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UFRN luta para ser fiel depositária de rochas dos campos de petróleo

Foto: Cícero Oliveira

A UFRN apresentou nesta quinta-feira, 16, proposta à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para se tornar a fiel depositária das amostras de rochas retiradas das perfurações de poços de petróleo no Rio Grande do Norte. A ideia apresentada ao Coordenador da Superintendência de Dados Técnicos da ANP, Fernando Gonçalves dos Santos, prevê a construção de uma litoteca para receber este acervo. O espaço deve ser construído em terreno da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN), localizada em Macaíba.

Há algum tempo, geólogos da região souberam que a Petrobras pretendia transferir cerca de 250 mil caixas de “testemunhos” para a Bahia, sendo aproximadamente 20 mil dessas caixas aqui do RN. Acontece que os pequenos cilindros de rocha utilizados como amostras da situação geológica dos campos de produção de petróleo representam material de enorme relevância para a geologia e produção de petróleo e gás.

Sabendo disso, o professor Francisco Pinheiro Lima Filho, do Departamento de Geologia e coordenador do Laboratório de Análises Estratigráficas, procurou o reitor José Daniel Diniz Melo para discutir o assunto. Prontamente, Daniel fez contato com a ANP pedindo alguém para discutir sobre esta questão, considerando a enorme estrutura que a UFRN possui neste campo de pesquisa.

Nesta quinta, a Pró-Reitoria de Pesquisa convidou pesquisadores para falar do tema em uma palestra que tratou também da “Atualização da Resolução de Rochas e Fluidos da ANP e Projetos Litotecas da União”, realizada no Núcleo de Processamento Primário e Reuso de Água Produzida e Resíduos (Nupprar). Fernando Gonçalves teve acesso à reivindicação da Universidade e se comprometeu em levar os argumentos à agência reguladora e à Petrobras.

Para ele, a UFRN, por ser um polo regional em desenvolvimento de pesquisa nas áreas de petróleo e gás é capacitada tecnicamente e uma parceira importante para sediar uma litoteca neste formato. “Já existe muita coisa em andamento, um projeto estruturado e ideias sedimentadas, além da união de vários grupos dentro da universidade com este foco e acho que a gente vai conseguir caminhar neste projeto”, destacou.

O professor Francisco Pinheiro disse ter ficado otimista com a reunião, pois as palavras de Fernando Gonçalves vão ao encontro daquilo que foi discutido com o reitor José Daniel, no sentido de manter as amostras de rochas no RN. “Muito importante que este acervo de rochas da bacia potiguar fique aqui, cedido para a pesquisa e o ensino, e seja também usado para facilitar a instalação de novas empresas (petrolíferas), pois temos toda a expertise e tecnologia dentro da Universidade e podemos estar a serviço dessas empresas, permitindo um conhecimento maior sobre essas rochas, a evolução de nossa bacia e dando condições para que se possa explorar e produzir mais petróleo”, destacou.

Nova fase de exploração

Quando mudou o foco da produção de petróleo no Brasil, a Petrobras reduziu drasticamente o interesse em manter a exploração de petróleo em terra, sobretudo nas regiões de campos maduros, como é o caso do Rio Grande do Norte. Isso representou uma redução de R$ 11 bilhões para os cofres públicos dos estados nordestinos.

Para amenizar essa perda, o governo federal criou o Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (REATE) que permite a exploração desses campos maduros por empresas privadas.

Acontece que muitas destas empresas não têm a mesma tecnologia e expertise das grandes exploradoras de petróleo. É aí onde entra a UFRN e a litoteca proposta à ANP. Para Francisco Pinheiro, inicialmente, manter o acervo de “testemunhos” aqui permitirá que a Universidade seja catalisadora para que grupos de pesquisas internos e de outras instituições, como o IFRN, possam atuar de forma integrada no estudo dessas rochas, visando o aumento no fator de recuperação da bacia madura de exploração de petróleo.

Isso, segundo Francisco, trará aumento nos royalties da exploração do combustível fóssil, aumentando os investimentos em diversos setores e permitindo nova dinamização da economia do Estado. “Tudo que a UFRN puder fazer para aumentar o fator de recuperação dos campos maduros vai impactar na produção de petróleo”, disse, lembrando que, apesar das empresas privadas estarem chegando, a Petrobras continuará atuando no RN.

No que diz respeito à parte acadêmica, Francisco Pinheiro destacou que Universidade, na maioria das vezes, tem o conhecimento, mas não as amostras físicas retiradas dos reservatórios, que, geralmente, ficam de posse das empresas petrolíferas. Neste novo formato, este material ficará todo depositado aqui no RN. “Isso pode oportunizar a criação de cursos de graduação voltados ao estudo desses “testemunhos”, incrementar disciplinas na pós-graduação, ter cursos de especialização e treinamentos para profissionais”, completou.

Projeto

Segundo a Pró-reitora de Pesquisa, Sibele Pergher, coordenadora da reunião de hoje, após entendimento com a ANP, o próximo passo é conversar com a Petrobras para buscar, por meio de parceria, investimento para criação da litoteca. “O primeiro passo é o investimento de infraestrutura e o segundo o projeto de pesquisa e desenvolvimento, considerando os especialistas interessados em utilizar este acervo”, destacou.

Pergher quer definir ainda neste ano o projeto de infraestrutura para que seja iniciado ainda no ano que vem, só então passará para o segundo passo. Segundo ela, já houve um entendimento com a Escola Agrícola de Jundiaí, com intermediação do Reitor José Daniel Diniz, em relação ao terreno, o que facilita a condução do projeto. No que diz respeito a parte da pesquisa, a litoteca existente na UFRN será usada como base para o início dos trabalhos no novo espaço a ser construído.

Com informações da UFRN

 

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Conselho de Administração da Petrobras aprova cessão de participação em 34 campos terrestres no Rio Grande do Norte

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Fotos Públicas

A Petrobras informa que o Conselho de Administração aprovou, nesta terça-feira (27/11), a cessão de sua participação total em 34 campos de produção terrestres, localizados na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte, para a empresa 3R Petroleum.

Os ativos

As 34 concessões são campos maduros em produção há mais de 40 anos, com ampla dispersão geográfica, localizados a cerca de 40 km ao sul da cidade de Mossoró-RN. Os campos foram reunidos em um único pacote denominado Polo Riacho da Forquilha, cuja produção atual é de cerca de 6 mil barris de petróleo por dia. Segue abaixo a lista do pacote:

Acauã (AC), Asa Branca (ASB), Baixa do Algodão (BAL), Boa Esperança (BE), Baixa do Juazeiro (BJZ), Brejinho (BR), Cachoeirinha (CAC), Cardeal (CDL), Colibri (CLB), Fazenda Curral (FC), Fazenda Junco (FJ), Fazenda Malaquias (FMQ), Jaçanã (JAN), Janduí (JD), Juazeiro (JZ), Lorena (LOR), Leste de Poço Xavier (LPX), Livramento (LV), Maçarico (MRC), Pardal (PAR), Patativa (PAT), Pajeú (PJ), Paturi (PTR), Poço Xavier (PX), Riacho da Forquilha (RFQ), Rio Mossoró (RMO), Sabiá (SAB), Sabiá Bico de Osso (SBO), Sabiá da Mata (SDM), Sibite (SIB), Três Marias (TM), Trinca Ferro (TRF), Upanema (UPN) e Varginha (VRG).

Todas as concessões são 100% Petrobras à exceção dos campos de Cardeal e Colibri onde a Petrobras detém 50% de participação tendo a Partex como operadora com 50% de participação, e os campos de Sabiá da Mata e Sabiá Bico-de-Osso onde a Petrobras tem 70% de participação tendo a Sonangol como parceira e operadora com 30% de participação.

A transação

O valor da transação é de US$ 453,1 milhões, sendo 7,5% desse valor (US$ 34 milhões) a ser pago na assinatura, prevista para o dia 07/12, e o restante no fechamento da transação, considerando os ajustes devidos.

A 3R Petroleum passará a operar os ativos a partir do fechamento da transação, que está sujeita à assinatura dos contratos, ao cumprimento das condições precedentes previstas no contrato de compra e venda, tais como a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e eventual direito de preferência.

Este projeto foi fruto de processo competitivo e faz parte do Programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras, estando alinhada ao Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, que prevê a contínua gestão de portfólio, com foco em investimentos em águas profundas no Brasil.

A presente divulgação ao mercado está em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da Petrobras e alinhada às disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018.

Sobre a 3R Petroleum

A 3R Petroleum é uma empresa brasileira de óleo e gás com atuação focada na América Latina. Essa será a primeira operação da 3R Petroleum e a empresa preenche os requisitos necessários para ser uma Operadora C no Brasil de acordo aos critérios da ANP.

A 3R Petroleum conta, em seus quadros, com executivos com extensa experiência em operação de campos maduros e aumento de produção e reservas em países como Venezuela, Argentina, Brasil, Peru, Equador e Bolívia. Conta também, em sua estruturação financeira, com a parceria de grandes empresas globais, como uma companhia de trading de classe mundial, uma empresa internacional de serviços petrolíferos e uma operadora independente.

Petrobras no Rio Grande do Norte

A Petrobras desenvolve atividades diversas no Rio Grande do Norte, incluindo exploração e produção de óleo e gás em terra, em águas rasas e águas profundas, refino e comercialização de óleo, gás e derivados, além de produzir energia por meio de uma usina termelétrica.

Em leilão realizado em março desse ano, a companhia adquiriu três blocos exploratórios na Bacia Potiguar, destacada fronteira exploratória em águas profundas no Brasil. Os blocos estão próximos da descoberta de Pitu, onde a Petrobras já perfurou dois poços e os resultados estão sendo analisadas para melhor conhecimento da área. Entre os novos projetos que a companhia prevê desenvolver no Estado, está ainda o de uma planta-piloto para produção de energia eólica offshore, que será a primeira do Brasil.

A companhia também irá continuar a investir nas concessões que ficarão sob sua responsabilidade no Rio Grande do Norte, buscando aportar tecnologias e métodos que maximizem o fator de recuperação. Entre as iniciativas nesse sentido está a licitação para aporte tecnológico no polo de Canto do Amaro, atualmente em andamento. Trata-se de um contrato de prestação de serviço para a revitalização de campos terrestres. Pelo contrato, a empresa vencedora fará investimentos e aportará conhecimento e tecnologias com o objetivo de elevar o fator de recuperação dos campos e, assim, aumentar o retorno para a Petrobras. Essa é a primeira vez que a companhia utiliza esse modelo de negócio e, a partir dos resultados alcançados, avaliará a aplicação em outros projetos.

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