Política

Governo vai usar cortes de ministérios para afastar quem votou contra ajuste fiscal

CNf08KIXAAE1XIoA presidente Dilma Rousseff vai aproveitar a reforma administrativa que está em fase de elaboração no governo para recompor a base aliada, dando a chance de partidos fiéis ganharem mais espaço e despachando os infiéis da Esplanada. Segundo um auxiliar que participa dessas tratativas, este seria o momento de trocar o ministro do Trabalho, Manoel Dias, do PDT, partido que votou de forma unânime contra matérias do ajuste fiscal que o governo enviou para o Congresso. Dilma também estuda dispensar ministros sem afinidade com as pastas e que não conseguem garantir fidelidade de suas bancadas, como o do Esporte, George Hilton (PRB).

Por outro lado, a presidente deve premiar quem fez a diferença nesse momento de crise política, caso do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Sua pasta será extinta e ele deve assumir um ministério dos Transportes turbinado com Aviação e Portos. Segundo um ministro, Dilma não deixará aliados fiéis na chuva. Ela já começou a conversar com ministros e seguirá as negociações chamando caciques dos partidos aliados. Está vendo caso a caso quem perderá espaço. No caso de um ministério estar na mira, mas o aliado se opor radicalmente ao fim da pasta, Dilma poderá desistir do corte, buscando compensação em outra área. O ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, por quem Dilma tem grande apreço, poderia, por exemplo, assumir o Sebrae.

Um interlocutor contou ao GLOBO que a presidente está correndo contra o tempo para desfazer o mal-estar causado pelo anúncio do corte sem o detalhamento das pastas. Além de mudanças no primeiro escalão, o governo fará fusões de empresas e agências. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) deverá ser fundida à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Está previsto o mesmo caminho para o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Dataprev e DataSUS. Banco Central, Controladoria Geral da União (CGU) e Advocacia Geral da União (AGU) devem perder o status de ministério.

Uma parte da redução de ministérios terá pouco impacto financeiro pelas características da pastas que serão extintas ou fundidas a outros órgãos. Num esboço discutido internamente, ao qual o GLOBO teve acesso, das dez pastas, quatro apenas perderão o status, mas continuarão existindo com o mesmo orçamento, número de funcionários e gastos com custeio. São elas, o Banco Central, a AGU, a CGU e o Gabinete de Segurança Institucional. Nestes casos, o enxugamento prometido pelo governo se dará apenas na troca de denominação.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Sabia que os cortes não seriam linear, estariam baseados em retaliação, opressão e perseguição. Esse é o PT de fato, cheio de ódio contra todos que não aceitam seus desmandos e desmantê-los. Para isso serve a democracia do PT, excluindo aqueles que se dão ao direito de não aceitar as situações de corrupção, desvio, inflação, impunidade e falta de segurança, saúde e educação de qualidade, coisas prometidas, repetidas e não executadas por mais de uma década.

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