O site da Receita Federal está fora do ar desde as 7h de hoje. Os serviços vão ficar indisponíveis até as 20h de amanhã para manutenção das instalações elétricas do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) da Regional São Paulo, que hospeda os computadores da central de dados.
Estão fora do ar os serviços do portal e-CAC, onde se verificam pendências no Imposto de Renda e o programa de envio de declaração Receitanet e dos sistemas aduaneiros.
De acordo com a Receita, o site apresentou instabilidade na última terça-feira (10), quando foi liberada a consulta ao segundo lote de restituições, o maior da história com mais de 2,4 milhões de contribuintes. Com a consulta liberada, as visitas à página aumentaram, principalmente no início da manhã, causando falhas no sistema de acesso, com o aparecimento de mensagens de “erro de habilitação do usuário” e “aplicação temporária indisponível”.
Em nota, o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, explicou que a instabilidade ocorreu porque “todo mundo acessou [o site] na mesma hora”. A consulta foi liberada a partir das 9h e o sistema voltou à normalidade às 10h45 do mesmo dia. Para evitar novos problemas, a Receita optou pela parada técnica para vistoriar o fornecimento de energia e garantir mais estabilidade e segurança ao sistema.
O lítio, mineral essencial para a eletrificação da economia e conhecido como “ouro branco”, teve uma queda de 86,5% no preço desde o fim de 2022. O valor do quilo do carbonato de lítio caiu de US$ 68 em dezembro de 2022 para US$ 9,26 no último mês, mesmo após a China suspender a produção em grandes minas, ameaçando a oferta global. A desvalorização tem adiado projetos de expansão no Brasil.
Especialistas apontam que a desaceleração do mercado de carros elétricos e a sobreoferta global são os principais fatores do recuo. Durante a pandemia, os preços haviam disparado devido à escassez do material e aos incentivos chineses à venda de veículos elétricos.
Entre 2021 e 2024, a Austrália aumentou sua produção em quase 100% e o Chile em 75%, enquanto o Brasil também expandiu operações, gerando excesso de oferta. Em quatro meses, de dezembro de 2022 a abril de 2023, o preço do carbonato de lítio caiu 63%, retornando a níveis pré-pandêmicos.
No Brasil, a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) adiou a expansão de sua capacidade de mineração de 50 mil para 110 mil toneladas e de refino de 2 mil para 6 mil toneladas por ano. “Estamos com tudo pronto, mas aguardando maior clareza no preço”, afirma Vinicius Alvarenga, CEO da empresa. A previsão é que os preços só se recuperem em 2027.
A Sigma Lithium, com operações em Minas Gerais, estocou parte da produção no segundo trimestre e planeja expandir caso os preços se estabilizem ao redor de US$ 10 o quilo. Já a AMG Brasil, subsidiária holandesa, ampliou sua capacidade em 44% e mantém planos de verticalizar parte do refino, com conclusão prevista para 2029, adiando quatro anos em relação ao cronograma original.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou a pressão sobre partidos do Centrão ao afirmar que não irá “implorar” por apoio ao governo, mesmo diante de ultimatos do União Brasil e do PP. Com a popularidade em recuperação, o petista aposta nas divisões internas dessas legendas para fortalecer palanques regionais em 2026.
Lula não demonstra intenção de trocar ministros, mesmo com a pressão para a saída de Celso Sabino (Turismo) e Fufuca (Esporte). Aliados avaliam que a permanência dos nomes do primeiro escalão aumenta a fragmentação dentro do Centrão, que abriga alas tanto governistas quanto oposicionistas.
— Eu não vou implorar para nenhum partido estar comigo. Vai estar comigo quem quiser. A extrema direita não voltará a governar este país — declarou Lula à TV Mirante, do Maranhão.
O presidente também considera positiva a aproximação com Donald Trump, que, segundo auxiliares, fortalece sua posição frente ao bolsonarismo e amplia o prestígio internacional do governo. Além disso, o Executivo tem avançado em pautas populares, como o aumento da isenção do Imposto de Renda.
Divisões internas e eleições de 2026
Em estados como Maranhão, Ceará, Paraíba e partes da Bahia, alas do PP apoiam o governo. No União Brasil, há apoio em Pará, Amapá e em regiões de Minas e Ceará, enquanto o Republicanos mantém proximidade em Pernambuco e Piauí.
As cúpulas das siglas pressionam os ministros ligados ao governo a deixar o cargo, mas o processo não é automático e depende de trâmites internos. Até o momento, não há previsão de expulsão, embora partidos tentem reduzir o poder dos ministros sobre diretórios estaduais.
Efeito diplomático
O governo avalia que a conversa de Lula com Donald Trump isola o bolsonarismo e reduz a influência de Eduardo Bolsonaro como interlocutor dos EUA. Para auxiliares, o gesto fortalece a imagem de soberania e patriotismo de Lula, além de servir como ferramenta política para 2026.
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (7), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece novas normas de contratação e aposentadoria para agentes comunitários de saúde e de endemias. A votação ocorreu em dois turnos e contou com ampla maioria.
No primeiro turno, a proposta foi aprovada por 446 votos a favor e 20 contrários. Já no segundo, o placar foi de 426 votos favoráveis e 10 contrários. Com a aprovação, o texto segue agora para análise do Senado Federal.
O relator Antonio Brito (PSD-BA) estimou impacto fiscal de cerca de R$ 5,5 bilhões até 2030 — menos de R$ 1 bilhão por ano. Apesar disso, parlamentares reconhecem que ainda há divergências sobre o custo real da proposta.
Entre as principais mudanças, está a criação de uma aposentadoria especial para a categoria, em razão do risco inerente às atividades. Agentes em atividade com 25 anos de contribuição poderão se aposentar com idade mínima de 50 anos para mulheres e 52 para homens. Há também uma regra de transição até 2041, quando a idade mínima passará para 57 anos (mulheres) e 60 anos (homens).
O texto também inclui medidas para “desprecarizar” vínculos trabalhistas, permitindo a regularização de agentes que atuam com contratos temporários, precários ou indiretos no momento da promulgação da PEC.
O Senado aprovou, nesta terça-feira (7), a transferência simbólica da capital do Brasil para Belém (PA) entre os dias 11 e 21 de novembro, período em que a cidade sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O Projeto de Lei 358/2025, de autoria da deputada Duda Salabert (PDT-MG), segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a medida, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário poderão despachar temporariamente de Belém. Todos os atos e documentos assinados pelo presidente e ministros durante esse intervalo terão o registro da capital paraense.
A COP30 reunirá chefes de Estado e lideranças globais para discutir estratégias de enfrentamento à crise climática, incluindo metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e ações para proteção da Amazônia.
Para o relator da proposta no Senado, Jader Barbalho (MDB-PA), a iniciativa destaca a relevância da Amazônia no debate internacional. “O projeto homenageia não apenas o grande evento, mas também a cidade de Belém e sua importância estratégica”, afirmou.
Alguns parlamentares ressaltaram o caráter simbólico da mudança. Zequinha Marinho (Podemos-PA) destacou que a decisão é um “chamado à responsabilidade” diante dos desafios amazônicos, e Damares Alves (Republicanos-DF) disse que “está na hora de o Senado dar um aceno à COP”.
Já entre os críticos, Eduardo Girão (Novo-CE) classificou a proposta como “encenação política” e alertou para os custos da transferência temporária. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) também votou contra a medida.
A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de nomear o senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 gerou insatisfação entre líderes da Câmara e ameaça acirrar a tensão entre as duas Casas legislativas.
Renan já havia relatado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado um projeto de lei que reajusta a tabela do IR e cria tributação sobre lucros e dividendos. A aprovação desse texto, no fim de setembro, foi interpretada por parlamentares como uma forma de pressionar o deputado Arthur Lira (PP-AL), relator da proposta na Câmara e adversário político do senador em Alagoas.
Para senadores, a escolha de Renan como relator é coerente com seu papel anterior no tema. Já entre líderes da Câmara, a decisão foi vista como politicamente arriscada. Eles temem que disputas locais influenciem a tramitação e provoquem mudanças que atrasem o envio do texto à sanção presidencial — um receio compartilhado inclusive por parlamentares da base governista.
Renan e Lira são apontados como possíveis candidatos ao Senado por Alagoas nas eleições do próximo ano. Ao assumir a relatoria, o senador criticou a condução do projeto na Câmara, classificando-a como “um instrumento de chantagem e de pressão contra o governo e até sobre a pauta do Poder Legislativo”.
Líderes da Câmara reagiram às declarações e afirmaram que o texto aprovado por unanimidade foi construído em conjunto com o Executivo. Para eles, a postura de Renan sinaliza que a relatoria pode ser usada como palco de embate político com Lira.
As relações entre Câmara e Senado já vinham desgastadas desde a rejeição, pelos senadores, da chamada PEC da Blindagem, proposta que havia sido aprovada pelos deputados e enfrentou forte rejeição popular. O novo capítulo envolvendo a reforma do Imposto de Renda deve aumentar a tensão entre as duas Casas no Congresso.
A comissão mista do Congresso aprovou nesta terça-feira (7), por 13 votos a 12, a Medida Provisória 1303, que cria alternativas de arrecadação em substituição ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para não perder a validade, o texto precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado até esta quarta-feira (8).
A proposta original da equipe econômica previa arrecadar cerca de R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 20 bilhões em 2026 — ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve disputar a reeleição. O texto, no entanto, foi desidratado após forte pressão dos setores atingidos pelas mudanças.
Segundo o relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), as alterações reduziram em R$ 3 bilhões a estimativa de arrecadação em 2026. Economistas independentes, porém, avaliam que a perda pode ser ainda maior. Com a votação apertada na comissão, Zarattini afirmou que a análise do texto pela Câmara ficou para esta quarta-feira (8).
Durante a tramitação, o relator acatou a elevação da alíquota unificada de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras de 17,5% para 18%. Hoje, a cobrança varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo do investimento.
A proposta original do governo previa aumentar de 15% para 20% a tributação dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), mecanismo de remuneração a acionistas. Após negociações, a taxa foi reduzida para 18%. Zarattini disse que as mudanças se equilibram em termos de arrecadação.
Mais cedo, o deputado havia desistido de elevar de 12% para 18% a tributação das apostas esportivas online. No lugar, criou o Regime Virtual de Regularização de Ativos Virtuais, que prevê a cobrança de tributos sobre operações realizadas entre 2019 e 2024, antes da regulamentação do setor.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a expectativa de arrecadação com o programa é de R$ 5 bilhões. A proposta inicial previa R$ 3,68 bilhões entre 2025 e 2027. Zarattini afirmou que a nova tributação superará as projeções do governo.
Na última sexta-feira (3), o relator também recuou da ideia de tributar títulos incentivados do agronegócio e da infraestrutura, como LCAs, LCIs e LCDs. Atualmente, esses papéis são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. A Fazenda queria cobrar 5%; Zarattini propôs 7,5%, mas voltou atrás diante da pressão de frentes empresariais e da bancada ruralista, para evitar que a MP caducasse sem votação.
As medidas previstas na MP são consideradas estratégicas pela equipe econômica para garantir o cumprimento do piso da meta fiscal em 2025 e 2026 e evitar novos bloqueios no Orçamento — especialmente em ano eleitoral.
Na noite de segunda-feira (6), Haddad foi à residência oficial da Câmara para discutir o tema com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). A MP foi a solução encontrada pelo governo para compensar a frustração de receitas com o IOF, inicialmente estimadas em R$ 40 bilhões anuais, mas reduzidas a menos da metade após decisões judiciais e pressões setoriais.
O cantor Toni Garrido se manifestou neste domingo (5) após receber críticas pela alteração de um trecho da música “Girassol”, um dos maiores sucessos do grupo Cidade Negra. A nova versão foi apresentada no programa Altas Horas, da TV Globo, exibido no sábado (4), e trouxe uma mudança simbólica no refrão:
Trecho original: “Já que pra ser homem tem que ter a grandeza de um menino, de um menino” Nova versão: “Já que pra ser homem tem que ter a grandeza de uma menina, de uma mulher”
Segundo o artista, a ideia foi prestar uma homenagem às mulheres. Ele afirmou que o verso original soava “hétero machista” e que a substituição foi feita de forma espontânea, como uma “brincadeira amorosa”.
Repercussão nas redes
A mudança dividiu opiniões entre os fãs. Enquanto alguns consideraram a alteração desnecessária, outros enxergaram a iniciativa como uma atualização legítima da letra. Houve comentários que classificaram o gesto como “exagerado”.
Diante da repercussão, Garrido publicou um vídeo para esclarecer o episódio. No pronunciamento, defendeu a liberdade artística e destacou que o público pode cantar a canção da forma que preferir. “As pessoas podem cantar como quiserem. A arte é livre”, afirmou.
Homenagem às mulheres
O vocalista explicou que quis evidenciar o papel feminino na formação dos homens e na construção de valores humanos. “Todo grande homem tem, ao lado ou por trás, uma grande mulher — seja mãe, irmã ou companheira”, disse.
Toni reforçou que sua intenção foi valorizar a presença das mulheres nas relações familiares e afetivas. Para encerrar a polêmica, pediu que o público deixasse o assunto de lado: “Fiquem em paz e com muito amor no coração”, escreveu no Instagram.
A relação diplomática entre Brasil e Israel atravessa o momento mais delicado em décadas. Tradicionalmente marcada por oscilações conforme o governo de turno, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolidou-se como uma das vozes mais críticas à ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza — postura que, segundo analistas, combina cálculo político interno e ambições internacionais.
Especialistas ouvidos pela Folha apontam que a guinada reflete tanto a polarização sobre o tema no Brasil quanto o esforço de Lula para agradar sua base política e reposicionar o país no cenário global.
Histórico de aproximações e distanciamentos
Nos primeiros mandatos de Lula, o Brasil fez movimentos importantes em apoio à causa palestina: abriu um escritório de representação em Ramallah, em 2003, e reconheceu oficialmente o Estado da Palestina em 2010, dentro das fronteiras de 1967. Ao mesmo tempo, manteve gestos de aproximação com Israel. Em 2003, participou da celebração dos 50 anos do Clube Hebraica, em São Paulo. Em 2010, foi a Israel — a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro desde dom Pedro II, em 1876 — e visitou o Museu do Holocausto (Yad Vashem).
Apesar do equilíbrio buscado, Lula enfrentou críticas por receber em 2009 o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, conhecido por negar o Holocausto. “Os governos Lula 1 e 2 tinham uma tendência pró-árabe, mas mantinham uma postura mais equidistante, priorizando os interesses brasileiros”, explica Monique Sochaczewski, professora de relações internacionais do IDP.
Tensões e reviravoltas
O primeiro grande atrito moderno ocorreu no governo Dilma Rousseff. Em 2014, após o Itamaraty condenar uma ofensiva israelense que matou centenas em Gaza, um porta-voz da chancelaria israelense classificou o Brasil como “anão diplomático” e “irrelevante”.
Já no governo Jair Bolsonaro, a balança se inverteu. O então presidente adotou uma política de alinhamento inédito com Israel, visitou o país em 2019 e foi recebido no aeroporto por Binyamin Netanyahu. Bolsonaro prometeu transferir a embaixada brasileira para Jerusalém — gesto que simbolizaria o reconhecimento da cidade como capital israelense —, mas acabou recuando.
Ruptura na gestão atual
O novo capítulo de tensão começou após os ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro de 2023. O Brasil condenou a ação, mas Lula levou 13 dias para usar a palavra “terrorismo”, o que gerou cobrança de entidades judaicas no país.
Mesmo com os atritos, Lula encontrou-se com o presidente israelense Isaac Herzog durante a COP28, em dezembro de 2023, e defendeu “a urgência da paz”. A relação, porém, azedou de vez em fevereiro de 2024, quando o petista comparou a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. A fala levou Israel a declará-lo “persona non grata”.
O embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi chamado ao Museu do Holocausto e publicamente repreendido. O Itamaraty o convocou de volta e até hoje não enviou substituto. Israel também retirou sua indicação para a embaixada em Brasília, após o governo brasileiro segurar o aval à nomeação de Gali Dagan.
Motivações políticas e geopolíticas
Para André Lajst, cientista político e presidente da ONG StandWithUs Brasil, a retórica de Lula está alinhada a uma estratégia de reposicionamento internacional. “Ele tenta se mostrar independente dos EUA e como liderança do Sul Global, numa visão quase de Guerra Fria. Há também pressão interna da base de esquerda, que abraçou a pauta palestina”, afirma. Lajst acusa ainda o presidente de ter “posturas antissemitas” e de não se preocupar com reflexos no país.
Sochaczewski avalia que o Brasil perdeu a capacidade de ser interlocutor de todas as partes, como no passado. “Lula fala para os progressistas que o apoiam, mas quem está levando propostas concretas são os países do Golfo. O Brasil deixou de ser ouvido como antes”, analisa.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou, nesta terça-feira (7), que o grupo Hamas “deve ser exterminado” durante sessão solene em memória das vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023 em Israel. A declaração gerou reações e marcou o ato promovido para lembrar os dois anos daquele ataque.
Wagner — que é judeu — qualificou o ataque de 2023 como “covarde” e pediu que não se confunda o Estado de Israel com o governo do primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu: “O Hamas tem que ser exterminado, mas o governo de Israel, não. Hoje é um, amanhã será outro”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil‑AP), que também é judeu, não participou da sessão solene. A homenagem foi proposta para lembrar as vítimas e reforçar apelos por paz, pela libertação de reféns e contra o antissemitismo.
Senado Federal
Em tom crítico, Wagner cobrou responsabilidade das lideranças e fez ressalvas à condução do governo israelense. Segundo ele, “o valor de uma vida humana não deve ser hierarquizado pela crença religiosa” e parte significativa da população em Israel discorda da política externa de Netanyahu. As falas foram acompanhadas de aplausos moderados e alguma movimentação entre os senadores; Wagner deixou o plenário ao terminar o discurso.
Ele defendeu também o diálogo e um cessar‑fogo, argumentando que “só existe paz quando as partes beligerantes concordam em encontrá‑la”. Explicando termos: cessar‑fogo é uma suspensão temporária das hostilidades entre lados em conflito, frequentemente usada como primeiro passo para negociações de paz.
O drama de um agricultor de Marcelino Vieira, no Oeste potiguar, finalmente ganhou um desfecho judicial. Após quatro anos acamado, esperando que o Governo do RN fornecesse uma cadeira de rodas motorizada, a Justiça determinou que o Estado custeie o equipamento em até cinco dias. O equipamento, essencial para sua locomoção e autonomia, custa R$ 11.338.
Desde o acidente em 2021, que o deixou paraplégico, o homem depende da cadeira de rodas para se locomover e manter a autonomia. Sem o equipamento, ele passa o dia inteiro deitado, sofrendo feridas na pele e precisando usar sonda hospitalar, uma situação que a Justiça classificou como violação ao direito à saúde e à integridade física.
O pedido, feito ao Centro Estadual de Reabilitação e Atenção Ambulatorial Especializada (CERAE/RN) em julho de 2025, ficou sem resposta por meses, até que o caso chegou à Vara Única da Comarca de Marcelino Vieira. O juiz Gustavo Henrique Silveira Silva destacou que, segundo a Constituição, saúde é direito de todos e dever do Estado, e que a omissão do poder público configurava risco à vida e à dignidade do agricultor.
A decisão da Justiça agora obriga a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) a fornecer ou custear o equipamento no prazo determinado, sob risco de bloqueio direto de recursos do Estado. Uma vitória que mostra que, mesmo diante do descaso, a Justiça pode garantir direitos básicos e mudar vidas.
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