dado esse aval.

Motta afirmou também que vai tomar “providências” até o fim do dia em relação aos deputados que resistiram a encerrar a obstrução e comentou a participação do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) na negociação que encerrou a obstrução.

— O presidente Arthur é um amigo, que tem colaborado muito para o país. É natural que em momentos de tensão todos aqueles que querem o bem da casa se unam para construir um consenso. Ele participou como todos os líderes participaram. Foi uma tensão que a casa não viveu em sua história recente.

Na noite de quarta-feira, ele criticou a obstrução, disse que agressões não resolvem os problemas do país e que tampouco a democracia pode ser negociada. A sessão foi encerrada em menos de vinte minutos, com um discurso de Motta e sem votações.

A sessão foi convocada às 20h30, aberta às 22h24 e encerrada às 22h41. Deputados da oposição chegaram a resistir, e Motta ficou em pé ao lado da cadeira da presidência por cerca de dez minutos até conseguir ocupar o assento. Uma nova sessão foi convocada para quinta-feira.

Oposição resiste, mas Motta consegue ocupar cadeira da presidência da Câmara

— Não vai ser na agressão que vamos resolver. Eu peço para que todos deixem o espaço da Mesa, de forma educada — disse Motta ao assumir o microfone. — Durante todo o dia, dialogamos com todos os líderes dessa Casa e quero começar dizendo que a nossa presença hoje é para garantir a respeitabilidade inegociável desta mesa e para que esta Casa se fortaleça. Até para atravessar limites há limites. O que aconteceu aqui não foi bom. O que aconteceu, a obstrução, não fez bem a esta Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, mas dentro do nosso regimento.

Sem citar diretamente a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, Motta afirmou que fatos recentes provocaram “ebulição”:

— Precisamos reafirmar nosso compromisso, mas uma série de acontecimentos recentes nos deu esse sentimento de ebulição. Não vivemos tempos normais, não podemos negociar nossa democracia. Não podemos deixar que projetos individuais possam estar à frente daquilo que une todos nós, que é o nosso povo e população. O compromisso que assumi com as lideranças era seguir com as pautas sem preconceito. Esta mesa não negocia a presidência. Não me distanciarem da serenidade, do equilíbrio, nem da firmeza necessária. Desta presidência, não terão omissão.

Houve bate-boca entre parlamentares da oposição e governistas assim que Motta assumiu os trabalhos.

Antes de abrir a sessão, Motta recebeu representantes do PP, União Brasil, PSD, MDB, Republicanos, PT, PSB, PDT na tarde de hoje e ficou decidido que teria sessão nesta terça-feira às 20h30 e quem insistisse na obstrução teria o mandato suspenso por seis meses e seria removido pela polícia legislativa.

Mesmo assim, bolsonaristas insistiram em ocupar o plenário, o que exigiu uma nova rodada de reuniões. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o vice-presidente da Casa, Altineu Cortês (PL-RJ), foram ao gabinete do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), que tentou convencer a oposição a desistir da obstrução. Também participaram do encontro os líderes partidários Antônio Brito (PSD-BA) e Doutor Luizinho (PP-RJ).

Após o encontro com Lira, os deputados do PL e dos partidos de centro se dirigiram ao gabinete de Motta. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa, também participou. Depois da reunião, os líderes e o próprio Motta se dirigiram ao plenário para comunicar a saída dos deputados da Mesa, que inicialmente resistiram, mas depois cederam.

O Globo

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Motel vira ‘Hotel COP 30’ e aumenta diária em mais de 3.000%, em Belém-PA

Foto: Reprodução/ Redes sociais

Um motel em Belém (PA) mudou de nome — antes Hotel Nota 10 — para Hotel COP 30, em referência à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer em novembro na cidade, e aumentou a diária de R$ 70 em cerca de 3.150%. Na última semana, uma publicação na rede social X revelou que a reserva no hotel estava custando R$ 6,3 mil. Depois de viralizar, a diária no estabelecimento chegou a R$ 2.275 (US$ 394), de acordo com a plataforma Booking.

O post chamou a atenção na internet no momento em que pelo menos 25 países solicitaram a mudança do local do evento devido à disparada no preço das diárias de hotéis na capital paraense. André Corrêa do Lago, presidente da Conferência, chegou a afirmar que há casos de hotéis cobrando diárias até 10 vezes mais altas do que o normal.

A publicação mostra o antes e depois da fachada do estabelecimento, que fica a cerca de 30 minutos de carro do Parque do Povo, área onde vão ocorrer as principais negociações da COP30, com o print de uma reserva, recentemente disponibilizada na plataforma Booking, no valor de R$ 6,3 mil (imagem em destaque).

“2023 – Hotel Nota 10 custando R$70 a diária, em 2025 Hotel COP 30 custando R$6300 a diária. Criatividade e inflação freestyle total em Belém! Cada um coloca o preço que quiser, mas no geral o gringo não é idiota a esse ponto”, afirma o post.

Na imagem, é possível ver que a fachada do espaço foi alterada e pintada com a cor amarela.

O hotel compartilhou nas próprias redes sociais uma nota afim de “esclarecer informações que têm circulado recentemente”. De acordo com a gerência, o espaço passou por uma ampla reforma estrutural e administrativa para deixar de operar como hotel de hospedagem rotativa para se tornar um hotel de médio porte.

Com relação aos valores, o texto afirma que os preços anteriormente divulgados já foram reformulados, mas que, ainda assim, é importante destacar que devido a alta demanda gerada pelo evento internacional, houve uma elevação geral nas tarifas praticadas por toda a rede hoteleira da cidade, como e comum em qualquer cidade que recebe eventos de grande porte.

Metrópoles

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

PRF fez duas maiores apreensões de ouro da história em menos de 48 horas

Foto: PRF

Em menos de 48 horas, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) fez as duas maiores apreensões de ouro da história da corporação. Nas operações, cerca de 140 quilos de ouro foram apreendidos, cargas avaliadas em quase R$ 85 milhões.

A primeira apreensão, considerada como a maior de todos os tempos feitas pela corporação, ocorreu na segunda-feira (4), quando foram localizados cerca de 103 kg de barras de ouro dentro de uma picape na cidade de Boa Vista, em Roraima.

Já a segunda ocorreu na tarde de quarta-feira (6), com cerca de 40 kg de ouro apreendidos em abordagem na cidade de Altamira, no Pará.

Recém-nascido foi peça chave para a maior apreensão de ouro da história

Um fato curioso é que um recém-nascido foi peça determinante para a descoberta da maior apreensão de ouro da história. A abordagem ocorreu na BR-401, durante uma fiscalização de rotina. O motorista, que viajava com a esposa e o filho, demonstrou nervosismo e deu informações contraditórias.

Bruno Mendes de Jesus disse ser um “fiscal de obra”, mas não soube dar detalhes sobre a empresa ou o local do serviço. Os policiais também notaram marcas de manipulação recente no painel do veículo.

O ponto crucial da operação foi a presença da criança. Devido à falta de ferramentas e à “ausência de um local adequado para que se aguardasse o fim da diligência” com um bebê a bordo, a equipe da PRF optou por levar o veículo à sua sede operacional.

Na unidade, com equipamentos adequados, os agentes encontraram o fundo falso com 103 kg de ouro em barras. O material tem um valor de mercado que ultrapassa R$ 60 milhões.

O advogado de defesa informou que Bruno é um “trabalhador do setor mineral”, “primário, de bons antecedentes, pai de uma criança de apenas 9 meses de idade, e único responsável pelo sustento da família”.

CNN Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

VÍDEO: Oftalmologista acusado de aplicar golpe de pirâmide financeira e causar prejuízos de R$ 30 milhões no RN é preso no Mato Grosso

Um médico oftalmologista foi preso em Tangará da Serra (MT) por força de mandado judicial expedido pela Justiça do Rio Grande do Norte. O suspeito, identificado como Diego Felipe Sampaio, é investigado por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e pirâmide financeira, que, segundo a Polícia Civil, podem ter causado prejuízos de mais de R$ 30 milhões a dezenas de vítimas em Natal e outros estados. Entre as possíveis vítimas, está a sogra do médico, que teria perdido aproximadamente R$ 5 milhões. Há, pelo menos, seis processos em curso contra o médico Diego Sampaio.

A prisão foi confirmada pelo delegado João Peres Soares, da Delegacia de Tangará da Serra. “Recebemos o mandado de busca e apreensão e de prisão. Ele é médico oftalmologista e, segundo informações do delegado responsável pelo caso no Norte, aplicava dinheiro de várias pessoas no mercado financeiro. Algumas vítimas relatam que perderam até R$ 15 milhões. Ele afirmou que foi um investimento de risco e que pode comprovar tudo”, disse o delegado.

Apesar disso, as investigações apontam que não há comprovação de que Diego tenha investido qualquer valor. Após quebra de sigilo bancário, a polícia constatou que os valores recebidos não foram aplicados no mercado financeiro e diversos saques de alto valor foram detectados, o que levanta suspeitas de desvio e lavagem de dinheiro.

Durante sua prisão em Tangará, o médico disse estar tranquilo:

“Tenho 17 anos de medicina, nunca tive processo como médico. Estou disponível para prestar todos os esclarecimentos. Os clientes sabiam dos riscos. A empresa foi aberta em 2019 e nunca fiz propaganda, era algo restrito a amigos e familiares.”

Mesmo com os indícios de fraude, o oftalmologista afirma que a perda total foi entre R$ 12 a R$ 15 milhões, e que há exagero nas cifras divulgadas pelas vítimas. Ele também negou envolvimento em qualquer pirâmide financeira.

Além da prisão, Diego Sampaio será investigado pelos crimes de estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Ele passou por exame de corpo de delito e foi encaminhado ao sistema prisional.

Outro detalhe que chama atenção é que, mesmo tendo movimentado milhões, o médico pediu gratuidade judiciária em diversos processos alegando estar sem condições financeiras. Em alguns casos, a Justiça acatou o pedido; em outros, foi negado.

As investigações seguem em andamento, sob responsabilidade da Delegacia de Defesa do Consumidor, que tenta identificar o paradeiro do dinheiro desaparecido.

Com informações de Plantão Tangará da Serra-MT

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *