A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), suspendeu a carteira de estudante de 2.501 alunos. Os números fazem parte de uma operação que a Semob está realizando nas escolas para combater o falso estudante. Do universo de 543 instituições de ensino cadastradas, cerca de 53 colégios já foram visitados no último mês de agosto pela equipe do Departamento de Operações do órgão.
O trabalho conta com uma comissão formada por nove pessoas, sendo um representante da Semob; um representante da Secretaria Municipal de Educação; um representante do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN; um representante do Sistema dos Permissionários; um representante do Sistema de Transporte Público de Passageiros por veículos de médio porte; um representante das entidades dos estudantes secundaristas; um representante das entidades dos estudantes universitários e dois representantes da Câmara Municipal.
“A nossa ideia não é retirar o direito de meia passagem e meia entrada do verdadeiro aluno. Queremos combater a fraude que acaba por onerar o preço da passagem do transporte público, pois no final quem paga a conta é a própria população”, explica Daniel Fernandes do Departamento de Operações da Semob.
A expectativa da Comissão é que depois de concluída a fiscalização, cerca de 280 mil alunos continuem com a carteira de estudantes. Até o final deste ano devem ser fiscalizada, pelo menos metade das instituições (cerca de 270). As demais serão fiscalizadas a partir de 2013.
“Tive a sensação clara, muito clara, de que eu ia morrer porque o bonde estava tão perto, tão perto de mim… Eu me joguei no chão com muita força. Eu pensei imediatamente que ia ser esmagado.”
Foi com essas palavras que o curador de cinema carioca Gustavo Scofano, entrevistado pelo Fantástico deste domingo, 7, descreveu o acidente com o Elevador da Glória, um dos símbolos de Lisboa, na última quarta-feira, 3. O brasileiro foi um dos feridos no descarrilamento, que deixou 16 mortos.
Ao programa, ele contou que não costuma passar pela área de circulação do bondinho porque a região está sempre repleta de turistas, mas naquele dia escolheu esse caminho. Da tragédia, lembra-se do barulho, do movimento e do sangue.
“Houve um estrondo grande. Olho para frente e vejo o bondinho vindo na minha direção, mas na diagonal. O bonde estava tão perto, tão perto de mim. E só o tempo de eu virar e me jogar me parecia impossível. E eu fiz isso, e acho que imediatamente veio uma nuvem de poeira e detritos. E eu levantei e percebi que tinha sangue pelos braços, botei a mão na cara, tinha sangue na cara, no cabelo, na camisa e eu estava coberto, coberto de sangue.”
Scofano afirmou que foi levado ao hospital para ser suturado, mas a principal marca é psicológica. “Acho que neste momento (a cicatriz) é essa sensação de pânico que não cessa e de uma angústia tremenda, enfim, e das imagens que ficam vindo”, disse à repórter Bianca Rothier. “Graças a Deus eu não morri, mas tenho um peso imenso que fica.”
Falha em cabo causou o acidente
O Elevador da Glória é composto por dois vagões amarelos que sobem e descem alternativamente, por um sistema de contrapeso, um desnível de 45 metros em 276 metros de comprimento, “com uma inclinação média de 18%”, segundo os investigadores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).
“As cabines são conectadas entre si por um cabo que equilibra seu peso através de uma grande roda reversível situada no alto da Calçada da Glória em um compartimento técnico subterrâneo”, acrescentam no relatório publicado neste sábado, 6.
“Do estudo feito aos destroços no local, foi constatado de imediato que o cabo que unia as duas cabines cedeu no seu ponto de fixação dentro do trambolho superior da cabina n.º 1 (aquela que iniciou a viagem na parte superior da Calçada da Glória)”, diz o GPIAAF.
Ao todo, cinco portugueses, três britânicos, dois canadenses, dois sul-coreanos, um americano, um francês, um suíço e um ucraniano morreram no acidente. Um alemão chegou a ser incluído entre os mortos, mas foi encontrado em um hospital de Lisboa.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, marcou para a manhã de hoje uma reunião com ministros de partidos do Centrão no Palácio do Planalto para tratar de estratégias contra a aprovação de um projeto de lei de anistia a envolvidos nos supostos atos golpistas.
A expectativa é que participem ministros de MDB, PP, União Brasil, PSD e Republicanos. Todos os ministros que têm relação próxima com as bancadas na Câmara e no Senado foram convidados, e o encontro também deve contar com a participação de ministros de partidos da esquerda, como o próprio PT, PSB e PDT e dos líderes do governo no Parlamento.
A Câmara ampliou nos últimos dias a pressão para o projeto, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e anular uma eventual condenação dele no caso da suposta trama golpista.
As cúpulas nacionais de PP, União Brasil e Republicanos apoiam abertamente um texto que pode ajudar Bolsonaro, e suas bancadas na Câmara contam com o apoio majoritário para fazer a iniciativa andar.
Por sua vez, no PSD, integrantes da cúpula do partido dizem que o cenário é de divisão, em que o apoio e a rejeição à anistia tem níveis similares dentro da bancada na Câmara. No MDB, apesar de integrantes da cúpula nacional sinalizarem contra, há apoios dentro das alas do partido no Sul e Centro-Oeste.
Há uma pressão do PL para que a anistia inclua a reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, mas o pedido tem sofrido resistência em parte das siglas do Centrão, que preferem centrar esforços em perdoar a possível condenação na trama golpista.
Dentro desse cenário, o governo quer usar os ministros desses partidos para reduzir o apoio que a proposta possui hoje no Congresso. A ideia é cobrar os auxiliares, alguns deles deputados e senadores licenciados, para atuarem internamente dentro das bancadas para impedir que haja um apoio consolidado que faça com o que o texto seja pautado.
Integrantes do governo falam sob reserva que há mesmo um cenário muito consolidado nos partidos para o apoio à anistia e que isso se deve também a uma insatisfação com o governo. A avaliação é que o Palácio do Planalto precisa solucionar alguns entraves, como, por exemplo, acelerar o ritmo de liberação de emendas, para apaziguar a pressão para aprovar o projeto demandado por bolsonaristas.
A reunião organizada por Gleisi tem como tema a discussão das pautas prioritárias do governo no Congresso para o segundo semestre, como o projeto que isenta quem ganha até R$ 5 mil do Imposto de Renda, a Propostas de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e medidas provisórias que estão perto de perder a validade. Apesar disso, a anistia deve ser o tema principal.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem dado sinais trocados sobre o assunto. Ele se reuniu na semana passada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para tratar do tema. Tarcísio tem sido estimulado por partidos do Centrão a ser candidato a presidente em 2026 e usar o mote da anistia como uma maneira de acenar a Bolsonaro e ter seu apoio para a disputa do ano que vem.
Pauta sem acordo
Na última terça-feira, Hugo Motta chegou a falar que o apoio para a anistia cresceu entre os líderes do Congresso e, segundo relatos de deputados, declarou em reunião com líderes, que inevitavelmente o assunto terá que ser discutido pela Câmara. Apesar disso, dois dias depois, ele disse que não há acordo ainda sobre o texto e decidiu esvaziar a pauta da Câmara para esta semana, que terá somente votações de temas que sejam de amplo consenso, inclusive com votação virtual e a dispensa de presença em Brasília.
Quatro dias após ter se reunido com Tarcísio, Motta também participou do desfile de 7 de Setembro promovido pelo governo federal ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o evento foram entoados gritos contrários à anistia.
A tendência é que o projeto da anistia só seja discutido na semana que vem, após o julgamento da trama golpista, do qual Bolsonaro é alvo.
Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido pelos apelidos “Mijão”, “Xixi” ou “2X”, é apontado pelo Ministério Público como o principal nome do Primeiro Comando da Capital (PCC) em liberdade.
Segundo investigações, ele vive há mais de 10 anos em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde mantém uma rotina de luxo em condomínios fechados, protegido por muros altos e segurança reforçada.
O Fantástico teve acesso a documentos que mostram que Sérgio já morou em pelo menos seis mansões na cidade boliviana. Em uma delas, o aluguel mensal chegava a quase R$ 30 mil.
“Só propriedades bonitas. Quem não tem dinheiro, não pode”, disse o fotógrafo Ditter Morales. Em outra residência, havia quadra de tênis, de futebol, três piscinas e um lago.
Sérgio usa uma identidade falsa: atende por Sérgio Noronha Filho. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, ele foi enviado à Bolívia por Gegê do Mangue, outro líder do PCC, para fiscalizar o envio de pasta base de cocaína ao Brasil. “Ele foi crescendo dentro da organização”, afirmou Gakiya.
A trajetória de Sérgio no crime começou em Campinas, onde nasceu. Aos 14 anos, conseguiu seu primeiro emprego em uma metalúrgica. Depois, tornou-se sócio de uma pequena empresa de usinagem.
Em 2013, a Polícia Federal recebeu um alerta do DEA, o departamento antidrogas dos Estados Unidos, sobre uma quadrilha atuando entre Brasil, Paraguai e Bolívia. Sérgio já estava envolvido.
Naquele ano, ele foi flagrado em imagens exclusivas no aeroporto de Viracopos, em Campinas, embarcando para Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com dois comparsas. De lá, o plano era atravessar a fronteira e encontrar o maior fornecedor de cocaína boliviana para o Brasil.
Mesmo foragido, Sérgio circulava livremente. Foi visto em um jogo da Ponte Preta no Pacaembu, em São Paulo, durante a final da Copa Sul-Americana de 2013. Também curtia praias no Guarujá e falava sobre compra de fuzis e lavagem de dinheiro com táxis no aeroporto de Viracopos.
Em Santa Cruz de La Sierra, a vida de Sérgio é marcada por festas, encontros com amigos e familiares, e vídeos em que aparece sorrindo e descontraído.
“Xixi tá rindo à toa. Da hora ver ele assim”, comentou um amigo. “Ele merece. Fica aí, sem fazer nada”, respondeu outro.
A cidade boliviana virou refúgio para outros líderes do PCC. Gegê do Mangue e Paca também viveram ali, mas foram assassinados em 2018, durante uma visita ao Brasil.
Fuminho foi preso em Moçambique e extraditado. André do Rap continua foragido. Tuta foi capturado em maio deste ano, em Santa Cruz, ao tentar renovar um documento falso. Estava acompanhado por um policial militar, um advogado e seguranças.
O sistema emitiu um alerta, e ele foi preso. O caso revelou uma rede de corrupção que protegia criminosos.
O major Gabriel Solis, policial boliviano que trabalhava como segurança de Tuta, também foi preso.
“Eles utilizam a Bolívia como um hub, como um local em que não são incomodados pelas autoridades locais”, disse o promotor Gakiya. “Alguns têm restaurantes, boates e residem em condomínios extremamente luxuosos.”
O jornalista investigativo Guider Arancibia, que vive sob ameaça de morte em Santa Cruz, denuncia a presença de empresários camuflados que, segundo ele, são “lobos ferozes do narcotráfico internacional”.
“Aqui, com dinheiro, você fica impune. Compra juiz, promotor, compra tudo”, afirmou o fotógrafo Ditter Morales. “A polícia aqui é corrupta”, disse o engenheiro Erlen Hurtado.
Na disputa presidencial boliviana deste ano, um dos candidatos de direita, Jorge Quiroga, prometeu combater o PCC.
“Aqui os chefões do PCC estão passeando como Pedro em sua casa”, disse. Em espanhol, é como dizer que fazem da Bolívia “a casa da mãe Joana”.
A Polícia Federal do Brasil afirma, em nota, que realiza constante monitoramento de foragidos e que tem tido cooperação com a Bolívia, como no caso da prisão de Tuta.
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) ouve, nesta segunda-feira (8), o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi. Trata-se do primeiro ex-chefe do Ministério da Previdência a ser ouvido pelo colegiado.
Lupi estava à frente da pasta quando o escândalo de descontos a aposentadorias e pensões veio à tona. Diante da repercussão do caso e pressões para que entregasse o cargo, o então ministro da Previdência Social pediu demissão em maio deste ano.
Outros ex-ministros da Previdência e ex-presidente do INSS também devem ser ouvidos pelo colegiado, que já aprovou diversos requerimentos. A oitiva de Lupi, entretanto, dará o pontapé em nova fase nos trabalhos da CPMI, com a oitiva de um primeiro nome político.
Instalado em 20 de agosto, o colegiado se concentrou em ouvir técnicos e envolvidos nas investigações. Já foram ouvidos representantes da PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e DPU (Defensoria Pública da União), além do advogado Eli Cohen.
À CNN, Lupi afirmou que está com a “consciência e alma tranquilas” para participar da comissão. A reunião com a presença de Lupi, na segunda-feira, é esperada em especial pela oposição, que busca atrelar as fraudes no INSS ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A comissão também tem previstas as oitivas dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em 15 de setembro, e de Maurício Camisotti, em 18 de setembro. Ambos são alvo de investigação da PF.
A CPMI foi criada para investigar o esquema bilionário de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. No total, as entidades responsáveis pelos descontos teriam cobrado valor estimado em R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024. O caso foi revelado em abril após operação da PF e da CGU.
Indicado pelo União Brasil para o Ministério das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho não pretende deixar o cargo após o anúncio da saída do partido do governo Lula. Siqueira assumiu o posto em abril, com a saída de Juscelino Filho, a partir de uma indicação técnica do União.
Na terça-feira (2), o PP e o União Brasil oficializaram sua saída do governo e exigiram o pedido de exoneração de todos os filiados que ocupam cargos no Executivo. Pelo União, a medida atinge Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Integração). Como não é filiado ao partido, Siqueira decidiu permanecer no comando das Comunicações.
O clima no ministério é de tranquilidade. Na quarta-feira (3/9), um dia após o anúncio da federação PP-União, Siqueira almoçou com Lula, Sabino, Góes e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
No encontro com o presidente, sem intenção de deixar o cargo, o ministro se comprometeu a acelerar a entrega de projetos incluídos no Novo PAC, como a expansão do 5G e os programas Escolas Conectadas e Infovias.
Antes de assumir o Ministério das Comunicações, Frederico Siqueira atuou por 20 anos no setor privado e ocupava o cargo de presidente da Telebrás desde 2023.
A fala neste domingo (7) do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi vista por bolsonaristas como um aceno à família Bolsonaro e à militância. Já integrantes do governo Lula (PT) a viram como um passo decisivo para que ele concorra à Presidência em 2026.
Em ato na avenida Paulista, em São Paulo, Tarcísio defendeu uma anistia “ampla e irrestrita”, disse que Bolsonaro deveria ser autorizado a ser candidato em 2026 e que ele pode ser condenado sem nenhuma prova.
O governador também fez críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de “ditador” e falando em “tirania”.
A avaliação entre aliados de Lula é a de que Tarcísio acena à militância e a integrantes da família de Jair Bolsonaro (PL) para se consolidar como herdeiro político do ex-presidente, num momento em que vinha sendo cobrado de infidelidade por esse grupo.
Dois integrantes do governo federal dizem que, com essas declarações, Tarcísio se afasta da imagem de que ele seria um político moderado. Seria uma sinalização que o governador faz num momento de “tudo ou nada” diante da proximidade da eventual condenação de Bolsonaro no Supremo.
Esses aliados de Lula também minimizaram o público nos atos bolsonaristas neste domingo, dizendo que há uma perda de mobilização. Além disso, disseram que a defesa do Governo dos Estados Unidos, num momento em que Donald Trump impôs uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros, é inadmissível.
No ato em São Paulo foi estendida uma grande bandeira do país americano.
Um interlocutor frequente do presidente da República afirma que com esses gestos, a direita bolsonarista se afasta dos interesses de grande parte da população ao abraçar o governo americano e não a melhoria na vida das pessoas.
Nas redes sociais, a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) disse que o governador foi “à manifestação pró-Trump defender os traidores da pátria e a impunidade de quem tramou um golpe contra a democracia”.
“Precisa entender que ‘tirania’ é o que eles queriam impor ao país, não as decisões do STF no devido processo legal. E o que ‘ninguém aguenta mais’ são as ameaças da família Bolsonaro contra o país”, escreveu a ministra em publicação nas redes sociais.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse à Folha que o governador de SP “rasgou qualquer fantasia de moderado”. “Ele assumiu o discurso da direita bolsonarista e anti-democrática. Ele vai pagar um preço altíssimo por isso.”
Em post nas redes sociais, o deputado petista afirmou ainda que Tarcísio tentou intimidar Moraes num “ataque frontal ao STF, que pode configurar coação no curso do processo”.
Aliados de Bolsonaro e do governador de São Paulo elogiaram a escalada de tom. Conhecido por ter um discurso mais conciliador, nas últimas vezes em que discursou, Tarcísio evitou citar nomes e buscava fazer um apelo para pacificação.
Agora, às vésperas de uma provável condenação de seu padrinho político no STF, o gesto à família Bolsonaro e à militância mais aguerrida do ex-presidente surpreendeu alguns aliados. Para eles, porém, essa era a hora.
Reservadamente, há divisão nas avaliações: uma parte diz que se trata de um estica e puxa, e o momento era de esticar; outra, de que poupar o STF não tem trazido os frutos esperados, então não seria tão grave se posicionar de forma mais incisiva neste momento.
A leitura é de que se o governador de São Paulo se equilibra entre o diálogo com ministros da corte e gestos para o bolsonarismo, no ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista era imprescindível que ele fizesse um gesto para a militância.
Um integrante do centrão minimiza o mal-estar que as declarações causaram entre integrantes do Supremo.
Ele diz que o governador precisa se consolidar como herdeiro político de Bolsonaro para conseguir os votos do bolsonarismo. Num segundo momento, já estabelecido candidato, ele poderá ajustar o seu discurso, sinalizando que não radicalizaria com o STF.
Tarcísio tem sido criticado por movimentações mais às claras do seu entorno para que ele seja sucessor de Bolsonaro, que está inelegível. Discutir isso em meio ao julgamento, porém, é encarado por parte da família e por apoiadores como deslealdade.
Por isso, o governador de São Paulo destacou em mais de um momento em sua fala que a direita tem um candidato em 2026: Jair Bolsonaro.
“Deixa Bolsonaro ir para urna, qual problema? Ele é nosso candidato”, disse, sob aplausos.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), apresentou uma nova versão, a mais abrangente de todas, do projeto de lei que concede anistia aos presos e condenados nos supostos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Nesse texto, estariam inclusos todos desde que foi instaurado o inquérito das fake news no STF, em 2019, e ficaria revertida a inelegibilidade de Bolsonaro. O projeto encontra resistência na Casa por ser muito amplo. Nos bastidores, a avaliação é a de que a chance de aprovação com essa amplitude é baixíssima.
O Palácio do Planalto trabalha para evitar a aprovação de uma anistia.
Um aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), diz que o parlamentar deve levar o tema a plenário, até como uma maneira de se livrar da pressão que vem recebendo tanto de governistas quanto de bolsonaristas. Por outro lado, reconhece que isso não deverá ocorrer agora justamente pelo tensionamento provocado pelo julgamento de Bolsonaro no Supremo.
Ele diz ainda que, se Motta discutir esse texto agora, após as declarações de Tarcísio, sinalizará que concorda com essa radicalização contra o Supremo —o que esse aliado diz que não compactua com a visão do presidente da Câmara.
Com a condenação dos réus do principal núcleo da suposta trama golpista alinhavada, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) terá como principal desafio o cálculo das penas. Em caráter reservado, ministros do colegiado apostam que a opção será o meio do caminho entre a expectativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o pedido das defesas. A expectativa é que as punições fiquem entre 25 e 30 anos de prisão.
O chefe da PGR, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito réus – entre eles, Jair Bolsonaro – por cinco crimes. Se somadas as penas máximas previstas para os crime, a punição total seria superior a 40 anos de prisão para cada condenado. Por outro lado, advogados dos réus defenderam no STF teses com potencial para diminuir esse patamar para pouco mais de dez anos de prisão.
Integrantes da Primeira Turma acreditam que a pena final dos réus será fixada no meio do caminho entre o que querem as defesas e a acusação, com tendência de aproximação maior do pedido da PGR.
A solução para aplicar penas inferiores às máximas previstas em lei pode estar na fusão entre alguns crimes. Os réus foram acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa armada.
Segundo os advogados, para fins de cálculo das penas em caso de condenação, os dois primeiros crimes deveriam ser punidos apenas uma vez, porque referem-se a uma mesma prática. O mesmo procedimento deveria ser adotado, ainda de acordo com as defesas, para os crimes deferentes ao patrimônio público. Em relação ao último crime, não há pedido de fusão com outros.
A calibragem das penas passou a ser discutida com maior intensidade entre os ministros do STF à medida que o Congresso Nacional passou a articular a anistia para condenados pela trama golpista. As penas menores podem ser levadas em conta para parlamentares enterrarem o projeto – ao menos no que diz respeito ao perdão de quem tramou a ruptura democrática.
Alguns ministros são simpáticos à sugestão dos advogados – especialmente Luiz Fux, que declarou apoio a ela no julgamento que resultou na abertura da ação penal contra os oito réus, em fevereiro. Além de Fux, outros integrantes da Primeira Turma estariam inclinados a lançar mão do raciocínio para fixar penas em patamares menores ao que quer a PGR.
Os advogados esperam que ao menos Cristiano Zanin vote nesse sentido. Isso porque, em outros julgamentos sobre a trama golpista, Zanin defendeu penas menores do que as defendidas pelo relator, Alexandre de Moraes.
Após serem proferidos os votos dos ministros, a Primeira Turma passará à dosimetria das penas, que é o cálculo da punição de cada um dos condenados. Nessa parte da sessão, é realizada uma nova votação com a pena defendida por cada ministro. Se não houver consenso, é elaborado o chamado voto médio, em que se discute um meio termo entre os votos proferidos.
O julgamento começou na semana passada, com o relatório de Moraes, a sustentação oral do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e as manifestações dos advogados. Na terça-feira, 9, devem votar Moraes e Flávio Dino. Os votos de Fux, Cármen Lúcia e Zanin, bem como a dosimetria, devem ficar para quarta, quinta e sexta-feira, últimos dias previstos para o julgamento.
O sonho do América de retornar à Série C do Campeonato Brasileiro foi adiado. Na noite deste domingo (7), jogando em casa, na Arena das Dunas, o time alvirrubro empatou em 1 a 1 com o Santa Cruz e foi eliminado nas quartas de final da Série D. O resultado não foi suficiente para reverter a derrota por 1 a 0 sofrida na partida de ida, em Recife, e o clube potiguar precisava da vitória para ter chances de acesso.
Empurrado por uma grande festa de sua torcida, que compareceu em peso, o América pressionou desde o início do jogo. O primeiro tempo foi marcado pela intensidade e por um lance crucial aos 32 minutos. O árbitro Ramon Abatti Abel marcou pênalti para o time da casa após a bola tocar no braço de Balotelli dentro da área. No entanto, após ser chamado pelo VAR, o juiz revisou a jogada na cabine de vídeo e anulou a marcação, constatando que a bola havia tocado primeiro na barriga do jogador. O Santa Cruz, por sua vez, teve a melhor chance da etapa inicial já nos acréscimos, quando Thiago Galhardo finalizou para uma grande defesa do goleiro Renan Bragança.
A esperança da torcida alvirrubra se renovou logo no início do segundo tempo. Aos dois minutos, Alexandre Aruá arriscou um chute de fora da área e abriu o placar para o América, incendiando a Arena das Dunas. O resultado de 1 a 0 levava a decisão para os pênaltis. O time da casa continuou pressionando e quase ampliou aos sete minutos, em uma cobrança de falta de Souza que o goleiro Rokenedy conseguiu defender.
Contudo, o Santa Cruz também criou oportunidades. Aos 10 minutos, Pedro Favela cabeceou no canto e obrigou o goleiro Renan Bragança a fazer uma defesa salvadora. Aos 36 minutos, veio o gol de empate do time pernambucano. Após uma cobrança de falta da esquerda, Balotelli subiu de cabeça para igualar o marcador e selar a classificação da equipe visitante.
O América ainda tentou uma reação nos minutos finais, com a entrada do atacante Heliardo, mas não conseguiu marcar o segundo gol. Com o apito final, a eliminação foi confirmada, frustrando os planos do clube de subir de divisão nesta temporada.
Um homem foi baleado por policiais militares na tarde deste domingo (7) na praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. O incidente ocorreu após ele tentar atacar os agentes com uma faca.
De acordo com as informações da polícia, o homem, que aparentava estar em surto psicótico, tentou inicialmente atacar pessoas que passeavam pelo calçadão da praia.
Os policiais militares foram acionados e, ao chegarem ao local, deram ordens para que o homem se rendesse. No entanto, ele correu em direção aos agentes com a faca em punho.
Para conter a agressão, os policiais atiraram e atingiram o homem nas pernas.
Após ser imobilizado, a própria polícia solicitou atendimento médico para o ferido. Até o momento, não há informações sobre o estado de saúde do homem.
A equipe do CIOPAER (Centro Integrado de Operações Aéreas) realiza patrulhamento aéreo no entorno da Arena das Dunas, em Natal, durante a partida entre América-RN x Santa Cruz-PE, na noite deste domingo (7). Jogo é pelas quartas de final da Série D, valendo o acesso à Série C 2026.
A missão é dar apoio total às forças de segurança. Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal, equipes integradas e empenhadas para a tranquilidade dos torcedores.
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