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Presos, executivos da Lava Jato ganham panetone de Natal

Foi debaixo de uma garoa fina e de um frio de 17 graus que os executivos presos na Operação Lava Jato, acusados de cartel e de pagamento de propina em obras da Petrobras, receberam sua última visita antes do Natal, nesta terça-feira (23).

Nas sacolas plásticas carregadas pelas mulheres e filhas, um único presente: um panetone, que teve a entrada excepcionalmente permitida nesta antevéspera de Natal.

Todos os 11 executivos receberam o seu, segundo apurou a reportagem. O panetone, porém, só vai ser servido pelos agentes carcerários no dia 24 -a comida, porém, será a mesma servida diariamente aos presos, sem peru ou algo especial.

Detidos desde novembro na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, os empresários denunciados sob acusação de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro tiveram seu pedido de liberdade negado por todos os tribunais -inclusive o STF (Supremo Tribunal Federal).

Por isso, os executivos que chegavam a ganhar até R$ 280 mil mensais vão pernoitar nos beliches de alvenaria da PF até ordem contrária.

As visitas à carceragem ocorrem uma vez por semana; normalmente, nas quartas à tarde. Como a PF só trabalhará meio expediente no dia 24 de dezembro, elas foram excepcionalmente antecipadas para esta terça.

Algumas das mulheres deixaram a PF com os narizes vermelhos e óculos escuros. Outras se abraçavam e desejavam força umas às outras.

Duas delas agradeceram os funcionários da portaria. “Feliz Natal; muito obrigada por tudo, mesmo”, disseram, abraçando os recepcionistas.

Em dia de visita, os advogados dos empreiteiros pegam as senhas ainda de madrugada ou cedo pela manhã. Pelo telefone, orientam os motoristas a trazer as famílias no horário previsto. Os recepcionistas chamam as visitas pelo número.

Podem entrar no máximo duas pessoas por preso. Cada grupo tem direito a ficar entre 20 e 30 minutos, e só vê o familiar por um parlatório -uma cabine com uma divisória de vidro, em que as conversas são feitas por telefone.

Presentes, só livros, roupas novas ou chocolates -o panetone foi uma exceção.

Na saída, os advogados explicavam às famílias os próximos passos da defesa, sem muito entusiasmo. “Agora, se não decidirem em 180 dias, a gente entra com um recurso”, dizia um deles.

Folha Press

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