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Joaquim Barbosa e Papa Francisco estreiam em lista dos líderes mais admirados pelos jovens

Untitled-1O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou ao primeiro lugar da lista de líderes mais admirados pelos jovens, lugar que ocupou em 2011, como mostra a 12ª edição da pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens, elaborada pela Cia de Talentos em parceria com a Nextview People. Em segundo lugar, apesar da crise que vem enfrentando em seus negócios, aparece o empresário brasileiro Eike Batista, seguido de Steve Jobs, cofundador da Apple morto em 2011.

Na composição do ranking de líderes mundiais deste ano, os jovens apontaram um único nome que não é político, nem tampouco empresário: o Papa Francisco, que foi o oitavo nome da lista de preferências. Outra grande estreia foi a do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que ocupou a sexta posição do ranking. Ambos foram escolhidos por suas características pessoais, como humildade, disciplina e determinação, pelas causas pelas quais lutam e pela paixão pelo que fazem. Completam a lista de preferência Roberto Justus (4ª posição), a presidente Dilma Rousseff (5ª), Bill Gates (7ª), Mark Zuckerberg, do Facebook (9ª) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (10ª).

Os motivos de escolha desses líderes mundiais também refletem os valores e crenças desses jovens. Empreendedorismo e inovação são apontados por 26% dos respondentes. Determinação, disciplina e humildade estão em segundo lugar. O terceiro ponto é a visão sistêmica e a clareza sobre aonde se quer chegar com 14% das respostas. Os jovens valorizam ainda a capacidade de defender uma causa (13%) e de superar barreiras e vencer preconceitos (10%).

Ranking dos líderes brasileiros

No ranking de líderes brasileiros, além do presidente do STF, Joaquim Barbosa, estrearam outros três importantes nomes do nosso cenário político-econômico: o empresário Jorge Paulo Lemann, maior acionista da Ambev e sócio da gestora 3G Capital, que comprou o Burger King em 2010 e a Heinz; a presidente da Petrobras, Graça Foster; e Flávio Augusto da Silva, que montou a bem-sucedida rede de escolas de inglês Wise Up, e que no inicio deste ano, tornou-se acionista do Grupo Abril Educação, que adquiriu a empresa e sua rede de franquias.

De acordo com o levantamento, Joaquim Barbosa foi apontado pelos jovens em razão de sua exposição na mídia devido à importância de seu papel no julgamento dos envolvidos no Caso do Mensalão. Jorge Paulo Lemann e Flavio Augusto Silva foram citados por seu empreendedorismo e capacidade de inovar. Em contrapartida, Graça Foster, presidente da Petrobras, percorreu uma longa carreira na estatal. Nela, os jovens destacam características pessoais como determinação e disciplina, apontados por 25% dos jovens que a escolheram.Eis o ranking dos líderes brasileiros do primeiro ao décimo lugar: Eike Batista, Roberto Justus, Dilma Rousseff, Joaquim Barbosa, Lula, Silvio Santos, Jorge Paulo Lemann, Bernardinho, Graça Foster e Flávio Augusto da Silva.

Desde 2009, ano em que a seção ”Liderança” foi incluída na pesquisa, o perfil dos escolhidos vem mudando aos poucos. Pelos rankings passaram gestores, ex-gestores, pais, mães, ícones do esporte e além de empresários e políticos. De acordo com os autores da pesquisa, saber quem são os líderes dos jovens de hoje e porque eles são sua referência de liderança é um bom caminho para entender o que eles esperam de seus gestores na vida real. Em 2013, os 52 mil jovens brasileiros que participaram da pesquisa, com idade entre 17 e 26 anos, citaram 1.880 líderes diferentes.

— Isso significa uma fragmentação de modelos a serem seguidos. Os jovens perceberam também que os pais não estão necessariamente preparados para orientá-los na carreira e esse papel foi delegado aos gestores. Porém, nem todos eles estão preparados para gerir pessoas e muitas vezes os jovens ficam desapontados — pondera Danilca Galdini, sócia da Nextview People.

Um ponto que chamou a atenção na pesquisa este ano é que quantidade de participantes que admiram um líder vem aos poucos diminuindo. Em 2013, 46% dos jovens disseram ter um líder, 6% a menos que no ano passado. Já a exigência do jovem em relação ao gestor é cada vez mais alta: este precisa conhecer profundamente cada colaborador, ajudar seus liderados na execução das tarefas do dia a dia e na orientação da sua carreira. Ou seja: um bom líder é aquele que tem capacidade de gerir pessoas e deixá-las fazer as coisas com liberdade, confiança e espaço para inovar e cocriar. Além disso, é fundamental que tenha também boa comunicação, seja transparente e dê feedbacks constantes, para que o jovem saiba se está no caminho certo.

De acordo com Maíra Habimorad, sócia da Cia de Talentos, o jovem respeita um líder que explica o porquê de cada atividade, pois seu trabalho precisa ter um significado, um propósito. É isso que o motiva a fazer parte da equipe daquele líder.

—Além de conhecimento técnico, de saber gerir os negócios, o líder tem que conhecer bem seus colaboradores, dar autonomia sem deixar de estar próximo, e tudo isso com paixão pelo que faz. Ainda que os jovens reconheçam que exista uma idealização, esperam exatamente essas características desse líder — conclui Maíra.

O Globo

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