Comportamento

Bullying feito por irmãos na adolescência afeta saúde mental anos depois, diz estudo

Foto: Jan Ranft/Unsplash

Ofensas, palavrões e humilhações entre irmãos são algo muito sério. No começo da adolescência, esse tipo de bullying pode gerar danos na saúde mental vários anos depois – independentemente se o indivíduo é vítima ou autor das agressões. Essa relação foi apontada por um estudo publicado nesta quinta-feira (30) no Journal of Youth and Adolescence.

A pesquisa reúne dados de mais de 17 mil jovens do Reino Unido, voluntários no estudo Millennium Cohort Study, realizado no início dos anos 2000. Os participantes responderam a questionários sobre bullying entre irmãos quando tinham 11 e 14 anos. Mais tarde, aos 17 anos, eles voltaram a preencher questões, desta vez sobre saúde mental e bem-estar. Os pais deles também responderam sobre o estado mental de seus filhos em três idades diferentes: aos 11, 14 e 17 anos.

Com isso, os autores da pesquisa, vinculados à Universidade de York e à Universidade de Warwick, ambas no Reino Unido, conseguiram investigar nos jovens tantos aspectos positivos de saúde mental, como autoestima e bem-estar, quanto negativos, a exemplo de sofrimento psíquico.

“Embora o bullying entre irmãos tenha sido anteriormente relacionado a resultados ruins de saúde mental, não se sabia se havia uma relação entre a persistência desse bullying e a gravidade da saúde mental a longo prazo”, observa Umar Toseeb, um dos autores da descoberta, em comunicado.

Mas a análise aponta que, não só essa relação existe como o problema do bullying é bem recorrente. Quando os adolescentes tinham 11 anos, 48% deles estiveram envolvidos nas agressões, sendo que 15% eram vítimas, 4% agressores e 29% exerciam ambos os papéis. Já aos 14 anos, 34% estiveram envolvidos com esse comportamento – a maioria (21%) tanto sofreu quanto praticou; 5% agrediram e 8% foram violentados pelos irmãos.

Ao analisarem os resultados, Toseeb e Dieter Wolke, outro autor do estudo, descobriram que, conforme o bullying piorava no início da adolescência, agravava-se também a saúde mental dos jovens no final desse período de vida. E aqueles envolvidos na violência – independentemente do papel que tiveram nela – tinham uma trajetória emocional diferente na hora de externalizar seus problemas.

Para combater essa grave questão, os pesquisadores sugerem intervenções clínicas com objetivo de reduzir as dificuldades de saúde mental nos jovens, ajudando também aqueles que estão no final da adolescência a terem uma condição emocional mais positiva.

Galileu

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Saúde

Moderna é a mais eficaz contra Covid do que Pfizer e Janssen, diz estudo nos EUA

Foto: Eduardo Munoz – 21.dez.2020/Reuters

Um estudo comparativo das três vacinas contra o coronavírus autorizadas nos Estados Unidos descobriu que o imunizante da Moderna é ligeiramente mais eficaz do que o da Pfizer para manter as pessoas fora do hospital. O da Janssen, da Johnson & Johnson, vem em terceiro, mas ainda fornecendo alta proteção.

A vacina da Moderna proporcionou proteção de 93% contra hospitalização, a da Pfizer 88%, enquanto a Jannsen ficou em 71%. No Brasil, até agora, apenas as vacinas da Pfizer e Janssen tiveram usos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), junto à Coronavac e AstraZeneca.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doeças (CDC) dos EUA conduziram um estudo nacional de vacinação envolvendo mais de 3.600 adultos hospitalizados com Covid-19 entre março e agosto.

“Entre os adultos americanos sem condições imunocomprometidas, a eficácia da vacina contra a hospitalização por coronavírus durante 11 de março a 15 de agosto de 2021 foi maior para a vacina Moderna (93%) do que a vacina Pfizer-BioNTech (88%), e a vacina Janssen (71%)”, escreveu a equipe no relatório semanal do CDC sobre morte e doença (MMWR).

“Embora esses dados ‘do mundo real’ mostrem alguma variação nos níveis de proteção por vacina, todos os imunizantes contra a Covid-19 aprovados ou autorizados pela FDA [equivalente à Anvisa nos EUA] fornecem proteção substancial contra a hospitalização por coronavírus.”

Diferença entre vacinas

Segundo o estudo, a maior diferença entre a vacina feita pela Moderna e a vacina da Pfizer/BioNtech foi impulsionada por um declínio que começou cerca de quatro meses depois que as pessoas foram totalmente vacinadas.

“As diferenças na eficácia da vacina entre a vacina Moderna e Pfizer-BioNTech podem ser devido ao maior conteúdo de mRNA na vacina Moderna, diferenças no tempo entre as doses [três semanas para Pfizer-BioNTech contra 4 semanas para Moderna], ou possíveis diferenças entre grupos que recebeu cada vacina que não foi contabilizada na análise”, escreveu a equipe.

Sobre a vacina da Johnson & Johnson, os cientistas disseram que “uma única dose da vacina de vetor viral Janssen teve comparativamente menor resposta de anticorpos anti-SARS-CoV-2 e eficácia da vacina contra hospitalizações por Covid-19”, acrescentaram.

A equipe que conduziu o estudo explicou que entender as diferenças na eficácia da vacina pode orientar as escolhas individuais e elaboração de políticas públicas. Os responsáveis pela pesquisa ressaltaram, porém, que todos os três imunizantes fornecem proteção.

“Compreender as diferenças na eficácia da vacina por produto de vacina pode orientar as escolhas individuais e recomendações de políticas em relação aos reforços de vacina. Todas as vacinas COVID-19 aprovadas ou autorizadas pela FDA fornecem proteção substancial contra a hospitalização por Covid-19.”

O CDC trabalhou com pesquisadores de todo o país para estudar 3.689 pacientes em 21 hospitais em 18 estados para o estudo. Eles também analisaram anticorpos no sangue de 100 voluntários saudáveis ​​após terem sido vacinados com uma das três vacinas disponíveis.

CNN Brasil

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Saúde

Estudo desenvolve vacina de Covid-19 a partir de planta do feijão-fradinho

Foto: Toby Hudson/Wikimedia Commons

O departamento de nanoengenharia da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, pode revolucionar o desenvolvimento de imunizantes contra a Covid-19. Isso porque a equipe de pesquisadores está estudando vacinas criadas à base de plantas e bactérias e que não precisariam ser armazenadas sob baixas temperaturas, como exigem algumas atualmente.

Ainda em desenvolvimento, as duas candidatas a vacinas obtiveram bons resultados em testes com camundongos, desencadeando neles alta produção de anticorpos neutralizantes contra o Sars-CoV-2. Os detalhes foram publicados nesta terça-feira (7) no Journal of the American Chemical Society.

Em caso de aprovação — após um longo processo para demonstrar segurança e eficácia em humanos —, os imunizantes poderiam ampliar a distribuição das vacinas em áreas rurais e países pobres em infraestrutura. “O que é emocionante sobre nossa tecnologia de vacinas é que ela é termicamente estável, o que poderia facilitar o alcance a lugares onde a instalação de freezers não é possível”, diz Nicole Steinmetz, professora de nanoengenharia da UC San Diego, em comunicado.

Para criar as vacinas, a equipe cultivou milhões de cópias de dois vírus em dois organismos: a bactéria Escherichia coli e uma leguminosa que está no prato de muitos brasileiros, o feijão-fradinho (também conhecido como feijão-de-corda). Diante da proliferação do vírus bacteriófago Qbeta e do vírus do mosaico severo, os cientistas coletaram suas nanopartículas e aplicaram nelas um pequeno pedaço da proteína spike do Sars-CoV-2, a responsável por permitir que o vírus entre nas nossas células.

Um imunizante criado a partir desse processo carrega um vírus que, apesar de estimular o reconhecimento do nosso sistema imunológico, não é infeccioso. Uma vez reconhecida a parte da proteína spike do coronavírus, as células do corpo estariam prontas para gerar uma resposta imune contra ele.

Benefícios no uso de vírus vegetais e bacteriófagos

Além da estabilidade a altas temperaturas, que elimina a necessidade de armazenamento frio das vacinas, os baixos custos em uma produção de grande escala são mais uma vantagem oferecida pela tecnologia que utiliza vírus vegetais ou bacteriófagos. “Cultivar plantas é relativamente fácil e envolve infraestrutura que não é muito sofisticada”, explica Steinmetz. “E a fermentação usando bactérias já é um processo estabelecido na indústria biofarmacêutica.”

Etapas também poderiam ser facilitadas pelo fato de que esse tipo de vacina não tem sua qualidade afetada ao passar por processos de fabricação que envolvem calor. Isso poderia inclusive possibilitar a produção de adesivos com microagulhas e implantes vacinais.

Com os implantes, uma única aplicação seria capaz de liberar lentamente a quantidade de substância necessária para alcançar a imunização. “Se as clínicas pudessem oferecer um implante de uma dose para aqueles que teriam dificuldade em se deslocar uma segunda vez, isso ofereceria proteção para mais pessoas e poderíamos ter uma chance melhor de conter a transmissão”, explica Jon Pokorski, também professor na UC San Diego.

Já os adesivos com microagulhas permitiriam que as pessoas autoadministrassem as vacinas. “Imagine se adesivos de vacina pudessem ser enviados para as caixas de correio de pessoas mais vulneráveis, em vez de fazê-los sair de suas casas e exposição ao risco?”, questiona Pokorski, que lidera a equipe responsável por desenvolver esse tipo de tecnologia.

Os camundongos testados receberam os dois novos métodos vacinais, além do esquema tradicional com duas doses. Em todos os três procedimentos, os animais produziram altos níveis de anticorpos neutralizantes.

Proteção contra variantes

Mais um fator que empolga os cientistas é o potencial das vacinas em induzir respostas contra diferentes tipos de coronavírus e cepas do Sars-CoV-2. Tudo depende do pedaço da proteína spike ligado à superfície das nanopartículas virais. Acontece que uma das peças escolhidas pela equipe de pesquisadores, chamada de epítopo, é quase idêntica entre o Sars original e o novo coronavírus.

A extensa luta contra as variantes poderia receber um reforço. Geralmente, as cepas virais surgem após mutações na região de ligação da proteína spike. As vacinas atualmente administradas utilizam justamente epítopos dessa região, o que dificulta o combate às variantes. Mas as candidatas têm uma proposta diferente. “Com base em nossas análises de sequência, o epítopo que escolhemos é altamente conservado entre as variantes Sars-CoV-2”, afirma Oscar Ortega-Rivera, primeiro autor da pesquisa.]

Agora, as vacinas seguirão em desenvolvimento até terem sua segurança verificada e depois entrarem na fase de testes clínicos.

Galileu

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Geral

EFEITO PERVERSO DA PANDEMIA: Estudo mundial constata o aumento explosivo de ansiedade e depressão entre crianças e adolescentes

ISOLADA - Longe dos amigos: no confinamento forçado, a vida dos pequenos ficou imprevisível e cheia de incertezas – Foto: ozgurdonma/Getty Images

As crianças e adolescentes vivem uma contradição nesta pandemia. Se eles são mais resistentes à ação nefasta do vírus do que os adultos, suas mentes estão entre as vítimas preferenciais do cenário atual. Um dos mais completos estudos já realizados sobre os efeitos da Covid-19 na saúde psicológica identificou o aumento explosivo de sintomas de ansiedade e depressão entre jovens, considerando desde a primeira infância até pouco antes de se tornarem maiores de idade. O levantamento coordenado pela Universidade de Calgary, do Canadá, compilou informações de 29 estudos que abordaram os desígnios mentais de 80 000 pequenos participantes de diversas partes do mundo, inclusive da América do Sul. O porcentual de jovens ansiosos saltou de 11,6% antes da pandemia para 25,2% agora — trata-se de um aumento superior a 100%. Para ficar claro: um em cada quadro jovens desenvolveu algum tipo de ansiedade enquanto o novo coronavírus se multiplicava pelo mundo. Os depressivos eram 12,9% nos tempos pré-Covid e são 20,5% atualmente.

Foto: Arte depressão

A juventude é um período único da vida. Nessa fase, são comuns rompantes de felicidade entremeados com momentos de angústia, tudo junto e misturado em uma sinfonia de pensamentos típicos da tenra idade. Os psicólogos dizem que, nesse período mágico, os jovens precisam de rotina, ordem e equilíbrio — tudo aquilo que a pandemia aniquilou de forma repentina. A vida ficou imprevisível, cheia de incertezas. Com as restrições de circulação, o convívio social foi abruptamente interrompido. Amigos de escola, colegas de clube, parceiros de baladinhas para os adolescentes, todos eles saíram de cena, e a tela do smart­phone, computador ou TV passou a ser, durante um bom tempo, o único ponto de contato com o mundo lá fora. “Estar socialmente isolado, afastado dos amigos, das rotinas escolares e das interações sociais revelou ser muito duro para os jovens”, diz Sheri Madigan, uma das autoras do estudo.

Foto: Arte depressão

Os meses de isolamento foram, de fato, terríveis. Rejane Tardelli, mãe de Maria Fernanda, de 12 anos, e João Guilherme, de 14, identificou uma mudança negativa no humor dos filhos desde o começo da pandemia. Para entender o problema, ela agendou consultas com uma psicóloga para toda a família — e, sim, a crise se devia ao isolamento imposto pelo vírus. Maria Fernanda conta que, com a suspensão da escola e das aulas de futebol, tênis e skate, a vida piorou. “Fiquei mais triste mesmo”, resume a garota. Ela teve de trocar o contato com amigos e colegas por brincadeiras com o cachorro e mais tempo on-­line, em sites como o YouTube.

A volta às aulas pode ser um antídoto contra a ansiedade e a depressão. As escolas obviamente favorecem o contato próximo entre os jovens, mas elas também estão atentas aos incômodos mentais. Segundo Claudia Santos Ferreira, psicóloga do Colégio Pensi, no Rio de Janeiro, a procura dos estudantes por conversas ou atendimentos cresceu de modo significativo desde o começo da pandemia, inclusive entre crianças com menos de 10 anos. “Entre nossos alunos, aumentaram muito as queixas daquilo que os menores chamam de tristeza e os mais velhos, de depressão”, afirma Claudia. “Eles têm falado frequentemente sobre dificuldades nas relações com os colegas, da sensação de isolamento e do frequente desinteresse pelos estudos.”

O fenômeno é notado em diversos colégios. Meire Nocito, diretora educacional do Visconde de Porto Seguro, de São Paulo, reforça o papel vital do retorno às aulas presenciais. “Na escola, o jovem tem autonomia, ao contrário do ambiente doméstico, onde fica muito vinculado à família”, diz. “Em tempos de pandemia, ele precisa estar em um lugar onde aprende a lidar sozinho com conflitos.” Brae Anne McArthur, uma das pesquisadoras que conduziu o estudo da Universidade de Calgary, concorda com esse ponto de vista. “Sabemos que jovens se dão bem com rotinas claras”, diz. “Por isso, o retorno à escola e a atividades extracurriculares é muito importante, podendo acrescentar mais pontos de apoio à saúde mental de crianças e adolescentes.”

A história ensina que as grandes crises costumam ser devastadoras para as novas gerações. Durante a II Guerra, crianças da então Prússia Oriental foram separadas de suas famílias e, para escapar da morte, vagaram por florestas durante meses. Devido aos hábitos selvagens que acabaram adquirindo, receberam o apelido de crianças-lobo. Durante anos, esses ex-andarilhos, mesmo depois de reintegrados à sociedade, conviveram com os danos psicológicos provocados pela experiência traumatizante. Um famoso estudo dessa época reforçou a importância da manutenção de laços familiares. Durante os confrontos, milhares de crianças foram retiradas de Londres e outras cidades para morar em lares adotivos no interior da Inglaterra. Segundo a pesquisa, os jovens que ficaram com suas famílias, mesmo debaixo de bombardeio, eram mais “felizes” — na medida do possível, ressalte-se — do que os exilados.

O curioso é que, na pandemia do século XXI, muitos laços familiares foram revigorados graças ao confinamento forçado. Para muitas famílias, o período dentro de casa ajudou a aproximar pais e filhos. “Algumas crianças relataram que essa fase trouxe aspectos positivos e oportunidade de crescimento”, diz Guilherme Polanczyk, psiquiatra de crianças e adolescentes e professor da USP. Isso certamente ocorreu em muitos lares, mas o quadro geral mostra que a pandemia provocou estragos que deverão ser duradouros. Na psicologia, um evento traumático ocorrido hoje vai reverberar apenas amanhã, em um processo que pode levar meses ou anos. Seja como for, apenas o futuro será capaz de dimensionar o real estrago provocado por um vírus que obrigou a sociedade a se reorganizar, alterando hábitos enraizados. É certo que as crianças e adolescentes sofreram, só não se sabe exatamente quanto. Mas é certo também que vão se restabelecer.

Veja

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Saúde

Vacina contra o HIV apresenta baixa eficácia e estudo é encerrado

Foto: Pixabay

Uma vacina experimental contra o HIV, vírus causador da Aids, teve os estudos encerrados após dados mostrarem que a proteção oferecida pelo imunizante ao organismo era insuficiente. Fabricada pela Johnson & Johnson, a vacina apresentou apenas 25% de eficácia.

— Eu já deveria estar acostumada, mas você nunca está. Você ainda coloca seu coração e alma nisso — afirma a principal pesquisadora do estudo e presidente do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul, Glenda Gray, ao jornal New York Times. A pesquisadora tem tentado desenvolver uma vacina para o vírus há mais de 15 anos.

O estudo, denominado Imbokodo, analisou 2,6 mil mulheres jovens, entre 18 e 35 anos, de cinco países da África Subsaariana (Malaui, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue). A região escolhida foi determinante no estudo, uma vez que representa a maior parcela de mulheres vulneráveis em todo o continente, representando quase dois terços das novas infecções por HIV em 2020.

Os testes tiveram início em 2017. Desde então, as participantes receberam quatro doses do imunizante ao longo do período e foram acompanhadas pela equipe de pesquisadores. Em dois anos de observação, 51 das 1.079 participantes que receberam a vacina foram infectadas; já entre as 1.109 voluntárias que receberam placebo, 63 contraíram o vírus. A tecnologia utilizada no imunizante é a do adenovírus inativado, assim como as vacinas AstraZeneca, Janssen e Sputnik V contra a Covid-19.

Apesar da baixa eficácia, o estudo trouxe alguns dados úteis. Pesquisas recentes realizadas na Tailândia indicaram que os anticorpos provocados pela vacina podem ser suficientes para oferecer proteção contra o vírus em um período inicial da infecção. Isso significa, segundo Glenda, que o fato de o estudo ter sido conduzido na África, onde as taxas de incidência de HIV são maiores, pode ter sido determinante no resultado.

— O tipo de resposta imunológica induzida não foi suficiente para interromper as altas taxas de ataque que vemos na África — diz a pesquisadora.

Um trabalho paralelo, denominado Mosaico, ainda deve prosseguir, segundo a fabricante. Um outro imunizante está sendo atualmente testado em oito países, incluindo o Brasil, em homens que fazem sexo com outros homens e pessoas trans.

O Mosaico é um esforço conjunto público-privado envolvendo os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA, a Rede de Ensaios de Vacinas contra o HIV, com sede no Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, o Comando de Pesquisa e Desenvolvimento Médico do Exército dos EUA e a farmacêutica Janssen, da Johnson & Johnson.

A Moderna, que também é uma das fabricantes de uma vacina contra o Sars-CoV-2, anunciou recentemente que vai iniciar a testagem de um novo imunizante contra o HIV. Segundo a empresa, os testes devem começar ainda neste ano.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 38 milhões de pessoas vivem com o HIV em todo o mundo; 1,5 milhão infectadas no último ano.

O Globo, com informações de agências internacionais

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Saúde

Estudo associa poluição do ar a maior gravidade de doenças mentais

Foto: © Arquivo/Agência Brasil

Um estudo que envolveu 13 mil pessoas em Londres concluiu que a exposição a ar poluído pode levar ao agravamento de doenças mentais. Os investigadores britânicos cruzaram dados médicos, desde os primeiros contatos com os serviços de saúde, aos níveis de poluição de áreas residenciais. Acreditam que a ligação entre o ar poluído e danos mentais é “biologicamente plausível”.

O dióxido de azoto, também conhecido por dióxido de nitrogênio – NO2 – está identificado como um dos principais poluentes que circulam na atmosfera. Provém de combustíveis fósseis, como o petróleo ou carvão. Queimados a elevadas temperaturas nos motores dos automóvel e no setor industrial, transformam-se em gás tóxico e são emitidos para o ar que respiramos.

Os riscos na saúde humana, principalmente em doenças respiratórias e pulmonares, estão amplamente comprovados.

O novo estudo britânico, publicado pela Universidade de Cambridge, avalia a possível gravidade da saúde mental associada à exposição de ar poluído.

Os pesquisadores dizem no trabalho que as “evidências sugerem que a exposição à poluição do ar pode afetar adversamente o cérebro e aumentar o risco de transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e depressão. No entanto, pouco se sabe sobre o papel potencial da poluição do ar na gravidade e na recaída após o início da doença”.

Os cientistas rastrearam pacientes no sul de Londres e cruzaram as estimativas da poluição vinculadas às suas residências.

Os níveis médios de NO2 na área de estudo variaram entre 18 e 96 microgramas por metro cúbico (µg / m³), a cada três meses. Os investigadores descobriram que os indivíduos expostos a níveis 15 µg / m³ mais elevados de poluição tinham um risco 18% maior de serem internados no hospital e 32% maior de necessitar de tratamento em ambulatório após um ano.

A relação com o dióxido de nitrogênio tornou-se mais clara quando o níveis de partículas pequenas variaram de 9 para 25 µg / m³, associada a uma exposição três vezes mais, aumentando o risco de internamento em 11% e o risco de tratamento em ambulatório em 7%.

O estudo revela que os dados do doente avaliado sete anos depois do primeiro tratamento mantêm a ligação com a poluição atmosférica.

Para os cientistas, “a exposição das habitações ao ar poluído está associado ao aumento do uso de serviços de saúde mental entre pessoas recentemente diagnosticadas com transtornos psicóticos e de humor”.

Os pesquisadores estimaram que “reduzir a exposição da população urbana do Reino Unido à poluição por pequenas partículas, por apenas algumas unidades, até o limite anual da Organização Mundial da Saúde de 10µg / m³”, teria impacto nos serviços de saúde mental. Poderia haver uma redução em cerca de 2% e seriam economizadas dezenas de milhões de libras por ano.

“Identificar fatores de risco modificáveis para a gravidade da doença e recaída pode ajudar os esforços de intervenção precoce, reduzir o sofrimento humano e os altos custos econômicos causados por doenças mentais crônicas de longo prazo”, destacam os autores do estudo.

Kevin McConway, professor da Open University, não faz parte da equipa que assina o estudo, mas faz uma avaliação positiva do trabalho.

“Este é um bom estudo. A análise estatística é geralmente apropriada e aumenta a confiança de que há pelo menos algum elemento de causa e efeito na associação entre poluição e saúde mental”, diz McConway, citado na publicação britânica Guardian.

“Mas não é fácil para as pessoas evitarem a poluição. A redução da poluição do ar nas cidades requer uma ação comunitária em ampla escala”, acrescenta.

O Banco Mundial estima que a poluição do ar custa à economia global bilhões de dólares, mas apenas inclui patologias do coração e pulmões.

Agência Brasil, com RTP

Opinião dos leitores

  1. Deve ser por isso que os bichos de chifres apoiam um cagão que diz que quem defende comprar feijão no lugar de armas é idiota.

    1. Vá trabalhar vagabundo, aí você compra algo melhor além do feijão. Não pense que comunismo lhe dará algo melhor que feijão, muito menos vai poder ficar escrevendo merda o dia todo. Lá um miserável na sua qualidade, eles já teriam enterrado de cabeça pra baixo, como bem fazem os ditadores Castros e maduro

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Saúde

Homens contraem e transmitem mais Covid-19 do que as mulheres, sugere estudo

Foto: Reuters

Homens se infectam mais e consequentemente transmitem mais o vírus da Covid-19 do que mulheres, segundo um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL) e divulgado pela Agência Fapesp nesta quinta-feira (26).

Os homens também estão mais suscetíveis a apresentar quadros graves e morrer pela doença, de acordo com o estudo que envolveu 1.744 casais brasileiros. Os resultados do trabalho foram divulgados na plataforma medRxiv, em artigo ainda sem revisão por pares.

“Essa constatação corrobora e está em consonância com descobertas feitas em estudos recentes que realizamos, que já indicavam que homens podem transmitir mais o novo coronavírus”, disse Mayana Zatz, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e coordenadora do CEGH-CEL, à Agência Fapesp.

Um estudo publicado no início de agosto por pesquisadores do Centro na revista Diagnostics, com base em um exame de detecção do SARS-CoV-2 pela saliva desenvolvido no CEGH-CEL, apontou que os homens apresentam uma carga do vírus no fluido cerca de dez vezes maior do que mulheres, particularmente até os 48 anos. Essa diferença de carga viral não foi detectada em testes com amostras nasofaríngeas, apontaram os autores do estudo, coordenado pela professora Maria Rita Passos-Bueno.

“Como o vírus é transmitido principalmente por gotículas de saliva, deduzimos que isso explicaria por que os homens transmitem mais vírus do que as mulheres”, diz Zatz.

Além dessa observação, a pesquisadora começou a ouvir relatos de casais – muitos deles ambos médicos – em que a mulher foi infectada pelo novo SARS-CoV-2 e apresentou sintomas leves ou moderados, enquanto o homem permaneceu assintomático. Alguns meses depois, o cônjuge também foi infectado após o contato com pacientes do sexo masculino, o que reforçou a teoria de que homens transmitem mais o novo coronavírus.

Como forma de avaliar a hipótese, os pesquisadores do CEGH-CEL começaram a coletar, entre julho de 2020 e julho de 2021, dados de mais de 2 mil casais, com média de 45 anos de idade até então não vacinados contra a Covid-19, em que pelo menos um dos cônjuges foi infectado, diagnosticado e apresentou sintomas da doença.

Para eliminar a influência de vieses comportamentais, como o fato de os homens serem mais relutantes do que as mulheres em usar máscaras protetoras e respeitar o distanciamento social, como comprovado por meio de estudos durante a pandemia, foi analisada a transmissão do vírus em mais de mil casais que moraram juntos durante o período da infecção sem adotar medidas de proteção.

Os casais foram distribuídos em grupos concordantes – em que ambos os parceiros foram infectados – ou discordantes – em que um dos cônjuges permaneceu assintomático, apesar do contato próximo com o infectado.

A combinação dos dados coletados mostrou que os homens foram os primeiros ou únicos infectados na maioria dos casos, tanto entre os casais concordantes como nos discordantes.

“Vimos que os homens foram infectados primeiro muito mais do que as mulheres, tanto no caso dos casais concordantes como nos discordantes. No total, 946 homens foram infectados primeiro em comparação com 660 mulheres”, afirma Zatz.

Resistência à infecção

Os pesquisadores também analisaram o material genético de casais em que apenas um dos cônjuges foi infectado pelo SARS-CoV-2, embora ambos tenham sido expostos, com o objetivo de entender por que algumas pessoas são naturalmente resistentes à infecção.

Resultados preliminares do estudo, também publicado na plataforma medRxiv, indicaram que variantes genômicas mais frequentes nos parceiros suscetíveis levariam à produção de moléculas que inibem a ativação das células de defesa conhecidas como exterminadoras naturais ou NK. Os resultados completos do estudo, feito em colaboração com o professor Erick Castelli, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, serão publicados em breve na revista Frontiers in Immunology.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. E colocam mais chifres tambem, sugere pesquisa do Carabinas Drinks. Cada pesquisa que sai, se não bastasse a de Lula com 80%. Ô povo imbecil e sem cura.

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Saúde

Veneno da cobra brasileira Jararacuçu inibe até 75% da reprodução do coronavírus, mostra estudo

Pesquisadores estudaram proteínas do veneno da cobra jararacuçu Foto: Agência O Globo

Quase um ano e meio após a Organização Mundial da Saúde classificar como pandemia a disseminação da Covid-19 no mundo, cientistas ainda não encontraram um medicamento efetivo para impedir a reprodução do coronavírus nas células. Agora, uma descoberta de pesquisadores brasileiros pode ajudar a mudar esse cenário. Cientistas do Instituto de Química da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Araraquara revelaram que o veneno da cobra brasileira Jararacuçu, comum em estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, contém uma molécula capaz de inibir em até 75% tal capacidade do vírus.

Inédita, a alta taxa daria tempo para o organismo infectado criar anticorpos, evitando o avanço da doença. Os resultados desse estudo foram recém-publicados na revista científica internacional Molecules.

A molécula isolada na cobra é um peptídeo, um pedaço de proteína, com ação antibacteriana e antiviral.

— Esse peptídeo tem a capacidade de se ligar a uma enzima do vírus (a PLPro) que é responsável por processar algumas moléculas que fazem a reprodução viral. Então, se inibimos a ação dessa enzima, diminuímos a multiplicação das partículas virais — explica Eduardo Maffud Cilli, professor do Instituto de Química e um dos autores do estudo.

A enzima que é inibida pelo peptídeo do veneno da cobra está presente em todas as variantes do coronavírus descobertas até agora. Ela não faz parte da formação da estrutura do vírus — que frequentemente sofre mutações para se adaptar melhor ao hospedeiro. Sua função é ajudar a multiplicar os vírus já instalados.

— O gene que é responsável pela produção desta enzima aparece em todas as variantes. Isto mostra que este peptídeo tem grande potencial de funcionar contra qualquer uma delas — afirma Salmo Raskin, médico geneticista e diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, que não participou do estudo.

É importante ressaltar que apenas a molécula tem ação contra o coronavírus. O restante do veneno da cobra Jararacuçu não tem capacidade de impedir a replicação viral do Sars-Cov-2. A picada dessa cobra pode causar hemorragia, inchaço e destruição dos tecidos da região lesionada. Segundo a Fiocruz, a jararacuçu é responsável por 90% dos envenenamentos por cobra no Brasil, sendo a serpente que mais pica seres humanos no país.

A primeira etapa do trabalho consistiu em reproduzir em laboratório o peptídeo encontrado no veneno da cobra Jararacuçu.

— Analisamos uma toxina do veneno e percebemos que uma parte dela poderia ter uma atividade contra o coronavírus —detalha Cilli.

Os cientistas colocaram o peptídeo em células de macaco cultivadas em laboratório. Uma hora depois, selecionaram uma amostra do coronavírus e infectaram as células dos primatas. Após dois dias, os pesquisadores observaram que o coronavírus não se reproduziu com a mesma velocidade observada em condições normais. Essa etapa do estudo foi realizada no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em São Paulo, onde uma amostra do coronavírus está isolada.

O próximo passo foi entender qual era o mecanismo que dificultava a replicação viral do Sars-CoV-2. Com a parceria do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, que continha a enzima PLPro, os pesquisadores da Unesp observaram então que o peptídeo era capaz de inibir em até 75% replicação viral.

O estudo é promissor e ainda deverá ser testado em humanos. Segundo Cilli, este peptídeo é seguro mesmo em concentrações elevadas. Além disso, esse peptídeo é fácil de ser sintetizado, o que simplificaria a produção em larga escala caso venha a se tornar um remédio contra a Covid-19.

Risco ambiental

O passo seguinte do trabalho é avaliar a eficiência de outras dosagens da molécula e se ela é capaz de exercer outras funções na célula humana, como por exemplo, evitar que o vírus a infecte. Os cientistas querem analisar também qual seria a reação das células caso elas primeiro fossem infectadas com o coronavírus para posteriormente receber o peptídeo.

O novo composto pode até mesmo vir a substituir um tratamento em uso, os anticorpos monoclonais, um tipo de anticorpo “artificial” que é injetado em pacientes com Covid-19 grave, combatendo a replicação do coronavírus. No entanto, além de ser caro, esse tratamento perde a eficácia, já que seu alvo de ataque é a proteína Spike, que costuma sofrer importantes alterações a cada nova variante.

— Temos visto que a pandemia não vai acabar só com vacina. Então, esse estudo chega em um momento adequado porque é importante que se tente desenvolver medicamentos para evitar a replicação do vírus — avalia Raskin.

Não é incomum moléculas encontradas em venenos de animais servirem de medicamento para tratar doenças que afetam humanos. Do veneno da Jararaca, por exemplo, foi desenvolvido o captopril, um dos remédios mais populares no tratamento da hipertensão. Já o exenatide é um remédio contra diabetes produzido com base num hormônio encontrado na saliva do lagarto Monstro-de-Gila. Assim, Cilli faz um alerta:

— Essas queimadas Brasil afora destroem microrganismos e plantas que podem nos dar a cura para várias doenças.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Que maravilha. Vamos preservar nosso meio ambiente porque sem ele a humanidade está extinta.

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Saúde

Estudo indica que risco de surgirem novas pandemias pode triplicar

Foto: Reprodução

Uma pessoa vivendo em qualquer momento dos últimos quatro séculos esteve sob uma probabilidade de 38% de vivenciar uma pandemia com a escala da Covid-19 ao longo de sua vida. E, a julgar pela intensidade com que perturbações ecológicas estão se agravando, esse risco pode dobrar ou triplicar dentro de algumas décadas, afirma um novo estudo.

A conclusão é de um grupo de cientistas italianos e americanos que criaram um banco de dados com o histórico de epidemias no mundo desde 1600. Para cada evento que os pesquisadores registraram, foi incluído o período de ocorrência, sua duração e o número de mortes em relação à população mundial da época.

Para cada um dos 1.539 surtos de doenças registrados em todo o período analisado, os cientistas criaram um índice de “intensidade epidêmica”, que resume o impacto mundial de cada evento. Analisando os números, o grupo demonstrou que o risco de uma epidemia aumenta de acordo com uma função matemática bem estabelecida, em que o impacto de um patógeno na população global aumenta de acordo com a raridade do evento.

Epidemias catastróficas como a Covid-19 ou a Gripe Espanhola de 1918, porém, se mostraram menos improváveis do que se poderia supor, afirma o grupo de pesquisa, liderado pelo ecólogo e engenheiro Marco Marani, professor da Universidade de Padova (Itália).

“Esse decaimento lento da probabilidade com a intensidade da epidemia implica que epidemias extremas são relativamente prováveis de ocorrer, uma propriedade não detectada antes em razão dos poucos registros observacionais existentes e de métodos de análise pouco dinâmicos”, escreveu o cientista com seus coautores no estudo. O trabalho foi publicado ontem na revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Junto ao estudo, os cientistas abriram o acesso aos dados que reuniram. “Apresentamos aqui um conjunto de dados de epidemias de 1600 até hoje, compiladas e examinadas usando novos métodos estatísticos para estimar a probabilidade anual de ocorrência de epidemias extremas”, escreveram os cientistas.

Enquanto em uma ponta da série histórica se situa a Gripe Espanhola, com 32 milhões de mortes estimadas, no meio encontram-se eventos como a epidemia de varíola do Brasil, que durou duas décadas na virada do século XIX para o século XX. Registros históricos muito antigos e sem estimativas de mortos, como os surtos de influenza na Europa do século XVIII, foram contabilizados como tendo causado menos de 10 mil mortes.

Ao alinhar todos os registros de acordo com seu impacto global relativo, os cientistas desenharam então suas estimativas de que novas epidemias surjam. Enquanto o risco de um evento da escala da Gripe Espanhola eclodir ao longo de um ano é tipicamente menor que 0,25%, uma epidemia como a praga franco-italiana de 1628, que matou 1,3 milhão de pessoas, é de 1%. A intensidade relativa da Covid-19 é menor do que se poderia intuir. Segundo os pesquisadores, em termos de mortes globais relativas, o coronavírus é até aqui similar ao surto de tifo no exército napoleônico na campanha da Rússia, que matou 220 mil pessoas em 1813. Hoje, a população mundial é oito vezes maior, o que pesa na conta.

Mas o estudo de Marani está longe de representar boa notícia. Apesar de a medicina moderna ter conseguido atenuar o risco de patógenos que antes eram recorrentes, tal qual a varíola, a conectividade do planeta e as perturbações ecológicas estão ampliando esse risco. Ou seja, se por um lado os velhos vírus e bactérias vêm sendo derrotados pela ciência, por outro a probabilidade do surgimento de novos patógenos aumentou.

O Globo

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Saúde

Estudo indica 3ª dose para pessoas acima de 55 anos que tomaram Coronavac

A imunogenicidade, ou a capacidade do organismo gerar resposta imune, é menor em homens e em pessoas com mais de 55 anos que receberam as duas doses da vacina Coronavac em comparação com recuperados da Covid-19, revela uma pesquisa conjunta do InCor (Instituto do Coração) e da USP.

O estudo, que tem entre os autores o médico imunologista Jorge Kalil (do InCor), foi divulgado na forma de pré-print (sem avaliação de pares), indica ainda que 95% dos participantes vacinados com o imunizante produziram algum tipo de resposta imune contra o coronavírus Sars-CoV-2, frente a 99% dos chamados convalescentes (ou recuperados).

Uma resposta protetora completa, formada tanto por anticorpos como por células de defesa, esteve presente em 7 em cada 10 dos recuperados, mas em apenas 59% dos vacinados.

Participaram do estudo também pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, do Instituto Israelita Albert Einstein de Ensino e Pesquisa, da Plataforma Científica Pasteur-USP, da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto de Investigação em Imunologia (iii/INCT).

Para avaliar os anticorpos específicos contra o Sars-CoV-2, os cientistas testaram a presença de anticorpos anti-Sars-CoV-2 no soro sanguíneo de vacinados (101 amostras), recuperados (72 amostras) e compararam a um grupo controle (não vacinados e nem infectados; 36 amostras).

A taxa de anticorpos anti-spike (proteína S ou espícula do vírus, usada para entrar nas células) no sangue dos convalescentes era de 1,5 a 2 vezes maior do que a encontrada nas amostras dos vacinados. Essa diferença aumentava em pessoas vacinadas com mais de 55 anos —nestes foi seis vezes menor que a observada após uma infecção natural para o mesmo grupo.

Já a taxa de anticorpos anti-RBD (região de domínio de ligação, também usada pelo vírus para invadir as células) era maior nos vacinados. Não houve diferença em relação aos anticorpos anti-NP (nucleocapsídeo, a proteína que envolve o material genético do vírus).

A quantidade de células de defesa do tipo linfócitos T, por outro lado, foi maior nos recuperados do que nos vacinados.

Comparando os dois grupos de idade, abaixo de 55 anos e com 55 anos ou mais, foram observadas diferenças também entre os gêneros. Enquanto as mulheres com mais de 55 anos apresentaram resposta humoral (de anticorpos) e celular em 60% das amostras analisadas, esse número caía para 28% no caso dos homens.

Os homens também foram os que apresentaram a menor resposta humoral sozinha, com apenas 31% das amostras com anticorpos anti-Sars-CoV-2. A resposta celular na ausência de anticorpos na mesma faixa etária foi maior para homens (17%), e observada em apenas 3% das mulheres.

É importante destacar, porém, que a amostra é pequena (101 vacinados, dos quais 42 têm mais de 55 anos) e que, mesmo com uma resposta imune comparativamente mais baixa nos indivíduos mais velhos do que a observada pós-infecção natural, a maioria dos participantes manifestou algum tipo de defesa pós-vacina (94% para as mulheres e 83% nos homens com 55 anos ou mais).

Para Kalil, é possível que as pessoas nesta faixa etária que já receberam as duas doses da Coronavac no início do ano estejam correndo hoje um risco maior de ter doença grave, especialmente frente a novas variantes, como a delta.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida, no Brasil, pelo Instituto Butantan, é formulada a partir de vírus inativado. Ela foi a principal estratégia de imunização no país nos primeiros meses da campanha nacional de vacinação. Assim, a maioria dos profissionais da linha de frente e dos indivíduos com mais de 65 anos no país recebeu a Coronavac.

O imunologista destaca que as respostas imunológicas dos vacinados com Coronavac foram menores que as dos convalescentes, mas também menores que a dos indivíduos mais jovens que receberam o mesmo fármaco.

Procurado, o Instituto Butantan respondeu ao estudo afirmando que é sabido que “a resposta imune de defesa no organismo diminui com o avanço da idade, sendo observado que qualquer vacina gera uma resposta imune menor em pessoas mais idosas”.

Segundo a nota do instituto, “isso não quer dizer que os mais velhos não estejam protegidos contra a doença, mas sim, que o organismo responde menos a um antígeno novo, uma característica que não se relaciona à vacina em si, mas aos processos naturais do sistema imunológico”.

Outras vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas até agora tiveram em geral uma resposta celular elevada, como ocorreu com as vacinas de mRNA (Pfizer/BioNTech e Moderna), e taxas de anticorpos neutralizantes semelhantes em pessoas abaixo e acima de 55 anos (AstraZeneca).

Os autores concluem que uma dose de reforço heteróloga, isto é, de outro fabricante, pode beneficiar aquelas pessoas com 55 anos ou mais que receberam as duas doses da Coronavac, aumentando a resposta imune.

O estudo é o primeiro a calcular a imunogenicidade conferida pela Coronavac em pessoas dessa faixa etária. Durante a pesquisa de fase 3 da vacina conduzida no Brasil, apenas 5% dos 12.396 volutários tinham 60 anos ou mais e metade deles recebeu placebo.

Quando concedeu autorização de uso emergencial ao imunizante, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou ao Butantan dados adicionais de imunogenicidade nesse grupo, fixando um prazo de 30 dias (até 28 de fevereiro).

O instituto, porém, solicitou extensão do prazo até 30 de abril, quando entregou os dados. A última reunião entre Butantan e Anvisa para discutir os dados de imunogenicidade foi em 27 de julho e não há data definida para a apresentação dos resultados.

Na última semana, a Sinovac divulgou dois estudos que mostram queda da taxa de anticorpos após seis meses tanto em pessoas abaixo de 60 anos como em indivíduos mais velhos. Os mesmos estudos avaliaram a segurança e imunogenicidade uma terceira dose da Coronavac, o que aumenta em até sete vezes a quantidade de anticorpos no sangue.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Mais uma fake deste instituto político Butantan, dizendo que aumenta em até sete (conta de mentiroso) a quantidade de anticorpos, e ainda tem idiota que acredita neste placebo do calça cravada.

  2. Queria respostas para apenas 2 perguntas: pq mesmo vacinados com as 2 doses ainda são obrigados a usar máscaras? E pq na Turquia já se estuda a 4a dose da Coronavac? Sim, vc leu correto, 4a (quarta) dose. E para quem não sabe: estudos.publicados mostram que infectados tem 6,72x mais anticorpos que vacinados.

  3. Eita! Tem que ter cuidado com o excesso de açúcar no sangue, afinal garapa na veia faz mal e causa diabetes.

  4. Os bichos de chifres são incapazes de ligarem dois neurônios. Deveriam ir para o afeganistão, lá não tem vacina, não tem supremo, não tem voto eletrônico e ainda possui milicianos armados nas ruas.

  5. Vamos aos fatos, Manoel F:
    Qual a razão de haver necessidade da terceira dose? Surgiu do nada? O que houve?
    Você sabe quantas pessoas já morreram depois de ter tomado a segunda dose da coronavac, a conhecida coronaesquerda? Pode informar quantas?
    Se você sabe ler, veja que a ANVISA aprovou a coronavac por PRESSÃO DA ESQUERDA, liderada por Dória, já que foi a primeira a ser vendida, MESMO SEM A DEVIDA COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA.
    A coronavac só apresentou 49% de eficácia e a ESQUERDA foi a mídia e jornais exigir a aprovação e a compra. Entendeu? Sua irresponsabilidade ideológica beira a insanidade.
    Depois vão continuar morrendo e virá a necessidade da quarta dose da coronadoria…

    1. Vc só esqueceu algumas coisas: o próprio governo federal por meio do ministério da saúde está esperando estudos da Oxford sobre a terceira dose. Em Israel já estão dando a terceira dose da Pfizer. Então se há vacinas “fracas”, certamente não seria somente um problema da coronavac … Sobre o teste de campo das vacinas, sugiro vc ler mais sobre como foi feita . Uma coisa que eu sei foi que a coronavac foi testada somente em profissionais de saúde da linha de frente enquanto que outras vacinas usaram critérios e público alvo diferentes, que muitas vezes variam de país pra país. Não estou aqui defendendo vacina a, b ou C, mas dizer que não tem efeito algum eh muita irresponsabilidade ainda mais sem levar em consideração tudo que citei acima…

    2. Entre todas as vacinas disponibilizadas no Brasil, a coronavac é a que tem o índice de proteção mais baixo, em média 15% menos que a segunda que oferece menos proteção. Isso é fato!
      O que tem de médico pegando covid e alguns chegando a óbito, depois das duas doses da coronavac não deveria ser ignorado pela mídia. Essa fumaça de falar que as demais vão ser necessária mais doses, é desvio de foco para encobrir a ineficácia da vacina chinesa, que até hoje não tem a devida comprovação científica.

  6. Vão acabar recomendando uma dose MENSAL. Esse placebo, que não é aceito nos EUA e na Europa, está se prestando ao enriquecimento de muitos, inclusive do governador de SP, que virou representante comercial da China. Prefiro tomar um chá de eucalipto com alho e limão ou uma dose de cana com limão e mel de abelha. Deixa essa prá esquerdalha.

    1. Começou cedo as postagens de mentiras e negacionismo irresponsável … A vacina foi aprovada pela Anvisa como todas as demais que estão sendo usadas no país . A covaxin que o governo do MINTOmaníaco das rachadinhas queria comprar a base de muita propina sequer foi aprovada pela Anvisa sabia? E o presidente inepto sabe tanto da merda que o governo dele fez que decretou sigilo de 100 anos no contrato…

    2. Como Cabul esse doidinho não sabe fazer outra coisa, o dia todo se completando no celular, não cogite nada impossível.

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Saúde

Eficácia de vacina da Pfizer cai mais rápido do que AstraZeneca, diz estudo

Foto: Bigstock

Um estudo publicado nessa quinta-feira (19) indicou que a eficácia da vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech decai mais rapidamente do que a da AstraZeneca/Oxford, embora a primeira seja mais efetiva no combate à variante Delta do novo coronavírus.

A pesquisa, liderada por especialistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, indicou que, em infecções com alta carga viral, a proteção oferecida pelo imunizante da Pfizer um mês depois da segunda dose é 90% maior do que em indivíduos não vacinados, mas depois cai para 85% e 78% depois de dois e três meses, respectivamente. Já no caso do agente desenvolvido pela AstraZeneca, a proteção oferecida foi de 67%, 65% e 61%, respectivamente.

O estudo, que ainda não foi revisado pela comunidade científica internacional, analisou dados do serviço de Saúde Pública do Reino Unido (NHS), coletados entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.

Além disso, os especialistas examinaram os testes de detecção do novo coronavírus de 700 mil pacientes, feitos antes e depois de 17 de maio, quando a variante Delta se tornou dominante no território britânico.

Os resultados, segundo os autores do estudo, apontam que as pessoas que contraem a Covid-19 por causa desta mutação, depois da aplicação da segunda dose da vacina, têm níveis máximos de vírus similares ao de pessoas não imunizadas.

Além disso, indicam que os preparados não eliminam a possibilidade de contrair a doença, mas sim, reduzem o risco de contágio e seguem sendo a forma mais efetiva de garantir a proteção contra a variante Delta do patógeno. “Contudo, não sabemos quanta transmissão pode causar as pessoas que contraem a Covid-19 depois de serem vacinadas. Podem ter, por exemplo, níveis altos de vírus durante período de tempos mais curtos”, afirma Sarah Walker, especialista em estatística médica e epidemiologia da Universidade de Oxford.

Porém, ela afirma, que o fato de os pacientes poderem apresentar níveis altos, sugere que “as pessoas que não estão vacinadas podem não estar tão protegidas contra a Delta como esperávamos”. E que “isto significa que é essencial que se vacine o máximo de pessoas possível, tanto aqui no Reino Unido, como no restante do mundo”, garante a especialista da instituição de ensino britânica.

Koen Pouwels, também participante do estudo, aponta que, apesar de a Pfizer e AstraZeneca apresentarem “ligeiras diminuições de proteção” contra todas as infecções e contra aquelas com alta carga viral, a eficácia geral das vacinas ainda é “muito alta”.

Paralelamente, os pesquisadores constataram que uma dose do imunizante produzido pela companhia americana Moderna tem eficácia contra a variante delta “igual ou maior” do que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, no entanto, ainda não há dados para avaliar os dados do esquema completo, com duas doses.

Intervalo entre doses

Sobre os intervalos entre as aplicações, o estudo comprovou que esse fator não altera a eficácia das vacinas para prevenir novas infecções, ao mesmo tempo em que detectaram que os grupos mais jovens, de 18 a 34 anos, apresentam níveis de proteção mais altos que os mais velhos, de 35 a 64 anos.

Os pesquisadores indicaram que as conclusões que chegaram poderiam servir para assessorar o Comitê Conjunto sobre Vacinação e Imunização mantido pelo governo britânico, que deverá decidir se recomendará a administração de uma terceira dose, de reforço, ainda neste ano.

Gazeta do Povo

Opinião dos leitores

  1. Venha apresentar suas falácias sobre a Coronavac aqui, Calígula! Apresentar suas inverdades sobre a eficácia da mesma! Preciso de diversão!

    1. Eu sinceramente preferia ter tomado a Coronavac. Óbvio que, sendo educada, instruída e humana (mesmo que isso soe como falta de modéstia), não perguntei qual era nem nada quando fui tomar. Mas eu queria era a vacina do criador do vírus. Quem vai saber fazer vacina melhor do que o criador e vetor do vírus?

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Saúde

Covid-19: Coronavac é eficaz contra casos graves da variante delta, diz estudo

Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo (2.mar.2021)

Um estudo preliminar publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China revelou que a Coronavac apresenta eficácia contra casos graves de Covid-19 causados pela variante Delta.

O artigo – publicado na forma de pré-print – ainda necessita de revisão de pares e usou como base um surto da variante Delta na região de Guangdong, no Sudeste da China, entre maio e junho.

Segundo os dados, todos os imunizantes foram capazes de criar proteção de até 77,7% para os casos de pneunomia e a vacinação completa foi 100% eficaz contra casos graves.

O surto acometeu mais de 10 mil pessoas e, entre os avaliados, 1,7 mil receberam as duas doses da vacina – que poderia ser a Coronavac ou outras três em uso no país.

Entre os mais de 10 mil infectados, apenas 102 contraíram pneunomia – 85 casos foram em pessoas não vacinadas. Entre os demais, 12 pessoas haviam recebido a primeira dose da vacina e outras cinco estavam completamente vacinadas.

Já entre os 19 pacientes que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nenhum havia sido imunizado.

No estudo, os pesquisadores afirmam que a “vacinação completa com vacinas inativadas é eficaz contra pneumonia, doenças graves e críticas causadas pela variante B.1.617.2”. E ressaltam que, mesmo diante dos resultados positivos, todos os esforços devem ser feitos para garantir a vacinação completa das populações-alvo.

Os pesquisadores apontam, no entanto, que as amostram colhidas para este artigo ainda são pequenas e que estudos adicionais precisam ser feitos para concluir a real efetividade das vacinas em uso no país.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Não crédito, principalmente por esse estudo preliminar publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, não é confiável nada que venha da desse país.

  2. Esta notícia é fake news, quem tomou coronaágua tem que rezar muito. Estão escondendo as mortes resultantes desta pseudovacina.

  3. Coronavac também era 100% eficaz contra mortes e o que se ver hoje é que 23% das pessoas que tomaram coronavac e pegaram covid, morreram.

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Saúde

Centro de Pesquisas Clínicas de Natal realiza estudo em pacientes infectados pela Covid com droga antiviral já utilizada na Rússia e no Japão; saiba como se voluntariar

O Centro de Pesquisas Clínicas de Natal(CePCLIN) está realizando um estudo clínico em pacientes infectados pelo vírus Sars-COV-2 (COVID-19) para avaliar a eficácia do FAVIPIRAVIR, que é uma droga antiviral já utilizada na Rússia e Japão com ação sobre o vírus, com o objetivo de reduzir a carga viral e os sintomas da doença.

O estudo vai comparar os efeitos benéficos da medicação e comparar com o uso do placebo, seguindo as normas internacionais e nacionais aplicadas aos estudos clínicos.

Os voluntários deverão ter mais de 18 anos de idade e estar, no máximo, até quinto dia de sintomas da Covid-19.

O CePCLIN poderá realizar o teste confirmatório gratuitamente, caso o voluntário preencha os critérios de triagem para a participação no estudo.

O pesquisador responsável pelo estudo é o Dr. Kleber Luz.

Para mais informações é só entrar em contato com a equipe do CePCLIN pelo telefone 84-987420270.

 

Opinião dos leitores

  1. Pelo menos e um antiviral. E os molóides que tomavam antiparasita pra tratar de doença viral? Eu não duvido que muitos ainda tomam até hj. kkkkkkkkkkkkkkkkk

    1. Se vc se informasse saberia q o princípio de ação desse medicamento é o mesmo da hidroxicloquina e da ivermectina, dificultar a replicação viral

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Saúde

Covid-19: Fumar pode diminuir resposta imune da vacina, sugere estudo

Foto: Pixabay

Fumantes correm o risco de ter uma resposta imunológica mais baixa que o restante da população após receber a vacina contra a Covid-19. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores japoneses do Utsunomiya Hospital e da Jichi Medical University.

Em um estudo preliminar com 378 profissionais de saúde, com idades entre 32 e 54 anos, os pesquisadores analisaram os níveis de anticorpos protetores induzidos pela vacina da Pfizer, usando amostras de sangue obtidas cerca de três meses após a aplicação da segunda dose.

A primeira constatação do estudo foi que participantes mais velhos tinham menos anticorpos que os mais novos, algo já visto em trabalhos anteriores de outros grupos de estudo. Depois de levar em consideração a idade, os únicos fatores de risco para níveis mais baixos de anticorpos eram sexo masculino e tabagismo.

Os pesquisadores especulam que a diferença de sexo não esteja relacionada a fatores biológicos, e, sim, porque as taxas de tabagismo eram duas vezes mais altas nos homens do que nas mulheres: 61% das pessoas do sexo masculino que participaram do estudo fumavam, contra 31% do sexo feminino.

— O cigarro não é bom para nada e tem relação com pelo menos 45 doenças. Nós sabemos que existem receptores de nicotina espalhados pelo corpo inteiro, inclusive no baço, órgão importante relacionado ao linfócito T (célula com função imunológica). Acredito que a diminuição de anticorpos tenha a ver com a ação do cigarro nestes órgãos associados ao sistema imunológico — diz Jaqueline Scholz, cardiologista e diretora do programa de tratamento do tabagismo do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP).

“Para esclarecer os efeitos do tabagismo, realizamos análises adicionais. No entanto, o Índice de Brinkman (que mede a exposição ao tabaco) e o número de cigarros por dia não influenciaram os níveis de anticorpos. Assim, fumar em si é um fator de risco para níveis baixos de anticorpos, ao invés da duração do fumo ou do número de cigarros por dia.”, escreveram os pesquisadores.

Os cientistas observaram, no entanto, que ex-fumantes apresentaram um resultado imunológico melhor do que fumantes ativos. Por isso, eles sugerem que parar de fumar reduzirá o risco de apresentar menos anticorpos após a vacinação.

— As pessoas precisam se antecipar às más notícias para pararem de fumar. Esta é mais uma evidência dos malefícios do cigarro — pontua Scholz.

O estudo ainda não foi revisado por pares. Os cientistas afirmam que são necessárias mais pesquisas para confirmar as conclusões do trabalho.

O Globo

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Saúde

Covid-19: estudo feito no Chile aponta eficácia de 89,68% da Coronavac para internações em UTI

(Foto: Reprodução/Facebook Instituto Butantan)

Um estudo conduzido pelo governo chileno mostrou que a Coronavac – aplicada amplamente no país – tem eficácia de 58,49% para casos sintomáticos de covid-19, de 86,02% na prevenção de hospitalizações, 89,68% na prevenção de admissão em leitos de UTI, e de 86,38% na prevenção de morte por covid-19.

“A vacina Coronavac continua apresentando importantes sinais de eficácia contra a SARS-CoV-2 para casos de internação, internação em UTI e óbito. No entanto, sua eficácia na prevenção da doença diminui de 67% para 58,49%. Portanto, a discussão sobre uma dose de reforço é oportuna”, defende Dr. Rafael Araos, um dos líderes da pesquisa.

Além da coronavac, são consideradas no relatório publicado nesta terça-feira (3) as vacinas Pfizer e Astrazeneca – as três são aplicadas no Brasil. Os dados são atualizados mensalmente, mas essa é a primeira vez que os imunizantes da Pfizer e da Astrazeneca são incluídos na análise.

De acordo com o estudo, “todas as vacinas contra SARS-CoV-2 usadas no Chile mantêm altos níveis de eficácia para evitar hospitalização, admissão na UTI e morte.”

O Chile já administrou mais de 24,8 milhões de doses, em pessoas com mais de 16 anos, de fevereiro a julho de 2021. Desse total, 13.163.094 receberam a primeira dose e 12.167.623 são pessoas que completaram a vacinação, o que representa 87% e 80% respectivamente da população-alvo a ser vacinada.

Eficácia da Pfizer e da Astrazeneca

Com relação à vacina da Pfizer, o estudo demonstrou uma eficácia de 87,69% na prevenção de covid-19 sintomático, de 97,15% na prevenção de hospitalizações, 98,29% na prevenção de admissão em leitos de UTI, e 100% eficaz para prevenir a morte.

“A vacina também mostra diminuição da proteção contra covid-19, mas permanece estável nas demais variáveis, com bons números referentes a evitar internação, internação em UTI e óbito”, avalia Dr. Araos.

Já a Astrazeneca, ainda segundo o estudo chileno, se mostrou 68,68% eficaz na prevenção de covid-19 sintomático,100% eficaz para prevenir hospitalização, 100% em admissão na UTI e 100% eficaz para prevenir a morte. Mesmo com os índices de 100%, o médico chileno responsável pela pesquisa ressalta que tempo de seguimento desse imunizante no país é menor, por isso esses resultados devem ser confirmados no futuro.

Globo, via Crescer

Opinião dos leitores

  1. Caligula, pra você e pro gado bolsonarista só funciona o seguinte: Covaxin no braço e Ozonio na cloaca!

  2. Calígula: Imperador Romano. Ficou conhecido pela sua natureza extravagante, cruel e depravada. Por exemplo, manter relações incestuosas com as suas irmãs e até mesmo obrigá-las a prostituir-se, ESTE É APOIADOR DO BOZO!!! 🤡🤡🤡🤡🤡

  3. Este estudo demonstra a necessidade de uma terceira dose, também mostra que as pessoas vacinadas pela coronavac podem vir a óbito, pois anteriormente se passou a informação que não haveria óbitos de pessoas vacinadas pela coronavac.
    A população precisa de um posicionamento do laboratório, algo tem que ser feito, não se pode deixar ao acaso.

  4. Fraca, fraquinha e fraquerma.
    Essa aguavac, vão ter que aplicar, terceira, quarta e quinta dose por diante.

    1. todo bolsonarista defende o que não presta: milicianos, corruptos, antivacinas, terra plana. Fujam dessas pessoas.

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Saúde

Vacinas da Oxford e Pfizer funcionam contra cepa Delta, confirma estudo

Foto: (Aaron Chown-WPA Pool/Getty Images) Reprodução/Getty Images

Um estudo publicado nessa quarta-feira, 21, na revista científica New Englad Journal of Medicine, uma das mais importantes do mundo, confirmou que as vacinas contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech e de Oxford-AstraZeneca oferecem alta proteção contra a variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia. No entanto, apenas após a aplicação da segunda dose.

Os resultados mostraram que após uma dose, a eficácia estimada da vacina da Pfizer contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante delta foi de aproximadamente 36%. Para a vacina de Oxford, a taxa de proteção foi de 30%. Após duas doses, esses índices subiram para 88% para a vacina BNT162b2 (Pfizer) e 67% para a ChAdOx1 nCoV-19 (Oxford).

Para fator de comparação, a eficácia de uma dose destas vacinas contra a variante Alfa, identificada pela primeira vez no Reino Unido e que também foi considerada mais contagiosa quando surgiu, foi cerca de 48,7%. Após duas doses da Pfizer essa taxa subiu para 93,7% e para 74,5% após duas injeções da AstraZeneca.

“Apenas diferenças modestas na eficácia das vacinas foram observadas com a variante delta em comparação com a variante alfa após o recebimento de duas doses. Diferenças na eficácia absoluta das vacinas foram mais marcantes após o recebimento do primeiro dose.”, concluem os autores.

O número de casos e os períodos de acompanhamento não foram suficientes para estimar a eficácia da vacina contra casos graves, incluindo hospitalização e óbito. Mas estudos feitos em Israel, no Reino Unido e nos Estados Unidos apontam para alta proteção contra esses desfechos. Estes países enfrentam um aumento exponencial no número de novos diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus, em especial entre pessoas que não estão vacinadas ou não completaram o esquema de vacinação, pela disseminação da variante delta. Por outro lado, esse aumento não foi visto nas hospitalizações e mortes.

Os autores do novo estudo admitem que o estudo tem limitações e devem ser interpretados com cautela, incluindo o fato dos resultados serem observacionais. Mesmo assim, eles afirmam que “a descoberta dá suporte a esforços para maximizar a aplicação de duas doses das vacinas entre as populações vulneráveis”.

Vacinação no Brasil

A publicação destas evidências, associadas à preocupação com a chegada da variante delta ao Brasil fez com que muitos estados e cidades decidissem antecipar a aplicação da segunda dose das vacinas de Oxford-AstraZeneca e da Pfizer-BioNTech, em vez de esperar as 12 semanas recomendadas pelo Ministério da Saúde. No entanto, a pasta, especialistas e entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam a manutenção da orientação do governo. A justificativa é que, neste momento, é mais importante avançar na quantidade de pessoas imunizadas, mesmo que parcialmente, em vez de completar o esquema de imunização de um pequeno número da população.

Além disso, especialistas alegam que existe a possibilidade de a variante delta nem conseguir se espalhar pelo Brasil, como aconteceu em outros países, devido à alta disseminação da variante Gamma, identificada em Manaus, que também é mais transmissível.

Até esta quarta-feira, 21, 43,8% da população brasileira está parcialmente imunizada com uma dose. Destas, 16,9% já completaram o esquema com duas doses ou com a dose única da Janssen.

Veja

 

Opinião dos leitores

  1. A “queridinha” da boiada Janssen, é a menos eficaz.
    A CoronaVac iniciou os estudos…
    Minha opinião: todas são boas.

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