Acusado de ter recebido R$ 1milhão do advogado George Olímpio, suspeito de chefiar o esquema de corrupção descoberto durante a Operação Sinal Fechado, o senador José Agripino, presidente nacional do DEM negou a notícia publicada ontem pelo site da revista Carta Capital. “Essa matéria é o requentamento de uma história antiga. Sobre isso, afirmo categoricamente que esses cheques mencionados e esse coquetel não existiram”, declarou o senador.
Agripino frisou ainda que o próprio George Olímpio, em entrevista à imprensa local, já disse que não houve nem o encontro nem o pagamento. O senador lembrou que José Gilmar de Carvalho Lopes, primeira testemunha que o acusou de ter recebido dinheiro de Olímpio, alegou que, durante o primeiro depoimento, estava sob efeito de remédios. “Essa delação premiada requenta uma historia antiga, já desmentida pela entrevista concedida, voluntariamente, pelo empresário George Olímpio e,pelo depoimento prestado em cartório por Gilmar da Montana”, reforçou Agripino.
A Carta Capital cita, na reportagem, o depoimento do lobista de São José do Rio Preto (SP) Alcides Fernandes Barbosa. Ele foi preso com outras nove pessoas, em 24 de novembro de 2011, por envolvimento no esquema de inspeção veicular, montado por empresários e políticos locais. Segundo a revista, a testemunha foi ouvida por um grupo de seis promotores de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPE), que almejava um acordo que o tirasse da prisão. O depoimento durou 11 horas . Segundo a revista, o lobista reforçou teses levantadas pelos promotores sobre a participação de políticos no bando montado pelo advogado George Olímpio, apontado como líder da quadrilha.
“De acordo com trechos da delação, gravada em vídeo, Barbosa afirma ter sido chamado, no fim de 2010, para um coquetel na casa do senador Agripino Maia, segundo disse aos promotores, para conhecer pessoalmente o presidente do DEM. O convite teria sido feito por João Faustino, ex-deputado, ex-senador e atual suplente de Agripino Maia. Segundo o lobista, ele só foi chamado ao encontro por conta da ausência inesperada de outros dois paulistas, um identificado por ele como o atual senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o outro apenas como “Clóvis” – provavelmente, de acordo com o MP, o também tucano Clóvis Carvalho, ex-ministro da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso”, diz a revista.
Ainda de acordo com a revista, os promotores informaram que o papel de Barbosa na quadrilha era evitar que a Controlar, uma empresa com contratos na prefeitura de São Paulo, participasse da licitação que resultou na escolha do Consórcio Inspar. Em conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça potiguar, Barbosa revela ter ligado para o prefeito Gilberto Kassab (PSD), em 25 de maio de 2011, quando se identificou como responsável pela concessão da inspeção veicular no Rio Grande do Norte.
De acordo com a Carta Capital, Alcides Barbosa revelou aos promotores quefoi levado ao “sótão” do apartamento do senador Agripino Maia, em Natal, onde garante ter presenciado Olímpio negociar com o senador apoio financeiro à campanha de 2010. “Na presença de Faustino Neto e Barbosa, diz o lobista, George prometeu R$ 1 milhão para o presidente do DEM. O pagamento, segundo o combinado, seria feito em quatro cheques do Banco do Brasil, cada qual no valor de 250 mil reais, a ficarem sob a guarda de um homem de confiança de Agripino Maia, o ex-senador José Bezerra Júnior, conhecido por “Ximbica”. De acordo com Barbosa, Agripino Maia queria o dinheiro na hora, mas Olímpio afirmou que só poderia iniciar o pagamento das parcelas a partir de janeiro de 2012″, conta a revista.
Fonte: Diário de Natal
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