Esporte

CBF diz a clubes que casos como o da Lusa preocupam Globo e patrocinadores

A insegurança jurídica que cerca o Campeonato Brasileiro de 2014, com liminar em favor da Portuguesa, liminar em favor do Fluminense e várias ações na Justiça Comum fazem com que os patrocinadores e a TV Globo relutem em seguir investindo no futebol brasileiro. É o que disse José Maria Marin, presidente da CBF, aos clubes da Série A em fevereiro.

O discurso de Marin ocorreu na reunião do Conselho Técnico da Série A do Brasileirão 2014, no dia 6 de fevereiro, na sede da CBF, e foi registrado na ata do encontro. Também foi registrada a confirmação das preocupações por parte do diretor de esportes da emissora, Marcelo Campos Pinto, que também estava presente.

“(Marin) ressaltou que o ambiente de incerteza e insegurança jurídica decorrente do descumprimento das decisões do STJD causando até mesmo a fuga de patrocinadores, que não sentem seguros para continuar investindo no futebol, o que também é o caso da TV Globo, fato confirmado pelo representante da emissora, Marcelo Campos Pinto, presente a essa reunião”, diz o documento.

A “fuga” de patrocinadores foi confirmada pelo presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, que disse que “este clima de indefinição já fez o valor de patrocínios, em 2014, ser reduzido substancialmente” e que “sem patrocínios, os clubes quebram”.

Fabio Koff, do Grêmio, também se manifestou de forma contundente contra a entrada de clubes e torcedores na Justiça Comum, dizendo que isso “compromete a credibilidade da competição e causa verdadeiro desserviço ao futebol brasileiro”.

Também ficou registrado na ata o pacto entre todos os participantes da Série A para que não entrem ou se beneficiem de ações na Justiça Comum. O texto da ata especifica os termos do acordo.

“Assim os clubes presentes  celebraram um pacto de honra para que, a partir desta data, nenhum dos integrantes da Série A aceite ser beneficiado por qualquer medida judicial concedida pela Justiça Comum, obrigando-se todos a respeitar incondicionalmente as decisões da Justiça Desportiva (STJD do futebol)”.

ata-de-reuniao-entre-clubes-mostra-preocupacao-de-cbf-com-fuga-de-patrocinadores-1397092540100_615x300Ata de reunião entre clubes mostra preocupação de CBF com fuga de patrocinadores

Esta proposta, “unanimemente aprovada, por aclamação e votação individual” teria alguns efeitos no cenário atual, no qual tanto o Fluminense como a Portuguesa possuem liminares que garantem sua presença na Série A. O Flamengo, que hoje estaria rebaixado, se seguisse o acordo, estaria impedido de entrar na Justiça Comum para reverter a situação.

O próprio Fluminense, que compareceu à reunião como um dos integrantes da Série A, hoje permanece na elite apenas graças a uma ação de um torcedor, que obteve liminar na 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca. A CBF, inclusive, utiliza essa ação no conflito de competência, no Superior Tribunal de Justiça, na ação na qual tenta fixar o foro de julgamento no Rio de Janeiro. A Portuguesa esteve  no encontro, mas a ata deixa claro que ele reuniu “os integrantes da Série A e também a Portuguesa”.

Passado cerca de um mês do Conselho Técnico, e a dez dias do início do Brasileirão, a lista de clubes que integrará a Série A, que começa no dia 19 de abril, segue indefinida.

O UOL Esporte procurou Marcelo Campos Pinto para comentar o discurso do presidente da CBF, mas ele não atendeu às ligações.

UOL

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