Diversos

Dietas com cardápios mais flexíveis conquistam aqueles cansados de regimes radicais, difíceis de manter

BOM SENSO - Pratos equilibrados: um modo de tornar as regras saborosas – ./Shutterstock

A estatística transborda. Cinquenta milhões de adultos brasileiros seguem algum tipo de dieta. Nos próximos dois meses, metade terá desistido, inapelavelmente. Depois de mais quatro meses, somente 2% estarão seguindo as regras restritivas firmes e fortes. A principal causa do retumbante fracasso? Programas alimentares rigorosos demais — e a fome vence. Uma das explicações é lógica, atrelada aos mecanismos de defesa da espécie humana. Quando há redução drástica de calorias ou se exclui toda uma categoria de alimento, cai a produção de um composto no organismo essencial ao sucesso dos programas de emagrecimento: a serotonina, a substância do prazer. O novo balde de água fria nesses tipos de regime foi jogado recentemente com uma estocada no popular jejum intermitente, que prega ficar sem comer por horas a fio. Um estudo publicado na revista JAMA Internal Medicine mostrou que a médio prazo ele fracassa. Ao longo de três meses, a maioria dos participantes havia perdido cerca de 2 a 3,5 quilos — pouquíssimo a mais do que um grupo de controle. Foram avaliados esquemas de jejum de doze ou mais horas por dia. Uma das razões da falha apontada pelos especialistas é que os seguidores passavam a exagerar no consumo de alimentos ultracalóricos para aplacar o estômago vazio.

Resumo da ópera: o crivo científico e a dura travessia dos viciados em regimes radicais, como o da turma da intermitência, abriram espaço para dietas menos severas. Eis aí uma boa novidade. Duas delas, em especial, conquistam número cada vez maior de brasileiros (veja detalhes no quadro ao lado). A chamada “flexitariana”, como o nome sugere, é um aceno ao exagero do vegetarianismo. A base de alimentação proposta é com proteínas de origem vegetal, como soja, lentilha, feijão e nozes, mas com algum consumo animal, em um terço das refeições. Vale até o bom churrasco. Um segundo programa, o “volumétrico”, prega a redução de calorias das refeições, mantendo o volume de alimentos ingeridos. Desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, valoriza ingredientes com fibras, caldos e frutas ricas em amido, como banana e manga, que proporcionam mais a sensação de saciedade, mas permite carboidratos, como macarrão e proteína animal.

As duas modalidades — a flexitariana e a volumétrica — despontam com louvor, agora em 2020, em um ranking da revista americana US News, organizado desde 2010. Nele só aparecem dietas fáceis de seguir e com boas respostas. No topo da lista, praticamente imbatível, está a dieta mediterrânea, um tanto esquecida no Brasil, composta de alimentos típicos das regiões banhadas pelo Mar Mediterrâneo, como o sul da Europa. Inclui peixes, queijos, azeite de oliva e até mesmo pão e vinho. Ela faz perder peso mais lentamente, mas é unanimidade no quesito de controle da saúde. Desde a década de 80, inúmeras pesquisas comprovaram seu impacto no organismo, como a capacidade de prevenção contra diabetes, colesterol ruim, câncer e perda de memória. “Só emagrece e se mantém magro quem não exclui nenhum grupo alimentar”, diz o médico Antonio Carlos do Nascimento, da Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia. Não há, enfim, alimento melhor (e mais gostoso) do que o bom senso.

Publicado em VEJA de 11 de novembro de 2020, edição nº 2712

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Pão não é vilão: dietas com pouco carboidrato prejudicam a longevidade, diz estudo

Cientistas constataram que o ideal é consumir carboidratos moderadamente e que os substitutos de origem vegetal são melhores que os de origem animal

(fcafotodigital/iStock)

Já faz um tempo que as dietas com baixo teor de carboidratos, as chamadas dietas low carb, estão na moda. Elas consistem em, basicamente, uma ingestão cada vez menor de alimentos ricos em carboidratos (como arroz, pão e macarrão). Para compensar, deve-se aumentar as proteínas (carne, ovo) e as gorduras “boas” (castanha, azeite, salmão, sardinha etc.) no cardápio. Sob a promessa de resultados rápidos — questão de semanas — muitas celebridades, como Adriana Lima e Jennifer Lopez, são adeptas da dieta. Mas reduzir o carboidrato assim pode trazer consequências graves no futuro.

Segundo um novo estudo liderado pelo National Institute of Health (NIH), dos EUA, taxas de carboidrato tanto altas quanto baixas foram associadas ao aumento da mortalidade. Além disso, quem substitui o carboidrato por proteína animal tem longevidade menor do que quem faz a troca por proteína vegetal.

Essas conclusões são baseadas em uma pesquisa nos EUA que durou 25 anos e usou os dados de mais de 15 mil participantes. Todos eles preencheram questionários sobre os alimentos e bebidas que consumiam todo dia, enumerando quantidade e tamanho das porções. A partir disso, os pesquisadores estimaram a proporção de calorias provenientes de carboidratos, gorduras e proteínas.

Os resultados mostraram que uma ingestão moderada de carboidrato representou um risco menor de morte quando comparado com a ingestões baixas e altas. Em números, pessoas com 50 anos que apresentavam consumo moderado de carboidrato devem viver em média 33 anos a mais. Já os cinquentões que têm consumo baixo de carbo vivem mais 29 anos. Os cientistas compararam suas conclusões com estudos anteriores gigantes, que incluíram mais de 20 países e 400 mil pessoas, e os resultados encontrados foram os mesmos.

Controvérsias e tipos de substitutos

Essa nova pesquisa examinou a relação da taxa de mortalidade com o consumo de carboidratos, o que é algo novo. “Estas descobertas reúnem várias vertentes que têm sido controversas. Muito ou pouco carboidrato pode ser prejudicial, mas o que mais conta é o tipo de gordura, proteína e carboidrato consumido”, diz Walter Willett, co-autor do estudo.

Os pesquisadores constataram que proteínas e gorduras vegetais são melhores que equivalentes animais no quesito longevidade. Comer mais carnes (bovina, de porco, de frango e de cordeiro) e queijo estava relacionado a um risco maior de morte, quando comparado a opções como legumes e nozes. Ou seja, selecionar apenas o nutriente (carbo, proteína, gordura) não é o suficiente, é preciso se preocupar com sua origem.

“Nossos dados sugerem que dietas de baixo carboidrato com produtos animais, que são predominantes na América do Norte e na Europa, podem estar associadas a um menor tempo de vida e devem ser desencorajadas”, diz Sara Seidelmann, autora do estudo. “Se, em vez disso, alguém escolhe seguir uma dieta com poucos carboidratos, trocá-los por mais gorduras e proteínas vegetais pode realmente promover um envelhecimento saudável a longo prazo”.

Super Interessante

 

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Refrigerante Diet e Aspartame engordam

Folha de São Paulo:

Pense duas vezes se você consome refrigerante diet para manter a forma física. Um novo estudo americano apresentado durante uma conferência da Associação Americana de Diabetes diz que a bebida diet está associada ao ganho de peso.

A cintura de quem toma dois ou mais refrigerantes diet por dia pode aumentar seis vezes, se comparado com os não consumidores. O estudo que vem da Escola de Medicina da Universidade do Texas acompanhou 474 indivíduos durante dez anos.

A conclusão obtida é que quanto mais uma pessoa bebe refrigerante diet, mais ela engorda. A circunferência abdominal, cujo tamanho pode indicar a propensão ou não a doenças cardíacas, também ficou 70% maior.

Uma outra pesquisa apresentada no mesmo evento médico afirma que o aspartame, presente como ingrediente de produtos diet e usado como adoçante, aumentou o nível de acúçar no sangue de camundongos com propensão a diabetes.

Estudos como esses mostram que o refrigerante diet e o aspartame não são tão bons para as saúde quanto a propaganda sugere.

Para a professora de epidemiologia clínica Helen Hazuda, que conduziu o estudo da Universidade do Texas, os consumidores deveriam ser alertados sobre os perigos à saúde ao ingerir esses produtos.

Opinião dos leitores

  1. Por isto que nao trabalho com esse produto !!! Prefiro minha geladinha que faz muito bem para minha saude e me mantem fofinho……

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *