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Ilan Goldfajn: meta à frente do Banco Central é deixar a inflação em 4,5%

1024026-capa_31122016-img_8709Ilan Goldfajn é sabatinado na CAE – Agência Brasil

Com um discurso na medida para agradar o mercado financeiro, Ilan Goldfajn afirmou que seu objeto à frente do Banco Central é fazer com que a inflação fique estritamente na meta de 4,5%, ou seja, não deixará a alta de preços ficar estacionada na chamada margem de tolerância. Durante a sabatina do economista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ele frisou que a convergência da inflação para o objetivo tem de ser rápida. Ele ainda defendeu a autonomia técnica-operacional do BC, o restabelecimento da confiança para gerar crescimento e emprego e o “bom e velho” tripé econômico em vez da “nova matriz econômica” estabelecida pelo antigo governo.

— Nosso objetivo será cumprir plenamente a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, mirando o seu ponto central. Os limites de tolerância estabelecidos servem para acomodar choques inesperados na inflação, que não permitam a volta ao centro da meta em tempo hábil _ disse Ilan, que completou:

— Enquanto a inflação retorna ao centro da meta após eventuais choques, é fundamental o gerenciamento das expectativas no sistema de metas. É importante que as expectativas indiquem no presente uma trajetória que preveja a convergência para a meta em futuro não muito distante.

Nos últimos anos, o BC tem sido alvo de críticas por não trazer a inflação para a meta. Por anos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou acima dos 4,5%. No ano passado, rompeu o limite de tolerância de 2 pontos percentuais e ficou em 10,67%.

Ilan Goldfajn disse estar certo que esse objetivo poderá ser alcançado por meio do “funcionamento harmônico e complementar das instituições brasileiras”. Falou que há na literatura econômica relatos que ressaltam a importância do fortalecimento das instituições para o crescimento econômico sustentável. Em seguida, defendeu a necessidade de aprimorar a autonomia da instituição.

— Para o desempenho dessas funções, considero imprescindível manter e aprimorar a autonomia do Banco Central. Não se trata de ambição ou desejo pessoal, mas de medida que beneficia a sociedade mediante a redução das expectativas de inflação, da queda do risco país e da melhora da confiança.

Questionado sobre independência do BC, ele lembrou que há diferenças técnicas. Disse que um Banco Central define seus próprios objetivos. No caso, de BC autônomo, ele tem de cumprir um objetivo traçado pela equipe econômica.

— Eu sou a favor da autonomia. Por isso, que eu respondi a autonomia _ afirmou antes de ser questionado sobre sua posição em relação ao estabelecimento de mandatos fixos para os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom):

— Avanço deveria ser no futuro (pesar em mandatos para diretores do BC), quando tiver maturidade para isso, pensar em mandato.

— O economista apontou que o cenário atual é “desafiador” e “com níveis de instabilidade econômica e política superiores à média histórica”. Disse que a situação econômica exige grande atenção. Há problemas conjunturais e dificuldades estruturais. A incerteza econômica paralisou o investimento e sequestrou a esperança de muitos. Ao mesmo tempo, nos encontramos em ambiente internacional desafiador

— Atravessamos a pior recessão da história brasileira, com desemprego em alta e relevante desafio fiscal.

Ele disse que tem absoluta confiança na reversão do atual quadro interno. Argumentou que é preciso buscar uma economia mais produtiva, competitiva e justa para que o país volte a crescer e criar empregos. Para ele, a economia tem de ser gerida de forma competente, responsável e previsível.

— Só assim poderemos estimular o investimento e o crescimento. A credibilidade das políticas e dos gestores é essencial, em especial neste momento — risou.

Ilan Goldfajn disse que o governo está claramente imbuído do esforço de levar à frente reformas estruturais que terão a capacidade de alterar definitivamente o ambiente no país. Em relação à política fiscal, ele afirmou que a administração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está consciente e mobilizada para devolver ao país a credibilidade fiscal perdida nos últimos anos e completou:

— A eficiência da política monetária do Banco Central será tanto maior quanto mais bem-sucedidos forem os esforços na implantação de reformas e na recuperação da responsabilidade fiscal_ disse o economista, que completou: — Não vejo dominância fiscal.

INDEPENDÊNCIA DO BC

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