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"Todos os estupradores denunciados estão se formando": alunos da USP relatam novos abusos

B3Us5LGIgAAPoDJDepois de estudantes da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) denunciaram a existência de abuso sexual dentro do campus, novos casos foram relatados à Frente Feminista da universidade, ao DCE e ainda à Associação de Pós-Graduação da USP. Por esses novos relatos, os abusos não ocorreriam apenas na Faculdade de Medicina, mas também em outros cursos tanto nos campi de São Paulo como do interior do Estado.

As três organizações ainda estão tabulando as denúncias recebidas nos últimos dias e devem apresentá-las ao Ministério Público até a próxima semana. Os integrantes dessas instituições estimam que cerca de 100 novas denúncias devem ser apresentadas à Justiça.

— Queremos punição das pessoas que disseminam ódio de raça e contra as mulheres na faculdade. Eu dependo do sistema público de saúde e me preocupa muito saber que esses médicos vão cuidar de mim e da minha família um dia — afirmou a estudante Laura Daltro, 20 anos, que está no segundo ano do curso de pedagogia da USP e representou as alunas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto em nova audiência realizada ontem pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

Estudantes de Medicina e do coletivo Geni, que fizeram as primeiras denúncias de abuso, relataram ontem na audiência que agora estão sendo ameaçadas e perseguidas por alunos dentro do campus e pelas redes sociais, inclusive nas comunidades Dignidade Médica e Pinheiros, que reúnem alunos, profissionais e professores.

Em post no Dignidade Médica, uma residente do Hospital das Clínicas chama um dos denunciantes de “inimigo da família fmusp e de toda a classe médica” e diz que a vítima “está jogando o nome da medicina brasileira na lata do lixo”. “Mas aguarde, seu merda, aqui se faz, aqui se paga”, encerra o post da médica. Em uma mostra de arte realizada anteontem no centro acadêmico da FMUSP foram deixados bilhetes ameaçando um dos denunciantes e pedindo o fim dos coletivos.

As meninas que foram vítimas de abuso também receiam sofrer represálias, como serem barradas na residência médica, e até sofrerem atos de vingança posteriormente. Uma das vítimas de estupro trancou o curso na FMUSP após ameaças e ofensas.

O aluno de medicina Felipe Scalisa, do Núcleo de Gênero e sexualidade da USP, que atua nas denúncias de homofobia, afirma que as vítimas que estão sendo persuadidas a pararem de falar:

— Há uma tentativa de silenciamento que não é alguém falando para calar a boca, mas há um preconceito e uma ameaça velada. Todos os estupradores denunciados estão se formando, estão fazendo residência médica e os nomes sequer são citados. Há uma lista rodando no hospital para que entreguem as pessoas dos coletivos para prejudicar esses alunos.

Também na audiência foram relatados dois novos casos, ocorridos em 2011 e 2012. Os relatos foram levados por representantes de alunos e não foram detalhados a pedido das vítimas.

O caso de 2012, segundo integrantes do Coletivo Geni, foi levado à direção da Faculdade de Medicina da USP e, segundo os estudantes, não houve apoio nem investigação do caso.

Ainda durante a audiência, o diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Carlos Gilberto Carlotti Junior, compareceu para falar sobre denúncias que envolvem o campus, entre elas a de uma música racista usada pela bateria da faculdade e a de um estupro ocorrido dentro do campus. A vítima chegou a ser socorrida em um hospital da cidade. O caso, que é investigado pela polícia e pela direção da faculdade, corre em segredo de Justiça e não houve detalhamento de como ocorreu.

Assim como a Faculdade de Medicina de São Paulo, o diretor de Ribeirão anunciou que irá suspender festas com bebidas alcoólicas dentro do campus. A USP abriu sindicâncias e tem uma comissão para investigar as denúncias de estupro, homofobia e crime racial. Na quarta-feira, a congregação da FMUSP se reúne para aprovar medidas contra os crimes.

CPI

O deputado Adriano Diogo (PT-SP), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, apresentou um requerimento para investigar os casos de estupro, racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos nas faculdades públicas do Estado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Até ontem, ele já havia conseguido 33 assinaturas para o pedido, são necessárias 32. O parlamentar pedirá urgência para a CPI.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Se conseguirem provas indubitáveis e os nomes desses "estudantes" entra em contato nesse e-mail. Por favor, sejam bem convincentes e discretos ao redigir sua mensagem. Se eles realmente forem culpados, podem ter certeza que irão se arrepender até o fim de suas vidas, ou pelo menos, no inicio de suas mortes. >_o

  2. O justo, era CAPAR esses cabras, como se capa porco. Já pensou um verme desses fazer isso com uma filha ou uma esposa.

  3. GRAVÍSSIMO, LAMENTÁVEL E DEPLORÁVEL!!!
    Isso é o mínimo que podemos dizer dessa situação esdrúxula e inaceitável em pleno século XXI.
    Sem falar que o dia 25 de novembro é o DIA INTERNACIONAL DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES.
    Tem alguma VIOLÊNCIA maior do que essa? Cometida por aqueles que juraram proteger e cuidar da integridade física e da vida, respeitando-se a honra, o respeito e a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
    Se fosse pobres, estariam F….
    UMA LÁSTIMA!!!

  4. O correto seria denunciar todos os envolvidos. Quem lhe garante Julio Cesar sabe de tudo que todos esses estupradores safados são filhinhos de papai? Nesse curso existem muita gente do ensino publico tb. Quem tá errando nessa situação são os responsáveis pela instituição que estão sendo coniventes com tal situação. Ha e sobre a pergunta que vc fez o que e pior fumar maconha ou estuprar: ambos estão errados, mas com certeza o estupro e um crime muito pior. As universidades são locais de ensino e não para se praticar atos covardes de estupros nem muito menos fumar maconha. Sobre o tratamento dados aos ricos e pobres infelizmente nunca foi igual, infelizmente. No Brasil o pau que dá em chico, não bate em Francisco. Veja o exemplo do mensalão do seu partido roubaram milhões e os peixes grandes já estão em casa, rindo da cara da sociedade. Já um pai de família que se vê no desespero e rouba uma lata de leite para alimentar seu filho corre o risco de ficar mais de ano na cadeia. Ambos estão errados mas a lei protege o ladrão classe a.

  5. JALECOS BRANCOS PROTEGIDOS PELA MÍDIA FAMILIAR E JUDICIÁRIO DA ELITE.
    Se fossem os estudantes de cursos onde os filhos dos trabalhadores, pretos e pobres desse país, o escãndalo estava formado e todos os nomes divulgados com as respectivas fotografias, num sensacionalismo digno de fechar o trânsito. Lembram do caso dos estudantes fumando maconha no campus? O que é mais grave: Fumar maconha ou estuprar colegas de curso com a conivência da própria instituição que ameaça as vítimas e protege os ESTUPRADORES DE JALECO BRANCO.
    Que tal se manifestar agora, Marcelo, Bento, Beto, Octavio, Charles e demais comentadores JUSTICEIROS.
    É REALMENTE IGUAL O TRATAMENTO DADO AOS RICOS E POBRES (OU SEUS REPRESENTANTES) NA MÍDIA, NA POLÍCIA E NO JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO?

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