Educação

Governo atrasa pagamento de bolsistas brasileiros no exterior

Atrasos no pagamento de bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras levaram uma universidade britânica a oferecer “empréstimo de emergência” a alunos prejudicados pela demora no repasse do governo brasileiro.

Na semana passada, a University of East London (UEL) encaminhou e-mail aos 35 bolsistas brasileiros inscritos na universidade oferecendo uma ajuda de até 500 libras (R$ 1.631), a ser devolvida até 31 de março, sem juros.

Criado no fim de 2011, o programa tem como meta enviar, até 2015, 101 mil universitários e pesquisadores para intercâmbios em universidades estrangeiras.

Desde setembro, no entanto, quando esses alunos iniciaram os estudos em Londres, o depósito de uma parcela da bolsa correspondente a uma ajuda de custos de transporte e alimentação não é feito. Hoje, a dívida da Capes com cada aluno chega a 2.000 libras (R$ 6.557).

Folha apurou que atrasos no pagamento de bolsas também já foram detectados na Itália, Suécia e Alemanha.

“Chegou ao nosso conhecimento que alguns estudantes do Ciência sem Fronteiras não receberam todo o dinheiro que estavam esperando da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior] no Brasil”, escreveu o chefe do setor internacional da universidade britânica, James Curran, aos alunos brasileiros, em e-mail obtido pela reportagem. No comunicado, ele oferece os empréstimos como alternativa.

O processo de financiamento é simplificado. Basta o aluno se dirigir ao setor internacional e retirar um cheque com a quantia. Segundo a UEL, “vários” estudantes já pegaram o empréstimo.

Caso a Capes não deposite os pagamentos prometidos até março, os britânicos já admitem adiar a data para quitação dos empréstimos efetuados aos bolsistas.

Além da verba mensal de 416 libras, que vem sendo paga, os bolsistas em Londres deveriam receber mais 400 libras (R$ 1.311) por mês, devido ao alto custo de vida na capital britânica.

O envio da verba extra para despesas com transporte, alimentação e material didático foi comunicado pela Capes aos bolsistas em agosto passado, mas não foi realizado até agora. Em Londres, um cartão mensal de metrô custa 136,80 libras (R$ 448).

Folha

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